ANÁLISE MACROECONÔMICA
VISÃO GERAL
A produção automotiva apresentou expressiva retração em 2020 (-26,5% em relação à 2019). Com paralisação das atividades industriais e perda de dinamismo nas vendas domésticas e externas, devido à pandemia de 2020, o desempenho da produção foi prejudicado, que interrompeu três anos consecutivos de crescimento. O faturamento do setor em 2019 foi de R$ 150,9 bilhões e a estimativa para o ano de 2020 foi cerca de R$103 bilhões. Segundo dados da mesma instituição, a projeção é que o ano de 2021 consiga recuperar as perdas de 2020 e as vendas voltem ao mesmo patamar de 2018. Trazendo nessa perspectiva um crescimento de 21,2% sobre 2020 e projeção de movimentar R$ 135 bilhões.
O único sub-setor do ramo de autopeças que apresentou crescimento foi o de Reposição, que fechou o ano de 2020 1,4% acima de 2019.
INDICE
Plano de saúde
Pandemia
Emprego
Consumidor
Fusões e Aquisições
Imp x Exp
Investimentos no setor
Expansão
Top 5 empresas
Número de empresas
Tendências
Aplicativos
Highlights
Fim
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A produção de novos veículos teve um tombo importante neste ano. Em projeção ajustada, a indústria deve produzir pouco mais de 1,6 milhões de novos veículos. Número bem abaixo do recorde de 2013, quando foram produzidos no Brasil mais de 3,7 milhões unidades. Esses números mostram a importância que o setor de reparação terá nos próximos anos.
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Quem tem um automóvel com até dois anos de uso está optando por um modelo mais velho. Acontecendo também a troca de um carro mais sofisticado por um modelo de entrada, com o intuito de reforçar o caixa do consumidor.
EXPORTAÇÕES
A indústria de autopeças iniciou 2021 com exportações em alta, conforme dados da balança comercial divulgados no site do Sindipeças. O setor mandou para o exterior um total de US$ 446,6 milhões em janeiro, uma alta de 14,4% sobre os US$ 390,6 milhões do mesmo mês do ano passado.
IMPORTAÇÕES
Já as importações, no mesmo comparativo, caíram 7,6%, baixando de US$ 943,4 milhões para US$ 871,9 milhões. O déficit comercial caiu 23,1%, de US$ 552,8 milhões para US$ 425,2 milhões em termos interanuais. A dificuldade de comprar componentes eletrônicos, principalmente nos países asiáticos, certamente contribuiu para a queda nas compras no exterior.
Risco Brasil
Além de toda a transformação em nível global, o Brasil apresenta desafios adicionais ao setor automotivo. Um deles é a previsibilidade necessária a investimentos de longo prazo. Para isso, tem contribuído muito o Rota 2030, política industrial que trouxe organização para toda a cadeia automotiva. Por conta desse programa, todos os fabricantes estão trabalhando para cumprir (ou até mesmo antecipar) as ousadas metas de eficiência energética, de emissões de poluentes e de segurança.
Outro ponto estimulado pelo Rota 2030 é que muitas empresas estão investindo mais recursos em Pesquisa e Desenvolvimento, sem falar do montante destinado aos Programas Prioritários, que tem o objetivo de estimular sobretudo as pequenas e médias empresas do setor de autopeças, startups, a academia e várias instituições de pesquisa.
A indústria de autopeças emprega 331 mil trabalhadores no Brasil, sem contar o contingente de mão de obra alocado no setor de serviços (atacadistas, varejistas, assistência técnica etc.), em 3.077 empresas, das quais 1.824 com cinco ou mais empregados.
De acordo com a Bain & Company, esse resultado é decorrente do novo comportamento dos motoristas: com o isolamento social e o medo de contágio pela covid-19, as pessoas passarão a transitar em pequenas distâncias e a dirigir menos, buscando por regiões mais próximas de suas residências.
Esse comportamento deve permanecer pelos próximos anos. Desta forma, haverá diminuição na movimentação dos veículos, exigindo uma frequência menor de manutenção.
Na abertura do Congresso de Gestão da APAS Show 2019, o Sócio Sênior da McKinsey & Company, Sajal Kohli, apontou que, no futuro, 90% das compras do varejo ao redor do mundo serão influenciadas pelo digital.
Com isso, em virtude dos avanços tecnológicos e a transformação digital que todo o mundo está vivendo, é possível perceber a necessidade de investimentos nessa área.
As empresas precisarão investir em comunicação, fidelização do cliente e oferecer serviços adicionais para reconquistar o mercado. Algumas das medidas mencionadas são preços competitivos, revisões gratuitas em veículos, contratos de serviços de longo prazo e extensão das garantias. Para sobreviver no pós-pandemia, a pesquisa recomenda que os empresários se preparem para novas formas negócios, em um mercado ansioso por giro de caixa, aumentando da capacidade produtiva e manutenção dos níveis de estoque e de pessoal. “Esperamos que ocorra um movimento de menor dependência de cadeias de suprimento globais, especialmente a China. Nesse contexto, o Brasil pode se aproveitar para aumentar a produção para exportação a alguns países”.
Com isso, é possível perceber a importância da busca não só pela fidelização dos clientes, mas também no esforço das lojas em se tornarem referência na relação de custo-benefício em categorias, para que possam ser priorizadas pelos clientes em compras futuras.
Em 2020, quando a produção automotiva caiu 82% no segundo trimestre do ano, com 23% de retração no terceiro e 2% no último, sempre em relação ao mesmo período de 2019, a indústria de autopeças viu-se obrigada a investir em inovação e criatividade para buscar a retomada em 2021. Empresas que já possuem um histórico de pesquisas e investimentos em inovações tecnológicas saíram na frente. Com visão no futuro, elaboraram suas estratégias para atender às tendências da indústria automobilística.
Eletrificação de veículos, compartilhados ou autônomos, inteligência artificial, big data, compostos inteligentes e convergência entre máquina e serviços virtuais são tendências que devem acrescentar dados, integração de sistemas e plataformas ao mercado da mobilidade. No quesito sustentabilidade, a meta é zerar a emissão de carbono até 2025, que faz parte dos planos em comuns dessas empresas.
Em um cenário cada vez mais competitivo, a tecnologia é um dos principais aliados na logística das empresas na busca pela redução de custos e aumento na eficiência das operações, sendo crucial para sobrevivência das companhias. Além disso, com a tecnologia, é possível obter diversos benefícios.
Emissão de relatórios que identificam e facilitam a correção de erros
Negociações automáticas com fornecedores
Integração de processos e pessoas
Mais precisão no controle do estoque
Análise de pricing
De acordo com dados da área de Pricing da Nielsen, em média, 40% do produtos no varejo, poderiam gerar maior lucro e faturamento se houvesse ajustes no preço, tanto para cima como para baixo. Ou seja, entre as reduções e aumentos, ainda assim os itens acabam com preço acima da média do mercado. Há uma necessidade de atenção detalhada para a definição de preços adequados para os produtos para não impactarem o cliente negativamente, avaliando desde o segmento do produto, seja ele premium ou popular, até as necessidades de margem das lojas.
O CRM (Customer Relationship Management ou Gestão de Relacionamento com o Cliente) é uma ferramenta que também pode auxiliar na precificação, principalmente em promoções feitas pelas empresas. Como disse Lucas Marques, COO do Méliuz: “Conseguimos usar a ferramenta para verificar a eficiência dos encartes físicos e identificar os produtos que, em oferta, agregam valor ao varejo e os que apenas queimam margem”. Em uma análise feita pelo Meliuz em um supermercado, percebeu-se que produtos populares, como de limpeza, por exemplo, traziam melhores resultados do que itens menos comuns, como de mercearia salgada, que impactaram de forma negativa no lucro. Desse modo, fica evidenciado a importância do estudo para que seja feita a melhor precificação possível, não afastando clientes e aumentando as margens.
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Big Picture
8º maior
Produtor de veículos do mundo.
6º maior
Mercado interno
1,3 Milhão
De empregos
4,8
Veículos/Habitante.
ANÁLISE INTERNA DO SETOR
5 FORÇAS DE PORTER
Entrantes Potenciais – Média
Visto que o segmento é específico e exige muito conhecimento específico (Know How), além de necessitar de um capital elevado dependendo do tipo de peça fornecida.
Produtos Substitutos – Baixa
Apesar de possuir uma ampla variedade de players, os serviços prestados se assemelham muito.
Poder dos Fornecedores – Média
Tendo em vista a semelhança nos serviços prestados, o poder de barganha acaba ficando limitado.
Poder dos Compradores – Alta
Tendo em vista a semelhança nos serviços prestados, o comprador ganha maior poder de barganha.
Rivalidade entre players – Alta
Forte busca pela diferenciação, eficiência e preço para conter clientes.
OPORTUNIDADES
O mercado de autopeças, apesar de muito tradicional no que tange serviços, vem sendo marcado por grandes oportunidades. Ele se encontra em constante expansão e inovação e vem nos últimos anos ganhando destaque na economia nacional, apresentando resultados positivos na maioria dos indicadores do segmento.
No Brasil esse mercado é carregado de grandes oportunidades, dentre elas:
Logística / Distribuição
As indústrias de autopeças precisam contar com parceiros que entendam muito bem o papel da logística em uma linha de produção e deem todo o suporte necessário para garantir a execução perfeita de todas as atividades.
Empresas logísticas que atendem montadoras de acessórios automotivos precisam ter uma intralogística afinada e profissionais altamente capacitados para evitar qualquer tipo de prejuízo aos clientes deste segmento.
Market Share nacional em expansão
Para se ter ideia, nos Estados Unidos, apenas quatro grandes empresas dominam 50% desse mercado, enquanto no Brasil as quatro maiores possuem cerca de 10%. Ou seja, há muito mais espaço para disputar por aqui.
Mercado de reposição
O segmento de reposição automotiva brasileiro movimenta R$ 100 bilhões e deve crescer entre 6% e 7% até 2023. Embora o número pareça animador, ele se baseia no envelhecimento da frota principalmente de veículos de passeio, que não deve aumentar significativamente, o que vai demandar mais manutenção e consequentemente, maior número de componentes substituídos.
Oportunidades na inovação do setor
O setor automotivo vem passando por inúmeras inovações, desde novos modelos de carros (elétricos/híbridos) até upgrades que visam melhorar a eficiência dos carros (otimizadores de combustão). Isso aponta uma excelente oportunidade para os players que visam a diferenciação e destaque no mercado.
AMEAÇAS
Como todo mercado em expansão o setor de autopeças também enfrenta diversas ameaças, apesar de estar com boas perspectivas, sempre é importante estar atento a possíveis oscilações e mudanças bruscas de mercado, principalmente para que seja possível se antecipar a eventualidades e seguir firme em sua caminhada.
Concorrentes fortes com serviços completos
Por ser um setor que apresenta muita complexidade em alguns serviços prestados, alguns players ganham mais destaque e consequentemente mais mercado a medida que prestam serviços mais completos.
Moeda instável
Visto que é um setor que depende de insumos e produto final, o segmento fica muito refém da volatilidade da moeda, impactando diretamente o consumidor final.
Instabilidade econômica
O efeito cambial, o desemprego e consequente queda na renda do brasileiro, a inadimplência e a dificuldade em obter insumos e componentes importados são pontos críticos para os empresários do setor em 2021.
TENDÊNCIAS
Após encerrar 2020 com números melhores do que os estimados no início da pandemia, a indústria de autopeças espera resultados positivos para este ano, prometendo ampliar investimentos e também o quadro de mão de obra, que foi fortemente atingido no ano passado.
Em sua projeção mais recente, o Sindipeças estima crescimento de 14,6% no faturamento líquido do setor, que deve chegar a R$ 142,6 bilhões, ante os R$ 124,5 bilhões do ano passado, obtidos a partir das vendas para montadoras, reposição, mercado externo e transações intersetoriais. A queda em 2020 sobre 2019, quando a receita ficou em R$ 150,9, foi de 17,6%.
Fonte: Anfavea.
Omnichannel para ontem!
Ao menos há cinco anos esse nome corre todas as listas de principais estratégias para o varejo tanto para modelos de negócio B2B quanto B2C.
Em resumo, o omnichannel trata da integração de multicanais para uma melhor experiência do consumidor. Ou seja, uma integração do online com o offline, que vai desde o uso simultâneo e interligado de diferentes canais de comunicação, de atendimento e de vendas. É convergir todas as ações de lojas físicas, ecommerces, aplicativos, redes sociais e quaisquer ferramentas que a marca utilize, proporcionando ao cliente o acesso a marca em qualquer local, horário ou meio. Apostar em diversos canais de venda integrados pode sim ser uma das respostas para o setor de autopeças. Estas apostas nada mais são que a adaptação aos novos comportamentos dos consumidores, que não se restringem a compras, mas também a suas vidas pessoais. É fundamental utilizar esse momento para oferecer uma melhor experiência aos clientes e aos colaboradores.
Impressão 3D
A impressão 3D tornou-se atraente pelo fato de que não necessita de moldes construídos para dar forma às peças, pois a construção dos moldes custa caro, o que não fazia sentido para o fabricante produzi-las em pequena escala. A razão para tal é a possibilidade de se imprimir peças de qualquer forma ou comprimento. Para o consumidor final, isso significa produtos sob medida e atualizações estéticas totalmente únicas.
O que vender?
Segundo dados apresentados pelo Google, alguns dos termos mais pesquisados na categoria são capacetes, pneus, rodas e suspensão. Além disso, vale ficar atento a outros acessórios que viraram tendência no mercado, como câmera de ré, central multimídia, faróis de LED, filtro de ar esportivo e calha de chuva. Também vale ter atenção a itens para limpeza e organização do veículo.
Para serem resilientes, as empresas do mercado de autopeças precisarão atingir um equilíbrio delicado, contrabalançando a necessidade de contenção de custos com o olhar estratégico para evitar cortes muito profundos que prejudiquem a sua retomada.
De acordo com dados do Mercado Livre, 82% dos consumidores que compram peças e acessórios usam a Internet e 39% fazem compras online com frequência. Um grande desafio para quem deseja vender auto parts no Mercado Livre é lidar com todas as variações. Na prática, um único item pode ser usado para diversos modelos de carros, de diferentes marcas e anos. Por isso, muitas vezes o seller acaba criando um anúncio para cada variação do mesmo produto. O Mercado Livre passa a mostrar todas as peças compatíveis com o carro pesquisado. Na hora de publicar um anúncio, o seller pode definir todos os atributos para os quais a peça é compatível, tais como marca, modelo, ano e versão.
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