ANÁLISE MACROECONÔMICA
VISÃO GERAL
Em 2020 o PIB do Brasil foi de R$ 7,4 trilhões, uma queda de 4,1% em relação ao ano anterior. Apesar dessa queda, o PIB da Pecuária no mesmo período aumentou sua representatividade no PIB total, passando de 8,4% para 10%, evidenciando a força do setor na economia brasileira.
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1. ANÁLISE MACROECONÔMICA
Consumo
Abates
Exportação
Carne de Frango
Suínos
2. ANÁLISE INTERNA
5 Forças de Porter
Oportunidades e Ameaças
3. TENDÊNCIAS
Carne Vegetal
Tecnologia e inovação
Automação
Evolução da participação do PIB do agronegócio da pecuária de corte sobre o PIB total do Brasil – 10 anos
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O movimento do agronegócio da pecuária de corte em 2020 foi de R$ 747,05 bilhões, 20,8% acima dos R$ 618,50 bilhões registrados em 2019. Esse volume inclui todos os negócios e movimentações relacionados à cadeia, incluindo desde valores dos insumos utilizados na pecuária, passando por investimentos em genética, sanidade animal, nutrição, exportações e vendas no mercado interno.
Parte desse crescimento se deve ao faturamento total na pecuária, da ordem de R$ 178,24 bilhões no ano passado, um aumento de 40,3% em relação aos R$ 127 bilhões registrados em 2019. A produção de insumos e de serviços ligados à produção pecuária, que registrou ganhos de R$ 60,44 bilhões, um recuo de 18,7% em relação aos R$ 74,31 bilhões registrados em 2019.
O PIB da Pecuária de Corte cresceu 20,8% em 2020, somando R$ 747,05 bilhões
Nesse mesmo período, a área de pastagens utilizada cresceu 0,2%, passando de 164,9 milhões de hectares para 165,2 milhões de hectares, com uma produtividade média de 4,2 @/ha/ano ou 65,5 kg de carcaça/ha/ano.
Com um rebanho de 187,55 milhões de cabeças, a pecuária brasileira registrou em 2020 um abate de 41,5 milhões de cabeças, queda de 4,2% em relação as 43,3 milhões de cabeças abatidas em 2019. Nesse mesmo período, o Brasil registrou um aumento de 8% nas exportações de carne bovina, que passaram de 2,49 milhões TEC em 2019 para 2,69 milhões TEC em 2020. Do total de carne produzida, 73,93% ou 7,63 milhões TEC tiveram como destino o mercado interno, enquanto 26,07% foram destinadas às exportações, o equivalente a 2,69 milhões TEC. Do total exportado, houve um aumento de 9,8% no volume de carne in natura, que passou de 2,04 milhão TEC em 2018 para 2,24 milhões TEC. Esse aumento ocorreu devido não somente ao número de países de destino, que passou de 154 para 157 países, mas também ao aumento do volume de carne destinada a mercados já consolidados, como a China, cujo volume exportado aumentou 127% entre 2019 e 2020.
Localização dos frigoríficos de bovinos com serviço de Inspeção Federal (SIF) ativos em 2020
Rebanho bovino do Brasil – milhões de cabeças
PRODUÇÃO
Dentre os principais estados produtores de carne, o Paraná vem ganhando destaque nacional no ano de 2021. O estado produziu 1,5 milhão de toneladas de carne no primeiro trimestre de 2021, quase um quarto das 6,5 milhões de toneladas produzidas nos primeiros três meses em todo o Brasil. Entre janeiro e março, foram abatidas 521,6 milhões de cabeças de bovinos, suínos e aves no Estado, 12,2 milhões de animais a mais que no mesmo período do no passado, mostram os dados divulgados nesta terça-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Enquanto o volume de carne reduziu no Brasil em relação ao primeiro trimestre de 2020, a produção paranaense cresceu 4,8% no período. Março foi o mês que liderou o abate, com a produção de 548,5 mil toneladas de carne de frango, suína e bovina, seguido do mês de janeiro (496,2 mil toneladas) e fevereiro (473,4 mil toneladas). O Estado mantém a liderança folgada na produção de frango, respondendo por um terço da nacional. Foram abatidas, no período, 518,7 milhões de aves, que somaram 1,2 milhão de toneladas de carne de frango. Foram 12 milhões de animais abatidos a mais e um crescimento de 4,9% na produção na comparação com primeiro trimestre de 2020.
O estado se destaca na produção bovina, suína e de frangos
Evolução do rebanho bovino brasileiro por região – milhões de cabeças
CONSUMO
A pandemia da Covid-19 provocou mudanças à mesa dos brasileiros, que cortaram o consumo de carne bovina para o menor nível em 25 anos, de acordo com dados do governo, que calcula a disponibilidade interna do produto subtraindo o volume exportado da produção nacional. Não bastasse a perda de renda da população, os preços de cortes bovinos dispararam, na esteira de valores recordes da arroba do boi gordo, limitando o consumo interno, enquanto a China importa como nunca, carnes do Brasil. Agora, cada brasileiro consome 26,4 quilos desta proteína ao ano, queda de quase 14% em relação a 2019 quando ainda não havia crise sanitária. Este é o menor nível desde 1996, início da série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Só nos primeiros quatro meses do ano, o consumo per capita de carne bovina caiu mais de 4% em relação a 2020
De acordo com o IBGE, o preço das carnes em geral subiu 35% no país nos 12 meses até abril, mais que cinco vezes o próprio IPCA no período.
Os brasileiros estão trocando a carne bovina por proteínas mais baratas. O consumo de carne caiu 5% no ano passado, para 36 kg por pessoa. É o menor nível desde 2008. Trata-se também do 4º ano seguido de queda. Com o aumento do preço da carne, o brasileiro está preferindo recorrer a fontes de proteína mais baratas, o consumo de ovos, por exemplo, (251 unidades per capita) saltou 9% em 2020, chegando ao maior nível em 20 anos, já o de frango subiu 7%, para 45 kg por pessoa.
Já o consumo de carne suína per capita aumenta no Brasil pelo segundo trimestre consecutivo, chegando a 17,58 kg nas projeções no trimestre (gráfico 1) e 17,58 kg na média semestral, lembrando que o consumo recorde foi atingido em 2020, com 16,9 kg. Ou seja, apesar de problemas de poder aquisitivo da população em geral e das restrições da pandemia de Covid-19, a carne suína tem se mostrado cada vez mais como uma opção para o consumidor brasileiro, que tem aumentado cada vez mais a presença da suína na mesa em 2021.
ABATES
Por outro lado, o abate de frangos e suínos seguiu a tendência de alta. Com aumento desde 2005, o abate de suínos cresceu 6,4% em 2020, totalizando 49,3 milhões de cabeças abatidas, o que representa um novo recorde. Desde 1997, início da série histórica, somente na passagem de 2003 para 2004 não houve crescimento da atividade. Houve alta em todos os meses no confronto de 2020 com 2019, sendo que a maior foi em junho (mais 568,3 mil cabeças). Já o abate de frangos cresceu 3,3% e chegou a 6 bilhões de cabeças, novo recorde da série histórica. Comparando os meses de 2020 e 2019, houve reduções em maio (menos 29 milhões de cabeças) e agosto (menos 177 mil cabeças). Entre as altas, destaque para março (mais 61,7 milhões de cabeças) e dezembro (mais 53,2 milhões de cabeças).
O aumento do preço da carne bovina fez o brasileiro migrar o consumo para frangos e suínos, acarretando o aumento da demanda e consequentemente o aumento do número de abates para suprir a demanda nacional.
EXPORTAÇÃO
Apesar de o país ser o maior produtor de bovinos do mundo, ao adicionarmos a produção de aves e de suínos, o país passa a ocupar a terceira posição mundial no mercado internacional, com uma produção que corresponde a 9,2%, em 2020, ou 29 milhões de toneladas, atrás da China e dos Estados Unidos. Mas em quantidade de carnes exportadas (bovina, suína e aves), em 2020, o Brasil passou a ocupar o segundo lugar, com 7,4 milhões de toneladas ou 13,4% do total mundial.
Entre 2000 e 2020, as exportações de carnes brasileiras renderam US$ 265 bilhões. Porém, ao se fazer o recorte sobre a carne bovina, o país, em 2020, foi o maior exportador de carnes do mundo, com 2,2 milhões de toneladas e 14,4% do mercado internacional. Em seguida, aparecem a Austrália, Estados Unidos e Índia. “
Já em setembro de 2021 a média diária de exportações de carne
bovina atingiu 12,4 mil toneladas, uma disparada de 83,1% em relação ao volume embarcado por dia, em setembro de 2020
CARNE DE FRANGO
A carne de frango é considerada importante alimento para o consumo interno e para as exportações. O Brasil possui o quarto maior rebanho de galináceos do mundo, com 5,6% do total em 2020, ou 1,5 bilhão de cabeças.
Destaque para os três maiores rebanhos: China (19,2%), Indonésia (14,7%) e Estados Unidos (7,5%). Os Estados Unidos, apesar de ter o terceiro maior rebanho de galináceos, quando se trata de produção da carne de frango, em 2020, lideraram com 16,7%, seguidos do Brasil com 11,8% (14 milhões de toneladas) e da China com 11,7% da produção mundial. Em 2020, o Brasil se tornou o maior exportador de carne de aves com 4,3 milhões de toneladas (20,9%) e em segundo lugar os Estados Unidos com 18,2% do volume total exportado. Em 2020, as exportações brasileiras de carne de aves renderam US$ 6,6 bilhões. Em relação aos últimos 20 anos, Estados Unidos e Brasil perderam participação. Ganharam importância Holanda, Tailândia e Polônia.
SUÍNOS
Com relação aos suínos, o Brasil, em 2020, alcançou a terceira posição mundial na produção, com 41 milhões de cabeças, ou seja, 4,4% do total. O destaque é a China com 41,1% do rebanho mundial, seguida dos Estados Unidos (8,4%). A China vem conseguindo superar a Peste Suína Africana e continua liderando a produção de suínos no mundo, mas o seu consumo destina-se principalmente ao mercado interno. Em relação às exportações de carne suína, em 2020, a Alemanha e os Estados Unidos lideraram com participações acima de 15% do total cada um. O Brasil foi o 7º lugar em 2020 e o 8º nas duas últimas décadas, com participação abaixo de 5%.
ANÁLISE INTERNA DO SETOR
5 FORÇAS DE PORTER
Entrantes Potenciais – Alta
Devido ao alto capital que deve ser imobilizado para a produção de carnes, em geral a barreira de entrada para esse mercado é vista como elevada, entretanto, para o varejo, a barreira de entrada do segmento é vista como intermediária.
Produtos Substitutos – Alta
Com raras exceções o produto não tende a ser atrelado à uma marca específica, com exceção do mercado de aves e processados, logo o valor da mercadoria tende a ser o principal fator no tocante à substituição de produtos, junto a qualidade e questões sanitárias.
Poder dos Fornecedores – Baixa
No que tange poder de barganha dos fornecedores, em geral o setor trabalha com valores de mercado, onde grandes redes tendem a conseguir negociar melhores margens do que pequenas redes.
Poder dos Compradores – Baixa
No que tange o cliente de ponta, o poder de barganha do mesmo não tende a ser muito elevado, já no que diz respeito aos lojistas, o poder de barganha pode ser analisado como intermediário e proporcional ao porte da empresa ou rede.
Rivalidade entre players – Alta
O mercado de carnes no Brasil é marcado tanto por grandes redes quanto por pequenos produtores e a luta por espaços tende a ser muito acirrada para todos.
OPORTUNIDADES
No tocante à oportunidades de mercado o mercado tanto de produção quanto de varejo de carnes, traz consigo excelentes oportunidades e cabe ao gestor estar atento e preparado para elas.
Mercado de exportação
O mercado de exportação de carnes no Brasil se mostra extremamente promissor, tendo como um dos principais destinos o mercado asiático, fazendo muito sentido para a produção nacional
Parcerias com o varejo
Uma parceria no viés institucional amarrando a produção ao contato com o cliente de ponta, pode ser extremamente benéfica para ambas as partes, trazendo previsibilidade na demanda e melhores margens para ambas as partes.
Carnes nobres
O mercado de carnes nobres se mostra como uma excelente oportunidade no que tange nicho de mercado no país, neste caso a empresa abriria mão de escala em alguns produtos selecionados e ganharia uma maior margem.
Comercialização de animais premiados
O mercado de comercialização de animais no país movimenta grandes cifras, em especial quando são tratados animais premiados, matrizes ou reprodutores.
AMEAÇAS
Não somente de oportunidades vive um negócio, e por esse motivo, cabe ao gestor estar atento também às ameaças que o mercado carrega, para que seja possível se prepara e se antecipar a eventuais problemas futuros.
Mercado exterior
Com relação a oscilações de mercado exterior, o mercado de carnes tende a ser extremamente sensível, por esse motivo cabe ao gestor estar atento e preparado para oscilações de mercado e flutuações cambiais.
Armazenagem dos produtos
O produto carne é altamente perecível, e o armazenamento desse produto deve seguir uma série de pré requisitos sanitários, para a garantia da qualidade do produto entregue ao consumidor final.
Logística e distribuição
Assim como o armazenamento, a logística e distribuição dos produtos podem gerar consequências onerosas ao negócio quando não forem executados de maneira assertiva.
Prevenção à doenças no rebanho
É de extrema importância, garantir a saúde do rebanho, prezando por pontos como vacinação e atendimento veterinário, esses gastos são de total importância no que tange a qualidade do produto final.
TENDÊNCIAS
Carne de origem vegetal
Uma forte tendência de mercado, alavancada pelo aumento do mercado vegano no país é a produção de produtos similares à carnes, porém de origem vegetal, é uma forma de se conectar à um novo público. Diversas empresas de grande porte já consolidadas no mercado trazem produtos vegetarianos e veganos como uma forma de diversificação do seu portfólio de produtos.
Tecnologia na produção
O uso de tecnologia para auxílio na produção, auxiliando na análise de indicadores e no aumento da qualidade do produto trazem ao setor um aumento exponencial na produção, auxiliando o atendimento de demanda do mercado nacional e do mercado exterior.
Inovação e tecnologia em embalagem
No que tange tendências, tecnologia e inovação, o mercado de carnes vem investindo bastante no desenvolvimento de embalagens para garantir ao produto um maior frescor, facilidade de visualização do produto e principalmente durabilidade,
Automação de processos em frigoríficos
A automação e otimização em processos chave dentro da produção de carnes no país, vem sendo cada vez mais necessária para frigoríficos no país, através da automação e do uso inclusive de robôs para a realização de alguns processos, as empresas conseguem aumentar a qualidade no produto final, além de um acréscimo na agilidade da produção e advindo dessa agilidade, uma economia que abarca o processo produtivo como um todo.
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