Análise Econômica – 06/23

PAINEL MENSAL

Julho de 2023

Por André Galhardo, economista-chefe da AE

SUMÁRIO EXECUTIVO 
Atividade econômica 
Indústria 
Serviços 
Varejo 
Agropecuária 
Mercado de trabalho 
Perspectivas 
Índice de preços 
Perspectivas 
Câmbio 
Perspectivas 
Contas públicas
Perspectivas
Política monetária
Perspectivas
Contas externas 
Perspectivas 
PONTOS DE ATENÇÃO E ALERTAS


SUMÁRIO EXECUTIVO 

  1. A China registrou 0% de inflação anualizada e dá indícios de uma desaceleração econômica à frente, com queda do consumo das famílias e perda de tração no mercado imobiliário.
  2. A inflação dos EUA desacelerou de 4% para 3% e o mercado de trabalho permanece resiliente em 3,6% de desocupados – aproximadamente 6 milhões de pessoas. Ainda há duas altas de juros no radar em 2023. 
  3. A atividade econômica brasileira se encontra em uma situação ambígua. Por um lado, temos setores como serviços e o agro registrando ótimos resultados. Por outro, vemos a indústria com menos pujança e o varejo com resultados negativos. 
  4. A décima estimativa da Conab para a safra de grãos 2022/23 repetiu o desempenho das últimas estimativas e mostrou uma safra recorde com mais de 40 milhões de toneladas acima da safra anterior. Isso deve garantir preços menores dos alimentos.
  5. Nessa linha, a primeira deflação de 2023 colocou o índice de preços ao consumidor em 12 meses em 3,16%, abaixo da meta de inflação. Com a safra recorde e a queda nos preços das commodities, a inflação de 2023 pode surpreender positivamente para baixo. 
  6. O mercado de trabalho encontrou um patamar confortável em torno dos 8% de pessoas desocupadas (8,9 milhões de pessoas). Ainda é um contingente elevado, mas já mostra que há espaço para gerar mais empregos com chance de não pressionar a inflação. 
  7. O câmbio parece ter encontrado um patamar confortável em torno de R$4,80. Há espaço para valorização do real, mas o ambiente externo ainda pode condicionar este movimento. 
  8. A maior parte do mercado espera com alguma apreensão que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza a Selic já na próxima reunião, nos dias 1 e 2 de agosto. Com a inflação claramente em trajetória de queda, há poucos argumentos para não começar o processo de flexibilização monetária. 
  9. O desempenho positivo da balança comercial brasileira, com um saldo forte, contribuiu para mudar a direção das contas externas brasileiras, que registraram superávit no mês de maio, após forte déficit em abril.

CONJUNTURA INTERNACIONAL

Vimos nessa virada de semestre a continuidade da emissão de sinais ambíguos com a perda de ritmo da China e a resiliência da economia norte-americana. Do lado da China, inclusive, o país já vive com inflação em 0%. 

O gigante asiático passará por novas reuniões de política monetária nas próximas semanas, e acreditamos que haverá novos estímulos adotados pelo Banco Popular da China para dinamizar a economia local. 

Enquanto isso, a economia norte-americana permanece resiliente. O payroll registrou aproximadamente 6 milhões de pessoas desocupadas no país. Com isso, o resultado oficial passou de 3,7% para 3,6%. 

Com isso e com a inflação ainda com alguma resiliência, podemos ver uma nova alta de juros nos EUA já na próxima reunião do Fomc, nos dias 25-26 de junho. E ainda há no radar o risco de mais um capítulo da crise no sistema bancário. 

O Bank of America teve cerca de US$100 bilhões em perdas não realizadas em títulos no final do primeiro trimestre deste ano. O mercado “puniu” o BofA se desfazendo de suas ações e reduzindo os preços – o que pode levar a um risco de liquidez de um dos maiores bancos do país. 

E do outro lado do Atlântico também há pontos de atenção importantes.

Os governos da zona euro têm de reforçar mais as medidas de contenção dos preços deste ano e do próximo de maneira a domar definitivamente a inflação, mesmo num quadro de recessão (que já se verifica ao nível da zona euro e de alguns países da região monetária, como a Alemanha, com tendência para piorar).

Por falar na Alemanha, a situação ainda não está tranquila por lá. O índice de preços ao consumidor alemão subiu 6,4% em junho. O núcleo da inflação, que exclui as variações de energia e alimentos, mostrou alta de 5,8% em junho, ante 5,4% em maio.

Na Inglaterra, a decisão do Banco da Inglaterra de aumentar sua taxa de juros em 0,5% na última reunião ainda não produziu os efeitos desejados na economia. 

Pronunciamentos como a recente declaração de Andrew Bailey, presidente do BoE, que jurou “ver o trabalho terminado” ao se referir ao combate à inflação, apenas contribuem para as expectativas de uma política monetária ainda mais restritiva e, por consequência, uma futura  valorização da libra esterlina. 

A determinação do Banco da Inglaterra em combater as pressões inflacionárias é ainda mais relevante quando se observa os novos dados da economia inglesa. O PIB do Reino Unido apresentou contração de 0,1% no mês de maio, o que posiciona o BoE em uma situação similar, se não pior, à do Banco Central Europeu.

ECONOMIA BRASILEIRA

Atividade econômica

A atividade econômica brasileira se encontra em uma situação ambígua. Por um lado, temos setores como serviços e o agro registrando ótimos resultados. Por outro, vemos a indústria com menos pujança e o varejo com resultados negativos.
Apesar de certa ambiguidade, acreditamos que a atividade econômica deve registrar desaceleração ou decrescer no mês de maio – o que veremos mais atentamente quando o IBC-Br for divulgado.

Atividade econômica

A produção industrial brasileira avançou 0,3% no em maio, de acordo com dados da  Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF). O resultado representa uma evolução de 1,9% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. 

Apesar da variação positiva, o setor acumula uma queda de -0,4% ao longo de 2023. Ao comparar com os níveis pré-pandemia (fevereiro de 2020), a indústria amarga uma queda ainda mais intensa, de 1,5%.

As atividades que possuíam o maior impacto no resultado geral da indústria em maio foram o coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (7,4%), máquinas e equipamentos (12,3%) e equipamentos de transporte (10,2%). Dentre as que tiveram um desempenho negativo no mês, pode-se citar principalmente produtos alimentícios (-2,6%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%).

Mesmo com a evolução dos níveis de atividade em maio, o PMI industrial apresentou um valor de 46,6 pontos em junho, uma queda 0,5 ponto em relação ao  mês anterior. O valor, porém, veio acima das expectativas do mercado, que projetava uma queda em torno de 1,5 ponto no período. Vale ressaltar que o patamar de 50,0 delimita os níveis de expansão e retração do setor. 

Os níveis de confiança da indústria (ICI), publicados pela FGV, por sua vez, subiram 1,1 ponto em junho, alcançando o valor de 94. De forma similar ao PMI, a confiança é considerada alta no setor quando ultrapassa os 100 pontos, o que não acontece desde agosto de 2022.

Apesar do resultado positivo em maio, demonstrado pela PIM-PF, outros indicadores, em especial o PMI, parecem indicar para uma redução da atividade industrial no próximo mês, enquanto os níveis de confiança demonstraram um pequeno progresso.

De maneira geral, a indústria vem demonstrando uma relativa estagnação ao longo do ano, sem apresentar quedas muito bruscas ou grandes explosões de crescimento. Os indicadores recentes do setor externo, que cada vez mais apontam para um cenário recessivo na economia internacional, devem apresentar mais desafios para uma retomada da atividade industrial, apesar das novas expectativas de redução das taxas de juros brasileiras nos próximos meses.

Serviços

Após a forte queda no mês anterior, o setor de serviços apresentou uma recuperação acima do esperado em maio, com crescimento de 0,9%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor real surpreende mais uma vez, agora de maneira positiva, uma vez que as projeções do mercado indicavam variação nula no setor.

Com o novo resultado, os serviços operam 11,5% acima do patamar pré-pandemia, cujo marco refere-se a fevereiro de 2020, e 2,0% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em dezembro do ano passado. No acumulado do ano, houve expansão de 4,8%, enquanto em 12 meses o avanço foi de 6,4%.

Das cinco atividades avaliadas pela pesquisa, quatro apresentaram crescimento durante o mês. O principal impacto veio do setor de transportes, que cresceu 2,2%, recuperando parte da perda de 4,3% registrada em abril. Outra atividade relevante foi a de serviços prestados às famílias, que havia crescido 1,0% no mês anterior, único setor que havia apresentado crescimento no período, e avançou mais 1,1% em maio.

Dentre os resultados regionais, houve expansão no volume de serviços em 24 unidades da Federação. Mato Grosso (22,5%),  Goiás (5,0%), Rio de Janeiro (3,4%), Minas Gerais (2,6%) e Rio Grande do Sul (2,0%) produziram os maiores impactos no setor.

Apesar do crescimento em maio, o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) aponta para outra retração no mês de junho. O indicador, produzido pela S&P Global, apresentou uma queda na última divulgação, variando de 54,1 para 53,3.

Varejo

A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) referente ao mês de maio trouxe resultados negativos e frustrou as expectativas de muitos analistas. O volume de vendas do comércio varejista em maio recuou 1,0%, frente a abril, na série com ajuste sazonal.

Quatro atividades recuaram e contribuíram mais fortemente para o desempenho de maio: Tecidos, vestuário e calçados (-3,3%), Hiper, supermercados, produtos  alimentícios, bebidas e fumo (-3,2%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,7%).  

Outras quatro atividades tiveram crescimento, mas não o suficiente para reverter  o desempenho do comércio varejista: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (1,7%), Combustíveis e lubrificantes (1,4%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,1%).

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas caiu 1,1% na série com ajuste sazonal. 

Foram responsáveis pelo resultado do varejo ampliado a queda da atividade de Material de Construção (-0,9%). Veículos e motos, partes e peças tiveram vendas 2,1% maiores que no mês de abril, mas ainda insuficiente para elevar o resultado.

Apesar do resultado de maio do comércio varejista, a confiança do setor segue melhorando. O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) subiu 6,9 pontos em junho para 94,2 pontos, registrando o maior valor desde outubro de 2022 (98,0 pontos). 

A alta do índice de confiança no mês de junho foi disseminada em todos os 6 segmentos mapeados e nos dois horizontes temporais. O Índice de Situação Atual, que mede a percepção dos varejistas com a situação atual da economia,subiu 8,8 pontos para 98,9 pontos.

O Índice de Expectativas, por sua vez, avançou 4,6 pontos, para 89,7 pontos. Tanto a avaliação da situação atual quanto das expectativas ambos registram o maior nível desde outubro de 2022 (102,3 e 93,8 pontos, respectivamente).

Agropecuária

Após a safra recorde divulgada pelo 9º Levantamento da Conab, o agronegócio brasileiro recebeu mais uma notícia favorável na forma do anúncio do novo Plano Safra 23/24, que também atingiu uma nova máxima histórica ao destinar R$364,2 bilhões para o financiamento da agricultura e pecuária empresarial no Brasil. O valor representa um aumento de 27% em relação ao Plano anterior, e é visto como uma tentativa de melhorar as relações do Governo Federal com o setor.

Seguindo o ritmo de novos recordes, também podem ser citadas as exportações do agronegócio que, com um valor de US$16,8 bilhões no mês de maio, superaram em 11,2% o valor do mesmo período no ano anterior. Este foi o maior valor registrado desde o início da série histórica em 1997, tanto para o mês individual quanto para o acumulado dos primeiros cinco meses do ano. Com os novos números, o setor exportador do agronegócio avança na economia brasileira, passando a representar 50,8% de todas as exportações nacionais.

Por último, vale mencionar os impactos do El Niño, que deve elevar as temperaturas médias no Brasil e no resto do continente já a partir do mês de julho. O fenômeno é conhecido por reduzir a produtividade da agricultura e causar aumentos nos preços das principais commodities, o que pode até mesmo causar impactos na inflação e as subsequentes políticas monetárias dos bancos centrais. Cientistas estimam que o El Niño de 2023 deve ser um dos mais intensos nos últimos 70 anos.

Mercado de trabalho

No mês de maio, o novo Caged indicou a criação de 155 mil novos postos de trabalho. Apesar do valor positivo, o número representa uma redução considerável quando comparado a maio de 2022, de 44,1%. O desempenho também indica um recuo em relação a abril, de 14,4%. No acumulado de 2023, foram criadas 855 mil vagas em empregos formais.

Ainda em contraste com o mês de abril, quando o salário médio de contratação aumentou, desta vez foi observado uma redução de R$18,26 nos valores pagos pelas novas vagas, que em média ofereceram R$2.004,57.

Mesmo com resultados inferiores ao mês anterior, a taxa de desocupação trimestral apresentou mais redução, de 0,2 p.p., para o nível de 8,3%. Em comparação a maio de 2022, a atual taxa representa uma queda de 1,5%.


Perspectivas

A divulgação dos dados do Caged e da PNAD de maio reforçaram um mercado de trabalho ainda aquecido no país. Contudo, apesar do aquecimento, o mercado já aponta para os primeiros sinais de desaceleração.

O combate à inflação promovido pelo Banco Central no país passa pela redução da demanda agregada através do aumento da taxa de juros. Contudo,  a queda nos juros pode voltar a estimular a atividade econômica.

Em alguma medida, o mercado de trabalho deve ser positivamente impactado pelo desempenho de setores mais tradicionais da economia brasileira, como o agronegócio, haja vista a supersafra no radar.

Índice de preços

Em junho de 2023, o Índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) registrou uma variação de -0,08%. O resultado veio um pouco abaixo das expectativas, que se mantinham em torno de -0,12%.

Com o novo número, o IPCA acumulado de doze meses sofreu mais uma queda, reduzindo de 3,94% para 3,16%, o menor número desde setembro de 2020. Este resultado também é particularmente relevante pois significa a primeira vez, desde o início da expansão inflacionária durante a pandemia, que o acumulado de doze meses ficou abaixo da meta de inflação do Banco Central, que atualmente situa-se em 3,25%.

O índice de difusão, por sua vez, que mede o volume de bens e serviços cujos preços apresentaram avanço no mês caiu para 50% no mês, reduzindo de 56% registrados no período anterior, para o menor valor desde maio de 2020. A nova queda demonstra que apenas metade dos bens e serviços pesquisados apresentou um aumento de preços.

Os núcleos do IPCA, que monitoram partes específicas das cestas de bens, também apresentaram queda em relação ao mês anterior. Dos nove grupos medidos, quatro indicaram redução de preços ao longo do mês.

Além do IPCA do mês anterior, os primeiros indicadores de junho começam a demonstrar uma manutenção da redução de preços também neste mês. A primeira prévia do IGP-M aponta para queda de -1,29%, enquanto o IPC-S da FIPE apresentou variação de -0,02% na primeira semana.


Perspectivas

Os principais componentes que contribuíram para a queda do IPCA em junho foram Alimentação e bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%), que contribuíram com -0,14 p.p. e -0,08 p.p, respectivamente.

Tais itens são impactados diretamente por preços das commodities e de combustíveis, além do dólar. Nesse sentido, observamos que a inflação deve continuar em trajetória de queda, em função desses itens, cuja participação é a maior no índice. 

Conforme apontamos no mês anterior, o movimento de valorização da moeda brasileira associado a uma queda contínua dos preços das commodities no mercado global, devem colaborar para distender o processo de desinflação pelo qual o país está atravessando.

Câmbio

O dólar à vista encerrou o mês de junho em baixa, cotado a R$4,7896 no mercado doméstico. O movimento reflete a tendência predominante de baixa da moeda americana no exterior e a repercussão positiva da decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de manter a meta de inflação em 3% para 2024, 2025 e 2026. 

A moeda americana encerrou o mês de junho com desvalorização de 5,59% – a maior queda mensal desde março de 2022. No primeiro semestre, o dólar recuou 9,29%, a maior baixa semestral em sete anos, desde o primeiro semestre de 2016 (-18,93%). 

Embora tenha liderado os ganhos entre os pares latino-americanos no mês, o real ainda apresenta desempenho inferior ao dos pesos colombiano e mexicano em 2023. 

A mudança da nota de crédito do Brasil de estável para positiva pela agência de classificação de risco S&P Global também contribuiu para a melhora na percepção de risco com o Brasil e no fortalecimento do Real.


Perspectivas

O índice DXY fechou o mês de junho abaixo dos 103 pontos. Após a surpresa com o resultado acima do esperado do PIB americano do primeiro trimestre, as apostas com a alta de juros por parte do Fed ainda no segundo semestre foram reforçadas.

Com o desempenho da economia americana até o momento, o diretor do Federal Reserve , Christopher Waller declarou que vê mais dois aumentos de 25 pontos-base na taxa de juros básica americana até o fim do ano como necessários para levar inflação à meta de 2%. 

Na atual conjuntura, o movimento deve contribuir para um dólar ainda mais fraco e, consequentemente, fortalecer a moeda brasileira – o que deve continuar favorecendo as importações. 

Contas públicas

Segundo as estatísticas do Banco Central, o setor público  consolidado, composto pelo governo federal, estaduais, e empresas públicas, apresentou um déficit primário de R$50,2 bilhões em maio de 2023. O valor é superior aos R$33 bilhões negativos observados no mesmo período de 2022, e vem após um superávit de R$20,3 bilhões em abril.

Neste mês, todos os grupos que compõem o consolidado apresentaram resultados negativos, com o governo central sendo responsável por um déficit de R$43,2 bilhões, seguido por R$6,8 bilhões dos governos estaduais. As empresas estatais, por sua vez, ficaram negativas em R$168 milhões.

Os juros nominais, somaram um gasto de R$69,1 bilhões no período, mais do dobro dos R$33,0 bilhões vistos em maio de 2022. Somando-se ao déficit primário, tem-se que o resultado nominal do setor público consolidado foi deficitário em R$119,2 bilhões.

Como consequência, a dívida líquida do setor público (DLSP) observou uma pequena elevação, atingindo o patamar de 57,8% do PIB, enquanto a dívida bruta do governo geral (DBGG) também apresentou evolução, passando de 73,5% para 73,6%.


Perspectivas

A continuidade da redução do processo inflacionário, caminhando para novas deflações, deve contribuir ainda mais com uma nova dinâmica para as contas públicas. Apesar da queda no volume de arrecadação provocado pela estabilidade nos preços, as contas públicas podem beneficiar-se de um crescimento mais agudo da economia brasileira em 2023, especialmente a partir do último trimestre.

Política monetária

O estoque das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) somou R$5,4 trilhões no mês de maio, o que representa um crescimento mensal de 0,3%. Tal resultado foi consequência principalmente do aumento de 0,5% no estoque de crédito para pessoas físicas, enquanto aquele destinado à pessoas jurídicas se manteve estável no período.

Quando comparado a maio de 2022, observa-se um aumento de 10,4%, apesar do valor representar uma desaceleração, uma vez que o aumento de doze meses anterior (leia-se abril de 2022 para 2023) havia sido de 11,3%.

As concessões nominais de crédito, por sua vez, foram de R$503,3 bilhões. Nas séries sazonalmente ajustadas, o valor representa um aumento de 1,5% no mês, resultado do aumento de 4,2% nas operações pactuadas com empresas, enquanto as com famílias caíram em 0,5%. No agregado de doze meses, as concessões nominais aumentaram 10,5%, com elevações de 14,0% e 6,3% nas contratações com pessoas físicas e jurídicas, respectivamente.

A taxa de juros para novas contratações atingiu um valor de 32,5% em maio, o que representa um aumento de 0,4 p.p. no mês e de 4,7 p.p. em doze meses. O spread bancário, por sua vez, atingiu 22,3 p.p., com alta mensal de 0,5 p.p. e de 4,8 p.p. comparativamente a maio de 2022.


Perspectivas

Chegamos em um momento em que é inconcebível manter a taxa básica de juros no atual patamar. A inflação já desacelerou de tal modo que já dá indícios de que está controlada. Os juros altos podem reduzir a demanda agregada, mas isso também tem reflexo sobre a atividade econômica. Nesse sentido, esperamos por uma queda da Selic ainda em agosto.

Contas externas

Após um déficit de US$1,7 bilhão em abril, o mês de maio entregou um superávit de US$649 milhões. O valor se destaca por divergir consideravelmente do resultado de 2022, quando as contas externas do Brasil mostraram-se negativas em US$4,6 bilhões. 

No resultado do mês, pode ser destacado a elevação de US$6,4 bilhões no superávit comercial, apesar de o déficit em renda primária também ter aumentado em US$1,1 bilhão. A balança comercial de bens, em particular, registrou o maior superávit da série histórica, US$9,7 bilhões, ante saldo positivo de US$3,4 bilhões em maio de 2022. As exportações de bens também obtiveram um valor recorde, somando US$33,3 bilhões, incremento de 11,2% na comparação entre anos.

No período, o volume de investimento produtivo no país (IDP) foi de US$5,4 bilhões, ante US$4,0 bilhões em maio de 2022, com entrada de US$4,9 bilhões em participação no capital e de US$438 milhões em operações intercompanhia. 

No acumulado de doze meses, o IDP totalizou US$83,4 bilhões (4,21% do PIB). As reservas internacionais, por sua vez, recuaram para US$343,5 bilhões, uma redução de US$2,2 bilhões em relação a abril.


Perspectivas

A desaceleração da economia chinesa continua no radar e deve ser associada a uma redução do ritmo de atividade na Europa e nos Estados Unidos. Esse movimento pode trazer uma queda mais acentuada das exportações brasileiras no segundo semestre.

Por ora, esse movimento ainda parece longe de se materializar, mas deve se concretizar. O atual desempenho do balanço de pagamentos deve permanecer até que mudanças mais expressivas sejam vistas. 

O Brasil tem batido sucessivos recordes de superávit comercial com aumento das exportações de produtos agrícolas e petróleo, mas essa dinâmica pode estar em risco com uma crise global em potencial.

PONTOS DE ATENÇÃO E ALERTAS

  1. A inflação vinda da Zona do Euro ainda não aliviou. Alemanha e outras potências regionais também estão mal. Recessão está cada vez mais próxima. 
  2. A China permanece em tendência de desaceleração, deve reduzir seus juros para estimular a economia.
  3. No Brasil, os dados são ambíguos mas, no geral, a atividade econômica parece apontar para crescimento.
  4. Com a deflação de junho, não há outra possibilidade, senão a redução dos juros.

T A B E L A D E P R O J E Ç Õ E S

2019

2020

2021

2022

2023*

2024*

ATIVIDADE, INFLAÇÃO E JUROS

PIB (%)

1,2

-4,1

4,6

2,9

3,0

1,9

Produção industrial IBGE (%)

-0,7

-3,5

3,9

1,0

0,0

1,9

Venda do comércio varejista restrito (%)

1,9

1,2

1,4

1,0

2,3

1,3

Taxa de desemprego – fim do período (%)

11,1

14,2

12,0

7,9

8,0

7,2

IPCA (%)

4,3

4,5

10,1

5,8

4,95

3,89

IGP-M (%)

7,3

23,1

17,8

5,5

-3,6

7,8

Taxa Selic – fim do período (%)

4,5

2,0

9,3

13,8

12,3

9,5

SETOR EXTERNO E CÂMBIO

Balança comercial (US$ bilhões) Bacen

26,5

32,4

36,2

61,5

77,3

55,0

Exportações (US$ bilhões)

226

211

284

334

362

350

Importações (US$ bilhões)

199

178

248

273

285

295

Corrente de comércio – (% PIB)

22,7

26,3

32,2

33,2

20

25

Saldo da conta corrente (US$ bilhões)

-65,0

-24,0

-28,1

-56,0

-49,9

-42,0

Saldo da conta corrente (% PIB)

-3,5

-1,7

-1,7

-2,9

-2,2

-2,0

Investimento direto no país (US$ bilhões)

69,0

38,0

46,0

90,6

89,4

102,0

Taxa de câmbio – fim do período (BRL/USD)

4,0

5,2

5,6

5,3

4,80

4,50

Taxa de câmbio – média anual (BRL/USD)

3,9

5,2

5,4

5,1

4,90

4,70

Taxa de câmbio – fim do período (BRL/EUR)

4,5

6,3

6,3

5,7

5,20

5,00

Reservas internacionais (US$ bilhões)

357

336

362

325

360

380

Rating soberano Moody’s

Ba2

Ba2

Ba2

Ba2

Rating soberano S&P

BB-

BB-

BB-

BB-

BB+

BB+

FISCAL

Resultado primário do setor público consolidado (R$ bilhões)

-61,9

-703

64,7

126,0

-50,0

0,0

Resultado primário do setor público consolidado (% PIB)

-0,8

-9,4

0,7

1,3

-0,5

0,0

Resultado nominal do setor público consolidado (% PIB)

-5,8

-13,6

-4,4

-4,6

-5,4

-3,7

Dívida bruta do governo geral (% PIB)

74,4

88,6

80,3

72,9

76,2

78,7

Dívida líquida do setor público (% PIB)

54,7

62,6

57,3

57,1

57,2

59,4

CRÉDITO

Crédito geral (cresc. % a.a.)

6,5

15,6

16,5

14,0

9,3

12,0

Crédito livre total (cresc. % a.a.)

14,0

15,0

20,7

14,1

6,5

14,0

*Projeção da Análise Econômica.

Equipe Análise Econômica

Economista-chefe

André Galhardo Fernandes (galhardo@analiseeconomica.com.br)

Equipe técnica

Franklin Lacerda (lacerda@anaiseeconomica.com.br)

André Prado (prado@analiseeconomica.com.br)

Disclaimer

O Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Análise Econômica é o responsável pela elaboração deste Painel Mensal. Todos os dados ou as análises aqui presentes são rigorosamente apurados e refletem nossa posição no momento da publicação deste relatório. O objetivo de nossas análises é informar aos nossos clientes acerca dos acontecimentos e movimentos na economia brasileira ao longo da semana que impactem no cenário de médio e longo prazo. A Análise Econômica não se responsabiliza por quaisquer atos ou decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por nossas publicações e projeções. Assim, reforçamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo a Análise Econômica de todas as ações decorrentes do uso desse material. Este Painel não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º da Instrução CVM n.º 598, de 3 de maio de 2018. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização da Análise Econômica com a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e da Análise Econômica).

RAY MARKET SOUND

Equipe Ray Market Sound
rms@rayconsulting.com.br

Café – Q2/23

ANÁLISE SETORIAL

PANORAMA MUNDO

A produção mundial de café da safra 2021/22 foi de 167,1 milhões de sacas de 60kg, com o Brasil liderando com 34,8%, seguido pelo Vietnã (18,9%), Colômbia (7,8%) e Indonésia (6,3%). A previsão é de que a safra 2022/23 alcance 175,0 milhões de sacas, um aumento de 4,7%, impulsionado principalmente pelo Brasil, que deverá produzir 6,2 milhões de sacas a mais devido à bienalidade positiva do arábica e às condições climáticas favoráveis nas regiões do conilon.

O Vietnã é o segundo maior produtor de café e projeta uma queda na produção da safra 2022/23. A Colômbia aparece em terceiro lugar na produção, mas espera-se uma redução de 11,9% devido ao excesso de chuvas, segundo a Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o consumo global está previsto em 167,9 milhões de sacas de 60 kg, um aumento de 0,5% em relação à safra anterior. Embora esteja estabelecendo um novo recorde, existe a preocupação de que a inflação elevada possa afetar o consumo de café em importantes polos consumidores.

Estima-se que o estoque global de café seja de 34,1 milhões de sacas de 60 kg no final da safra 2022/23, um aumento de 4,8% em relação à safra anterior, mas ainda 3% abaixo da média das cinco temporadas anteriores. A restrição no estoque global de café, após duas safras limitadas por adversidades climáticas em países como Brasil, Colômbia e Vietnã, ainda é uma preocupação para o mercado em relação à oferta e influencia a sustentação dos preços.

No mês de dezembro de 2022, na Bolsa de Nova Iorque, o valor médio do café arábica atingiu 165,45 centavos de dólar por libra-peso, representando uma queda de 25,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o café robusta apresentou um valor médio de US$87,11 centavos de dólar por libra-peso, correspondendo a uma queda de 20,2% quando comparado a dezembro de 2021. O enfraquecimento dos preços do café ganhou maior força a partir de outubro de 2022, impulsionado pela preocupação com o consumo, ampliação sazonal da colheita no Vietnã e Colômbia, além das perspectivas mais favoráveis para a safra de 2023 no Brasil devido às condições climáticas.

Preço do Café nas Bolsas de Nova Iorque (Arábica) e Londres (Robusta)

Considerando o cenário apresentado, espera-se que haja uma recuperação nos estoques em 2023, mas em um ritmo insuficiente para uma queda significativa nos preços do café.

Fonte: Conab e BNB

INDICE

1. ANÁLISE SETORIAL

Panorama Mundo

Panorama Brasil
Produção por Estado
Fusões e Aquisições
Análises dos Players
Perfil de Consumo
Subnichos
Covid X Setor
Importação e Exportação
Empresas por Região e Faturamento
2. ANÁLISE INTERNA DO SETOR
5 Forças de Porter
Oportunidades
Ameaças
3. TENDÊNCIAS

PANORAMA BRASIL

No Brasil, existem mais de 264 mil fazendas de cultivo de café, além de 1.050 instalações de processamento e 826 empresas especializadas na distribuição do produto. Essa indústria é fundamental para a geração de empregos e renda, empregando por volta de 585 mil pessoas em todo o Brasil. O Sudeste, com 89,6%, é a região que mais gera emprego na atividade agrícola do café, liderada pelo estado de Minas Gerais, com quase 388 mil trabalhadores. São Paulo, em terceiro lugar, ocupa 39,4 mil pessoas. Pequenas propriedades (agricultura familiar) são as que mais empregam, com 56% do total.

O faturamento desse setor em 2022 é estimado em R$23,5 bilhões, representando um aumento de 54,6% em relação ao ano anterior, que foi de R$15,2 bilhões. Esse crescimento pode ser atribuído à valorização do preço da matéria-prima em mais de 120%, o que afetou significativamente o custo da indústria e resultou no repasse de parte desse aumento ao varejo.

De acordo com o 4º Levantamento da Safra de Café 2022, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção cafeeira do Brasil encerrou a safra de 2022, ano de bienalidade positiva, com um total de 50,92 milhões de sacas de café beneficiado, apresentando um aumento de 6,7% em relação à safra de 2021. No entanto, em comparação com a safra de 2020, que também teve bienalidade positiva, houve uma redução de 19,3% ou 12,1 milhões de toneladas, justificada por condições climáticas desfavoráveis, como déficit hídrico e geadas durante o ciclo da cultura no país.

Conforme o 1º Levantamento da Safra de Café 2023, a primeira estimativa para a produção de café no próximo ano é de 54,94 milhões de sacas de café beneficiado. Apesar da bienalidade negativa, a previsão inicial indica um aumento de 7,9% em relação à colheita de 2022.

Em 2022, a área destinada à cafeicultura no Brasil foi de 2,2 milhões de hectares, sendo 1,8 milhão para lavouras em produção e 400,6 mil em formação. Houve um aumento de 1,8% na área de produção em comparação com a safra de 2021 e um aumento de 0,6% na área total cultivada. Já em 2023, a área destinada à cafeicultura no país aumentou para 2,26 milhões de hectares, um crescimento de 0,8% em relação ao ano anterior. Dessa área, 1,9 milhão de hectares são destinados a lavouras em produção, e 355,5 mil estão em formação.

Durante os ciclos de bienalidade negativa, os produtores costumam realizar tratos culturais mais intensos nas lavouras, que só entrarão em produção nos próximos anos. Nas últimas safras, a estabilidade do setor no Brasil tem sido equilibrada pelo aumento da produtividade, evidenciado pela mudança tecnológica verificada na produção cafeeira do país.

PRODUÇÃO POR ESTADO

MINAS GERAIS – A produção estimada é de 27.491,9 mil sacas, representando um aumento de 25,2% em relação à safra anterior. O crescimento é explicado pelo aumento da área e pelas condições climáticas mais favoráveis.

ESPÍRITO SANTO – A produção estimada é de 14.553 mil sacas, com uma expectativa de redução de 13% causada pelo longo período de estiagem, baixas temperaturas e ano de baixa bienalidade, principalmente para o arábica. A produção de conilon está estimada em 11.460 mil sacas, com uma redução de 7,3%, enquanto a produção de arábica deverá ser de 3.093 mil sacas, 29,1% abaixo do volume colhido na última safra.

SÃO PAULO – A produção esperada de arábica é de 4.723 mil sacas, um crescimento de 7,7% em relação ao resultado obtido em 2022. Esse aumento se deve à recuperação da produtividade após as condições climáticas adversas das últimas safras.

BAHIA – A produção total esperada é de 3.624 mil sacas, com um crescimento previsto em 0,6%. A produção de arábica é de 1.231 mil sacas, enquanto a produção de conilon é de 2.393 mil sacas.
RONDÔNIA – A produção de café conilon é de 2.943,5 mil sacas, um acréscimo de 5,1% em comparação à safra passada. Esse resultado se deve à expectativa de aumento na produtividade, à entrada de novas áreas em produção e ao melhor manejo das culturas.

Comparativo de Área em Produção, Produtividade e Produção de Café Total no Brasil

Fonte: Conab, ABIC e FIESP

Fusões e Aquisições

A Nestlé adquiriu a marca Seattle’s Best Coffee da Starbucks, como parte de sua estratégia para impulsionar o crescimento sustentado na categoria de café. Além dos cafés Starbucks distribuídos pela Nestlé sob a Global Coffee Alliance, o Seattle’s Best Coffee se junta à lista de marcas de café amadas da Nestlé nos EUA, incluindo Nescafé, Napresso e Blue Bottle.

“Nossa parceria com a Starbucks confirmou a posição de liderança da Nestlé no dinâmico e crescente mercado global de café”, disse David Rennie, chefe da Nestlé Coffee Brands. “Com a conhecida marca Best Coffee de Seattle, continuaremos a construir nossa liderança no café, oferecendo aos consumidores mais opções para o café do dia a dia.”

Desde que formaram a Global Coffee Alliance em 2018, a Nestlé e a Starbucks trouxeram uma ampla gama de produtos de café premium para novos mercados em um ritmo acelerado. Hoje, a Nestlé distribui produtos de consumo da Starbucks e bebidas de serviço de alimentação em mais de 80 mercados fora das lojas de varejo da Starbucks sob a Global Coffee Alliance. As vendas globais totais de produtos Starbucks distribuídos pela Nestlé em 2021 atingiram CHF 3,1 bilhões.

Outro destaque para o setor é o caso da Camil. Ela entrou no mercado de café em 2021, realizando um investimento de R$63 milhões na Café Bom Dia e Agrocoffee e adquirindo a marca Seleto, que pertencia à JDE Brasil. Essa operação faz parte da estratégia de diversificação do portfólio de produtos da Camil, que até então era composto por marcas de grãos, pescados e açúcar. Em 2022, a empresa relançou o Café União, consolidando sua entrada no segmento de cafés.

Fonte: Fusões&Aquisições

Top Players do Setor

  • TRES CORAÇÕES ALIMENTOS S.A.

O Grupo 3Corações é líder nacional no segmento de café torrado e moído, pioneiro e líder de mercado há mais de 20 anos, com o Cappuccino 3 Corações, e líder nas Regiões Norte e Nordeste com o café Santa Clara.

Faturamento: R$3,9B

 

  • JACOBS DOUWE EGBERTS BR COMERCIALIZAÇÃO DE CAFÉS LTDA.

É a maior empresa especializada em cafés e chás do mundo. Seus produtos estão presentes em mais de 100 países ao redor do mundo, por meio de marcas como Jacobs, Tassimo, Moccona, Senseo, L’OR, Douwe Egberts, Super, Kenco, Pilão e Gevalia.

Faturamento: R$412,6M

 

  • MELITTA DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA

Atualmente está presente em diversos países, com grande variedade de produtos e atuando em segmentos residenciais e corporativos.

Faturamento: R$632,9M

 

  • SAO BRAZ S/A INDUSTRIA E COMERCIO DE ALIMENTOS

Uma das principais indústrias de alimentos da região Nordeste do Brasil, a São Braz está entre as seis maiores torrefações de café do País.

Faturamento:R$ 632,9M

 

  • COOPERATIVA REGIONAL DE CAFEICULTORES EM GUAXUPE LTDA COOXUPE

É o maior produtor de café do País, sendo que cerca de 20% de sua safra vem dos mais de 15 mil produtores da cooperativa, distribuídos em mais de 200 municípios.

Faturamento: R$2,5B

PERFIL DE CONSUMO

O consumo aparente estimado de café no Brasil avançou 13% entre a média de 2008-2011 e 2018-2021, de 18,7 milhões de sacas de 60 kg para 21,2 milhões de sacas. Nesse mesmo período, os dados do IBGE demonstram que o crescimento da população brasileira foi de 9,8%, ou seja, o consumo de produtos do café cresceu acima da taxa da população do país. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018 (IBGE-POF), o café é o item com maior frequência de consumo no País, com 78,1%, seguido por arroz (76,1%), feijão (60,0%) e pão de sal (50,9%). É um item essencial da mesa do brasileiro.

O consumo diário de café no Brasil é, em média, de 3,8 xícaras, mas há variações regionais significativas. Mato Grosso é o estado com maior consumo, com uma média de 7,1 xícaras por dia, seguido por São Paulo com 4,4 xícaras. Santa Catarina e Espírito Santo estão em terceiro lugar, com uma média de 4,3 xícaras diárias. Sergipe é o estado com menor consumo, com média de 2,7 xícaras por dia.
Os maiores consumidores de café também são os que mais gastam com a bebida. Moradores do Mato Grosso são os que mais gastam com uma média de R$93,7 por mês, seguidos pelos os do Mato Grosso do Sul (R$88,1), Paraná (R$85,9) e Rio de Janeiro (R$82,4). Os estados que menos gastam com café mensalmente são Pará (R$52,7), Sergipe (R$50,4) e Distrito Federal (R$32,4).

Além disso, o consumo de café no Brasil pode ser analisado de acordo com o estado civil e o número de filhos. Os consumidores casados são os que mais bebem café, com média de 2,6 xícaras por dia, seguidos pelos viúvos com 2,4 xícaras. Divorciados e solteiros são os que menos consomem, com uma média de 1,6 xícaras diárias. Em relação ao número de filhos, pais com um filho tendem a consumir menos (2 xícaras), enquanto aqueles com três ou mais filhos consomem mais (3 xícaras). Homens têm uma tendência maior de aumentar o consumo conforme o número de filhos aumenta (4,3 xícaras por dia para três filhos). Já para mães solteiras, a média é de 2,3 xícaras por dia, e para pais solteiros, é de 1,75 xícaras.

Quanto aos locais de compra, a maioria dos consumidores adquire café no supermercado e em relação ao tipo de café, o moído é o tipo mais consumido.

Fonte: ABIC e FIESP

SUBNICHOS

Arábica X Robusta (Conilon)
Comparativo da safra de 2022 com a anterior:

Conilon:

Arábica:

Em 2022, das lavouras em produção, estima-se que 1,5 milhão de hectares foram dedicados ao café arábica e 389 mil hectares ao café conilon.

Para o café arábica, as estimativas iniciais da Conab apontam para uma retomada de produção em Minas Gerais, principal estado cafeicultor do país, o que impacta positivamente sobre a perspectiva nacional, mesmo com os efeitos da bienalidade negativa sobre muitas das regiões produtoras. De maneira geral, há um aumento na área total do país em produção em relação ao ciclo passado, bem como uma estimativa de incremento na produtividade média, impulsionado, particularmente, pelos rendimentos médios esperados em Minas Gerais, São Paulo e Paraná, assim, a expectativa de produção neste primeiro levantamento é de 37,43 milhões de sacas de café arábica beneficiado, sendo 14,4% superior ao volume obtido em 2022.

Quanto ao café conilon, depois de uma safra recorde em 2022, a perspectiva para a temporada atual sinaliza uma certa redução no potencial produtivo, particularmente em razão de intercorrências climáticas registradas no Espírito Santo, principal estado produtor da espécie, o que impactou fortemente as lavouras em fases iniciais do ciclo. Mesmo com o aumento na área em produção, a estimativa para o rendimento médio deve sofrer um decréscimo em relação à safra anterior. Isso impacta, consequentemente, na perspectiva de produção total, que está avaliada, nesse primeiro levantamento, em 17,51 milhões de sacas de café conilon beneficiado, 3,8% menor que o volume nacional obtido na safra passada.

Em outros estados, o Boletim anuncia uma produção esperada em São Paulo de 4,72 milhões de sacas da espécie arábica, representando crescimento de 7,7% em comparação ao resultado obtido em 2022. Na Bahia, o crescimento previsto é de 0,6% na produção total, com 3,62 milhões de sacas em todo o estado, sendo 1,23 milhão de sacas de arábica e 2,39 milhões de sacas de conilon. Em Rondônia, a produção deve chegar em 2,94 milhões de sacas de conilon, acréscimo de 5,1% em comparação à safra passada. No Paraná, onde o cultivo é unicamente de café arábica, há previsão de crescimento de 47,2% na produtividade, com produção chegando a 733 mil sacas. No Rio de Janeiro, a produção estimada em 259,6 mil sacas de café arábica reflete redução de 11,8% em relação à safra passada.

Fonte: Conab

COVID X SETOR

Apesar da pandemia da Covid-19 ter afetado as vendas de café em cafeterias e restaurantes, o consumo de café em casa aumentou significativamente no Brasil. De acordo com a ABIC, o mercado de café no país continua a crescer acima da média mundial e, em 2021, 45,3% das 21,5 milhões de sacas produzidas foram consumidas no mercado interno. Esse movimento foi benéfico para as redes de varejo, responsáveis por 84% das vendas.

No entanto, as mudanças no comportamento do consumo de café também foram observadas em outros países, como nos Estados Unidos, onde há uma maior demanda pelo produto, especialmente quando as pessoas estão em casa. Segundo o National Coffee Data Trends Report 2022, 419 milhões de norte-americanos consomem café diariamente, com preferência pelo tradicional coado (40%) e cápsulas (24%).

Apesar dos desafios causados pela pandemia, o consumo de café continua a crescer e evoluir, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, com novos perfis de consumo surgindo e ampliando as possibilidades de mercado para os produtores e varejistas.

IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO

O Brasil exportou, em 2022, 39,8 milhões de sacas de 60 quilos de café, representando uma queda de 6,3% em relação ao ano anterior. Essa queda na exportação, de acordo com o Boletim, resulta do declínio da taxa de câmbio no Brasil e da redução da oferta interna no período. Com o real mais forte em relação ao dólar em 2022, o interesse pela exportação de café perdeu força na comparação com o ano anterior.
A produção de café no Brasil foi prejudicada pelos efeitos climáticos, como o tempo seco sob influência do fenômeno La Niña e as geadas ocorridas no inverno de 2021, que impactaram negativamente na produção de 2022. A restrição dos estoques, influenciada pelas adversidades climáticas que limitaram a produção do café arábica em 2021 e 2022, inibiu a exportação de café em 2022.

Apesar da queda na quantidade exportada, o preço elevado do café no exterior permitiu que a exportação do produto alcançasse US$9,2 bilhões em 2022, correspondendo a um aumento de 45% em comparação com o valor observado em 2021. O café brasileiro foi comercializado em 145 países, sendo os principais destinos os Estados Unidos e Alemanha, com 20,2% e 18,2%, respectivamente, seguidos por Itália, Bélgica e Japão. Em termos de valores, a exportação de café atingiu em 2022 o maior valor já registrado na série histórica do produto.

Dois portos concentraram 93,2% dos embarques do café brasileiro para o exterior em 2022, com participação de 80,5% do porto de Santos e 12,7% do porto do Rio de Janeiro.

Exportação Brasileira de Café – em quantidade

Exportação Brasileira de Café – em valor

Quanto à importação, em 2021 o Brasil adquiriu US$70 milhões em café do exterior, se tornando o 56º maior importador de café do mundo. No mesmo ano, o café foi o 359º produto mais importado do país. Ele importa principalmente da Suíça (US$46,6 milhões), Reino Unido (US$4,01 milhões), Itália (US$3,73 milhões), França (US$3,43 milhões) e Alemanha (US$2,28 milhões). Os mercados de importação de café que mais cresceram para o Brasil entre 2020 e 2021 foram Suíça (US$11,9 milhões), Uruguai (US$1,87 milhões) e Reino Unido (US$1,15 milhões).

O Brasil importa café para abastecer o mercado interno e atender à demanda por tipos específicos que não são produzidos no país ou que não são produzidos em quantidades suficientes.

Fonte: Conab, OEC

EMPRESAS POR REGIÃO E FATURAMENTO

Valor bruto de empresas: 26.840
Empresas na região Norte: 135
Empresas na região Nordeste: 415 (sendo 325 na Bahia)
Empresas na região Centro-Oeste: 209
Empresas na região Sudeste: 25.808 (sendo 23.898 em São Paulo e 1.631 em Minas Gerais)
Empresas na região Sul: 273
Microempresas: 25.409
Pequenas empresas: 1.251
Médias empresas: 164
Grandes empresas: 14

ANÁLISE INTERNA DO SETOR

5 FORÇAS DE PORTER

ALTA

O mercado de café é altamente competitivo, com várias empresas atuando em diferentes segmentos do mercado competindo pela atenção dos consumidores. Desde as grandes marcas de café até as empresas menores, a concorrência é intensa. O produto tende a apresentar uma baixa margem, e os players de mercado por consequência disputam desde o espaço nas prateleiras de mercado até as melhores oportunidades de divulgação e propaganda da marca.

BAIXA

A entrada no mercado de café exige um investimento significativo em equipamentos, espaço e pessoal. Além disso, as empresas estabelecidas têm vantagens em termos de economias de escala e marcas consolidadas, tornando difícil a entrada de novos concorrentes. É um setor que demanda um alto capital investido, desde o que tange tamanho do terreno, até por menores relacionados a pesticidas, irrigação e controle de qualidade.

MÉDIA

Embora o café seja uma bebida única, existem muitas alternativas, como chá, refrigerantes e outras bebidas quentes e frias. Isso significa que os consumidores têm opções, o que aumenta a ameaça de produtos substitutos. Mesmo assim, o café tem um sabor e aroma muito específicos, o que o torna único e dificulta a substituição completa.

BAIXO

Os principais fornecedores de café são os produtores, que têm um papel fundamental no abastecimento do mercado. No entanto, no que tange fornecimento para esse setor, em geral, os principais insumos são tabelados à um valor definido pelo mercado, impossibilitando assim o poder de barganha dos fornecedores, entretanto, esse poder de barganha sobe na proporção inversa do porte do cliente, quanto maior o cliente menor o poder de barganha.

BAIXA

Os compradores de café são variados, desde os consumidores finais até empresas que compram grandes quantidades de café. No entanto, o café é considerado um item alimentício básico, o que impede uma variação grande de preço, além de ser um produto relativamente barato, o que limita o poder de barganha dos compradores, tanto para o lojista quanto para o consumidor de ponta.

OPORTUNIDADES

Diversificação de produtos:

A diversificação de produtos pode oferecer novas oportunidades de crescimento, como a produção de cafés especiais, cafés orgânicos e cafés de origem única.

Adoção de práticas sustentáveis

Os consumidores estão cada vez mais preocupados com o impacto ambiental e social dos produtos que consomem, então, o café produzido de forma sustentável e com práticas agrícolas responsáveis pode ser uma oportunidade para produtores que buscam diferenciação e valorização do produto no mercado.

Exportação

O mercado de café brasileiro, traz ao empreendedor a possibilidade de expandir o seu mercado para além do mercado nacional.

Produtos gourmet

É uma forma de diferenciar sua marca das demais do mercado, traz um viés mais premium. Esse novo nicho de mercado traz consigo melhores margens, em contrapartida uma menor escala.

AMEAÇAS

Problemas inerentes à plantação e Mudanças climáticas

A produção de café pode ser afetada por eventos climáticos extremos, como secas e tempestades, o que pode afetar a oferta e os preços do produto. Além disso, problemas como pragas e irrigação são inerentes à produção de café. Por isso, crises hídricas ou problemas relacionados ao uso de pesticidas podem ser eventuais dificuldades enfrentadas pelo gestor na plantação do produto.

Concorrência acirrada

A concorrência é intensa no mercado de café, o que pode afetar a rentabilidade das empresas e a fidelidade dos consumidores.

Diferenciação do produto frente ao mercado

Uma das principais dificuldades enfrentadas pelo gestor na produção de café é trazer a percepção de diferenciação do produto ao público de ponta. O preço e a qualidade do produto são os principais indicadores que podem fazer com que ele seja preterido em relação a um concorrente.

Estocagem de produtos

No setor de produção de café, a estocagem dos produtos é uma questão dolorosa devido tanto ao capital imobilizado quanto ao risco de perda da mercadoria.

Oscilações no mercado internacional

A oscilação no mercado internacional pode trazer grandes problemas para a gestão do negócio do café, que é atualmente vendido como commodity e é um dos principais itens de exportação do Brasil.

Como contornar as ameaças

Problemas inerentes à plantação e Mudanças climáticas:
Para contornar essas ameaças, as empresas de café podem investir em tecnologias avançadas para assegurar a produção de café e controlar pragas e doenças; adotar práticas agrícolas sustentáveis, como o uso de técnicas de irrigação eficientes e a conservação do solo; e/ou desenvolver variedades híbridas de café que sejam mais resistentes.

Concorrência acirrada:
Para contornar essa ameaça, as empresas de café podem investir em ideias inovadoras e equipamentos modernos para atrair novos consumidores; desenvolver estratégias de marketing que ressaltam suas vantagens em relação aos concorrentes, a fim de se destacar no mercado; acompanhar as mudanças no perfil do consumidor e se reinventar constantemente para atender às suas necessidades.

Diferenciação do produto frente ao mercado:

Para contornar essa ameaça, as empresas de café podem adotar estratégias de diferenciação para tornar o produto único no mercado e produzir café diferenciado e especial para atender aos consumidores mais exigentes.

Estocagem de produtos:
Para contornar essa ameaça, as empresas de café podem armazenar adequadamente o café, monitorando constantemente as condições de armazenamento, como temperatura e umidade, para garantir a qualidade do produto.

Oscilações no mercado internacional:

Para contornar essa ameaça, as empresas de café podem diversificar a produção de café, com a introdução de produtos diferenciados e especiais que possam ser valorizados no mercado; monitorar constantemente o mercado internacional e se adaptar rapidamente às mudanças no ambiente competitivo.

TENDÊNCIAS

  • A Selic tem impacto direto no mercado de café, já que afeta o custo de financiamento dos produtores e pode influenciar a oferta e a demanda pelo produto. Em 2023 está em 13,75% ao ano;
  • A inflação também é um fator importante para o mercado de café, já que pode afetar tanto o poder de compra dos consumidores quanto os custos de produção dos produtores. Ela fechou 2022 em 5,79%;
  • É previsto que o mercado global de café cresça a uma CAGR de 4,28% durante o período de previsão (2022-2027);
  • Pelo Google Trends, o estado brasileiro que mais pesquisa sobre café é o Espírito Santo, seguido por: Rondônia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná;
  • O interesse pelo café ao longo dos últimos 5 anos está evidenciado pelo gráfico abaixo, que mostra uma linha de tendência crescente.

Fonte: IBGE, Mordor Intelligence


Quando feita a pesquisa de frequência de pesquisas de Café de maneira geral.

Quando feita a comparação de frequência de pesquisas entre o Café Arábica e o Café Robusta, fica evidente a preferência pelo Arábica.

ESTUDO DE TENDÊNCIAS

Acompanhando tendências internacionais: o Brasil entra em uma nova fase de consumo de café. Estudos realizados pela Euromonitor International apontam as principais características desse momento do consumo de café.

  • Pronto para beber: A tendência de bebidas de café prontas para consumo é uma das principais inovações no setor cafeeiro. De acordo com a pesquisa, essa novidade tem potencial para crescer rapidamente no setor de alimentos e bebidas, impulsionada por tendências como café frio, praticidade, saúde e bem-estar. Essencialmente, o mercado de bebidas prontas consiste em cafés vendidos em latas ou garrafas, prontos para consumo imediato. 
  • Consumo em crescente: Embora seja uma bebida popular no Brasil, o consumo de café no país diminuiu em 2022 devido ao aumento nos preços do grão. No entanto, espera-se que a situação mude em breve, com uma previsão de crescimento de 1,94% em 2023 e um aumento ainda maior de 4,10% em 2024. Durante a pandemia de Covid-19, houve um aumento no consumo de café em casa, enquanto a demanda em cafés e restaurantes diminuiu. Apesar disso, é esperado que os volumes gerais de vendas e consumo permaneçam estáveis.
  • Troca de cafeterias pelo café em casa: Cada vez mais consumidores estão optando por tomar café em casa em vez de frequentar cafeterias. Um dos motivos para essa mudança é a oferta internacional limitada de café, que não tem sido capaz de atender à demanda, especialmente em momentos de baixos estoques. Embora os brasileiros consumam em média de 3 a 4 xícaras de café por dia, de acordo com a Organização Internacional do Café – OIC, a maior parte desse consumo, que era feito em cafeterias, nos últimos tempos está ocorrendo em casa. A pesquisa indica que a inflação em alta e o risco de recessão nos próximos meses são alguns dos motivos por trás dessa mudança comportamental.
  • Reconhecimento dos cafés especiais: Com consumidores cada vez mais apreciando cafés de alta qualidade. Esse hábito também tem se fortalecido no Brasil, onde representa segmentos de consumo em forte crescimento, principalmente entre o público jovem. Hoje, a faixa etária entre 16 e 25 anos é a que mais se interessa pela bebida, especialmente nas grandes metrópoles.
  • Apreço por cafés de alta qualidade: De acordo com o estudo, os consumidores estão cada vez mais valorizando a qualidade do café que consomem. Segundo dados divulgados, 44% dos consumidores estariam dispostos a pagar um preço mais elevado por um café de excelente qualidade. Essa tendência de valorização da qualidade está impulsionando ainda mais o mercado de cafés especiais.

HIGHLIGHTS

“O setor aponta uma perspectiva de crescimento positiva embora se encontre em ano de bienalidade negativa. Os números de consumidores e o faturamento vem em uma crescente pós-pandemia, o que gera oportunidades no mercado. 

O investimento atual deve ser focado no café para varejo, considerando que a maior parte do consumo atual do produto se encontra dentro da casa dos consumidores. Tal aspecto é evidente para a realidade internacional e nacional.

Com base no cenário atual, espera-se que em 2023 ocorra uma recuperação nos estoques de café, porém, em um ritmo insuficiente para provocar uma queda significativa nos preços. Embora uma safra maior no Brasil possa favorecer o aumento das exportações de café este ano, muitos produtores ainda estão afastados das negociações e esperam o início da colheita da safra 2023 para uma participação mais ativa no mercado.”

Eduarda Gomes
Business Analytcs I


RAY MARKET SOUND

Equipe Ray Market Sound
rms@rayconsulting.com.br

Mercado fitness Q2/2023

ANÁLISE SETORIAL

PANORAMA BRASIL X MUNDO

Os Estados Unidos são líderes mundiais no mercado fitness, com um faturamento anual de aproximadamente US$ 30 bilhões em negócios na área até 2019. De acordo com a International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA), os EUA, juntamente com outros nove principais mercados do setor, representam 71% da receita total, que chega a US$ 64,9 bilhões.

Países mais relevantes para a realidade do mercado fitness

Fonte: IHRSA e Acad Brasil

Destaque para os EUA

Para o contexto dos estadunidenses, é perceptível que um ponto de destaque para o setor é a colocação de país com a maior quantidade de academias do mundo, indicando a presença superior a 40 mil academias.

Quando tal número é correlacionado com o contexto dos clientes, ainda é perceptível o destaque dos EUA, assim se portando como o país com o maior número de clientes com 62 Milhões, seguido da Alemanha com 11 milhões e Reino Unido com 9,9 Milhões.

Fonte: FIA Business School

INDICE

1. ANÁLISE SETORIAL

Panorama Brasil x Mundo

Número de Academias
Motivos de Maior Adesão
Fusões e Aquisições
Players
Subnichos
Covid x Setor
Importação x Exportação
Big Picture
2. ANÁLISE DO SETOR
Oportunidades
Ameaças
3. TENDÊNCIAS
Highlights

Taxa de Penetração dos Países Destaque no Mercado Fitness

Percentual de Crescimento do Mercado Global de Academias

O mercado de academias e centros esportivos foi avaliado em US$ 81 bilhões em 2020 e espera-se que cresça a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 7,21% no período de previsão de 2021 a 2026.

Fonte: Mordor Intelligence

Razões da Maior Adesão a Nível Mundial

A crescente conscientização sobre a saúde tem levado os consumidores a gastar mais em clubes de saúde e fitness em todo o mundo. O aumento no número de centros esportivos e academias, que oferecem treinamento pessoal e equipamentos de última geração, tem atraído mais pessoas para aderir a esses estabelecimentos. Essa tendência deve impulsionar o crescimento do mercado nos próximos anos.

Além disso, as academias estão expandindo sua oferta de equipamentos e espaços, incluindo estúdios de hot yoga, salas de treinamento em alta altitude, equipamentos de teste metabólico, áreas de exercícios médicos e spas. Essas opções estão se tornando populares entre os consumidores e impulsionando o crescimento do mercado. Ademais, taxas de associação atrativas e investimentos em marketing e propaganda estão ajudando as academias a aumentar sua receita.

Fonte: Mordor Intelligence

Fonte: VIGITEL

Mercado Fitness na América Latina

Fit 3

Fonte: IHRSA

Taxa de Penetração dos Países Latinos no Mercado Fitness

Fonte: Fitness Brasil

Expansão no Brasil

Nos últimos dez anos, o setor fitness se destacou como um dos que mais cresceram no país. Esse resultado se deve ao aumento da preocupação com a saúde e o bem-estar, que levam as pessoas a adotarem estilos de vida mais saudáveis para prevenir doenças e melhorar sua qualidade de vida.

Mesmo em cenários de instabilidade econômica, o setor mostrou sua força e capacidade de se adaptar. Ele se tornou uma oportunidade interessante para quem quer investir ou empreender.

Seja no formato convencional ou no sistema de franquias, existem muitas alternativas no mercado, que abarcam diferentes segmentos voltados para o cuidado com o corpo.

Fonte: FIA Business School

Números do Mercado Brasileiro

Considerando o faturamento global do setor para a realidade brasileira, é perceptível que o mercado fitness nacional alcançou o faturamento de US$ 2,1 bilhões em 2019 e para o contexto da pandemia e pós evoluiu ainda mais. Isso devido ao foco na saúde evidenciado no período em questão.

Quanto ao número de academias, o Brasil apresenta um número bem significativo, indicando a presença de 35 mil unidades espalhadas por todo o país e assim conquistando a posição de segundo país com maior número de academias.

Considerando tal quantitativo de academias, o Brasil apesar de ser o segundo maior em quantidade de academias, se encontra com seis vezes menos consumidores do que os Estados Unidos, com cerca de 9,6 milhões de consumidores. Embora seja significativa, a parcela da população brasileira que frequenta academias e centros esportivos não ultrapassa os 5%, o que revela o potencial de crescimento do mercado fitness no Brasil.

Fonte: FIA Business School

Exponencial do Setor

Em anos anteriores, o Brasil fazia parte dos maiores países no setor fitness mundial, ficando em 10° lugar em 2016, arrecadando no mesmo ano US$ 2,4 bilhões. Nessa época, o setor estava se consolidando no país, movido pela crescente demanda por locais onde fazer exercícios físicos, alcançar objetivos de saúde e obter a estética desejada.

No entanto, desde o final da década de 2010, o mercado fitness brasileiro já estava em crescimento, com a entrada de grandes players como as academias Bodytech e SmartFit – esta última atraindo milhares de clientes com planos a partir de R$ 50. Além de adotar estratégias de preços competitivos, o setor evoluiu em termos de diversidade de serviços oferecidos. Inicialmente, as opções se restringiam às modalidades tradicionais, como musculação, aulas de aeróbica e funcionais, realizadas em grupos nas academias. Os negócios buscavam uma abordagem em escala, visando captar o maior número possível de clientes para garantir lucros.

Nos últimos anos, uma tendência originada nos Estados Unidos chegou ao Brasil, estimulando o surgimento de empresas menores e especializadas, como a Spin n’Soul (focada em aulas de spinning) e a Action 360, que oferece aulas de ginástica funcional e pilates. Outro movimento interessante foi o lançamento de uma inovação pela rede Gympass em 2012: planos que, por meio de uma mensalidade única, permitem acesso a uma rede de academias parceiras.

Conforme a prática de exercícios físicos ganhava popularidade, também crescia o interesse por produtos e serviços relacionados ao setor, como restaurantes, suplementos, cosméticos, moda e nutrição. Essa variedade de soluções resultou na modernização dos modelos de negócios, com destaque para o crescimento das franquias voltadas para um estilo de vida saudável.

Fonte: FIA Business School

Quantidade de Academias e Centros Esportivos por Estado

São Paulo é o estado brasileiro com a maior concentração de centros de atividades físicas, representando 28% do total no país. Em seguida, temos Minas Gerais com 12%, Rio de Janeiro com 8%, Paraná com 8% e Rio Grande do Sul com 7%.

Fit 5

Em 2019, cerca de 12% dos mais de 36 mil centros de atividades físicas eram voltados para o ensino de esportes, como natação, escolinhas de futebol e ginásios esportivos, enquanto os outros 88% eram destinados a atividades físicas em geral, como academias, Crossfit e pilates. Ainda em 2019, a distribuição dos centros de atividades físicas foi a seguinte: 51% no Sudeste, 21% no Sul, 16% no Nordeste, 9% no Centro-Oeste e 3% no Norte. É importante ressaltar que esses centros se concentram nas regiões e estados mais urbanizados e populosos, devido à alta demanda por esses serviços nessas localidades.

Fonte: Fitness Brasil

Fit 6

Fonte: Fitness Brasil & Mordor Intelligence

Motivos da Maior Adesão

A conscientização crescente sobre saúde e os custos em ascensão na área de saúde estão levando os clientes a adotarem hábitos alimentares saudáveis e a se exercitarem regularmente para manterem a forma. Como resultado, o número de academias de ginástica está aumentando na região, à medida que os clientes se envolvem cada vez mais em práticas de saúde preventiva. Além disso, o crescimento do mercado é impulsionado por iniciativas governamentais para promover o condicionamento físico. Para se manterem competitivos, os principais players estão constantemente atualizando seus estabelecimentos com equipamentos de ginástica inovadores e avançados.

Fonte: Mordor Intelligence

Fusões e Aquisições

O Grupo Multi, anteriormente conhecido como Multilaser, investiu R$ 20 milhões na plataforma ZiYou, uma startup criada por Marcio Kumruian, co-fundador e ex-CEO da Netshoes. O investimento, promovido pela Bertha Capital e com assessoria financeira da Setter, tem como objetivo impulsionar o crescimento da ZiYou, que atualmente possui 14 mil assinantes. Os recursos serão direcionados para melhorias na infraestrutura tecnológica da plataforma, lançamento de novos produtos e contratação de mais funcionários nas áreas de vendas e marketing.

Outro destaque para o setor, mas não sendo diretamente uma fusão ou aquisição é o caso da Total Pass. Com isso, Diogo Corona, filho do fundador da Smart Fit, assumiu a liderança da TotalPass em 2019 para competir com a Gympass no mercado de plataformas de acesso a academias. A TotalPass ganhou destaque e se tornou um concorrente sério após a abertura de capital do grupo, avaliado em R$ 9,8 bilhões. Com mudanças regulatórias e uma estratégia de expansão agressiva, a TotalPass busca desafiar a dominância da Gympass, que detém cerca de 80% do mercado, enquanto a TotalPass possui 20%. A empresa está determinada a buscar a liderança e se tornar o principal player do setor.

Fonte: Fusões e Aquisições

Top Players do Setor

SmartFit
Faturamento: 251B
Funcionários: 319.601

Gympass
Faturamento: 161,31K
Funcionários: 672

Bodytech
Faturamento: 52,07M
Funcionários: 2.327

Centauro
Faturamento: 1.14B
Funcionários: 7.405

Subnichos

Academias

Dentre os principais nichos de mercado presentes no setor, um dos que mais o representam como um todo é o das academias. Elas continuam sendo uma escolha popular para treinamentos regulares, especialmente em áreas urbanas onde espaços ao ar livre são limitados.

Atualmente, muitas redes estão implementando mudanças para atrair mais clientes, oferecendo aulas inovadoras, preços acessíveis e maior orientação por parte de instrutores de educação física. Além disso, há negócios altamente especializados que se concentram em tipos específicos de treinamento para otimizar resultados e atender a um público específico.

Aqueles que possuem rotinas intensas e desejam atenção personalizada podem optar por contratar um personal trainer ou até mesmo um consultor, caso necessitem de um atendimento especializado. O personal trainer é um profissional versátil que atende em diversos locais, desde a residência do cliente até parques ou academias, com o objetivo de motivar e acompanhar de perto os treinamentos.

Moda

O setor abrange marcas e lojas especializadas na produção e venda de roupas e acessórios específicos para atividades físicas. Cada aspecto desses produtos é cuidadosamente projetado para proporcionar conforto, minimizar a transpiração e permitir movimentos livres, ao mesmo tempo em que reflete um estilo de vida saudável. Essas marcas e lojas buscam atender às necessidades dos praticantes de exercícios, oferecendo peças funcionais e estilosas que se adequam perfeitamente às demandas do treinamento físico.

Com o avanço da tecnologia têxtil, materiais de alta performance são utilizados na fabricação desses itens, visando proporcionar maior respirabilidade, controle de umidade e liberdade de movimento durante as atividades físicas. Além disso, a estética também é valorizada, com designs modernos e cores vibrantes, permitindo que os praticantes de exercícios se sintam confiantes e motivados ao se vestirem adequadamente para suas atividades físicas.

 

Nutrição

Considerando o contexto da nutrição, uma empresa paulistana chamada Integralmédica tem se destacado no mercado, sendo reconhecida como uma referência na produção de produtos como creatina e glutamina. Com uma estratégia digital bem definida e um crescimento acelerado, a Integralmédica tem conquistado a confiança dos consumidores, oferecendo produtos de alta qualidade e eficácia comprovada.

Essas soluções nutricionais desempenham um papel fundamental no suporte aos praticantes de exercícios, fornecendo os nutrientes necessários para a recuperação muscular, a melhoria do desempenho e o alcance dos objetivos individuais. Ao investir em produtos de qualidade e contar com a orientação adequada, os indivíduos podem otimizar seus resultados e obter os benefícios máximos de seus esforços físicos.

O mercado de alimentos saudáveis está crescendo a uma taxa média anual de 12,3%, de acordo com a Brasil Food Trends 2020. No mesmo ano, o mercado de alimentos saudáveis registrou um crescimento significativo em valor faturado bem expressivo, alcançando a impressionante marca de R$ 100 bilhões em vendas, de acordo com informações do Euromonitor International.

Fonte: FIA Business School

Covid x Setor

É importante ressaltar que o setor fitness foi impactado pela crise sanitária e econômica desencadeada pela pandemia de Covid-19, o que resultou em uma expectativa de queda nos números para o ano de 2020. De acordo com uma estimativa inicial da startup de gestão de fitness Technofit, 65% dos alunos interromperam seus treinos nos primeiros meses da pandemia no país.

No entanto, o mercado fitness demonstra uma recuperação rápida, uma vez que 88% das assinaturas dos alunos que haviam interrompido foram reativadas logo após a reabertura das academias, em agosto de 2020. Isso sugere que a demanda por serviços de fitness continua forte, e as pessoas retomaram suas rotinas de exercícios à medida que as restrições são flexibilizadas.

Fonte: FIA Business School

Crescimento em Tempos de Pandemia

Durante a pandemia, houve um aumento significativo nas vendas de equipamentos de exercícios para uso doméstico, impulsionando o setor de varejo ligado às atividades físicas. No entanto, a desvalorização do real em relação ao dólar tornou o fornecimento de certos equipamentos mais caro, afetando tanto os centros de atividades físicas quanto os consumidores em geral. Por outro lado, essa desvalorização da moeda brasileira tem atraído fundos de investimento especializados no setor fitness, que estão encontrando oportunidades para entrar no mercado brasileiro e impulsioná-lo.

Além disso, a pandemia não apenas impactou o mercado fitness, mas também acelerou a transformação digital nesse setor. Antes, a digitalização não era vista como uma ameaça ou uma forma de agregar valor ao negócio. A pandemia mostrou que o setor fitness pode ser disruptivo no contexto da tecnologia e da digitalização das atividades físicas e das modalidades aplicadas.

Fonte: Fitness Brasil

Importação x Exportação

A Konnen Fitness, líder no mercado de equipamentos fitness e é especialista em fornecer produtos de alta qualidade com melhor custo-benefício em relação aos nacionais. A empresa no momento traz novidades, incluindo uma parceria exclusiva com um exportador de alta qualidade da China, um aplicativo inovador com experiência em realidade virtual, o lançamento de um e-commerce e a abertura de lojas em shoppings luxuosos em São Paulo. Trazendo assim bastante impacto tendo em vista o comércio exterior.

Fonte: IHRSA

Big Picture

O ticket médio das academias no Brasil é de R$ 70,00
O Brasil conta com aproximadamente 35 mil academias e centros esportivos
O país apresenta cerca de 9,6 milhões de consumidores
Cerca de 5% da população frequenta academias e centros esportivos
O faturamento do setor no Brasil foi de US$ 2,1 bilhões em 2019
O setor de fitness no Brasil soma cerca de 0,13% do PIB.

Fonte: FIA Business School, Acad Brasil e ESBRASIL

ANÁLISE INTERNA DO SETOR

Oportunidades e Ameaças

No mercado fitness, existem diversas ameaças que podem impactar as academias e lojas de vestuário esportivo. Sendo as principais:

Competição acirrada: O mercado fitness é altamente competitivo, com várias academias e lojas de vestuário esportivo disputando a atenção e o dinheiro dos consumidores. A presença de concorrentes fortes pode dificultar o crescimento e a lucratividade das empresas do setor.

Mudanças nas preferências do consumidor: As preferências dos consumidores em relação a tipos de exercício, programas de treinamento e moda esportiva podem mudar rapidamente. As academias e lojas de vestuário esportivo precisam estar atentas a essas mudanças e adaptar seus produtos e serviços para atender às demandas em constante evolução.

Aumento do comércio online: O comércio eletrônico tem ganhado cada vez mais espaço no mercado fitness. As lojas de vestuário esportivo precisam competir com a conveniência e variedade oferecidas pelas compras online, enquanto as academias enfrentam a concorrência de plataformas de treinamento online, que proporcionam exercícios e aulas virtuais acessíveis de qualquer lugar.

Mudanças no estilo de vida e nas preferências de exercício: À medida que as pessoas adotam estilos de vida mais sedentários ou optam por atividades físicas alternativas, como treinamentos em casa, a frequência de idas às academias pode diminuir. Isso representa um desafio para as academias, que precisam encontrar maneiras de atrair e reter clientes em um ambiente competitivo.

Desafios econômicos: Instabilidade econômica, recessões e flutuações nos gastos dos consumidores podem afetar negativamente as academias e lojas de vestuário esportivo. Em tempos de incerteza financeira, os consumidores podem reduzir seus gastos em atividades fitness ou optar por opções mais acessíveis.

Mudanças regulatórias: Alterações nas regulamentações governamentais relacionadas à saúde, segurança, impostos ou licenciamento podem criar desafios adicionais para as empresas do setor fitness. Cumprir com as novas exigências pode demandar tempo, recursos e custos adicionais.

Com a existência de tais ameaças, se faz fundamental ministrar estratégias para contorná-las. Dentre elas:

Diferenciação de produtos e serviços: Oferecer programas de treinamento exclusivos, aulas especializadas e serviços personalizados que se destaquem da concorrência.
Fidelização de clientes: Criar programas de fidelidade, recompensas e descontos exclusivos para incentivar a permanência dos clientes e aumentar sua satisfação.

Mudanças nas preferências do consumidor:
Pesquisa de mercado: Realizar pesquisas frequentes para entender as tendências e as preferências dos consumidores, ajustando os produtos e serviços de acordo.
Flexibilidade e diversificação: Oferecer uma variedade de opções de treinamento e moda esportiva para atender às diferentes demandas dos consumidores.

Aumento do comércio online:
Presença online forte: Investir em uma plataforma de comércio eletrônico própria, oferecendo uma experiência de compra online conveniente e atraente.
Integração online e offline: Implementar estratégias omnichannel, como a possibilidade de comprar online e retirar na loja física, proporcionando uma experiência integrada aos clientes.

Mudanças no estilo de vida e nas preferências de exercício:
Diversificação de serviços: Oferecer uma ampla gama de atividades físicas e programas de treinamento, incluindo opções de exercícios em casa e treinamentos virtuais.
Foco na experiência do cliente: Criar um ambiente acolhedor e socialmente envolvente nas academias, proporcionando um senso de comunidade e motivação para os membros.

Desafios econômicos:
Preços acessíveis e pacotes flexíveis: Oferecer opções de adesão flexíveis, descontos especiais e pacotes personalizados para atender às diferentes necessidades financeiras dos clientes.
Investimento em marketing estratégico: Aumentar os esforços de marketing para atrair novos clientes e promover o valor agregado dos produtos e serviços oferecidos.

Mudanças regulatórias:
Acompanhamento das regulamentações: Manter-se atualizado sobre as mudanças regulatórias e garantir a conformidade com as exigências governamentais.
Parcerias e consultorias especializadas: Buscar parcerias com profissionais especializados em regulamentações para ajudar na conformidade e fornecer orientações adequadas.

Além das ameaças contatadas existem também muitas oportunidades, sendo elas:

Crescente demanda por um estilo de vida saudável:
Expansão da conscientização sobre os benefícios da atividade física e da saúde mental, levando a um aumento na procura por academias e produtos esportivos.
Oportunidade para oferecer programas de treinamento especializados, orientação nutricional e produtos relacionados à saúde e bem-estar.

Tendências de moda fitness:
A popularidade da moda fitness continua crescendo, com cada vez mais pessoas adotando roupas esportivas no dia a dia.
Oportunidade para lojas de vestuário esportivo expandirem suas linhas de produtos, oferecendo variedade, estilo e funcionalidade para atender às demandas dos clientes.

Tecnologia e inovação:
O avanço da tecnologia wearable e dos aplicativos de fitness cria oportunidades para academias e lojas esportivas se envolverem nesse mercado em crescimento.
Possibilidade de fornecer produtos e serviços relacionados à tecnologia wearable, como rastreadores de atividade, dispositivos de monitoramento e aplicativos de treinamento personalizado.

Envelhecimento da população:
O aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população abrem espaço para academias e lojas esportivas oferecerem programas de exercícios voltados para idosos.
Oportunidade para criar programas de treinamento adaptados às necessidades específicas dos idosos, incluindo atividades de baixo impacto, exercícios de fortalecimento muscular e treinamento de equilíbrio.

Fitness online:
A popularidade dos treinamentos online e programas de exercícios virtuais tem crescido significativamente.
Oportunidade para academias oferecerem aulas online ao vivo ou gravadas, proporcionando flexibilidade e alcance para um público mais amplo.
Lojas esportivas podem aproveitar esse mercado expandindo suas plataformas de comércio eletrônico e oferecendo acessórios e equipamentos para exercícios em casa.

Wellness corporativo:
Empresas estão cada vez mais investindo em programas de bem-estar para seus funcionários, incluindo incentivos para atividade física e fitness.
Oportunidade para academias e lojas esportivas estabelecerem parcerias corporativas, oferecendo descontos ou benefícios exclusivos para funcionários de empresas locais.

Expansão global:
O mercado fitness está crescendo globalmente, com novas oportunidades de expansão em mercados emergentes e regiões com menor penetração.
Possibilidade de expansão de academias e lojas de vestuário esportivo para novos territórios, aproveitando o interesse crescente por fitness e estilo de vida saudável em diferentes partes do mundo.

5 Forças de Porter

Média a Alta
O mercado fitness é altamente competitivo, com várias academias e lojas de vestuário esportivo competindo pelo mesmo grupo de consumidores.
A rivalidade é impulsionada pela busca por participação de mercado, preços competitivos, qualidade dos produtos/serviços, variedade de ofertas e experiência do cliente.
A concorrência acirrada pode levar a margens de lucro menores e esforços constantes para diferenciar-se dos concorrentes.

Média
O setor de academias e vestuário esportivo apresenta algumas barreiras à entrada, como necessidade de capital inicial, necessidade de estabelecer uma marca forte e concorrência consolidada.
No entanto, ainda existem oportunidades para novos entrantes, especialmente em nichos de mercado específicos ou com abordagens inovadoras.
Ameaças podem surgir de startups digitais, marcas de moda estabelecidas que expandem para o segmento fitness, ou empresas de tecnologia que entram no mercado de dispositivos vestíveis.

Média
O mercado fitness enfrenta a ameaça de produtos ou serviços substitutos que podem atender às necessidades de exercício e bem-estar dos consumidores.
Isso inclui alternativas como exercícios em casa, aplicativos de treinamento, plataformas online de fitness e outros tipos de atividades físicas.
No entanto, as academias e lojas de vestuário esportivo têm a oportunidade de diferenciar-se por meio de ofertas exclusivas, experiências personalizadas e produtos de alta qualidade.

Média a Alta
As academias e lojas de vestuário esportivo dependem de fornecedores de equipamentos, roupas esportivas, acessórios e outros produtos relacionados.
Se houver poucos fornecedores dominantes ou se a demanda superar a oferta, os fornecedores podem ter maior poder de negociação em termos de preço, prazo de entrega e condições contratuais.
No entanto, com uma ampla gama de fornecedores disponíveis, as empresas têm a oportunidade de diversificar suas parcerias e buscar melhores acordos comerciais.

Média a Alta
Os clientes do mercado fitness têm um nível razoável de poder de barganha, devido à disponibilidade de opções e à capacidade de comparar preços e ofertas.
Os consumidores podem buscar academias com preços competitivos, promoções especiais, pacotes de benefícios e uma ampla seleção de produtos esportivos.
As empresas precisam se concentrar na criação de valor, oferecendo serviços diferenciados, atendimento ao cliente de qualidade, programas de fidelidade e produtos exclusivos para atrair e reter os clientes.

TENDÊNCIAS

Percentual de Crescimento do Mercado Nacional de Academias

O mercado de clubes de saúde e fitness na América do Sul está projetado para crescer a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 6,49% durante o período de previsão de 2020 a 2025.

Panorama dos Próximos Anos
A “Worldwide Survey of Fitness Trends” fornece informações essenciais para o setor global de saúde e fitness, auxiliando nas decisões de programação e negócios que impactam os consumidores. As principais tendências identificadas são:

  1. Tecnologia Vestível: Uso de dispositivos como relógios inteligentes e monitores de frequência cardíaca para rastrear atividades físicas e dados de saúde.
  2. Treinamento de Força com Pesos Livres: Incorporação de barras, halteres e kettlebells em exercícios para fortalecimento muscular.
  3. Treinamento com Pesos Corporais: Foco no uso do próprio peso corporal como resistência, oferecendo exercícios eficazes e acessíveis.
  4. Programas de Fitness para Idosos: Atividades direcionadas às necessidades únicas da população idosa.
  5. Treinamento Físico Funcional: Ênfase no desenvolvimento de habilidades funcionais, como equilíbrio, coordenação e força, para melhorar as atividades do dia a dia.
  6. Atividades ao ar livre: Participação em caminhadas em grupo, passeios de bicicleta e treinos ao ar livre conduzidos por profissionais de saúde e fitness.
  7. Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT): Programas que alternam exercícios de alta intensidade com períodos de descanso, proporcionando resultados eficientes em curto tempo.
  8. Exercício para perda de peso: Combinação de programas de perda de peso com rotinas de exercícios e orientações nutricionais.
  9. Profissionais de Fitness Certificados: Contratação de profissionais de saúde e fitness com certificações reconhecidas para garantir qualidade e segurança nos treinamentos.
  10. Treinamento Pessoal: Planos personalizados que incluem definição de metas, avaliação de condicionamento físico e exercícios supervisionados por um treinador em ambiente individual.

    Essas tendências refletem a busca por tecnologia, eficácia, flexibilidade, envelhecimento saudável e acompanhamento profissional no setor de saúde e fitness. 

Fonte: Acad Brasil

Gamificação

Outra tendência de bastante relevância que merece atenção especial, é a gamificação. Corroborando com tal fator, o setor de saúde da Universidade de Sunshine Coast, na Austrália, explorou os benefícios da gamificação com pacientes jovens com lesões na medula espinhal. Ao utilizar jogos para a prática de exercícios, os pacientes encontraram motivação e conseguiram realizar os exercícios repetitivos com mais facilidade. A iniciativa foi bem-sucedida, proporcionando resultados positivos. Tal estímulo é observado em diversas situações considerando o mundo fitness e tende a ser cada vez mais frequente.

Fonte: Acad Brasil

Novos Apps

Kiko Bonventi, fundador da Kikos Fitness, está impulsionando o Kikos Fit, um aplicativo de conteúdos fitness em expansão, aproveitando o aumento da demanda por atividades esportivas. A plataforma registrou um crescimento de mais de 200% em usuários cadastrados no último ano, com mais de 500 vídeos publicados sobre treinos e dicas esportivas. O app oferece um catálogo gratuito de conteúdo e inclui opções como ciclismo, yoga, meditação, corrida e dança. Desde a ideação do aplicativo houve um investimento de 10 milhões de reais, para assim a Kikos Fitness estar focada em acelerar suas estratégias para atingir o ponto de equilíbrio financeiro nos próximos dois anos.

Fonte: Exame

Inovações Tecnológicas

As academias estão em expansão e as empresas de equipamentos de ginástica acompanham esse crescimento, investindo em inovações para se destacarem no mercado. Segundo a consultoria GfK, cerca de 29% das pessoas que se exercitam utilizam aplicativos móveis e dispositivos vestíveis para monitorar sua saúde. Uma pesquisa realizada em 16 países revelou que o Brasil está no mesmo nível que os Estados Unidos na adoção desses recursos. Como líder mundial nesse setor, a Life Fitness sempre busca oferecer produtos com funcionalidades inovadoras para incentivar e promover a atividade física.

A empresa distribui seus equipamentos para mais de 166 países e lançou a esteira Elevation, que possui o aplicativo da Netflix integrado, estimulando os entusiastas de séries a adotarem uma vida mais ativa. No segmento de bicicletas de treinamento indoor, eles criaram bikes compatíveis com o Zwift, uma plataforma global de ciclismo virtual, que oferece percursos variados, programas de treinamento e atividades em grupo em tempo real, envolvendo pessoas de todo o mundo. Além disso, seus equipamentos podem ser sincronizados com o aplicativo LF Connect, permitindo interação entre esteiras, cross trainers elípticos e bikes. A empresa tem como objetivo democratizar o acesso ao fitness de alta qualidade, proporcionando não apenas infraestrutura de qualidade, mas também treinos eficazes que geram resultados.

Fonte: ESBRASIL

Highlights

O setor aponta uma perspectiva de crescimento bem positiva, indicando assim altos números relativos ao mercado como um todo, mas principalmente no que tange diretamente às academias e centros esportivos. Tal aspecto é perceptível para a realidade internacional e nacional, principalmente com os níveis de percentual interessantes considerando o crescimento composto ao ano dos setores atrelados a academias. Além disso, setores com correlatos que são incluídos no mercado como a realidade das roupas esportivas também se encontram em alta no mercado, tanto é que algumas das maiores empresas estão enquadradas como players destaque considerando o cenário geral.

Tiago Garcea
Business Analyst II

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Saúde Q2/2023

ANÁLISE MACROECONÔMICA

PANORAMA MUNDO

Os gastos GLOBAIS com saúde, públicos e privados combinados, aumentarão apenas 4,9% em 2023 – não o suficiente para um aumento real, dada a alta inflação e o lento crescimento econômico, de acordo com uma previsão da Economist Intelligence Unit (EIU). 

 

“Com o aumento do custo da equipe e dos tratamentos, os gastos com saúde cairão em termos reais, tornando mais difícil para os provedores lidar com o acúmulo de cuidados não relacionados ao COVID”, disse o analista de saúde da EIU Aakash Babu em um comunicado. “Os fabricantes de medicamentos também terão custos mais altos com funcionários, bem como ingredientes farmacêuticos ativos (APIs) e outros suprimentos”. 

 

Segundo relatório da Healthcare in 2023 , a divisão de pesquisa e análise do The Economist Group disse que os governos enfrentarão novos desafios à medida que a pandemia desacelera e o foco se afasta da doença de coronavírus (COVID-19). 

 

Apesar do aumento sem precedentes nos gastos com saúde observado durante a crise do COVID, é improvável que os países de renda baixa e média-baixa sustentem níveis mais altos de gastos nos próximos anos. Isso se deve a vários fatores interligados : redução das receitas do governo devido aos impactos econômicos prolongados da pandemia, bem como quedas projetadas na produção econômica relacionadas às ramificações da invasão da Ucrânia pela Rússia, aumento da inflação e uma recessão iminente.

 

O FMI está aconselhando a responsabilidade fiscal e a consolidação como principal instrumento de política para controlar a inflação alta e persistente, inclusive em países de baixa renda . Em 16 de dezembro de 2022, havia 3 acordos de stand-by do FMI (incluindo com o Senegal) e 16 programas de facilidades de fundos estendidos denotando uma necessidade prolongada de financiamento do balanço de pagamentos e reformas estruturais, incluindo medidas para reduzir gastos. 

 

À medida que os níveis da dívida global disparam e as taxas de juros sobem devido às pressões inflacionárias, os encargos do serviço da dívida, principalmente dos países de baixa renda, atingem níveis sem precedentes. Os países qualificados para a AID podem ver seus pagamentos do serviço da dívida em dívidas públicas e com garantia pública aumentarem até 35% em 2022, um dos maiores aumentos anuais nos últimos 20 anos . O número de países – principalmente os da África e das nações insulares do Pacífico – em sobre endividamento está crescendo (ver Figura 2). 60% dos países africanos (22 países) já estão em risco de superendividamento . Muitos desses países estão enfrentando simultaneamente pressões climáticas intensificadas e níveis muito altos de fatores de risco à saúde. O caso de Gana é ilustrativo de uma crise cada vez mais profunda. Até o final de 2022,o serviço da dívida estava consumindo até 70-100 por cento das receitas nacionais , forçando o governo a suspender o pagamento da dívida e efetivamente inadimplir sua dívida externa.

 

Estima-se que os gastos globais com saúde cheguem a US$ 1.700 em 2026 – um aumento de 1,7% em relação ao ano anterior em relação ao valor de 2021 de US$ 1.530 per capita em paridade de poder de compra (PPP). Desde 2005, a demanda por gastos com saúde cresceu em média 3,3% ano a ano. Os Estados Unidos ficaram no topo da lista com $ 11.380 PPC per capita em 2021. Suíça, Noruega e Alemanha seguiram em 2º, 3º e 4º lugares, respectivamente. A República Centro-Africana experimentou o maior crescimento ano a ano em 14,8%, enquanto Serra Leoa registrou a maior queda em 11,4% ano a ano desde 2005.

Fontes: Precedence Research; Center For Global Development

INDICE

1. ANÁLISE MACROECONÔMICA

Panorama Mundo e Brasil

Hospitais
Expansão do Setor
Número de Médicos
Mercado de Saúde Digital
Fusões e Aquisições
Players
Perfil do Consumidor
Plano de Saúde Próprio
Pandemia
Investimento no Setor
2. ANÁLISE INTERNA DO SETOR
5 Forças de Porter
Análise S.W.O.T
3. TENDÊNCIAS

PANORAMA BRASIL

O ano de 2022 foi marcado por incertezas e desafios, contudo, trouxe também diversos aprendizados com relação à flexibilização da COVID-19. Além disso, a saúde suplementar alcançou marcos importantes e atingiu o mesmo patamar de 2014, ao encerrar o ano com mais de 50,2 milhões de beneficiários de planos de saúde, conforme dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), demonstrando resiliência em todo o Brasil e mantendo um nível de alta, mesmo com todos os percalços da economia.

 

 O mercado de saúde teve, ainda, um ano de intensas mudanças regulatórias, movimentações, pressão inflacionária, crise de desabastecimento de alguns insumos, avanços na medicina, surgimento de novos surtos de doenças e muitos outros desafios e oportunidades, conforme elencados abaixo.

 

 Mais de 500 mil atendimentos de beneficiários no Sistema Único de Saúde (SUS) foram notificados às operadoras, totalização cerca de R$ 945 milhões que foram repassados ao Fundo Nacional de Saúde, no âmbito do processo de Ressarcimento ao SUS, mantendo o patamar dos últimos anos de aproximadamente R$ 1 bilhão/ano repassado aos cofres públicos.

 

 A inclusão de 49 itens também foi um dos principais destaques de 2022 no setor de planos de saúde. Ano passado, foram feitas 15 atualizações, através das quais foram incluídos procedimentos, medicamentos, indicações ou ampliações de uso.

 

Entre eles, o rol recebeu importantes atualizações como o teste rápido para diagnóstico da COVID-19; teste para a doença Monkeypox; transplante de fígado; quimioterápicos orais; métodos para tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA); e fim do limite para número de consultas com terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos.

 

Considerando o resultado operacional, a perda no acumulado do ano chega a R$ 10,9 bilhões, sendo que, entre janeiro e setembro de 2021, o setor havia apurado um resultado operacional positivo de R$ 600 milhões. Para efeitos de comparação, antes da pandemia, no acumulado dos nove primeiros meses de 2019, o resultado líquido do setor de planos de saúde somou R$ 8,5 bilhões e a taxa de sinistralidade no setor atingiu 93,2% no terceiro trimestre deste ano, um incremento de 3,55 pontos percentuais. Assim, considerando a média acumulada no ano, o indicador ficou em 90,3%. Em 2019, antes da pandemia, a sinistralidade foi de 86,77%.

R$
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Milhões
que foram repassados ao Fundo Nacional de Saúde

O ano de 2022 impôs diversos alertas e ao mesmo tempo lições ao setor de saúde como um todo. As operadoras registraram, no acumulado dos nove primeiros meses do ano passado, um prejuízo de R$ 3,4 bilhões contra um lucro de R$ 2 bilhões no mesmo período de 2021, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

 

A combinação desses números, associada a uma pressão inflacionária e a mudança de alguns marcos regulatórios, como por exemplo, a questão do rol taxativo/exemplificativo e o aumento do piso salarial da enfermagem, irão impor um cenário extremamente desafiador para o setor em 2023.

 

A perspectiva para o setor de saúde no Brasil é neutra em 2023, de acordo com relatório da Fitch Ratings publicado. O volume de exames e procedimentos deve crescer a taxas mais moderadas do que as observadas no biênio 2021-2022, quando a demanda ainda estava aquecida em decorrência do represamento provocado pela pandemia de Covid-19 e da variante Ômicron.

 

A recuperação das margens operacionais das companhias do setor de saúde deve ocorrer de forma mais lenta que o inicialmente esperado, devido a um ambiente de negociações de preços ainda duro e a uma base de custos acima dos níveis pré-pandemia. Os movimentos de fusões e aquisições também devem desacelerar, uma vez que as empresas tendem a buscar equilibrar seus balanços e a recuperar suas margens.

 

A longo prazo, os fundamentos de demanda se mantêm sólidos, apoiados no envelhecimento da população, no elevado mercado endereçável de beneficiários (apenas 25% da população possuem planos de saúde privados) e nos contínuos avanços na descoberta de novos tratamentos.

 

“O setor de saúde passou por grandes transformações nos últimos dois anos, e o retorno aos níveis pré-pandemia deve ser mais lento que o inicialmente esperado. A demanda deve se manter aquecida em 2023, porém o ambiente de negociação de preços entre prestadores de serviços e operadoras de saúde se mantém pressionado, podendo ter reflexos no capital de giro das empresas, além de limitar maiores avanços em sua rentabilidade.”, afirma Tatiana Thomaz, analista sênior da Fitch.

 

Ao final de novembro de 2022, das 12 empresas do setor de saúde analisadas com rating público, 67% estavam em Perspectiva Estável; 17%, em Negativa; 8%, em Positiva; e outros 8% em Observação Positiva.

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%
da população possuem planos de saúde privados

Fonte: Saúde Business; Fitch Ratings; CENÁRIO DOS HOSPITAIS NO BRASIL

CARACTERÍSTICAS E DISTRIVUIÇÃO DOS HOSPITAIS PRIVADOS DO BRASIL (2022)

Em 2022,1 o Brasil conta com 4.466 hospitais privados, a maioria distribuída na região Sudeste (1.837), seguida pela região Nordeste (1.007) e pela região Sul (858). A distribuição dos hospitais privados nas cinco regiões geográficas, em geral, parece não acompanhar a concentração de beneficiários de planos de saúde privados. Na região Sudeste, por exemplo, a proporção de hospitais privados é bastante inferior à de beneficiários, enquanto nas demais regiões a proporção de hospitais privados é maior do que a de beneficiários.

Em relação à distribuição de hospitais privados por UF, observa-se uma concentração de estabelecimentos nos estados das regiões Sudeste e Sul. Os cinco estados com maior número absoluto de hospitais privados incluem São Paulo (872), Minas Gerais (565), Bahia (361), Paraná (325) e Rio de Janeiro (316).

LEITOS PRIVADOS POR REGIÃO

Em 2022, o Brasil conta com 263.793 leitos em hospitais privados, a maior parte distribuída na região Sudeste (120.668), seguida pela região Sul (58.403) e pela região Nordeste (50.030). Novamente, a distribuição dos leitos em hospitais privados parece não acompanhar a concentração de beneficiários dos planos de saúde privados nas cinco regiões. Na região Sudeste, a proporção de leitos em hospitais privados é bastante inferior à de beneficiários, mas a situação é oposta nas demais regiões. 

Semelhante à distribuição dos hospitais privados, a distribuição dos leitos de acordo com o tipo de hospital privado (com fins lucrativos ou sem fins lucrativos) apresenta algumas diferenças relevantes nas regiões. Há mais leitos em hospitais privados com fins lucrativos na região Norte (65%) e mais leitos em hospitais privados sem fins lucrativos na região Sul (78%).

 

Enquanto as regiões Centro-Oeste e Norte apresentam maioria dos leitos em hospitais privados com fins lucrativos, as regiões Sudeste e Sul têm a maior parcela dos leitos em hospitais privados sem fins lucrativos, e a região Nordeste conta com aproximadamente metade dos leitos em cada tipo de hospital privado.

HOAPITAIS PRIVADOS vs HOSPITAIS PÚBLICOS

Em uma análise mais minuciosa da variação no número de hospitais de acordo com a natureza jurídica do hospital (privado ou público), entre os anos de 2010 e 2022, observa-se que houve queda exclusivamente no número de hospitais privados, não havendo nenhuma redução no número de hospitais públicos em todo o período.

 

Entre 2010 e 2022, contudo, houve a redução de 361 hospitais privados (-11%), enquanto se identificou aumento de 645 hospitais públicos (+31%). Mesmo entre os hospitais privados, a variação no número de hospitais oscilou ao longo dos anos analisados. Nos períodos de 2011 a 2015 e de 2019 a 2020, houve queda no número de hospitais privados, enquanto se registrou um pequeno aumento no período entre 2016 a 2018 e entre 2021 e 2022.


Expansão do setor

O mercado da saúde estará em constante evolução nos próximos anos, de acordo com um recente estudo realizado pela Deloitte.

A pesquisa apontou que o setor de saúde deverá crescer aproximadamente 5% ao ano até 2023, totalizando um faturamento anual de R$ 1,5 trilhão. Apesar do cenário promissor, o estudo também apontou alguns desafios que o mercado da saúde terá que enfrentar nos próximos anos.

O primeiro deles é a falta de mão-de-obra qualificada. Segundo a pesquisa, até 2023 haverá uma demanda por mais 1,8 milhão de profissionais da saúde no Brasil. Outro desafio é a ineficiência do sistema público de saúde.

A pesquisa mostrou que as principais queixas dos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) são a demora na marcação de consultas e exames e a falta de medicamentos nas farmácias. Para superar esses desafios, o mercado da saúde terá que investir em tecnologia e inovação.

A pesquisa mostrou que as empresas do setor já estão se adaptando às novas tendências e investindo cada vez mais em soluções tecnológicas. Por exemplo, cada vez mais clínicas e hospitais estão oferecendo consultas online e exames por imagem via internet.

Além disso, a pesquisa apontou para algumas tendências que serão relevantes nos próximos anos: o crescimento do mercado da saúde digital, o surgimento de novos modelos assistenciais (com foco em prevenção e promoção da saúde) e o aumento da demanda por produtos e serviços especializados (como cuidados paliativos).

Fonte: Deloitte

O AUMENTO DO NÚMERO DE MÉDICOS NO BRASIL

Em janeiro de 2023, o Brasil contava com 562.229 médicos inscritos nos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), o que correspondia à taxa nacional de 2,60 médicos por 1.000 habitantes. Na mesma data, os registros de médicos chegavam a 618.593. A diferença entre o quantitativo de indivíduos e o de registros refere-se aos profissionais que têm inscrições secundárias, em mais de um CRM. Ou seja, 56.364 médicos estavam registrados em mais de uma unidade da Federação, o que é regular, seja porque trabalham em cidades de diferentes estados ou porque se deslocam temporariamente a outro estado.

QUANTIDADE DE MÉDICOS DOBROU DESDE 2000

Em pouco mais de duas décadas, desde 2000, quando o Brasil contava com 219.896 médicos, o número de profissionais mais do que dobrou. No mesmo período, a população geral do país cresceu cerca de 27%.

CONCENTRAÇÃO E DISPERSÃO GEOGRÁFICA

Este tópico trata da distribuição dos médicos no Brasil segundo unidades da Federação, grandes regiões e agrupamentos de municípios por tipos e faixas populacionais. O levantamento considera localização geográfica, número de médicos, população e razão de médicos por 1.000 habitantes.

Para esta análise foi considerado o corte temporal em junho de 2022, quando o Brasil contava com 514.215 médicos (584.121 registros). A razão de médicos por 1.000 habitantes no país como um todo era de 2,41, com grande variação regional

O Norte, com 1,45 médicos por 1.000 habitantes, e o Nordeste, com 1,93, têm taxas abaixo da nacional. Com exceção da Paraíba, os demais 15 estados que compõem essas duas regiões têm menos de 2,4 médicos por 1.000 habitantes. A região Sudeste, por sua vez, apresenta 3,39 médicos por 1.000 habitantes, seguida do Centro-Oeste (3,10) e Sul (2,95). A região Norte registra menos da metade da densidade de médicos do Sudeste

O Distrito Federal, com 5,53 médicos por 1.000 habitantes, tem a maior taxa do país, seguido de Rio de Janeiro (3,77), São Paulo (3,50) e Santa Catarina (3,05). Por outro lado, dez unidades da Federação contam com menos de dois médicos por 1.000 habitantes, entre elas Acre (1,41), Amazonas (1,36), Maranhão (1,22) e Pará (1,18), que registram as menores densidades.

Um paralelo entre o Pará, estado com a menor razão médico por habitantes do país, e o Distrito Federal, com a maior concentração, ilustra bem as desigualdades de distribuição. O Pará tem 1,8% dos médicos do Brasil, enquanto sua população equivale a 4,1% do total de habitantes do país. Já o Distrito Federal, com 2,9% dos médicos, conta com 1,5% da população nacional.

BRASIL ALCANÇOU 2,6 MÉDICOS POR 1.0000 HABITANTES EM 2023

A evolução do número de médicos no Brasil ao longo do tempo pode ser medida por meio de três indicadores: taxa de crescimento de médicos, taxa de crescimento da população geral (Figura 2) e razão de médicos por 1.000 habitantes. Foram considerados dados da série histórica entre 1980 e 2022, assim como a estimativa do IBGE referente ao ano.

Entre 2005 e 2010, o crescimento do número de médicos foi de 15,2%. Já o aumento da população geral nesses mesmos anos foi de 5,9%. A partir desse período, nos demais quinquênios, a taxa de crescimento do número de médicos foi, no mínimo, duas vezes maior que a da população.

MERCADO DE SAÚDE DIGITAL

O tamanho do mercado global de saúde digital foi estimado em US$ 332,53 bilhões em 2022 e espera-se que atinja cerca de US$ 1.694,21 bilhões até 2032, crescendo a uma CAGR de 19,4% durante o período de previsão de 2023 a 2032.

Espera-se que o aumento da penetração de smartphones, juntamente com vários aplicativos de smartphone relacionados à saúde e ao condicionamento físico em todo o mundo, seja um fator-chave que impulsione o crescimento do mercado de saúde digital. Estima-se que o rápido investimento na infraestrutura de TI de saúde, especialmente nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, seja propício ao crescimento do mercado. Por exemplo, em abril de 2020, o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB) concedeu seu primeiro investimento em infraestrutura de saúde para recuperar a crise de US$ 5 bilhões devido ao COVID-19. sofrendo com a situação de pandemia.

Além disso, o surto de COVID-19 impôs normas estritas de distanciamento social e bloqueios pelos governos de todo o mundo. Nessa situação, as tecnologias digitais de saúde, por exemplo, a telessaúde, oferecem enormes oportunidades para os prestadores de serviços de saúde tratarem os pacientes seguindo as medidas de bloqueio. Espera-se que isso, por sua vez, impulsione a adoção do produto, além de favorecer positivamente o crescimento do mercado nos próximos anos.

A saúde digital é descrita como a integração da tecnologia da informação e das comunicações eletrônicas usadas para diferentes processos de saúde para a saúde geral das pessoas e seu bem-estar. O desenvolvimento revolucionário no setor de saúde com a rápida adoção de tecnologias emergentes, como dispositivos vestíveis, mHealth Apps , sensores ingeríveis e inteligência artificial, entre outros, impulsionaram o crescimento do mercado.

A saúde digital incorpora a transformação digital no campo da saúde, em que software, hardware e serviços estão profundamente envolvidos. Sob esse conceito de fronteira de saúde digital, diferentes tecnologias são empregadas, como aplicativos móveis de saúde (mHealth), dispositivos vestíveis, registros eletrônicos de saúde (EHRs), registros médicos eletrônicos (EMRs), telemedicina, telessaúde juntamente com medicina personalizada entre outros. A necessidade de transformação médica deveu-se especialmente ao crescimento da população idosa, doenças infantis e sua mortalidade, alto custo e problemas relacionados à pobreza, juntamente com a discriminação racial associada ao acesso aos cuidados de saúde, que exigiam os avanços tecnológicos. Além disso, epidemias e pandemias criaram alto nível de importância para a saúde digital, que ainda continua a evoluir, alimentando assim o crescimento do mercado no período de previsão.

Os fatores que impulsionam o mercado global de saúde digital são a crescente demanda por aplicativos móveis de saúde, o aumento da demanda por serviços de monitoramento remoto de pacientes, a crescente adoção de smartphones e tablets aumentaram ainda mais o crescimento do mercado. No entanto, preocupações de segurança, como ataques cibernéticos e restrições financeiras para manter os serviços digitais relacionados à saúde, são os principais fatores que restringem o crescimento do mercado até certo ponto. No entanto, a pandemia de COVID 19 adicionou combustível aos desenvolvimentos em andamento na saúde digital com a transformação nos cuidados de saúde por meio de verificadores de sintomas on-line, ferramentas voltadas para pacientes, ferramentas de monitoramento remoto de pacientes, telessaúde e portais de pacientes, entre outros. saúde digital são projetados para criar oportunidades lucrativas no mercado.

Além disso, o financiamento de capital de risco em saúde digital, composto por capital de risco corporativo e private equity, já atingiu US$ 14,8 bilhões em 2020, em comparação com US$ 8,9 bilhões em 2019, mostrando um aumento total de 66%, o que é uma atividade de financiamento notável em saúde digital. em um ano. Isso é impulsionado principalmente pelo impacto da pandemia de COVID 19, que integrou as tecnologias digitais de saúde baseadas no consumidor em um ano.

FUSÕES E AQUISIÇÕES

O setor de saúde vem de um grande apetite por fusões e aquisições nos últimos anos, mas deverá viver um 2023 mais comedido, seguindo a desaceleração iniciada em meados de 2022. Além de um cenário menos atrativo para investimentos, a necessidade de consolidação do que foi comprado, com a captura sinergias, estará no centro das atenções para o setor nos próximos meses.

No ano passado, as empresas do setor de saúde, que engloba hospitais, laboratórios de análises clínicas e as companhias de produtos químicos e farmacêuticos, realizaram 53 operações de M&A (fusões e aquisições, em inglês) em todo o país, de acordo com dados da KPMG.

Apesar de um desempenho 36% inferior ao observado em 2021, foi do setor de saúde uma das principais transações do Brasil em 2022. A fusão da Rede D’Or (RDOR3) e SulAmérica Seguros gerou um negócio avaliado em US$ 3,1 bilhões (ou cerca de R$ 16 bilhões na cotação atual).

De 2003 para cá foram 817 negócios, colocando o segmento entre um dos dez que mais transacionou no período. Nesse intervalo, o segmento acelerou as compras entre 2016 e 2021, retornando às médias a partir do ano passado.

“O setor de saúde passou por um forte processo de consolidação. Agora, é momento de organizar a casa, então é natural que exista uma menor disposição para compras”, lembra Marcus Mazetto, sócio do banco de investimentos do Fator.

A Viveo ( VVEO3), empresa que atua na distribuição de medicamentos e serviços hospitalares, é um exemplo deste novo momento. Com 19 aquisições nos últimos dois anos, sendo 12 apenas no ano passado, afirma que vai diminuir seu ritmo por aquisições.

“É difícil imaginar um grande movimento de aquisição do setor neste ano, creio que veremos maior apetite no setor de infraestrutura, por exemplo. Mas o momento no segmento de saúde é de ‘digerir’ o que foi investimento”, analisa Levindo Santos, sócio da G5 Partners.

A G5 atua na assessoria financeira de M&As, inclusive do segmento, e tem R$ 25 bilhões sob gestão em seu multi family office. “O melhor movimento depois de comprar, é o de consolidar”, completa Santos.

 

Fonte: Infomoney

MOMENTO DE DIGESTÃO

Fundada em 1996 em São Paulo, a Viveo fez sua estreia na Bolsa em agosto de 2021, quando levantou cerca de R$ 2 bilhões em uma oferta pública inicial (IPO, em inglês).

“A nossa tese de IPO ao mercado é a de consolidação do segmento, então ela exigia que nós acelerássemos nossas aquisições”, lembra Flávia Carvalho, diretora de relações com os investidores e M&A da companhia, que atualmente é controlada pelo fundo DNA Capital. Mafra Hospitalar, Cremer e MedCare são algumas das marcas do grupo.

Embora alguma transação pontual – ou “oportunidade de mercado” – possa surgir, a meta agora, reforça Carvalho, é capturar sinergias.
No último guidance (projeção de resultados) da empresa para o mercado, a meta da Viveo era capturar R$ 110 milhões de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) até 2024. Uma parcela importante da meta já foi realizada no último ano. “Nenhuma empresa que nós adquirimos tinha um Ebitda desse, então nós conseguimos alavancar o potencial delas”, destaca Carvalho.

A despeito do menor apetite por aquisições, a força do mercado de saúde não deve ser desprezada, lembra Mazetto, do Fator. “É uma tendência as transações seguirem um contexto mais estratégico neste momento. E o mercado de saúde tem muito poder de caixa, poderá haver uma nova janela para acelerar. É um mercado endereçável alto”.

Mesma avaliação faz o diretor executivo da Viveo, Flávio Leal. Ele afirma que as aquisições ampliaram o potencial de faturamento da empresa. “Nós ganhamos marketshare, mas também aumentamos nosso mercado endereçável de R$ 84 bilhões para R$ 250 bilhões. Não há como um crescimento orgânico entregar isso tão rápido”, aponta Leal.

TOP 5 PLAYERS E DESCRIÇÕES

HAPVIDA: Considerada a maior operadora de planos de saúde, o Sistema Hapvida conta com mais de 7,3 milhões de beneficiários atualmente.

A operadora oferece planos de saúde exclusivamente nas regiões norte e nordeste do Brasil, contando 32 hospitais próprios, 20 prontos atendimentos, 105 clínicas de 109 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial.

Classificada com 0,76 no IDSS (Índice de Desempenho de Saúde Suplementar) da ANS – que vai de 0 a 1 -, a Hapvida é considerada um bom plano de saúde. No entanto, apresenta dificuldades em oferecer melhor garantia de acesso aos beneficiários.

Faturamento 2021: 1.39B (USD)

GNDI: A GNDI ou Grupo Notredame Intermédica foi fundado em 1968 e há mais de 50 anos preza pelo atendimento preventivo e terapêutico.

Com cerca de 7,2 milhões de beneficiários e nota 0,94 no IDSS, a operadora oferece planos de saúde empresariais e planos de saúde por adesão com cobertura nacional.

Faturamento 2021: 1.79B (USD)

AMIL SAÚDE: Fechando o pódio das maiores operadoras de saúde do Brasil, o plano de saúde Amil é uma das alternativas que proporcionam mais flexibilidade de escolha aos futuros clientes. Tudo isso justifica a nota 0,92 no IDSS.

Com 5,1 milhões de beneficiários, as opções vão desde as categorias mais básicas, como nos planos Amil Fácil, até os planos de saúde premium, na Amil One Health.

Além de oferecer uma ampla rede credenciada e o Hospital Amil, o convênio garante diversos benefícios extras aos seus clientes, incluindo o seguro viagem.

Faturamento 2021: 3.64B (USD)

SULAMÉRICA SAÚDE: Há mais de 120 anos, o plano de saúde SulAmérica oferece serviços de saúde suplementar aos brasileiros. Com uma das coberturas mais completas, conta com 4,2 milhões de beneficiários em sua carteira de clientes.

Com 0,80 no IDSS, um dos destaques da operadora é sua estabilidade financeira no mercado, mantendo-se como referência no segmento. Confira alguns planos de saúde da operadora:

Faturamento 2021: 243,65M (USD)

BRADESCO SAÚDE: Para completar a lista, a Bradesco Saúde é destaque quando o assunto é rede credenciada. Através do plano, é possível ter acesso a unidades de atendimento em grandes hospitais, como o Hospital Albert Einstein e o Hospital Sírio-Libanês.

Com cerca de 3,4 milhões de beneficiários, seus planos são completos e contam com cobertura nacional em sua maioria, justificando a nota 0,96 e os diversos anos consecutivos na primeira posição do ranking da ANS.
Faturamento 2021: 28,34M (USD)

PERFIL DO CONSUMIDOR

A pandemia de Covid-19 revelou a preocupação dos brasileiros com a saúde. É o que aponta a Pesquisa ANAB de Planos de Saúde, encomendada pela Associação Nacional das Administradoras de Benefício ao instituto Bateiah Estratégia e Reputação. Para 81% das pessoas, a crise fez aumentar o receio do acesso a tratamentos médicos. Entre os que possuem menor poder aquisitivo, com renda de até cinco salários mínimos, a preocupação aumentou muito. A pesquisa traça um panorama dos planos de saúde no Brasil e traz um perfil de seus beneficiários.

Para levantar os dados, as entidades fizeram contato com mais de 1 mil usuários de planos de saúde a partir de 16 anos em todo o país, com amostras em capitais, regiões metropolitanas e cidades do interior. Também consideraram fatores como gênero, idade, escolaridade, renda familiar e ocupação.

Quando observados os dados de gênero, 52,5% das mulheres sentiram que a preocupação com a saúde aumentou muito com a pandemia. Entre os mais velhos, 54% dos que possuem 50 anos ou mais também indicaram que a preocupação aumentou muito.

Em relação à renda familiar, o maior percentual de desconforto é entre aqueles que ganham de 2 a 5 salários mínimos (84,1%). Entre os brasileiros que ganham até 2 salários, 50,3% indicaram que a preocupação aumentou muito.

Fonte: Pesquisa ANAB de planos de saúde

PLANO DE SAÚDE PRÓPRIO

A pesquisa mostra que os consumidores enxergam o plano de saúde como uma conquista, tal qual ter um imóvel, um veículo, realizar uma viagem ou ter investimentos. O plano é a terceira maior conquista do brasileiro em 2021. Na faixa etária acima de 50 anos, o benefício só perde para a casa própria em importância.

Quanto menor a renda familiar e o grau de escolaridade, maior é o reconhecimento do plano. Ao menos 18,7% dos respondentes que ganham até dois salários mínimos indicam o benefício como conquista, da mesma forma que 21,8% dos entrevistados com o Ensino Médio também reconhecem.

Em relação a idade, essa percepção é ainda maior entre os entrevistados com 50 anos ou mais, que representam 25,5%. Mas é na parcela da população aposentada que o plano assume papel principal e toma a frente no ranking das conquistas dos brasileiros, deixando casa própria e automóvel para trás. Ao menos 50,6% dos entrevistados aposentados indicam o plano como conquista.

AVALIAÇÃO DO BENEFICIÁRIO

Na percepção dos beneficiários, a agilidade no atendimento é o fator mais importante em um plano de saúde, indicado por 24,2% dos respondentes. A facilidade de autorização de procedimentos aparece em segundo lugar com 15,4%, seguida pela rede médica contemplada no contrato, com 14,4%. No top cinco aparecem ainda serviços oferecidos (11,1%) e rede de profissionais (10,9%).

QUEM UTILIZA PLANO DE SAÚDE?

A pesquisa da ANAB também mapeou o perfil dos usuários de plano de saúde e constatou que o tipo de plano de saúde mais comum no Brasil é o plano coletivo empresarial, que representa ao menos 76% do total de beneficiários.

Os planos individuais correspondem a 18% enquanto os planos do tipo coletivo por adesão, normalmente vinculados a uma categoria profissional ou área de atuação, representam 6% do universo de contratos.

Quando observado o fator idade, o plano coletivo empresarial é o tipo mais comum em todas as faixas etárias, mas possui ainda mais representatividade entre a população de 30 a 39 anos, cujo percentual corresponde a 82,6%.

Já os planos individuais e coletivos por adesão também possuem certo percentual entre os mais velhos, com 50 anos ou mais. Correspondem, respectivamente, a 23,6% e 12,2% do total dos beneficiários.

A pesquisa ANAB sobre percepção dos planos de saúde no Brasil foi realizada entre os dias 16 e 28 de setembro de 2021 (pesquisa mais recente) por meio de entrevistas telefônicas com 1006 respondentes em 420 municípios do país. De acordo com o instituto Bateiah Estratégia e Reputação, a margem de erro é de 3%.

PANDEMIA

A vida de quem trabalha com produtos para a saúde não foi nada fácil durante a pandemia, como grande parte da população imagina. Apenas para fazer um comparativo, o setor de turismo, que toda a sociedade enxerga como tendo sido brutalmente afetado pelas restrições impostas pela Covid, e foi, caiu 36,7% em suas atividades em 2020, em relação ao ano anterior.
O setor de saúde enfrentou baixa de 50,8% no faturamento das empresas, em paralelo semelhante. Os procedimentos cirúrgicos programados foram cancelados ou adiados e, em 2020, tiveram uma redução média de 59,8%, nos sistemas público e privado. Em algumas regiões do país, essa baixa nas operações chegou a 90%, com 1,3 milhão de cirurgias que foram suspensas somente no SUS

Hospitais e operadoras impuseram postergação de pagamentos, ou seja, exigiram a retenção de faturamento de cirurgias realizadas e o volume de recursos contingenciados chegou a R$ 793,4 milhões. Em média levaram 118 dias para quitar débitos, mas há relatos de dívidas ainda em aberto do ano passado. O segundo item das distorções praticadas foi a inadimplência, que chegou a R$ 714 milhões, quando o fornecedor não é remunerado após 180 dias, a partir da realização do procedimento cirúrgico.

As glosas injustificadas, quando uma cirurgia é previamente autorizada, ficaram, em terceiro lugar, com um volume financeiro paralisado de R$ 118,6 milhões. As três distorções somadas representam um valor de R$ 1,626 bilhão não pago por hospitais públicos e privados, por convênios, planos de saúde e seguradoras. Um valor que afeta principalmente pequenas e médias empresas que não conseguem se manter com valores tão elevados sem as devidas quitações

INVESTIMENTO NO SETOR

Um levantamento do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps) aponta para um corte de aproximadamente 50% em diversas áreas da saúde com o Orçamento enviado pelo governo do mandato (2018-2022). O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) prevê para todos os gastos do governo, não só com saúde, um montante de R$ 149,9 bilhões para 2023, o menor valor desde 2014.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Economia da Saúde (ABrES), Francisco Funcia, afirma que os cortes foram motivados pelo desvio de cerca de R$ 20 bilhões dos R$ 149,9 bilhões para emendas parlamentares. Para fazer isso, foi necessário fazer cortes de programações que já vinham sendo financiadas pelo governo federal, como recursos da Farmácia Popular, Saúde Indígena, formação de profissionais da saúde e da Atenção Primária de Saúde.

Funcia lembra que o Teto de Gastos permite esse remanejamento, mas isso significa “cortar programações de despesas que já eram realizadas inclusive, como dois terços do orçamento do Ministério da Saúde. Isso penaliza severamente o financiamento de estados e municípios para 2023”, afirma.

Soma-se a isso a defasagem já embutida nos R$ 149,9 bilhões devido ao Teto de Gastos. O valor deveria ser de R$ 172 bilhões, ou seja, “teria que ter R$ 23 bilhões a mais nesses 149,9 bilhões. Esses cortes foram sobre um valor já deprimido, depreciado, desfinanciando o SUS pela emenda 95”.

Enquanto aumentam as verbas para emendas parlamentares, os recursos para os programas diminuem, segundo dados da ABrES. Houve uma diminuição de 31% no orçamento previsto para o Programa Médicos pelo Brasil; 65,7% a menos para o programa Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Saúde; 63% a menos para a Alimentação e Nutrição para a Saúde; 53,5% a menos para Educação e Formação em Saúde, 60% a menos para a Saúde Indígena e 55% a menos para Atenção à Saúde de Populações Ribeirinhas e de Áreas Remotas da Região Amazônica, entre outras quedas.

PEC EMERGENCIAL

O cenário constitui um dos principais desafios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A discussão sobre o orçamento estava incluída nos trabalhos da equipe de transição, e o assunto foi levado para o Congresso Nacional mesmo antes da posse.

Francisco Funcia afirma que o novo governo deve discutir uma PEC emergencial para a recomposição do piso orçamentário da Saúde.

“Há uma necessidade de aumentar a participação federal no financiamento do SUS, dado que estados e municípios já não têm mais capacidade de alocar recursos adicionais. Essa é uma questão fundamental e, para isso, precisa ter esse esforço que a equipe de transição está fazendo, que é uma negociação política desde já com o Congresso atual para que aprove mudanças no orçamento”, afirma Funcia.

Um exemplo do que pode ser proposto dentro de uma PEC é um crescimento gradual do percentual do Produto Interno Bruto (PIB) investido na saúde ao longo dos anos. Um estudo do Ieps propõe que o governo federal chegue a investir 3% do PIB em até 10 anos. “O gasto público em saúde em países como o Reino Unido, que tem um sistema de saúde parecido com o do Brasil, corresponde a 7,8% do PIB. O governo federal também tem instrumentos para isso”, afirma.

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% do PIB
corresponde ao gasto do governo federal com a saúde

SAÚDE EM 2023

O Sistema Único de Saúde (SUS) atua na atenção básica principalmente através da Estratégia Saúde da Família, que conta com 48.330 equipes e alcança 99% dos municípios brasileiros. As equipes são formadas por médicos, enfermeiros, auxiliares ou técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Juntos, eles são responsáveis por atuar na manutenção da saúde e na prevenção de doenças.

Para a atenção básica, serão alocados R$ 28,5 bilhões contra R$ 34,4 bilhões em 2022. Adicionalmente, será investido R$ 1,5 bilhão na formação e provisão de profissionais para a atenção primária à saúde (Programa Médicos pelo Brasil). Já os recursos da União para a assistência hospitalar e ambulatorial do SUS deverão somar R$ 61,4 bilhões contra R$ 68,5 bilhões de 2022.

Fonte: Brasil de Fato; Agência Câmara de Notícias

BIG PICTURE

  1. Entre os anos de 2010 e 2022, o número total de hospitais no Brasil sofreu um pequeno acréscimo, passando de 6.907 para 7.191.
  2. Os gastos GLOBAIS com saúde, públicos e privados combinados, aumentarão apenas 4,9% em 2023.
  3. O setor de saúde deverá crescer aproximadamente 5% ao ano até 2023, totalizando um faturamento anual de R$ 1,5 trilhão.
  4. Em janeiro de 2023, o Brasil contava com 562.229 médicos inscritos nos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs).
  5. O tamanho do mercado global de saúde digital foi estimado em US$ 332,53 bilhões em 2022 e espera-se que atinja cerca de US$ 1.694,21 bilhões até 2032.
  6. Para 2023, os recursos da União para a assistência hospitalar e ambulatorial do SUS deverão somar R$ 61,4 bilhões.

ANÁLISES INTERNAS DO SETOR

5 FORÇAS DE PORTER

O que é?

É um modelo criado por Michael Porter, professor prestigiado da Harvard Business School, que estuda os fatores que influenciam o potencial de lucro das empresas, bem como sua capacidade de servir seus clientes, levando em consideração forças competitivas que moldam um planejamento estratégico

5 FORÇAS DE PORTER

MÉDIA

O mercado de saúde brasileiro é altamente regulado, o que torna difícil para novos entrantes entrarem no mercado.

BAIXO

A saúde é um setor especializado e, como tal, não existem produtos substitutos diretos, como em outros setores.

MÉDIA

Os fornecedores de serviços de saúde têm um grande controle sobre os preços dos serviços, pois são poucos e concentrados.

BAIXO

Aumento dos custos de serviços de saúde pode levar a um aumento da demanda por serviços mais baratos, forçando as empresas de saúde a oferecer preços mais baixos para atender às necessidades dos compradores.

ALTA

O mercado de saúde brasileiro é extremamente competitivo, com vários concorrentes buscando aumentar sua fatia de mercado.

ANÁLISE S.W.O.T

Oportunidades

O mercado de saúde  é marcado por grandes oportunidades, ele se encontra em constante expansão e inovação, e vem nos últimos anos ajudando a economia como um todo a crescer num ritmo extremamente acelerado, diversas healthtechs vem surgindo e trazendo soluções para mercados extremamente sólidos e robustos. No Brasil esse mercado é carregado de grandes oportunidades, dentre elas.

Aumento da demanda por serviços de saúde

A população brasileira tem aumentado gradualmente nos últimos anos, e com isso a demanda por serviços de saúde também tem aumentado. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população brasileira estimada para 2022 é de 214 milhões de pessoas. Com esse número, as oportunidades no mercado de saúde aumentam substancialmente.

Crescimento das tecnologias de saúde

O setor de saúde brasileiro tem investido cada vez mais em tecnologia, o que tem proporcionado melhorias significativas no acesso aos serviços de saúde. As tecnologias como o uso de inteligência artificial, robótica, bem como a adoção de sistemas de informação de saúde, permitem um melhor acesso aos serviços de saúde, tornando o mercado de saúde mais competitivo e abrindo novas oportunidades para as empresas.

 

Desenvolvimento de novos medicamentos

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a indústria farmacêutica brasileira tem investido cada vez mais em pesquisas e desenvolvimento de novos medicamentos para o tratamento de doenças crônicas, o que representa uma significativa oportunidade para o mercado de saúde.


Ameaças

Como todo mercado em constante o setor de Saúde também enfrenta diversas ameaças. Sempre é importante estar atento a possíveis oscilações e mudanças bruscas de mercado, principalmente para que seja possível se antecipar a eventualidades e seguir firme em sua caminhada.

Custos Elevados

O custo dos serviços de saúde no Brasil é muito alto e tem dificultado o acesso de pacientes às melhores formas de tratamento. Os altos custos dos serviços de saúde representam uma ameaça significativa para o mercado de saúde.

Escassez de profissionais de saúde

O Brasil tem sofrido com a falta de profissionais de saúde qualificados, o que tem dificultado o acesso de pacientes à assistência médica. De acordo com o Ministério da Saúde, a proporção de profissionais de saúde no Brasil é de 1 profissional para cada 1.500 habitantes, sendo esse nível considerado muito baixo.

Falta de infraestrutura

A infraestrutura de saúde no Brasil ainda é considerada deficiente, com alguns hospitais e clínicas que não oferecem os melhores serviços de saúde. A falta de infraestrutura adequada representa uma grande ameaça para o mercado de saúde.

TENDÊNCIAS

O mercado da saúde no Brasil tem ganho destaque cada vez maior – seja pelo seu tamanho ou pelas inovações propostas. Para se ter uma ideia, só nos últimos dois anos, o setor de saúde liderou o ranking de fusões e aquisições.

Além disso, vale salientar que a maior parte das operações de compra de empresas no mundo todo tem se dado nesse setor. Startups e empresas de grande porte tem olhado para as tendências e deixado de lado muitas perspectivas do mercado tradicional, agregando valor de mercado não só às suas soluções, mas ao setor como um todo.

Com grande participação do governo e alto investimento privado, esse setor movimenta muito dinheiro. Para se ter uma ideia, de acordo com dados da pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros, o faturamento em 2021 do setor de saúde no país chegou a cerca de 315 bilhões de reais.

Metade desse valor se deu por parte do investimento público e metade por parte da saúde suplementar (hospitais e planos de saúde particulares).

Além do aumento, mas ainda insuficiente, dos gastos com saúde e dos custos mais altos dos fabricantes de medicamentos, as principais tendências a serem observadas em 2023 incluem a digitalização contínua dos cuidados de saúde, quedas de patentes de medicamentos e medidas para controlar os preços farmacêuticos. Esses padrões são uma continuação estimada de 2022, com 2023 sendo o segundo ano consecutivo de declínios de financiamento em termos reais.

O mercado da saúde, portanto, é uma excelente oportunidade de investimento. Através do investimento em empresas do setor, por exemplo, pode-se buscar crescimentos anuais acima de 14% (como registrado nos últimos anos, quando falamos apenas do mercado completo em si).

Inteligência Artificial (IA)

A introdução de tecnologias que contam com a inteligência artificial dentro da saúde já é uma realidade em quase todo o mundo. Com novos investimentos surgindo, as empresas que já estão nesse setor devem se consolidar ainda mais.

Dessa forma, a tendência é que além dos modelos de inteligência artificial na saúde que já existem, novos recursos poderão aparecer para o atendimento, consulta e até mesmo para os procedimentos.

Entre os pontos em que a inteligência artificial aplicada à saúde pode ser benéfica, podemos destacar as pesquisas, o desenvolvimento de diagnósticos e descobertas de informações genéticas e biológicas que sejam relevantes no tratamento de doenças.

Healthtech

O mercado de healthtechs é um dos mais promissores do ecossistema de inovação: segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os gastos no setor da saúde já representam 10% do Produto Interno Bruto do mundo e, no Brasil, suas despesas representam 9,2% da soma de todos os bens e serviços produzidos, ou R$ 608 bilhões em 2017, de acordo com a Agência IBGE de Notícias.

Durante a pandemia, o segmento disparou, com um salto de 118% no número de healthtechs no Brasil na comparação de 2020 e 2018, passando de 248 para 542 empresas do setor, conforme o relatório “Distrito HealthTech Report 2020”. Essas empresas tornaram-se protagonistas na luta contra a Covid-19, por meio de soluções inovadoras de assistência à distância, realização de exames, compra de medicamentos online e até exercícios a distância.

A tendência é de crescimento contínuo. De acordo com a Abstartups (Associação Brasileira de Startups), os usos da inovação no setor de saúde são, aparentemente, intermináveis. “A tecnologia está sendo implementada em tudo, desde os processos administrativos do hospital até a pesquisa e a cirurgia do câncer, a fim de melhorar a eficiência em todo o setor e tornar a experiência do paciente o mais indolor possível”, diz Ana Flávia Carrilo, parte da equipe de comunicação no blog da instituição.

Telemedicina

Um dos pontos-chave para o desenvolvimento do mercado de healthcare nos últimos anos foi a popularização da telemedicina. Serviços como a teleconsulta já estão hoje consolidados e isso se deve principalmente à pandemia de COVID-19, que acelerou esse processo – tanto por parte dos médicos quanto pelos pacientes.

Embora a aplicação de vacinas e medidas de prevenção tenham tido sucesso para reduzir o contágio da doença, diversas clínicas, profissionais e pacientes já se acostumaram com esse método de atendimento e é pouco provável que o modelo tradicional volte.

De acordo com um relatório divulgado pela CB Insights, cerca de 40% das consultas realizadas no segundo trimestre de 2021 aconteceram de maneira remota. Essas atividades ocorreram através de inovações que permitiram a conectividade entre pacientes e profissionais nas plataformas de saúde.

Por isso, empresas de telemedicina ainda tem bastante fôlego para crescer nos próximos anos, sendo uma das grandes oportunidades de investimento no setor de saúde.

Podem surgir empresas que prestem serviços como planos de saúde de forma exclusiva para o atendimento por telemedicina ou que ofereçam serviços híbridos a um preço muito mais reduzido, fortalecendo a concorrência.

Laudos médicos à distância

Outro ramo de inovação é a implementação de plataformas mais elaboradas, que permitem a criação de laudos digitais remotos.

Através de certificados digitais e até mesmo o blockchain, estes laudos contam com a mesma segurança e credibilidade do que os laudos emitidos presencialmente.

Isso fará com que, além das teleconsultas, diagnósticos mais simples possam ser possíveis por meio da telemedicina.

Outro fator importante nesse sentido é que os laudos médicos poderão estar armazenados em sistemas em nuvem, aumentando assim a segurança e ao mesmo tempo a acessibilidade aos documentos.

Já há uma série de empresas que estão se especializando e permitindo soluções cada vez melhores para esse tipo de documento. Casos como os prontuários eletrônicos também facilitam a vida de pacientes e médicos, que poderão acessar o histórico de atendimento em qualquer lugar do mundo, a qualquer hora.

Gestão médica computadorizada

Ferramentas de gestão dos negócios estão cada vez mais completas e automatizadas. O uso dos softwares que funcionam como ERP’s (programas de computador que fazem a gestão dos recursos da empresa) tem sido cada vez mais requerido.

No entanto, é quase inconcebível pensar em softwares de gestão que não estejam completamente alinhados e pensados para a realidade do estabelecimento em questão.

Dessa forma, empresas que atuam de forma específica para um setor, tem desenvolvido softwares que são capazes de realizar as atividades de cada área. No caso dos softwares médicos, por exemplo, a sua gestão se concentra na organização da agenda dos médicos, dos prontuários eletrônicos e também da gestão financeira do negócio.

Embora seja muito útil, nem todas as clínicas, consultórios ou hospitais já adotaram esse tipo de ferramenta ou ainda não estão 100% satisfeitas com as que eles têm. Assim, esse é um segmento da saúde que ainda tem muitas oportunidades de expansão, com novas e melhores soluções do que as que já estão disponíveis.

periodicamente pelo DataSUS.

Plataformas de medicina em nuvem

Como já adiantamos em outro tópico, o armazenamento em nuvem já é uma realidade para muitas pessoas, mas com relação às documentações médicas isso também é uma tendência.

Cada vez mais há uma preocupação com a segurança dos dados médicos – o sigilo médico é uma prerrogativa fundamental na relação médico paciente. Quando isso é quebrado, além da perda de confiança, há também dispositivos legais que podem ser acionados, trazendo dor de cabeça e prejuízo às empresas.

Um dos dispositivos legais nesse sentido é a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que aponta que o vazamento intencional ou não intencional de dados sigilosos é de responsabilidade de quem os coleta e armazena. Caso isso ocorra, multas altas podem ser aplicadas e por isso, todos estão se adaptando de forma a mitigar os riscos.

Empresas que trabalham com o armazenamento seguro destas informações o fazem por meio de sistemas em nuvem. Dessa forma, as informações não ficam centralizadas em apenas um lugar físico e independem dos servidores internos.

Dessa forma, o investimento em plataformas que possibilitam conectividade na rede de comunicação de maneira mais assertiva entre a clínica e o profissional, e os pacientes poderão contar com um serviço mais completo e eficaz.

Empresas que já prestam esse serviço em outras áreas saem na frente por já terem suas tecnologias, mas deixá-las ainda mais prontas para as especificidades da área da saúde pode ser uma oportunidade e tanto.

Fonte: Strati

Highlights

“O setor de saúde é essencial para o bem-estar e sucesso de uma nação e, devido à crescente preocupação da população com a saúde, está sendo cada vez mais observado pelos holofotes. Empresas e players do setor estão aproveitando a oportunidade para oferecer serviços mais avançados e inovadores. Por conta disso, o setor está andando lado a lado com a tecnologia, contribuindo para um crescimento exponencial e desenvolvimento acelerado. Estudos apontam que o setor de saúde deverá crescer aproximadamente 5% ao ano até 2023, totalizando um faturamento anual de R$ 1,5 trilhão. Esse desenvolvimento só será possível com a colaboração de diferentes órgãos, tanto públicos quanto privados, que estejam engajados em melhorar o cenário da saúde atual.”

Gabriel Macedo
Business Analyst III

Sigilo e disclaimer

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RAY MARKET SOUND

Equipe Ray Market Sound
rms@rayconsulting.com.br

Setor Público Q2-2023

ANÁLISE MACROECONÔMICA

PANORAMA MUNDO

O setor público na Europa é bastante diverso, variando de país para país. No entanto, é possível fazer algumas análises gerais sobre o setor público na região.

 

Em termos de tamanho, o setor público na Europa é geralmente grande em comparação com outras regiões do mundo. Os países escandinavos, por exemplo, têm um setor público que representa cerca de metade da economia, enquanto outros países, como a Alemanha e a França, têm um setor público que representa cerca de um terço da economia. No entanto, existem exceções, como a Irlanda, que tem um setor público relativamente pequeno em comparação com outros países europeus.

 

O setor público europeu é geralmente responsável por uma ampla gama de serviços, como saúde, educação, segurança social, transporte público e infraestrutura. Esses serviços são geralmente financiados por meio de impostos e contribuições sociais. Além disso, muitos países europeus também possuem sistemas de bem-estar social abrangentes, que fornecem assistência financeira e outros tipos de apoio a pessoas que estão desempregadas, doentes ou incapacitadas.

 

Outra característica do setor público na Europa é que ele é frequentemente altamente regulamentado. Isso pode ser especialmente verdadeiro no que diz respeito a questões como proteção ambiental, direitos trabalhistas e proteção ao consumidor. Além disso, muitos países europeus possuem uma série de leis e regulamentos para garantir que as empresas e indivíduos paguem os impostos corretos. Dentre as principais empresas estatais europeias, temos: KLM, Deustsche Bank e Gazprom.

 

Já nos Estados Unidos, são relativamente raras em comparação com outras regiões do mundo, como a Europa e a Ásia. Isso ocorre porque, historicamente, os Estados Unidos têm uma forte cultura de livre mercado e uma tradição de limitar a intervenção do governo na economia.

 

No entanto, existem algumas empresas estatais americanas importantes, geralmente relacionadas a áreas como defesa nacional, energia e transporte. Alguns exemplos incluem a Amtrak (companhia ferroviária nacional), a Tennessee Valley Authority (TVA), que fornece eletricidade e outros serviços para a região do Vale do Tennessee, e a Corporação de Financiamento de Exportações dos Estados Unidos (US Ex-Im Bank), que fornece empréstimos e garantias de crédito para empresas americanas que fazem negócios no exterior.

 

Uma característica importante das empresas estatais americanas é que elas são geralmente submetidas a rigorosas regulamentações e monitoramento. Por exemplo, a TVA é sujeita a uma série de regras e diretrizes estabelecidas pelo Congresso, enquanto a US Ex-Im Bank é supervisionada pelo Congresso e pelo governo federal.

PANORAMA BRASIL

INDICE

1. ANÁLISE MACROECONÔMICA

Panorama Mundo

Panorama Brasil
Perfil das Empresas no setor
Corrupção
Subnichos
Infraestrutura e transportes
Fusões e Aquisições
Análise de Players
Big Picture
2. ANÁLISE INTERNA
5 Forças de Porter
Oportunidades e Ameaças
3. TENDÊNCIAS

As empresas públicas no Brasil são aquelas que são controladas diretamente pelo Estado, seja através do governo federal, estadual ou municipal. Essas empresas têm um papel importante na economia brasileira, atuando em diversos setores, como energia, transporte, telecomunicações, entre outros.

Das estatais que se encontram na bolsa de valores, no mês de janeiro de 2023, seu somatório de valor de mercado chega a R$547 bilhões, queda de 2,8% de valor frente a dezembro de 2021.

Já com relação ao resultado líquido de Petrobras, Banco do Brasil, Eletrobras (que foi privatizada recentemente), Caixa e BNDES, chegou a R$209 bilhões, no terceiro trimestre de 2022, aumento de 55% frente ao mesmo período do ano anterior. Estes dados são do Ministério da Economia.

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de aumento no resultado líquido no 1o trimestre de 2022, na comparação com o ano anterior

As empresas públicas no Brasil enfrentam desafios significativos, incluindo a falta de eficiência operacional e a corrupção. Além disso, muitas dessas empresas têm histórico de prejuízos financeiros, o que tem levado o governo a buscar formas de privatizá-las ou de torná-las mais eficientes. Vale ressaltar, que com o novo governo, a agenda é contrária. Deseja reestatizar algumas empresas que foram privatizadas, como a Eletrobras e interromper o ciclo de privatizações que tivemos durante o governo passado.


Fonte: Governo Brasileiro

Além da diminuição da quantidade de estatais nos últimos anos, a quantidade de pessoas empregadas nestas empresas também diminuiu. Em 2018, a quantidade de colaboradores nas estatais federais era de 495.197 e caiu para 433.274 no terceiro trimestre de 2022, de acordo com dados do Ministério da Economia.

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Queda na quantidade de colaboradores

Fonte: Poder 360

PERFIL DAS EMPRESAS DO SETOR


Portanto, podemos ver que, a maioria das estatais, são do setor de energia, e financeiro, com quantidade de empregados menor que 500, e com a maior quantidade de seus empregados estando na faixa dos 36 aos 50 anos.

Fonte: gov.br

QUANTIDADE DE EMPRESAS ESTATAIS POR REGIÃO DO BRASIL

Fonte: D&B Hoovers

CORRUPÇÃO

A corrupção é um problema grave em muitas estatais brasileiras. O Brasil tem um histórico de corrupção em suas empresas estatais, incluindo a Petrobras, a Eletrobras, a Caixa Econômica Federal, entre outras.

 

Um dos principais motivos para a corrupção nas estatais é a falta de transparência na gestão dessas empresas. Muitas vezes, os cargos de liderança nas estatais são preenchidos por indicações políticas, e não por critérios técnicos. Isso pode levar a um ambiente propício para a corrupção, já que as pessoas que ocupam esses cargos podem estar mais interessadas em beneficiar seus aliados políticos e empresariais do que em tomar decisões que sejam melhores para a empresa e para o país como um todo.

 

Outro fator que contribui para a corrupção nas estatais brasileiras é a falta de fiscalização adequada. Muitas vezes, os órgãos de controle do governo não possuem os recursos ou a independência necessários para investigar e punir casos de corrupção. Além disso, a Justiça brasileira muitas vezes é lenta e ineficiente na punição de casos de corrupção, o que pode fazer com que os responsáveis por esses crimes fiquem impunes.

Um dos casos mais emblemáticos de corrupção nas estatais brasileiras é o escândalo da Operação Lava Jato, que envolveu principalmente a Petrobras e outras empresas do setor de petróleo e gás. Não se sabe ao certo o quanto que foi desviado durante todo o esquema, porém sabe-se que há acordos para se devolver até R$22 bilhões aos cofres públicos.

 

Para combater a corrupção nas estatais brasileiras, é preciso fortalecer os mecanismos de controle e fiscalização, aumentar a transparência na gestão dessas empresas e promover uma cultura de ética e integridade no setor público. Isso exigirá um esforço conjunto do governo, da sociedade civil e do setor privado para combater a corrupção e promover uma cultura de integridade e transparência no Brasil.

Fonte: Gazeta do Povo

SUBNICHOS

Setor de petróleo, gás e energia

O setor público brasileiro de petróleo e gás é liderado pela Petrobras, que é a maior empresa do setor na América Latina e uma das maiores do mundo, no Brasil, no fornecimento de combustíveis, a Petrobras possui cerca de 83% de market share. Além dela, existem outras empresas públicas que atuam no setor de petróleo e gás no Brasil, como a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), responsável pela gestão dos contratos de partilha de produção no pré-sal, e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), responsável pela elaboração de estudos e pesquisas no setor energético brasileiro.

 

O setor público brasileiro de petróleo e gás também é regulado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), uma agência reguladora federal que tem como objetivo regular, fiscalizar e promover a indústria de petróleo, gás natural e biocombustíveis no Brasil. A ANP é responsável por realizar leilões de áreas de exploração e produção de petróleo e gás, conceder autorizações e fiscalizar as atividades das empresas do setor.

 

Fonte: Gov.br

Financeiro

O setor financeiro estatal é composto em grande maioria por bancos e seguradoras de propriedade do governo, independente da esfera. Essas instituições são criadas com o objetivo de fornecer serviços financeiros para atender às necessidades do governo e do público em geral, e suas operações são regulamentadas pelo governo.

 

No setor de bancos públicos, existem instituições financeiras como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, que são de propriedade do governo federal e possuem mais de 21 mil agências, distribuídas ao longo de todo o país. Esses bancos oferecem serviços financeiros como empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e contas bancárias para indivíduos e empresas, além de prestar serviços financeiros específicos para o governo, como gestão de recursos públicos e financiamento de programas sociais. Além disso, ambos possuem braços que são seguradoras, a Caixa Seguridade e o Banco do Brasil Seguridade.

Fonte: Gov.br

Infraestrutura e Transportes

Em termos gerais, o setor público brasileiro de infraestrutura e transportes é responsável por desenvolver, construir, operar e manter a infraestrutura de transportes do país, que inclui rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos, sistemas de transporte público e outras instalações relacionadas.

 

O setor é composto por uma série de órgãos públicos e empresas estatais, tais como o Ministério da Infraestrutura, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), dona de grande quantidade de aeroportos no país, entre eles o de Guarulhos; e o DNIT, Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes, que detém cerca de 13% das rodovias nacionais

Fonte: Gov.br

FUSÕES E AQUISIÇÕES

Privatizações

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Eletrobras em 2022

 

A privatização da Eletrobras é um processo no Brasil que visava a venda da maior empresa de energia elétrica da América Latina. A proposta foi apresentada pelo governo brasileiro em 2017 e aprovada pelo Congresso Nacional em 2021, com o objetivo de modernizar o setor elétrico e melhorar a eficiência da empresa.

O governo deixou de ser o acionista majoritário ao promover a capitalização da empresa, no dia 14 de junho do ano passado. A união manteve alguns privilégios, como poder de veto em algumas decisões estratégicas. Foi levantado um montante de R$29,3 bilhões, sendo a maior privatização desde a da Telebras, em 1998.

O presidente Lula, nos últimos meses, vem criticando bastante a privatização. Portanto, para os próximos anos, o cenário é de reduções nas privatizações das empresas estatais.

BR Distribuidora em 2019

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A BR Distribuidora era uma subsidiária da Petrobras e atuava no segmento de distribuição de combustíveis e lubrificantes, com mais de 8.000 postos de combustíveis em todo o Brasil. No ano de 2019, saiu sua privatização, quando a Petrobras deixou de ser dona de 71% de suas ações, para ser dona de 41% delas. Naquele momento, ela já havia deixado de ser estatal. Porém, a participação da Petrobras foi diminuindo ao longo do tempo, quando ela ia vendendo suas ações, até que em Junho de 2021, toda a sua posição como acionista foi liquidada, com a petroleira brasileira levantando cerca de R$24,4 bilhões, com a soma de todas as diminuições de participação que eram feitas.

Fonte: Economia Uol e CNN

ANÁLISE DE PLAYERS

Petrobras

A Petrobras é uma das maiores empresas de energia do mundo, com sede no Brasil. Foi fundada em 1953 e é uma empresa estatal de capital aberto, com ações negociadas na bolsa de valores brasileira. A empresa é especializada na exploração, produção, refino, transporte e distribuição de petróleo e gás natural. A Petrobras tem um papel importante na economia brasileira, representando uma grande parte do PIB do país. A empresa enfrentou vários escândalos de corrupção nos últimos anos, mas tem tomado medidas para melhorar sua governança e transparência. A Petrobras também tem investido em energia renovável e pesquisa tecnológica para aumentar sua eficiência e reduzir seu impacto ambiental. A empresa emprega mais de 50 mil pessoas e é responsável por uma cadeia de fornecedores e prestadores de serviços que geram empregos em todo o país.

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de valor de mercado

Banco do Brasil

O Banco do Brasil é uma das maiores instituições financeiras do Brasil e foi fundado em 1808. É uma empresa estatal de capital aberto, com ações negociadas na bolsa de valores. O banco oferece serviços financeiros diversos, como crédito, investimentos, seguros, previdência e cartões de crédito. O Banco do Brasil tem uma ampla rede de agências em todo o país, além de uma presença internacional em mais de 20 países. A instituição também tem se destacado em iniciativas de inclusão financeira e desenvolvimento social, como o programa de microcrédito. O banco enfrentou desafios nos últimos anos, como a pressão por aumento da eficiência e redução de custos, além da concorrência acirrada no setor financeiro. No entanto, tem buscado se adaptar às mudanças do mercado e investir em tecnologia e inovação para manter sua posição de liderança no setor. Vale ressaltar que possui 54 milhões de clientes, em todos os estados brasileiros.

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de valor de mercado
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Correios

Os Correios do Brasil são a empresa estatal responsável pelo serviço postal no país. Fundada em 1663, é a mais antiga instituição pública em operação no Brasil. Os Correios oferecem serviços de envio de correspondências, encomendas, serviços financeiros e de logística integrada. A empresa também tem investido em tecnologia para aumentar sua eficiência e ampliar sua presença digital. Os Correios enfrentam desafios financeiros e operacionais nos últimos anos, como a queda no volume de correspondências e a concorrência de empresas privadas no setor de logística. No entanto, a instituição ainda é uma das principais opções de envio para muitos brasileiros, especialmente para áreas remotas e de difícil acesso. Os Correios também têm um papel importante no desenvolvimento social e econômico do país, empregando mais de 88 mil pessoas e gerando impacto em várias cadeias produtivas.

 

Está presente em 100% dos municípios brasileiros

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de lucro no segundo trimestre de 2022

Caixa

A Caixa Econômica Federal é uma instituição financeira pública brasileira, fundada em 1861. É responsável por programas sociais como o Bolsa Família e o FIES, além de oferecer serviços financeiros diversos como crédito, investimentos, seguros, previdência e cartões de crédito. A Caixa é uma das principais instituições financeiras do país e tem uma ampla rede de agências em todo o território nacional. A instituição também tem investido em tecnologia e inovação para oferecer soluções financeiras digitais aos seus clientes. A Caixa tem um papel importante na economia brasileira, sendo um dos principais agentes financeiros do governo federal e responsável por financiar diversos setores, como habitação e infraestrutura. A instituição emprega mais de 85 mil pessoas e tem um forte compromisso com a inclusão financeira e social, promovendo programas e projetos voltados para a melhoria da qualidade de vida da população.

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de lucro em 2022

BIG PICTURE

13.732 desligamentos no ano até Q3/2022

0,75 é a dívida líquida (EBITDA) das estatais federais, um número saudável

-6,5% de redução de despesas com pessoal no terceiro tri em relação ao mesmo período em 2022

13,75% é a Taxa Selic

24 estatais foram privatizadas até o terceiro tri de 2022

R$306 Bilhões é o total de dívida das estatais brasileiras no Q3/2022

5 FORÇAS DE PORTER

Entrantes Potenciais – Baixa

As empresas estatais brasileiras, em geral, têm uma grande vantagem em relação aos novos entrantes, uma vez que muitas delas têm exclusividade na prestação de serviços em seus setores. Além disso, o processo de privatização no Brasil reduziu ainda mais a ameaça de novos entrantes no mercado. Porém este cenário pode se inverter nos próximos anos, caso o novo governo deseje reestatizar empresas, como a Eletrobras.

Produtos Substitutos – Baixa

As empresas estatais brasileiras, em geral, têm uma grande vantagem em relação aos novos entrantes, uma vez que muitas delas têm exclusividade na prestação de serviços em seus setores. Além disso, o processo de privatização no Brasil reduziu ainda mais a ameaça de novos entrantes no mercado. Porém este cenário pode se inverter nos próximos anos, caso o novo governo deseje reestatizar empresas, como a Eletrobras.

Poder dos Fornecedores – Baixa

Como as empresas estatais geralmente têm grande porte e poder de compra, elas tendem a ter uma vantagem em relação aos fornecedores. No entanto, em alguns setores, como o de energia elétrica, os fornecedores podem ter algum poder de barganha, especialmente quando há escassez de recursos, como no caso da falta de chuva que afeta a geração de energia hidrelétrica.

Poder dos Compradores – Média

No caso das empresas estatais brasileiras, os clientes são geralmente empresas ou órgãos públicos, o que limita o seu poder de barganha. No entanto, em alguns setores, como o de telecomunicações, os clientes têm algum poder de barganha, uma vez que podem escolher entre diferentes provedores de serviços. Já no setor petroleiro, por exemplo, a Petrobras tem forte poder sobre os compradores, podendo inclusive alterar os preços.

Rivalidade entre players – Baixa

No caso das empresas estatais brasileiras, a rivalidade é limitada, uma vez que muitas dessas empresas são monopolistas em seus setores. No entanto, em alguns setores, há concorrência de empresas privadas, o que pode levar a uma maior rivalidade. Um exemplo disso é o setor de telecomunicações, onde empresas estatais como a Telebras competem com empresas privadas como a Claro e a Vivo.

OPORTUNIDADES

Investimento em tecnologia e inovação

As empresas estatais brasileiras têm um grande potencial para investir em tecnologia e inovação para melhorar a eficiência e a qualidade dos seus serviços. Por exemplo, empresas estatais de energia elétrica poderiam investir em tecnologias de energia renovável para reduzir a dependência de fontes de energia não renováveis e melhorar a sustentabilidade. Além disso, as empresas estatais poderiam utilizar tecnologias de inteligência artificial e big data para otimizar processos e melhorar a tomada de decisão.

 

Parcerias público-privadas

As empresas estatais brasileiras podem buscar parcerias com empresas privadas para explorar novas oportunidades de negócios e ampliar sua atuação em novos setores. Por exemplo, empresas estatais de transporte poderiam se associar a empresas privadas de tecnologia para desenvolver soluções inovadoras de mobilidade urbana. As parcerias público-privadas podem ser uma maneira eficaz de aproveitar o conhecimento e a experiência do setor privado para melhorar a eficiência e a competitividade das empresas estatais.

AMEAÇAS

Falando sobre empresas públicas, é possível identificar que algumas de suas maiores ameaças se deem devido a dificuldades de crises econômicas e relacionamento dentro do país de origem, ou mesmo com relações internacionais.

Crises Econômicas Mundiais

As crises mundiais têm reflexos diretos na economia dos países, o que pode influenciar no funcionamento das empresas do setor público. Isso ocorre porque, uma vez que os recursos se tornam mais caros, escassos ou haja problemas de exportação, pode trazer consequências para o administrativo e distribuição do dinheiro público. Além disso, o Real é uma moeda fraca, que cai mais que as fortes, como Euro e Dólar, o que leva a disparadas nestas moedas em relação ao Real, quando tais crises ocorrem

Crises Institucionais

Uma crise institucional interna pode acabar trazendo diversos malefícios para o setor público, já que pode fazer com que investidores internacionais deixem de investir no Brasil, o que afeta indiretamente as estatais. Pois o investimento externo no Brasil movimenta a economia, o que reflete na performance e resultado das empresas públicas.

TENDÊNCIAS

Maior pressão por transparência e prestação de contas:

Com a crescente demanda por maior transparência e prestação de contas, as empresas estatais brasileiras podem ser obrigadas a adotar práticas mais rigorosas de governança corporativa, a fim de aumentar a confiança do público em suas atividades e garantir uma maior eficiência na gestão dos recursos públicos.

 

Investimento em tecnologias digitais:

As empresas estatais brasileiras podem precisar investir em tecnologias digitais para melhorar sua eficiência operacional, reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços prestados. Por exemplo, a adoção de soluções de inteligência artificial e big data pode ajudar as empresas estatais a tomar decisões mais informadas e eficientes.

 

Foco na sustentabilidade e responsabilidade social:

As empresas estatais brasileiras podem enfrentar uma crescente pressão da sociedade para adotar práticas mais sustentáveis e responsáveis socialmente. Por exemplo, empresas estatais de energia podem ser incentivadas a investir em fontes de energia renovável e reduzir sua pegada de carbono, enquanto empresas estatais de transporte podem ser pressionadas a adotar medidas para reduzir o impacto ambiental e social de suas operações.

 

Reestatizações:

Com a chegada de um novo governo, que prefere um estado mais forte, a agenda de privatizações do governo Bolsonaro foi encerrada. O cenário para os próximos anos é de possível criação de novas empresas estatais e possíveis reestatizações, inclusive com contestações a Lei das Estatais, que impede a indicação para cargos estratégicos das estatais, apenas por motivos políticos, ou seja, tal lei faz com que as indicações tenham que ser, de fato, criteriosas.

  

RAY MARKET SOUND

Equipe Ray Market Sound
rms@rayconsulting.com.br

Indústria de Alimentos Q2-2023

INTRODUÇÃO


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INDICE

1. ANÁLISE MACROECONÔMICA

Panorama Mundo

Panorama Brasil
Expansão
Fusões e Aquisições
Análise dos Players
Perfil do Consumidor
Subnichos
Commodities
Investimentos do Setor
Importação e Exportação
Índices que Envolvem o Setor
Big Picture
2. ANÁLISE INTERNA
5 Forças de Porter
Oportunidades e Ameaças
3. TENDÊNCIAS
Highlights

ANÁLISE MACROECONÔMICA

PANORAMA MUNDO

O mercado mundial de alimentos e bebidas cresceu de US$ 3.559,94 bilhões em 2022 para US$ 3.763,14 bilhões em 2023, uma taxa de crescimento de 5,7%. A guerra entre Rússia e Ucrânia interrompeu as chances de recuperação da economia global da pandemia de COVID-19, pelo menos no curto prazo. O conflito entre esses dois países tem levado a sanções econômicas a vários países, a um aumento nos preços das commodities e às perturbações da cadeia de suprimentos, o que acarreta inflação de bens e serviços e afeta diversos mercados em todo o mundo. O setor é esperado para atingir US$ 4.651,03 bilhões em 2027 com um CAGR de 5,4%.

 

O ramo de alimentos e bebidas é esperado para se beneficiar com o aumento da digitalização dos serviços de alimentação. Os consumidores estão cada vez mais optando por pedidos de comida online para entrega domiciliar. Por exemplo, de acordo com a KPMG, o gasto médio anual por pessoa com aquisições no Reino Unido aumentou em 42% em dois anos, de £452 ($506) em 2019 para £641 ($721) em 2021. Grandes empresas fornecem serviços de entrega de alimentos, como Deliveroo, Just Eat e Uber Eats, sendo esta uma tendência que, provavelmente, continuará no período de previsão e impulsionará o mercado de serviços de alimentação e bebidas no futuro.

Nos EUA, os supermercados tiveram crescimento de 50% na demanda em 2020, o que representa 15,8% de aumento de vendas nas redes varejistas.

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de taxa de crescimento

PANORAMA BRASIL

  • Como forma de atender a demanda da população que permanecia em casa pela quarentena, os varejistas de todo o mundo migraram tanto para o universo digital, aderindo ao e-commerce e serviços de delivery, quanto para hábitos mais sustentáveis e orgânicos, visando melhor saúde e aumento de imunidade.

    No que tange o e-groceries, vendas online de produtos alimentícios, apenas nos EUA, o mesmo atingiu a marca de US$ 100 bilhões, e segundo a Nielsen, em países como os EUA, Reino Unido, França e Japão, 25% dos compradores online já compram alimentos pela internet.


Fonte: Revista PEGN

EXPANSÃO

O setor de food service contribuiu para a elevação de 1,8% nas vendas da indústria para o mercado interno este ano, representando 26,3% do total (contra 24,4% em 2020). Isso foi alavancado pela reabertura dos estabelecimentos, ativação do delivery e aceleração da transformação digital, de forma a aproveitar a retomada da economia.

As exportações da indústria brasileira bateram um novo recorde, com US$ 45,2 bilhões, um aumento de 18,6%, contribuindo significativamente para o faturamento (26,5%). Esta alta foi impulsionada pela melhora da economia mundial em conjunto com o câmbio favorável. No entanto, o mercado de alimentos industrializados ainda passa por um cenário desafiador, uma vez que há a previsão de redução do crescimento das economias mundiais de 3,4% para 2,9% segundo o FMI.

Enquanto a economia brasileira sofre uma desaceleração nas taxas de crescimento do PIB (estimadas para entre 0,8% e 1%), a indústria de alimentos tem perspectiva positiva para 2023 com incrementos entre 1,5% e 2% na produção e nas vendas. As incertezas na economia mundial e o aumento de custos de produção ainda são elementos que influenciam o âmbito, mas o destaque vai para o food service, que segue em processo de recuperação.

Outro fator que deve impactar diretamente o setor é que a situação econômica da China e da Índia se mostra animadora, uma vez que o horizonte da taxa de câmbio R$/US$ permanece estável, e medidas de flexibilização das restrições à circulação de pessoas alimentam o desenvolvimento desses países. Além disso, os investimentos em infraestrutura possibilitam que a expansão da economia da Índia alcance entre 5,8% a 6,1%, segundo projeções do FMI.

No que tange a oferta, a entrada da nova safra de grãos em Fevereiro de 2023 pela Conab, prevista com até 14,5% de expansão, pode ser prejudicada pela estiagem causada por La Niña, porém, mesmo assim, poderá ser uma importante melhora na oferta de matérias-primas para alimentos, baixando custos de produção. Também é pautado na acomodação dos preços das commodities agrícolas no mercado internacional.

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contribuindo significativamente para o faturamento

FUSÕES E AQUISIÇÕES

O ramo vem atingindo uma maturidade e solidez dos players ativos na indústria, isso é notável pelo fato de que as fusões e aquisições caíram ao longo do último ano, de R$ 13,6 bilhões, para R$ 8,7 bilhões. Mesmo que ainda seja um valor alto, apresentou uma retração de 36%.

 

Nestlé e Garoto

A Nestlé e a Garoto estão próximas de se unirem, com a reabertura do processo de aquisição da Garoto por parte da Nestlé. O Cade irá avaliar a transação. O portal UOL prevê que a aprovação da compra será dada após 21 anos desde o início do processo, em 2002.

 

Calbee

A Calbee, conhecida por seus salgadinhos populares, vai investir cerca de 140 bilhões de ienes (US$ 1 bilhão) nos próximos três anos para alcançar maior crescimento e eficiência. Desse total, 80 bilhões serão destinados para expandir operações internacionais com fusões e aquisições, bem como para equipamentos no Japão e no exterior. Outros 60 bilhões irão para aumentar produtividade via automação e para questões ambientais, sociais e de governança. A empresa vai devolver 25 bilhões aos acionistas. A meta é melhorar as margens no mercado interno e alcançar 30%-35% de vendas externas até o ano fiscal de 2025, alcançando uma rentabilidade líquida de 10% ou mais. Também está programada para 2024 a construção de uma nova fábrica em Hiroshima com capacidade de produção anual estimada em 28 bilhões de ienes.

ANÁLISE DOS PLAYERS

JBS Foods

A JBS é a maior empresa de carne bovina do mundo com marcas como Friboi, Seara, Swift e Pilgrim’s. Ela também possui linhas de produtos de alimentos prontos, alimentos para animais e bebidas. 

 

Lucro de R$ 20,5 bilhões

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BRF Foods

Outra gigante do ramo é a BRF, uma das maiores empresas de alimentos do Brasil e é responsável por marcas como Sadia, Perdigão, Qualy e Paty. Ela é líder de mercado de aves, suínos e congelados.

Receita líquida: R$ 34,5 bilhões

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Ambev

Tratando mais especificamente de bebidas, a Ambev é a maior distribuidora do Brasil e possui marcas como Brahma, Antarctica, Skol, Stella Artois e Budweiser. Esta empresa também detém a maior participação de mercado de cerveja no Brasil.

 

Receita líquida de R$ 10,8 bilhões

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Cargill

A Cargill está comprometida a fornecer serviços e produtos alimentícios, agrícolas, financeiros e industriais para o mundo há mais de 155 anos. Com 155.000 funcionários em 70 países, trabalhando em parceria com produtores rurais, clientes, governos e comunidades, buscamos maneiras responsáveis de abastecer o mundo com alimentos, tendo o menor impacto ambiental possível e melhorando as comunidades onde operamos.

 

Receita líquida: US$ 165 bilhões

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Bunge Alimentos

A Bunge se orgulha por deter mais de dois séculos de experiência em processamento de sementes oleaginosas, produção e fornecimento de óleos e gorduras vegetais especiais. Sempre comprometidos em melhorar a segurança alimentar global, trabalhando para levar alimentos saudáveis às mesas e aumentar a sustentabilidade onde atuam.

 

Receita líquida: US$ 16,8 bilhões

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PERFIL DO CONSUMIDOR

Os dados do IBGE indicam que arroz, café, feijão, pão de sal e carne bovina foram os alimentos mais consumidos no monitoramento alimentar. Entre os outros itens, a banana foi a fruta mais citada (16,0%). Além disso, os sucos e refrescos (39,8%) e os refrigerantes (23%) foram as bebidas mais consumidas.

 

Uma análise por sexo mostrou que homens e mulheres tiveram prevalências similares no consumo de alimentos. Os homens apresentaram maior incidência no consumo de arroz, feijão, carne bovina e refrigerantes, enquanto as mulheres tiveram taxas mais altas no consumo de café, pão de sal, sucos e refrescos, bolos e óleos e gorduras. 

 

Por todo o país, a salada crua de hortaliças também se destacou entre os itens mais consumidos, figurando na 20ª posição no Nordeste (10,6%), Sul (10,2%), Sudeste (17,8%) e Centro-Oeste (27,4%), comprovando o alto consumo de verduras em todas as regiões.

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SUBNICHOS

A indústria alimentícia possui inúmeros subnichos, e diversos extremamente relevantes para a economia brasileira, inclusive, alguns como o setor de bebidas, distribuidoras, supermercados, bares e restaurantes, carnes, entre outros. Dentre eles, podemos destacar: 

 

Panificação e Confeitaria

 

O setor de panificação e confeitaria teve um aumento significativo em seu faturamento, que chegou a R$ 92 bilhões em 2022. Mais de 70 mil padarias estão ligadas à Abip e atuam com mais de 2,5 milhões de trabalhadores, dos quais 920 mil são diretos e 1,6 milhão indiretos.

 

61,65 % dos produtos que são vendidos nessas lojas são de produção própria, enquanto 38,35% são de revenda. Mesmo com a pandemia, o setor teve um incremento no fluxo de clientes de 5,25% na média nacional entre janeiro e maio de 2022 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Além disso, o crescimento do faturamento nominal foi de 19,5% (sem descontar a inflação) nesse período.

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A produção física do setor de embalagens brasileiro apresentou sinais de recuperação ao longo de 2022, mesmo que ainda abaixo do nível registrado em 2012. De acordo com dados macroeconômicos exclusivos da FGV, a produção de embalagens teve uma contração de 3,0% em 2021, após quatro anos consecutivos de resultados positivos. Apesar da queda no início de 2022, a produção voltou a crescer, indicando a tendência para uma recuperação.

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EXPORTAÇÃO

Até o acumulado do terceiro trimestre de 2022, as exportações diretas do setor de embalagem tiveram um faturamento de US$ 592,739 milhões, um avanço de 34,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. As embalagens metálicas foram responsáveis por 43,7% das exportações, seguidas pelas embalagens plásticas com 26,1%, pelas embalagens de papel, cartão e papelão com 23,1%, e por embalagens de madeira e vidro com 3,9% e 3,1%, respectivamente. No quesito evolução das exportações por segmento, todos registraram variáveis positivas em relação ao mesmo período de 2021. Entre eles, as embalagens metálicas se destacaram, com um crescimento de 61,5%, logo seguida pelas embalagens de madeira, com um acréscimo de 49,0%.

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COMMODITIES

Como é possível observar nos gráficos, várias commodities brasileiras registraram uma baixa nos preços em janeiro de 2023, apesar de o Brasil possuir grande relevância no que tange à exportação. No entanto, commodities como açúcar e óleo de soja se mantiveram em alta.

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COVID X SETOR

A indústria brasileira de alimentos e bebidas teve um destacável crescimento de 12,8% em faturamento no ano de 2020, em comparação a 2019, totalizando R$ 789,2 bilhões nas exportações e vendas para o mercado interno. Esta quantia representou 10,6% do PIB nacional, segundo a ABIA. Em 2019, o setor contabilizou R$ 699,9 bilhões, diferente da maioria dos outros setores que foram muito impactados negativamente, o ramo alimentício experienciou um aumento de faturamento.

 

Desconsiderando a inflação no período, a indústria de alimentos obteve aumento de 3,3% no valor das vendas reais. Por outro lado, na produção física (volume de produção), o setor cresceu 1,8% comparando-se a 2019. Este resultado foi possível com o incremento das vendas para o varejo (16,2%) e para o mercado externo (11,4%) no ano 2020.

 

Em decorrência da pandemia, o Brasil foi um destaque na américa latina no crescimento do delivery, registrando uma marca de cerca de 48,77% de aumento nos gastos das pessoas com o serviço, no mundo todo, esses gastos cresceram cerca de 187%.

 

Apesar dos custos adicionais de produção de 4,8% em 2020 devido ao impacto da Covid-19 na indústria, o setor conseguiu criar 20 mil novas vagas diretas, atingindo assim uma alta de 1,2% em relação a 2019. Com 1,68 milhão de empregos diretos, alimentos e bebidas são a principal geração de emprego na indústria de transformação do Brasil.

INVESTIMENTOS NO SETOR

Além das fusões e aquisições que, como dito anteriormente na análise, caíram ao longo do último ano, os investimentos internos das empresas, focados principalmente em P&D, cresceram de R$ 13,2 bilhões para R$ 14,9 bilhões segundo dados da ABIA e do Banco Central, totalizando R$ 23,6 bilhões investidos no setor. Mesmo com o aumento nos investimentos internos, o valor não foi suficiente para compensar o déficit nas fusões. Entretanto, o faturamento manteve o crescimento, o que pode gerar uma tendência de cada vez menos fusões ao longo dos próximos anos.

IMPORTAÇÕES X EXPORTAÇÕES

A balança comercial da indústria de alimentos é sempre muito consistente e positiva, com as exportações superando de forma discrepante as importações. O agronegócio segue liderando os lucros e investimentos, com um saldo positivo de US$ 84,5 bilhões, superando inclusive o saldo geral (US$ 61,2 bilhões).


IMPOTAÇÕES

A indústria importou mais do que nos anos anteriores, com crescimento em todas as áreas. O total geral importado pulou de US$ 158,8 bilhões, para  US$ 219,4 bilhões, um aumento de aproximadamente 38,6%, entretanto as exportações compensaram, tornando o saldo comercial de 2021 o maior desde 2017. 

 

Também vale-se destacar que a participação da indústria de alimentos no total das importações nacionais caiu de 3,4% para 2,8%, mesmo com o aumento relatado. Isso indica que o setor está, de fato, em um crescimento acelerado, maior do que o da economia nacional geral, e pelo mesmo ser um dos principais motores da economia do país, isso se torna um sinal muito positivo para o Brasil e para a indústria alimentícia.

EXPORTAÇÕES

2021 foi um ano excelente para as exportações da indústria, atingindo um recorde de faturamento em todos os tipos de mercadorias vendidas, totalizando cerca de US$ 59 bilhões (agrobusiness alimentar, alimentos In Natura e alimentos industrializados) na comparação com o período 2012 – 2021. Houve, também, maior participação no faturamento, contribuindo com quase 35% do faturamento total do setor.

 

Além das informações já mencionadas, a ABIA disponibiliza também os principais mercados que importam mercadorias brasileiras, com destaque para a ásia, responsável por quase metade (46,4%) das exportações nacionais.

ÍNDICES QUE ENVOLVEM O SETOR

Índice de ruptura

O índice se remete à indisponibilidade dos produtos para o consumidor final, sendo um indicador importante para setores que possuem grandes giros e volumes de estoque.

Atualmente, a falta de produtos nas gôndolas possui valor médio de 10,38%, o que evidencia o reaquecimento do setor e aumento das compras em varejos alimentícios.

No segundo semestre de 2021, os produtos que apresentaram maior ruptura foram:

  • Leite longa vida (18,1%);
  • Frango in natura (12%);
  • Leite com sabor (11,9%);
  • Sorvetes (11,5%);

Azeite (11,3%).

Fonte: Veja, Poder 360, CAGED, APAS

BIG PICTURE

72% da produção da indústria é para abastecer o mercado interno

Faturamento do setor corresponde a 10,8% do PIB nacional

em 10 anos, a produção de alimentos precisará crescer 20% e para isso, a do Brasil 40%

Em 2020, o varejo alimentício equivaleu a 7,5% do PIB

Grandes investimentos no setor, superando a casa dos R$ 20 bilhões

Quase 35% do faturamento vem das exportações

5 FORÇAS DE PORTER

Entrantes Potenciais – Média

O setor de alimentos e bebidas está aberto para novos concorrentes do mercado e há um grande potencial para crescimento nesta área. Para tomar vantagem da situação atual, os novos concorrentes precisam oferecer produtos diferenciados que combinem qualidade com baixo preço para vencer a intensa disputa neste setor, além dos custos de produção não serem necessariamente baixos.

Produtos Substitutos – Alta

Por existirem uma gama extremamente ampla de produtos e concorrentes, há muitas alternativas à disposição nas prateleiras, o que representa uma ameaça às empresas desse setor, considerando que em muitos casos os clientes apenas escolhem a partir do preço.

Poder dos Fornecedores – Baixa

Os fornecedores no setor de alimentos e bebidas têm pouco poder, uma vez que a demanda é alta e podem ser adquiridos em vários lugares. Os principais ingredientes deste setor são bastante comuns, como frutas e produtos lácteos, carne, grãos, açúcar, etc., dificultando o domínio por parte dos fornecedores.

Poder dos Compradores – Alta

Os compradores no setor de alimentos e bebidas têm muito poder, pois há uma grande variedade de produtos para escolher entre preços variados. Os compradores podem facilmente mudar de marca ou optar por um produto substituto se não estiverem satisfeitos com um dos produtos do mercado.

Rivalidade entre players – Alta

O setor de alimentos e bebidas é altamente competitivo devido à ampla variedade de produtos disponíveis. A disputa entre as empresas é intensa para conquistar fatias de mercado. O nível de preço é frequentemente negociado para se destacar na concorrência, mas também pode ser limitado devido ao alto nível de substitutos presentes no mercado.

OPORTUNIDADES

A indústria de Alimentos é marcado por grandes oportunidades, mesmo com todas as perdas causadas pela pandemia. A pandemia obrigou o segmento a evoluir, o que abre portas para desafios e oportunidades.

Novos fornecedores

Investir em novos fornecedores que possam fornecer materiais mais sustentáveis, de maior qualidade e a preços mais baixos para reduzir custos e melhorar a qualidade é uma estratégia a ser considerada para a obtenção de resultados satisfatórios. Atualmente, existem diversos fornecedores emergentes que oferecem soluções avançadas e respaldadas em princípios ecológicos. Abraçar essas novas tendências trará diversos benefícios para o setor alimentício, tanto em curto quanto em longo prazo. Além de reduzir custos e aumentar a qualidade, os materiais oferecidos por esses novos fornecedores servirão como diferenciais competitivos da empresa perante o mercado.

Setor em crescimento

Uma das principais oportunidades do ramo é o próprio crescimento exponencial que tem experimentado. Ao longo dos anos, este setor tem mostrado um destacado grau de relevância para a economia brasileira. 

Isto é notoriamente demonstrado tanto pela expansão nos faturamentos quanto pelo aumento nas exportações, que contribuem significativamente para o PIB nacional. Além disso, o número de empregos ligados a este setor também vem aumentando e preenchendo as vagas oferecidas por empresas privadas, públicas e entidades.

Snacks

O cenário econômico e a inflação são preocupações importantes dos consumidores brasileiros, mesmo assim o orçamento dos lares sempre conta com a compra de snacks. Dados apontam que estes são escolhidos com menos frequência das marcas favoritas para priorizar marcas genéricas e que são consumidos em média duas vezes ao dia.

Snacks desempenham um importante papel emocional, já que para 83% dos entrevistados, em tempos difíceis são usados como recompensa. Além disso, 75% declararam sempre encontrar espaço no seu orçamento, especialmente a Geração X (82%). 80% afirmam que os consomem para se mimar. É comum encontrar nos consumidores a opinião de que somente o chocolate é essencial para satisfazer suas vontades (70%).

O momento mais relevante para saborear snacks varia, considerando-se que entre almoço e jantar é o mais indicado, mas também tem ganhado destaque pela manhã. Quanto às necessidades nutricionais, 86% acreditam que os snacks devem atender diferentes necessidades nutricionais para pessoas diferentes. A maioria (80%) afirmou checar os rótulos nutricionais antes de ingerir, sendo 98% consomem para se sentirem realizados e 74% buscam porções controladas.

Verifica-se ainda que é grande a preocupação de consumidores por snacks sustentáveis. Embalagens biodegradáveis (86%), ingredientes de origem ética (77%) e embalagens plásticas mais limpas (70%) têm despertado não somente interesse, mas também generosidade dos consumidores, que declaram estar dispostos a pagar um preço mais alto para terem esta qualidade.

Delivery

O que se esperava que fosse um crescimento devido a um momento atípico da história e que não se manteria para os anos seguintes, agora se traduz como algo que de fato veio para ficar, após revolucionar os hábitos de consumo das pessoas por oferecer uma maior praticidade para os clientes, o delivery segue crescendo, de acordo com um estudo realizado pela GS&NPD, em parceria com o Instituto Food Service Brasil (IFB), 89% dos locais passaram a atuar também dessa maneira durante a pandemia da COVID-19 e que atualmente o serviço é responsável por mais da metade (56%) do faturamento dos estabelecimentos.

Com um salto de 80% em 2020 para 89% em 2022, setor se mostrou resiliente até mesmo à crise sanitária mundial, sendo uma das únicas alternativas para diversos pontos da indústria. Para 2023, o IFB prevê um crescimento médio de 7,5% ao longo do ano.

AMEAÇAS

Sazonalidade

A sazonalidade pode ser um grande risco do setor, considerando que diferentes produtos caem ou aumentam de interesse ao longo do ano, um exemplo muito claro são os sorvetes, cujas vendas aumentam no verão e crescem no inverno, e em oposição, os vinhos costumam ser muito mais consumidos em tempos frios.

Devido a esse fator, manter o conhecimento do público e dos produtos oferecidos precisa ser sempre uma prioridade, para agilizar tomadas de decisões e planos de ação eficientes.

Competição Acirrada Dentro do Setor 

Devido à crescente concorrência entre as empresas do setor de alimentos e bebidas, os mercados tendem a tornar-se cada vez mais instáveis, criando pressão para a redução dos preços dos produtos finais. Esta competição exacerbada implica um grande desafio para estas empresas, uma vez que exige que elas aumentem a sua capacidade de produção para garantir lucros satisfatórios.

Custos de produção

Seja devido à escassez de matéria-prima ou à inflação, os fabricantes de alimentos e bebidas estão tendo que lidar com custos operacionais mais altos, o que impacta diretamente o preço dos produtos para os consumidores.

Para driblar a alta e continuar oferecendo produtos economicamente atrativos sem perder a lucratividade, os gestores terão que, entre outras ações, enxugar os processos e diminuir desperdícios

A alta significativa do dólar, a inflação em constante crescimento, o aumento dos preços dos combustíveis e os conflitos armados internacionais exercem grande impacto sobre o custo de produção dos alimentos. Esta situação afeta diretamente também os elevados gastos com insumos pelos produtores. Os dados da CNA mostram que entre janeiro de 2020 e março de 2022, houve um alto aumento no preço dos principais fertilizantes (288%), além dos preços mais significativos da soja, milho e trigo (preço subiu 110%). Isto significa que as margens de lucratividade dos produtores têm diminuído a cada mês e isso exige a adoção de estratégias de gestão e controle de custo de produção.

Mudanças nos padrões alimentares

Devido às preocupações com saúde, meio ambiente e obesidade, os hábitos alimentares estão mudando rapidamente e as principais mudanças incluem prescrições sem glúten e lactose, veganismo e vegetarianismo. Atualmente, segundo informações da SVB, aproximadamente 30 milhões de brasileiros se consideram vegetarianos (12% da população), não existe uma pesquisa sobre a quantidade de veganos, mas as estimativas são de cerca de 7 milhões de pessoas. 

Ademais, novas regulamentações em torno da saúde dos alimentos podem introduzir um alto nível de custo para os produtos da indústria de alimentos e bebidas e especialmente para aqueles que precisam seguir essas regulamentações. 

Perda do poder de compra da população

Dificuldade de acesso ao crédito

Aumento dos custos operacionais

Aumento da concorrência

Aumento de impostos e inflação

TENDÊNCIAS

Avanço da Automação Industrial

As tecnologias de automação industrial, Internet das Coisas e inteligência artificial, premissas do conceito industrial 4.0, continuarão avançando tanto nas grandes indústrias como nas pequenas fábricas. 

A ampliação do alcance da rede 5G no país irá acelerar essas transformações no chão fabril, permitindo um nível de precisão na comunicação entre máquinas, sensores e pessoas ainda não visto.

Essas novas tecnologias irão garantir que o principal tripé do segmento se mantenha firme: a qualidade nos processos de fabricação, a produtividade e a segurança alimentar.

Procura por Alimentos Mais Saudáveis

Desde a pandemia, ficou mais evidente a mudança nas preferências dos consumidores em relação à sua alimentação.

O apoio aos produtores locais, à qualidade e à segurança dos alimentos foram algumas das tendências que devem se manter na indústria de alimentos e bebidas em 2023.

As escolhas saudáveis que envolvem desde alimentos mais nutritivos até dietas à base de plantas continuarão sendo adotadas por um número cada vez maior de pessoas.

Os consumidores também estão em busca de produtos que estimulem a melhora da saúde física e mental por meio de ingredientes funcionais.

Sustentabilidade em todas as etapas

A sustentabilidade segue como forte tendência para 2023. Embora não seja um conceito novo, ela continua ganhando força à medida que aumenta a demanda dos consumidores por marcas mais ecológicas e responsáveis.

O principal fator motivador para a adoção de práticas mais sustentáveis ​​são justamente as demandas dos clientes, porém, para os fabricantes, a sustentabilidade significa processos mais enxutos e redução de desperdícios.

Uso de dados

Gestores de diversos segmentos estão apostando cada vez mais na análise de dados e métricas para obter insights relevantes. Os dados coletados têm se tornado a chave para mensurar o desempenho das organizações e identificar oportunidades de melhoria. Um software de gestão que contenha todos os processos envolvidos é imprescindível para acompanhar os dados ao longo da produção de alimentos e bebidas e gerar relatórios completos de forma ágil.

A transformação digital e a produção inteligente estão consolidando-se como grandes aliadas do setor, pois permitem otimizar a transparência do monitoramento via sensores conectados e a Internet das Coisas, bem como usar tecnologias avançadas como Machine Learning, Digital Twins e robótica. Segundo estudo recente da Food Engineering, 66% das empresas já utilizam a rastreabilidade por lotes como prática de segurança alimentar. Embora ameaçadora, essa tendência promete significativos ganhos nas receitas do mercado, que pode chegar a quase US$ 72 bilhões em 2025 conforme prevê o relatório “The Internet of Things: Mapping Value Beyond the Hype” da McKinsey. 

Com isso, fica claro que a mudança nas preferências de consumo e no avanço tecnológico estão modificando a paisagem global da indústria de alimentos e bebidas. A junção destes dois fatores fornecerá as ferramentas para superar os desafios enfrentados e alcançar os objetivos exigidos.

HIGHLIGHTS

“O setor de alimentos e bebidas é um dos principais motores da economia nacional, e serve até como termômetro para o desenvolvimento do país, com uma participação de mais de 10% no PIB, o sucesso do setor é vital para o crescimento do Brasil como um todo, a marca de mais de R$ 1 trilhão é um comprovante da evolução nacional.

Para os players já inseridos no mercado e os interessados em se iniciar nele, é crucial se atentar às tendências, ameaças e oportunidades destacadas, já que em um mercado tão competitivo, qualquer diferenciação e melhora no produto final e na produção pode ser uma virada de chave para um maior faturamento e margem de lucro.”

RAY MARKET SOUND

Equipe Ray Market Sound
rms@rayconsulting.com.br

Bares-e-restaurantes Q2-23

ANÁLISE MACROECONÔMICA

VISÃO GERAL

Depois de tanto tempo com restrições, retomar as atividades fora de casa é um desejo de muitas pessoas para começar a retornar à realidade. Por isso, comer fora de casa acaba sendo um dos programas sociais mais buscados e o setor de food service comemora. Este claramente não é um hábito que surgiu com a flexibilização da pandemia: segundo uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), as vendas da indústria alimentícia para o setor de refeições fora do lar cresceram 184,2% entre os anos de 2009 e 2019, em uma média de 11% ao ano, registrando em 2019 um valor acumulado de R$ 184,7 bilhões.

Depois do baque sofrido em 2020, em que o share da alimentação caiu dos 33% de 2019 para 24% (os 76% restantes foram direcionados ao varejo alimentício), o esperado era que 2021 fosse um ano decisivo para a retomada do setor, e os números não decepcionaram. A ABIA estimou o fechamento do ano em 27% de participação nas vendas totais da indústria de alimentos no mercado interno (R$ 173,3 bilhões) em 2021. O aumento representa 23,9% a mais que o registrado no ano anterior, precedendo a recuperação completa do food service em 2022.

INDICE

Introdução

Visão Geral

Prejuízos da Pandemia
Sazonalidade
Comportamento do Público
Preferências
Ticket Médio
Emprego
Big Picture
Análise Interna do Setor
Oportunidade
Ameaças
Tendências
Softwares
Tecnologia
Highlights

PREJUÍZOS DA PANDEMIA

  • O setor de bares e restaurantes no Brasil foi um dos muitos setores impactados diretamente pela pandemia da Covid-19. De março do ano passado até julho de 2021, estima-se que 335 mil empresas fecharam em definitivo e 1,3 milhão de trabalhadores foram demitidos no país. Até março de 2020, eram 1 milhão de negócios do setor e 6 milhões de empregados diretos. Sendo assim, 30% das empresas de bares e restaurantes encerraram suas atividades no país por conta da pandemia, e 20% dos trabalhadores deste setor perderam seus empregos. 

    Só nos primeiros quatro meses de 2021, mais 100 mil empregos foram perdidos e mais 35 mil empresas fecharam as portas. O faturamento do setor em 2020 foi de R$ 175 bilhões, frente a R$ 235 bilhões em 2019. Um prejuízo de arrecadação de R$ 60 bilhões.

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% Dos B&R encerraram atividade
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Milhões de trabalhadores foram demitidos

 

Após longos meses de prejuízos, consequência direta da pandemia da Covid-19, o setor de bares e restaurantes tem se aproximado dos patamares pré-pandêmicos, e já sinaliza crescimento no país. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a expectativa de faturamento para este ano é de R$ 215 bilhões.

Em julho de 2021, segundo a Abrasel, o setor está faturando, em nível nominal (ou seja, sem correção da inflação), semelhante a julho de 2019. Em termos reais, considerada a correção da inflação, o mês está 15% abaixo comparando esses dois períodos. A expectativa da Abrasel, no entanto, é de que no segundo semestre o faturamento cresça, uma vez que o setor está acelerando, devendo fechar os últimos seis meses deste ano no mesmo patamar do segundo semestre de 2019, já considerando a inflação. 

Apesar da perspectiva de crescimento, especialistas apontam um cenário de super endividamento das empresas. O setor está superendividado, com mais de 64% com dívidas em atraso, e a normalização do faturamento não será suficiente para equacionar o problema tão grande que foi gerado. Além disso, muitos empresários do ramo estão enfrentando dividas em bancos e dívidas de impostos e aluguel.

E o que mudou em relação ao período pré-pandêmico?

Com as adaptações para seguir em funcionamento mesmo durante a pandemia, algumas características das operações no mercado de bares e restaurantes já não são mais as mesmas. Como exemplo, se antes os estabelecimentos optavam por operar apenas presencialmente, ou seja, recebendo pessoas no salão, hoje há mais flexibilidade. Os sistemas de retirada e de entrega ganharam muitos adeptos nesse período e tendem a continuar sendo uma alternativa lucrativa.

Nesse sentido, as tecnologias de conectividade e cloud ajudaram consideravelmente a expandir o negócio para o ambiente digital, facilitando, assim, o relacionamento com o consumidor, ao oferecer o que ele precisa ou deseja.  Além disso, o levantamento da Abrasel mostra que 72% do setor opera com menos funcionários hoje do que antes da Covid-19. Embora 31% dos estabelecimentos tenham a intenção de investir em novas contratações, 58% vão ajustar o quadro de funcionários e 27% ainda terão que recorrer a demissões.

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% Do setor opera com menos funcionários
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% Do setor pretende contratar novos funcionários
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% Do setor ainda terão que recorrer a demissões

Entre as que estão contratando, uma em cada cinco afirmam estar com dificuldades em encontrar mão de obra. Os cargos mais qualificados são os que têm menos oferta de profissionais, segundo a pesquisa. Profissionais como chefs de cozinha, gerentes e cozinheiros são os mais difíceis de encontrar vaga, depois vêm os especialistas, como sushimans.

Sazonalidade movimenta o mercado

Com a chegada do verão, o setor de bares e restaurantes, em especial nas regiões litorâneas do país, projeta bons números para o período. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a área deve movimentar cerca de R$ 80 bilhões e gerar mais de 60 mil vagas de emprego entre os meses de janeiro e março de 2022.

A expectativa é de que, no verão, nas regiões litorâneas, o aumento nas vendas nos bares e restaurantes possa chegar a 30%. Uma das explicações para as perspectivas positivas do setor se dá ao fato de que muitas pessoas deixaram de viajar para o exterior. Sendo assim, o consumo interno tem sido alavancado de forma inédita, especialmente nos pontos turísticos nacionais.

COMPORTAMENTO DO PÚBLICO

Inegavelmente, a conduta do consumidor mudou bastante. Embora esses novos hábitos tenham sido adquiridos pelas necessidades impostas, alguns podem ter vindo para ficar. A consultoria Dunnhumby divulgou um relatório em abril de 2021 sobre o comportamento do consumidor brasileiro após a chegada da Covid-19 ao País. Entre os resultados, destaca-se que 4 a cada 10 pessoas continuam comendo mais em casa, em comparação ao período anterior.

De olho nessa tendência, o mercado de bares e restaurantes começaram a investir em sistemas de entrega e retirada, programas de fidelidade ou em kits personalizados. Estes levam uma experiência para a casa da pessoa, que pode montar, por exemplo, seu lanche preferido de uma hamburgueria.

Ainda na reportagem baseada em pesquisa da Dunnhumby, os entrevistados responderam sobre fatores que pesam na hora da compra. Nesse sentido, o preço é o grande decisor para 80% das pessoas, enquanto 21% priorizam a qualidade. Em paralelo, a pesquisa antes de comprar também se tornou um hábito para 47% dos brasileiros. Aliás, na pesquisa, o Brasil é o quinto país com maior preferência em manter este hábito de comer em casa, perdendo apenas para a Coreia, Malásia, Tailândia e China.

Preferências Preço x Qualidade

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% Preço
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Outros pontos importantes da mudança do hábito do consumidor são a preocupação com os impactos da alimentação em diferentes setores. Segundo o estudo da EY Parthenon, publicado pela Veja Insights, em setembro de 2020, no pós-pandemia, haverá um novo estilo de vida para os brasileiros. Sendo assim, 75% dos entrevistados pretendem priorizar decisões de compra mais saudáveis, enquanto 70% deles  se atentarão mais aos impactos ambientais e sociais de seus gastos. Além disso:

  • 89% aumentarão ou manterão seus gastos atuais em alimentos frescos;
  • 64% buscarão o serviço de kits de comida;
  • 62% comprarão refeições preparadas em estabelecimentos para consumo posterior;
  • 72% vão continuar ou aumentar a compra de alimentos congelados;
  • 33% optarão por novas marcas para apoiar negócios locais.
  •  

Ou seja, há uma busca por alimentos mais nutritivos e cuja produção cause menor impacto ambiental, como as proteínas vegetais. Dependendo do público-alvo do negócio, o mercado de bares e restaurantes precisa responder a essas novas demandas e se ajustar.

Restaurantes de comida a quilo

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) estima que 40% dos restaurantes especializados em comida a quilo fecharam no país devido à crise econômica causada pela pandemia de covid-19. O Brasil tinha cerca de 200 mil estabelecimentos desse tipo, e a estimativa atual é de que esse número tenha caído para 120 mil.

Nas regiões com grande concentração de escritórios, as medidas de restrição e o grande número de pessoas em trabalho remoto reduziram o movimento nos estabelecimentos de refeição rápida. Segundo a Abrasel, os restaurantes por quilo ou self-service, que tinham grande procura antes da crise, atualmente têm menos de 10% do movimento pré-pandemia.

Saúde financeira dos restaurantes

Muitos bares e restaurantes tiveram que operar de portas fechadas e apenas por delivery, o que impactou diretamente o faturamento e fez com que vários deles precisassem recorrer a linhas de crédito para manter seus negócios abertos e com saúde financeira. De acordo com uma pesquisa feita pela Abrasel, em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas, quase 4 em cada 5 bares e restaurantes tiveram que captar recursos durante a crise.

O estudo, realizado com 875 estabelecimentos comerciais de todo Brasil durante o mês de junho, mostra que aqueles que procuraram por empréstimo optaram, em sua maioria, por bancos privados (43,7%), seguido das cooperativas de crédito (16,6%) e aplicativos de delivery (9,42%).

Outras opções como amigos ou agentes privados, adquirentes, bancos digitais e aplicativos de pagamento também foram mencionadas. A pesquisa revela ainda que dos bares e restaurantes que tentaram um empréstimo durante a pandemia, apenas 50% conseguiram. Entre as principais razões para a não liberação dos recursos foram citadas: restrições com o nome da empresa (39,3%) ou com o nome do proprietário/sócio (23,2%) e não conseguir apresentar garantias e/ou faturamento suficientes (33,6%).

O crédito é uma realidade para os estabelecimentos comerciais mesmo antes da crise ocasionada pela Covid-19. Dos entrevistados, 74,9% afirmaram já terem solicitado um empréstimo desde que começaram os negócios, tendo como principais motivos garantir fluxo de caixa (26,6%), pagar dívidas (25,0%), realizar reformas no espaço físico e/ou ampliar o estabelecimento (10,7%). No mais, nota-se que para 8,6%, o valor do empréstimo também foi direcionado para implantar e/ou ampliar o modelo de delivery.

Delivery

O serviço de delivery passou de um diferencial para uma necessidade do mercado, em diferentes áreas. Com a chegada da pandemia, esse mercado se tornou ainda mais fundamental, estimulando o maior consumo e influenciando hábitos da população, tanto com relação ao aumento da frequência de pedidos por um mesmo usuário de apps de entrega, como com a chegada de novos consumidores. De acordo com dados do site Statista, o Brasil foi destaque no segmento de delivery na América Latina em 2020. Sozinho, o país foi responsável por quase metade do mercado, chegando a 48,77%. Em seguida, México e a Argentina, com cerca de 27,07% e 11,85%, respectivamente.

Atualmente, o país conta com grandes players de atuação nacional e outras empresas do segmento com abrangência unicamente regional. Entretanto, nos três Estados do sul do Brasil o mercado é explorado pelos grandes apps, como iFood, Rappi, com margem de negócio para players regionais compreenderem com maior propriedade o perfil e as necessidades dos consumidores locais.

A importância das parcerias com marketplaces de delivery

Segundo a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), por causa da piora da pandemia que enfrentamos no começo de 2022, a projeção de faturamento do setor neste ano, prevista inicialmente para R$ 235 bilhões, deve cair para R$ 215 bilhões. Ele deve ser, porém, superior ao do ano passado, R$ 175 bilhões. De acordo com a associação, das cerca de um milhão de empresas do setor de bares e restaurantes no início do ano passado, 300 mil fecharam as portas por causa da pandemia do coronavírus.

Mas o que fazer nesses momentos de crise? Como aumentar o faturamento? Muitos donos de bares e restaurantes tiveram que apostar no ambiente digital numa velocidade em que não esperavam. Além disso, empresas de vale refeição como a sodexo fizeram parcerias com os principais marketplaces de alimentação do mercado, para que todos passassem a aceitar o cartão-refeição da empresa.

Saída do Uber eats

O anúncio de encerramento das operações de entrega de refeições no Brasil feito pela Uber Eats foi recebido com pesar e muita apreensão pelo setor de bares e restaurantes. Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), é sintomático que cerca de um mês após a Delivery Center anunciar o fim de suas atividades no país, outra gigante do delivery faça o mesmo.

Na visão de especialistas, isso representa uma significativa perda de competitividade no mercado de delivery. Segundo ele, uma possível solução para a crise possa ser a implementação do padrão Open Delivery, iniciativa liderada pela Abrasel e que disponibiliza um código aberto para padronização de cardápios e pedidos, tornando o mercado de delivery mais transparente, ágil, acessível e competitivo, já que a tendência é que os restaurantes passem a trabalhar com mais marketplaces, estimulando melhores práticas, preços e prestação de serviço..

Recuperação do setor

Embora a pandemia do coronavírus tenha afetado em cheio o setor de alimentação fora do lar, o número de novos negócios abertos apenas no primeiro semestre de 2021 já é maior do que no mesmo período de 2019, antes do aparecimento da doença que paralisou o mundo. Dados divulgados na última semana pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Tributária (IBPT) apontam a abertura de 16.659 restaurantes, lanchonetes, casas de suco e similares em todo o Brasil de janeiro a junho de 2021.

É um número maior do que no mesmo período de 2019, quando 13.326 novos negócios foram criados, e de 2020, com 10.939 sendo que a pandemia no Brasil começou a afetar o comércio a partir do final do mês de março. A pesquisa leva em consideração os dados públicos da Receita Federal do Brasil, e estima que 85% deles são de negócios independentes e 15% de franquias. Esse bom desempenho contrasta com o número de fechamento de empresas ao longo da pandemia que, segundo entidades representativas do setor, ficou entre três a quatro em cada 10 estabelecimentos.

Alimentação fora de casa cresce e indústria vê volta a normalidade

Após cair mais de 24% em 2020, a participação do food service nas vendas da indústria de alimentos e bebidas apresentou retomada em 2021, ano em que foi iniciada a campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil. As vendas para bares e restaurantes somaram R$ 176,3 bilhões, crescimento de 26% ante o registrado no primeiro ano de pandemia, segundo números divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). Descontada a inflação, as vendas reais da indústria de alimentos e bebidas cresceram 3,2% no último ano, resultado semelhante ao observado em 2020.

Ticket Médio

Em relação ao tíquete médio despendido nos estabelecimentos de foodservice, uma pesquisa do IDF mostra o crescimento de quase 13% em outubro de 2021, quando comparado ao mesmo mês do ano anterior, passando de R$ 31,50 para R$ 35,60.

Esse aumento poderia ser comemorado se não corroborasse a subida da inflação no setor, que foi de 3,2 pontos percentuais no período, saindo de 5,5% em outubro de 2020 para 8,7% no mesmo mês de 2021.

Fonte: IFB

Emprego

A oferta de empregos em bares e restaurantes vem em um bom momento para a retomada da economia no setor. Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, Abrasel, mostra que quase metade das empresas desse segmento estão com as finanças ajustadas e prontas para recuperar o tempo perdido, em função da pandemia.

Uma estimativa feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) prevê que o setor deve movimentar cerca de R$ 80 bilhões e gerar mais de 60 mil vagas de emprego entre janeiro e março do ano que vem. Nas regiões litorâneas, o aumento nas vendas em bares e restaurantes pode chegar a 30% em virtude do verão.

Formas de pagamento

Uma pesquisa, realizada através da internet, pela ABRASEL em que  obteve mais de 1.200 respostas de todos os estados do país metrificou padrões de consumo por parte dos clientes. O levantamento mediu como anda a aceitação do Pix em bares e restaurantes. Nada menos do que 93% disseram já ter adotado o sistema para receber dos clientes. No entanto, o Pix ainda está longe de se transformar no meio preferencial de pagamento: apenas 3% disseram ser este o principal método usado pelos clientes no salão ou balcão, índice que melhora ligeiramente no delivery: 7%.

O cartão de crédito continua sendo o mais usado –  tanto no salão (65%) quanto no delivery (73%). Em ambos os casos, o pagamento com dinheiro em espécie foi apontado como meio preferencial por apenas 1% dos estabelecimentos entrevistados.


Big Picture

R$ 173,3 bi
Vendas totais da indústria de alimentos em 2021

40%
dos restaurantes a quilo no Brasil fecharam as portas

48,77%
Participação do Brasil no Share Latino Americano
de delivery

31%
Do setor pretende contratar novos funcionários

64%
Dos empreendimentos possuem dívidas atrasadas

80%
Do público leva em consideração o preço ao escolher um restaurante

ANÁLISE INTERNA DO SETOR

5 FORÇAS DE PORTER

O QUE É?

É um modelo criado por Michael Porter, professor prestigiado da Harvard Business School, que estuda os fatores que influenciam o potencial de lucro das empresas, bem como sua capacidade de servir seus clientes, levando em consideração forças competitivas que moldam um planejamento estratégico

Entrantes Potenciais – Alta

O segmento de bares e restaurantes apresenta um alto risco de entrantes potenciais devido a sua baixa barreira de entrada, o segmento não exige certificações específicas, o que vai definir a barreira será o porte e proposta do empreendimento.

Produtos Substitutos – Alta

O segmento apresenta um alto índice de produtos substitutos devido a sua extensa quantidade de player e diferentes forma de atuação.

Poder dos Fornecedores- Baixa

Devido a alta concentração de players no mercado os players acabam perdendo poder de barganha.

Poder dos Compradores – Alta

Devido a alta concentração de player e diferentes produtos e experiências ofertadas nos empreendimentos do setor, os compradores acabam possuindo um alto poder de compra.

Rivalidade entre players – Muito Alta

O setor apresenta uma alta rivalidade entre os players, muito por conta da alta variedade de empresas e produtos ofertados. Além disso, com o boom do delivery, as empresas estão enfrentando uma corrida de eficiência na modalide.

OPORTUNIDADES

O mercado de Bares & Restaurantes, apesar da baixa causada pela pandemia, é marcado por grandes oportunidades ao longo dos últimos anos, ele se encontra em constante expansão e inovação, e vem ajudando a economia como um todo. No Brasil esse mercado é carregado de grandes oportunidades, dentre elas:

Setor ligado ao cotidiano do Brasileiro

Apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor ao longo dos últimos anos de pandemia, o segmento está ligado ao cotidiano do brasileiro, sendo assim, a medida que trabalhos, faculdades e escolas voltam a normalidade, o movimento do ramo tende a aumentar e consequentemente os gastos.

Novas formas de atuação

Devido ao boom da modalidade de delivery e take Away, novas oportunidades de mercado surgiram, ajudando o empreendimento a ampliar seu raio de atuação sem a necessidade de investir grande quantias de dinheiro, um exemplo disso são as Dark Kitchens.

Pontos físicos mais baratos

A crise provocada pela pandemia irá tirar muitos empresários do mercado por conta das dificuldades de manter o negócio em pé. Ao mesmo tempo, isso iria criar oportunidades para outros ingressarem no mercado, com um aumento da vacância de espaços em shoppings centers e nas ruas consequentemente, com melhores negociações de aluguéis.

AMEAÇAS

Como todo mercado em constante recuperação pós pandemia, o setor de Bares & Restaurantes também enfrenta diversas ameaças. Sempre é importante estar atento a possíveis oscilações e mudanças bruscas de mercado, principalmente para que seja possível se antecipar a eventualidades e seguir firme em sua caminhada.

Inflação

Ainda que já seja possível encontrar bares e restaurantes lotados novamente, 2022 dificilmente será um ano brilhante para o setor. Primeiro, pela dificuldade de cravar a recuperação com uma inflação acumulada acima dos 10% e diante de uma economia incerta, o que abala a confiança do consumidor brasileiro.

Variantes e contaminação local

Segundo, pelas ondas da Ômicron e de influenza, que estão dificultando a operação e provocando novos fechamentos desta vez, em decorrência do alto índice de contaminações entre os trabalhadores, afastando cerca de 20% dos funcionários dos salões toda semana, segundo a Abrasel.

Mudança do padrão de consumo

Este será um dos maiores desafios do setor: convencer as pessoas a voltarem a comer fora de casa. Muitos dos que precisaram voltar às atividades presenciais criaram estratégias alternativas para fazer suas refeições nesses últimos dois anos, com novos hábitos de consumir comida caseira ou adequados ao delivery de marmitas. Mais do que isso, os 71% de brasileiros que perderam renda nesse período, seja pelo desemprego, pressão inflacionária ou achatamento salarial, devem rever essa frequência de alimentação na rua.

TENDÊNCIAS

Segundo a ABIA, o share de mercado do food service deve ter uma melhora este ano, alcançando os patamares de 28% de crescimento. Como o cenário para este ano é de aumento da taxa de juros, endividamento, inadimplência e encarecimento do crédito, os negócios do setor de food service devem estar atentos e preparados para aproveitarem o crescimento estimado para o ano.

Cardápios informativos

Com a sociedade cada vez mais consciente sobre a origem do que consome cotidianamente, é natural que isto seja refletido na forma como as pessoas esperam transparência e produção justa dos alimentos, alinhados com a redução do impacto no meio ambiente.

Para isso, a disponibilização de cardápios que contenham não apenas a composição dos pratos, mas que tragam também a origem dos ingredientes e seus diferenciais, pode ser um grande diferencial na experiência destes consumidores.

Carnes veganas

Alimentação vegana e vegetariana já é uma realidade difundida e “posta à mesa” há alguns anos. Para transformar e integrar ainda mais esta cultura ao meio gastronômico, a inserção de, pelo menos, uma opção vegana no cardápio está se tornando um diferencial para restaurantes na atração de um público que ainda pode estar muito segmentado.

Além disso, apostar nesses pratos pode ser importante para oferecer mais uma opção para clientes que estão habituados com sabor, cheiro e textura da carne, mas que ainda não sabem que é possível atingir a mesma experiência com produtos que possuem ingredientes 100% de origem vegetal.

Ghost restaurants/Dark Kitchens

Em linha com o crescimento exponencial do delivery nos últimos meses, estes estabelecimentos vêm se consolidando como modelo de negócio, uma vez que funcionam exclusivamente para entregas a domicílio e dispensam a necessidade de um salão.

As vantagens desta estratégia estão no baixo custo e no direcionamento de um serviço que tende a permanecer em alta, mesmo com a reabertura do atendimento presencial e a perspectiva de um abrandamento da pandemia.

Análise de dados

Em sintonia com o boom do delivery, alguns restaurantes têm investido também na análise de dados gerados pelos sistemas de gestão e entrega, como a localização dos pedidos, ticket médio e quais pratos possuem mais sucesso dentro do estabelecimento.

Este recurso já é realidade em grandes redes de alimentação e vem crescendo cada vez mais em restaurantes de pequeno e médio porte, uma vez que auxiliam os empreendedores no controle de estoque, na composição de seus cardápios e no desenvolvimento de estratégias de venda, promoções, planos de fidelização ou descontos.

Parcerias entre restaurantes e supermercados

As redes supermercadistas estão aproveitando o cenário de retorno da alimentação fora do lar para apostar em serviços integrados de alimentação, com parcerias com restaurantes e opções de pratos prontos a baixo custo. Crescem também os corredores de congelados e as ofertas nas categorias de pratos semiprontos, cujo preço consegue se manter ainda abaixo dos restaurantes.

A rede Bob’s, por exemplo, lançou em novembro sua linha de produtos congelados, distribuída em supermercados pelo País. Antes, o Grupo Big já tinha fechado parceria com a Swift, da JBS, para instalação de geladeiras com itens para o dia a dia, implementando um espaço da marca dentro das lojas do hipermercado.

SOFTWARES

Goomer

A Goomer possui soluções digitais para os restaurantes, podendo ficar disponível nas mesas ou ser levado pelo garçom. Um das grandes vantagens é que existe solução do pedido até o momento do pagamento. O gestor pode detalhar as informações, colocar fotos dos pratos, além de sugerir harmonizações na tela para o cliente. Com a solução da Goomer para bares e restaurantes, a cozinha recebe automaticamente o pedido com as especificações e personalizações do cliente em tempo real. Dessa maneira, os garçons podem atender cada cliente de forma personalizada.

Bematech Mister Chef

Desenvolvido para aumentar o desempenho e a eficiência do seu restaurante, o Bematech Mister Chef é um sistema que ajuda a controlar toda a gestão financeira, de estoque e análise de indicadores via web, otimizando as receitas e reduzindo custos originados pela falta de controle.

Tecknisa

A Teknisa traz inovação para automação comercial para food service. As soluções e aplicativos integrados ao ERP geram uma gestão unificada de todas as áreas da empresa. Com sistemas POS e PDV para restaurantes, pizzarias, hamburguerias, sushis e temakerias, a empresa gera ainda economia na aquisição de softwares e nos valores das entregas fiscais.

MarketUP

O ERP MarketUP é um sistema de gestão que será a ferramenta auxiliar na administração do negócio. Desenvolvida especialmente para bares, cafés e restaurantes, a aplicação conta com recursos exclusivos para gerenciamento de estoque, emissão de documentos fiscais, controle em tempo real de fluxo de caixa, além da ferramenta “comanda”, que funciona organizando o atendimento às mesas.




TECNOLOGIA

IoT é poderosa aliada do setor

Para isso, a Internet das Coisas (IoT) é uma das tecnologias em destaque. Com a ajuda de dispositivos conectados, como sensores e câmeras, é possível monitorar todos os ambientes em tempo real.

Na prática, a IoT implementada no mercado de bares e restaurantes auxilia, por exemplo, a gerir o fluxo de pessoas no salão e a manter o padrão de higiene na cozinha. O gerenciamento do estoque também pode ser realizado por meio de recursos inteligentes, evitando-se o desperdício de alimentos e o abastecimento desnecessário.

Conectividade e cloud: uma parceria de sucesso

Trazer a digitalização para dentro dos restaurantes aumenta as chances de uma operação eficiente. Hoje, para garantir um ambiente seguro, algumas práticas, como a reserva online de mesas, já são bastante utilizadas.  Sobretudo, a conectividade e a cloud são elementos-chave para que esses sistemas de gerenciamento das reservas, o delivery e a retirada de produtos funcionem da melhor forma.  Os serviços em nuvem trazem o melhor custo-benefício para manter softwares atualizados, bem como para armazenamento.

Como exemplo, o cardápio digital via tablets disponibilizados no estabelecimento ou por QR Code é uma tendência que depende da conexão de internet. Aliás, o QR Code pode ser usado não só para acessar o menu, mas para pagamento pelo Pix ou, ainda, para que o cliente possa se logar à rede Wi-Fi do estabelecimento.  Isso está bastante alinhado ao aumento do uso do celular para compras. Segundo estudo da MeSeems/MindMiners, 62% dos brasileiros consomem exclusivamente pelos smartphones. Nesse sentido, torna-se cada vez mais importante disponibilizar esses novos meios de pagamento, como o por aproximação, Pix ou pelo WhatsApp.

HIGHLIGHTS

“Apesar do setor ter sido bastante afetado pela pandemia e ainda apresentar reflexos desses prejuízos, o segmento apresenta boas perspectivas de retomada, principalmente pelas novas formas de atuação que estão surgindo e as inúmeras inovações tanto no âmbito tecnológico como também de consumo por parte da população. O setor apresenta boas oportunidades para empresas que já atuavam no ramo, como também para novos empresários que queiram adentrar no mercado de forma inovadora e diferente. É válido pontuar também que o setor está muito ligado tanto a rotina do dia a dia da população que muitas vezes realizam refeições fora do lar por motivos de trabalho e estudo, como também é um setor ligado ao lazer e a sazonalidade, apresentando assim boas oportunidade de atuação.”

Vinícius Ribeiro – Business Analyst

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RAY MARKET SOUND

Equipe Ray Market Sound
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Startups Q1 2023

ANÁLISE MACROECONÔMICA

PANORAMA MUNDIAL

O GSER2022 classifica os ecossistemas de startups segundo sete fatores de sucesso, como desempenho e talento. Desde 2017, observamos os mesmos  no topo da classificação: Silicon Valley, Nova York, Londres, Boston e Pequim, apesar de uma inversão, em 2021, entre os dois últimos listados.

INDICE

Panorama Mundial

Panorama Brasil

Expansão do Setor
Fusões e Aquisições
Perfil do Consumidor
Subnichos
Covid x Setor
Investimentos no Setor
Big Picture
5 Forças de Porter
Oportunidades
Ameaças
Tendências
Highlights
Adicione o texto do seu título aqui

PANORAMA DO BRASIL

Segundo dados do Distrito, entre os meses de janeiro a setembro de 2020, período auge da pandemia no país, mais de 100 aquisições de startups foram realizadas no Brasil. E, neste mesmo período, o volume total de aportes realizados em novas empresas foi de US$2,2 bilhões, e registrou um recorde histórico de 322 cheques.

Este modelo de negócio tem chamado cada vez mais a atenção de investidores de capital externo no país, visto que o Brasil apresentou uma queda da taxa de juros que ocasionou a saída dos bancos e de investimentos mais conservadores, para investimentos que apresentam um pouco mais de riscos. Como resultado, as startups vêm ganhando espaço na economia brasileira por meio da inovação.

Ainda de acordo com a pesquisa apontada pelo Distrito, em 2021 foram investidos mais de US$3,5 bilhões, através de 470 rodadas de investimentos. Essa realidade demonstra que o ecossistema de startups no Brasil vive um período de maturidade e, mesmo com as incertezas econômicas, reflete um segmento bem-sucedido.

Além do crescimento do número de startups no Brasil, e da quantidade de investimentos nos projetos brasileiros, o ano de 2021 foi marcado pelo país ganhar quatro novos unicórnios (empresas que atingiram o valuation de US$ 1 bilhão). 

Já em 2022, a startup de Curitiba, capital do Paraná, MadeiraMadeira tornou-se o mais novo unicórnio brasileiro, quando recebeu o aporte de US$ 190 milhões em uma rodada de investimentos e passou a ser avaliada em mais de US$ 1 bilhão. Além de entrar para a lista de unicórnios brasileiros, a empresa tornou-se o maior e-commerce de produtos para casa do país. 

E a Hotmart, plataforma online para distribuição e vendas de produtos, foi anunciada como o segundo unicórnio daquele ano. A empresa recebeu em março um aporte de R$735 milhões, o que representa US$ 130 milhões, numa rodada de investimentos série C, liderada pela TVC e com participação da Alkeon Capital. Entrando ao seleto grupo, dos agora 15, unicórnios brasileiros.

No entanto, devido ao atual cenário econômico negativo, foi constatado o pior ano em relação à abertura de startups desde 2007, com 176 aberturas, sensivelmente menos em comparação a 2017 (recorde histórico de 1781) e 2021 (631). Ao considerar os investimentos, as principais áreas contempladas foram as retailtechs (US$ 519 milhões), energytechs (US$ 290 milhões) e startups de real state (US$ 202 milhões). O banco digital Neon foi o que recebeu o maior aporte em 2022, somando US$ 300 milhões, seguido pela Creditas (direcionada à área de crédito) com US$ 260 milhões.

Além do número expressivo de negócios no país, o mercado de startups também é muito promissor. Tanto é que nos primeiros quatro meses de 2022, o segmento apresentou um crescimento de 187%, em relação ao mesmo período de 2021, de acordo com relatório apresentado pela Distrito, empresa de inovação.

Atualmente, o Brasil é o país da América Latina que mais apresenta crescimento de startups ativas. De acordo com a Abstartups – Associação Brasileira de Startups, há cerca de 13 mil estabelecimentos abertos, aumento de 27% desde 2018 (quando eram 10 mil). 12,7% destes são fintechs, sendo esse o segmento com maior parcela, seguido pelas martechs (área de marketing, 10,16%), retailtechs (varejo, 10,04%) e healthtechs (saúde, 10,03%). 

EXPANSÃO DO SETOR

Os anos de 2020 e 2021 se tornaram provas especialmente desafiadoras para a economia brasileira devido aos efeitos da pandemia do COVID-19 e da recessão econômica. No entanto, assistimos a um enorme aumento no uso da abordagem Open Innovation entre empresas e startups nesse período: Os números anuais cresceram cinco vezes em comparação com 2019 – passando de 8.050 relacionamentos em 2019 para 13.433 em 2020, 26.348 em 2021 e 42.588 em 2022.

Além disso, o número de pontos do ranking da Open Startups se multiplicaram por sete no mesmo período, sendo que desde 2016 a taxa média de crescimento tem sido de 113% ao ano. Esse extraordinário aumento na pontuação é resultado não somente da elevação na quantidade de contratos firmados, mas também do fato de que estes contratos tem se mostrado cada vez mais intensos e com maior significância, uma vez que o montante médio de pontos por contrato quase dobrou desde 2016, com uma taxa de crescimento anual de 11%.

Mesmo com todo esse crescimento, o ritmo segue acelerado, cada vez mais empresas vão entrando no mercado, ainda assim, sem nenhum sinal de saturação, e à medida que as startups vão adquirindo mais maturidade e se profissionalizando, essas relações apenas se intensificam.

FUSÕES E AQUISIÇÕES

Considerando as fusões e aquisições de startups, 2022 foi também um ano extremamente fértil, tendo registrado 187 aquisições e 13 fusões, ainda que tenha ficado atrás do recorde de 2021, que alcançou 233 aquisições e 17 fusões. Destacam-se as operações realizadas por empresas do segmento fintech, que representaram 45% das aquisições, seguidas pelas healthtechs (20%), edtechs (17%) e martechs (16%), com destaque para as aquisições feitas pelo Magazine Luiza (20), Link (19) e Locaweb (19).

A previsão é que para 2023 os valuations estejam mais ajustados, o que irá permitir melhores análises dos fundos de investimento. Para o futuro próximo (um a dois anos) também se espera que algumas políticas populares permitam o financiamento de um maior número de usuários, gerando um mercado com abundância.

No início de 2022, as startups foram responsáveis por 50% das aquisições de empresas por meio de M&A, representando um aumento de +6,5% em relação ao mesmo período em 2021. No entanto, as corporações ainda continuaram ocupando uma fatia importante desse mercado, com 22,7%.

Enquanto durante o primeiro semestre de 2022 observamos uma queda de -7% em relação ao 1° semestre de 2021, o número de fusões e aquisições aumentou positivamente em comparação ao mesmo semestre de 2020, representando um acréscimo de +120%. 

O setor de Fintech liderou as aquisições com 22 M&As, seguido por Edtech (16), HealthTech (14), MarTech (8) e Supply Chain (7). O Sudeste e Sul do país foram os principais responsáveis pela tendência crescente, abarcando 92,8% dos negócios.

Principais fusões e aquisições

Em fevereiro, a Kenoby foi adquirida pela sua principal concorrente, a Gupy, que aportou R$ 500 milhões na transação. Com isso, a HRtech Gupy consolidou-se ainda mais no mercado, tornando-se proprietária de 2.300 clientes, 36 milhões de usuários e 80 mil vagas mensais publicadas.

Em março, a TOTVS, importante fornecedora de tecnologia, realizou mais duas aquisições: a VADU (fintech que oferece serviços de crédito) e a Gesplan (software de planejamento financeiro). No total, o investimento foi de R$ 40 milhões.

Por fim, em maio, a JSL, líder do setor logístico brasileiro, adquiriu a Truckpad, companhia que funciona como “uma espécie de Uber dos caminhões” e conecta motoristas às transportadoras e indústrias. A empresa contava com 800 mil motoristas cadastrados e 70 mil ativos em seu aplicativo. Além disso, tinha mais de 30 mil transportadoras cadastradas, das quais 3 mil eram ativas todos os meses. Esse acordo teve o valor de R$ 10 milhões.

PERFIL DO CONSUMIDOR

Por startups serem algo tão amplo, e com empresas em diversos segmentos, definir um perfil de consumo é quase impossível, dependendo principalmente do tipo de serviço oferecido e do setor o qual a startup atua, entretanto a maior parte (52%) atua no B2B, servindo diretamente outras instituições, enquanto cerca de 30% possui como público alvo empresas e o consumidor final (B2B2C). Se considerarmos essas duas modalidades e também o B2S (startups para startups), percebe-se uma incidência de cerca de 83,3% das empresas atuando diretamente com outras empresas. Entrementes, seguindo a mesma lógica, 43,1% têm como público o consumidor final (B2C e B2B2C).

Além disso, o perfil dos fundadores e CEOs das startups é mais fácil de ser definido:


SUBNICHOS

Existem diversos tipos de startups no Brasil,voltadas a praticamente qualquer setor da economia, trazendo tecnologias e soluções inovadoras, revolucionando desde os meios de produção até o produto final. Por isso, trouxemos apenas alguns dos tipos que possuem maior protagonismo no ramo.

Fintechs

A necessidade de digitalização promovida pela pandemia da COVID-19 aumentou drasticamente a necessidade de fontes de recursos tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, o que levou a uma busca por empréstimos com meios digitais – como fintechs de crédito e bancos digitais – e incentivou a criação de projetos inovadores no setor financeiro, começando pelo open banking e seu sistema de pagamento, o Pix. 

De acordo com um levantamento do Distrito, as fintechs brasileiras foram responsáveis por aportes na ordem de US$ 1,74 bilhão (R$ 9,05 bilhões) no ano, o que contabilizou quase 40% do total investido em startups brasileiras em 2022. Dessas 755 rodadas de investimento, 148 foram direcionadas às startups ligadas ao mercado financeiro.

O Distrito argumenta que o excelente desempenho das fintechs e startups no ano indica que o setor esteve aquecido durante todo esse período, apesar do quadro econômico nacional desfavorável com alta dos juros e cenário mundial turbulento.

Retailtechs

Decorrente do crescimento do setor de varejo, a expressão “RetailTech” é empregada para referenciar startups e desenvolvimento de soluções inovadoras para o varejo. Conhecidas também como “VarejoTech”, essas comunidades de empresas realizam desde a automação da loja, passando por implementações de inteligência artificial e internet das coisas, até soluções especializadas como ponto de venda inteligente, integração de canais e software de gerenciamento de lojas. Além disso, são responsáveis por projetos que visam à modernização por meio de soluções de marketplace, logística e ambientes virtuais.

De acordo com a Statista, provedora de dados de mercado de confiança, em 2020, 38% dos investimentos globais de RetailTechs foram provenientes da Ásia, seguidos pelos Estados Unidos com 34%, a Europa com 22%, enquanto os demais países ao redor do mundo representaram 6%. Ela também observou que de 2020 até agora, de acordo com a Finaria.it, a consultoria italiana, as vendas no comércio eletrônico aumentaram globalmente em aproximadamente 30%. As estatísticas demonstram que essas receitas continuarão crescendo e podem chegar a um total de US$ 3,4 trilhões em 2025.

Martechs

As Martechs são ecossistemas extremamente avançados de ferramentas de vendas e marketing, cuja principal função é a de rastrear e abranger o cliente em toda a sua jornada por meio dos mais variados canais, desde sites, aplicativos e e-mails, até visitas presenciais, chamadas telefônicas e muito mais. O termo Martech significa todas as soluções e tecnologias que permitem aos profissionais de marketing comunicar-se com clientes e prospectos de maneira consistente, a fim de oferecer experiências destinadas a cada estágio da jornada de compras.

De acordo com estimativas, a indústria de martech na América do Norte e no Reino Unido terá um valor de US$ 149,7 bilhões em 2021. Acreditamos que esses resultados são um forte indicador dos mercados globais, reforçando o prognóstico de que a indústria terá um valor total de mercado mundial de US$ 344,8 bilhões.

A atividade no setor martech experimentou um crescimento vertiginoso nos últimos 12 meses, com destaque para aquisições notáveis, incluindo a da Mailchimp pela Intuit por US$ 12 bilhões, Wrike pela Citrix em US$ 2,2 bilhões e o acordo da Salesforce de US$ 27,7 bilhões para adquirir a Slack. O relatório do segundo trimestre de 2021 da Luma destacou que houve um crescimento de 214% na atividade de fusões e aquisições do setor martech ano a ano, sendo que durante esse período as aquisições de plataformas de mensagem foram marcantes, com destaque para Twilio comprando ZipWhip por US$ 850 milhões. A aquisição da Segment por US$ 3,2 bilhões também consagrou o aumento significativo nas plataformas de dados do consumidor.

Healthtechs

As HealthTechs têm conquistado um papel de destaque no mercado de saúde e, nesses últimos anos, têm obtido um expressivo crescimento, o que inclui investimentos internacionais em soluções tecnológicas cada vez mais inovadoras. Desde iniciativas como tratamentos preventivos mais eficientes, serviços personalizados, profissionalização e digitalização de hospitais e instituições, acompanhamentos mais diretos e diagnósticos mais precisos, a área de saúde tem passado por uma febre tecnológica que tem se expandido ainda mais pela pandemia.

Em segundo lugar na lista das startups que mais crescem. Foram US$430 milhões investidos de 2014 a 2021 e uma movimentação que se aproxima aos 10% do PIB em quase uma década.

A partir disso, os produtos desenvolvidos para atender às necessidades apresentadas pelos pacientes são replicáveis e escaláveis, o que permite que possam ser utilizados para integrar o cuidado da saúde ao dia a dia das pessoas, através de dispositivos que monitoram seus parâmetros clínicos, e ao mesmo tempo trazem informações essenciais à comunidade onde se insere. Assim, soluções tecnológicas que auxiliem o cuidado com a saúde e não apenas com a doença estão cada vez mais sendo adotadas.

Agtechs

O agronegócio é um dos principais setores da economia brasileira, porém, grande parte dos produtores rurais ainda não tem acesso às novas tecnologias devido à pouca escolaridade, falta de informação e alto custo de implementação. Para diminuir essa distância entre pequenos e grandes produtores, as agtechs têm ampliado seu papel oferecendo soluções que tornam as produções agrícolas escaláveis e promissoras. Desse modo, é preciso investir em redução de custos de implantação para garantir que sejam adequados à realidade do produtor e sua família, assim como facilitar a comunicação entre eles e o acompanhamento das atividades.


Logtechs

Os investimentos no segmento de logtechs têm aumentando significativamente ao longo dos últimos anos. Desde 2011, mais de US$1,3 bilhão foram destinados para setor, sendo US$187,6 milhões somente em 2020. O crescimento do comércio eletrônico também tem impulsionado as logtechs, conforme demonstrado pelas duas recém-lançadas pesquisas realizadas pela Distrito em parceria com a KPMG e pelo T.group. O levantamento da Neotrust, responsável por monitorar 85% do e-commerce brasileiro, mostrou que o segmento registrou um recorde de faturamento de R$ 161 bilhões em 2021 e um aumento no ticket médio de 8,6%, chegando à média de R$ 455 por compra. Estes dados confirmam a relevância e evolução das logtechs para o mercado brasileiro.

Logtechs que oferecem soluções para a gestão da cadeia de suprimentos representam, aproximadamente, metade do grupo total (46,3%). Soluções de entrega caracterizam 20% das logtechs. Na sequência, estão startups que oferecem soluções para logística reversa (12%), estoque e armazenagem de insumos e produtos (11,3%) e intermediação entre fornecedores/embarcadores e transportadores (11%)

As soluções têm buscado, majoritariamente, melhorar processos e etapas na gestão integrada da entrega de produtos e insumos (23,7%), modernizar a gestão de frota (17,3%) e inovar na modalidade de entrega última milha (15,2%).

Entre as logtechs que apresentam soluções para logística reversa (12,1%), as aplicações podem variar da gestão de resíduos sólidos comuns (plástico, vidro, alumínio, orgânico) e de embalagens ao reaproveitamento de resíduos da indústria têxtil e de alimentos fora do prazo de validade. 

Ainda que proeminentes players internacionais, como a Amazon e o Walmart, tenham o conceito de micro-fulfillment* como padrão de entrega, no Brasil, é tecnologia a ser explorada. Logtechs que oferecem tal solução ao mercado representam apenas 1,4% do total de startups.

Indtechs

As Indtechs, startups que desenvolvem soluções tecnológicas para aplicações industriais, aumentaram significativamente os relacionamentos com a indústria e aprataram um total de 8.627 pontos no ranking 2021, de acordo com o levantamento da 100 Open Startups. Desde 2016, quando começou a avaliação deste ranking, houve um aumento exponencial de 63 vezes na intensidade dessa prática de Open Innovation. Esta tecnologia tem o potencial de mudar totalmente as fábricas tradicionais, tornando-as mais inteligentes, conectadas e eficientes.

COVID X SETOR

A pandemia tem afetado a economia global de maneiras significativas, mas o mercado de startups ainda continua em constante crescimento. Em 2021, o aporte de capitais em investimentos já registrou recordes, o que reforça a tendência de mudança nos padrões de avaliação desses tipos de investimentos. Além disso, temos que considerar as altas taxas de juros mundiais e a instabilidade econômica e política atual. Apesar disso, as startups estão revelando soluções inovadoras para aproveitar as oportunidades para aproveitar os desafios atuais. De acordo com o último levantamento da Abstartups, 41,4% das startups mantiveram os seus ganhos durante o ano passado e 10,4% dele elevaram seus lucros em cerca de 50%, sendo que 60% das retailtechs foram criadas nos últimos dois anos. Essas estimativas nos mostram que a pandemia não foi tão nociva para alguns mercados, trazendo novos avanços.

INVESTIMENTOS NO SETOR

O número de startups criadas nos últimos anos tem colocado o Brasil como destaque mundial em projetos inovadores e chamado a atenção de investidores locais e internacionais. Prova disso é que, mesmo durante a pandemia, os investimentos no setor ultrapassaram o número de R$ 9 bilhões em 2020, e grande parte desse valor veio de investimentos externos.

Embora 2020 tenha sido marcado por um cenário de insegurança causada pela pandemia, o Venture Capital no Brasil não parou. Em 2021 o período entre Janeiro e Junho registrou um recorde nacional, chegando a US$ 5.26 bilhões em investimentos feitos em 416 acordos.

No 1° semestre de 2022, as Fintechs se consolidaram como líderes do investimento de venture capital, demonstrando que subiram cerca de 47%, recebendo um volume de US$ 1,36 bilhões. Em segundo lugar estava o setor RetailTech, com um montante ainda muito significativo de US$ 370 milhões, 20% a mais em comparação ao 1° semestre de 2021. Por outro lado, o HRtech arrecadou US$ 250 milhões, o equivalente a um aumento de 28% em relação a 2021. As Fintechs continuaram detendo a liderança no período mencionado, representando 46% dos investimentos.

Ainda sobre o primeiro semestre de 2022, o mesmo mostrou um crescimento notável no setor de Venture Capital, mesmo diante da incerteza no cenário macroeconômico. Quando comparado ao 1° semestre de 2021, foi captado 44% a menos em investimento, mas ainda assim isso representou um aumento de 138% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, tendo sido realizados US$ 2.92 bilhões em 327 negócios – um crescimento de 24% no número de acordos.

Big Picture

Setor atingiu US$ 6,4 trilhões de faturamento em 2022

Existem cerca de 13 mil startups no Brasil

Só em 2021 foram investidos cerca de US$ 3,5 bilhões em startups brasileiras

O Brasil possui 16 Unicórnios no total

Segundo a Investopedia, 90% das startups falham

O ramo possui inúmeros subnichos, mas destaque para as fintechs que concentram cerca de 40% dos investimentos

ANÁLISE INTERNA DO SETOR

5 FORÇAS DE PORTER

Entrantes Potenciais – Alta

Sempre que uma startup consolida seu mercado, ela pode esperar por mais concorrentes que terão motivação para atacar o mercado com preços mais baixos e melhores serviços para ganhar fatias de mercado, devido a baixa barreira de entrada, a aparição de novos concorrentes acaba sendo mais fácil.

Produtos Substitutos – Alta

Com a alta concorrência e o avanço cada vez maior da tecnologia, várias das soluções oferecidas pelas startups podem ser facilmente replicadas ou substituídas, tornando-as obsoletas ao longo do tempo, por isso nesse mercado é imprescindível a renovação constante e atenção às novas tendências.

Poder dos Fornecedores- Alta

Os provedores de serviços e produtos para as startups são geralmente de grandes empresas ou especialistas em certas áreas. Isso significa que existe um alto poder de barganha dos fornecedores para obter condições especiais.

Poder dos Compradores – Média

Cada startup vai precisar encontrar um nicho específico para oferecer seus produtos e serviços aos compradores. Isso significa que grandes empresas vão poder exercer grande poder de barganha sobre as startups visando melhores condições contratuais, entretanto este nível de força pode variar a depender do nicho da startup.

Rivalidade entre players – Alta

A indústria de startups oferece um grande número de competidores, pois muitas inovações surgem a cada dia. Dependendo do mercado, pode haver um grande número de concorrentes e isso aumenta a concorrência.

OPORTUNIDADES

O mercado de startups no Brasil tem visto um crescimento constante nos últimos anos, com um aumento na demanda por produtos e serviços para os mais diversos setores. Aqui estão algumas das principais oportunidades deste mercado:

Crescimento de novos produtos e serviços

A criação de novos produtos e serviços, combinada com o aumento do número de startups sendo lançadas, abre oportunidades para o crescimento desta área. Além disso, esta área oferece inúmeras oportunidades para novos empreendedores e está se tornando cada vez mais popular entre os investidores, entretanto, isso pode ser considerado uma faca de dois gumes, já que o crescimento do mercado, além das possibilidades, aumenta também a concorrência.

 

Captura de recursos para financiamento

Existem muitas fontes potenciais de financiamento para startups – desde empréstimos bancários tradicionais até financiamento na ponta da linha no mercado alternativo. As startups têm a chance de captar os recursos necessários para suas operações a partir dessas fontes. O financiamento está se tornando cada vez mais acessível, especialmente com investidores-anjo mais dispostos a investir em negócios em seus estágios iniciais.

Ambientes de trabalho colaborativos

Novos ambientes de trabalho colaborativos, como coworking e espaços compartilhados, estão se tornando cada vez mais comuns no mercado de startups. Estas oficinas permitem às pequenas empresas economizar dinheiro em custos operacionais ao usar o equipamento e o espaço básico compartilhado entre várias organizações.

 

Capital social

Os principais consumidores estão rapidamente mudando sua atenção das marcas grandes para produtos locais economicamente sustentáveis ou preocupações sociais incentivando os investimentos em startups locais. Este movimento está impulsionando as startups incubadas, pois as pessoas optam por fazer compras prevendo um retorno social para a comunidade local juntamente com um risco potencialmente limitado para aqueles que apostam nelas financeiramente por meio de financiamento coletivo.

AMEAÇAS

Competição acirrada

Os baixos custos de inicialização podem levar a um número crescente de startups lutando sobre os mesmos produtos e serviços, que gera uma forte competição, atualmente há uma quantidade enorme de players competindo em todos os setores do mercado, tornando a concorrência entre os mesmos cada vez mais forte. Os investidores também estão observando cada uma das novas startups com maior cautela.

Novas regulamentações

Embora possam ser benéficas para alguns setores do mercado, as novas regulamentações podem causar um grande impacto nas startups que operam nesses campos específicos, pois pode ser difícil se adaptar rapidamente às mudanças nas leis e regulamentos aplicáveis.

Questões relacionadas à gestão

A falta de experiência da equipe na gestão do negócio pode tornar difícil cumprir as metas estabelecidas para a startup e levar à falha da mesma. Além disso, muitas vezes existem lacunas entre o aplicativo idealizado e o realmente disponível, o que pode traumatizar a startup ou levá-la a não alcançar suas metas iniciais.

Incerteza política

Golpes fracassados, guerras comerciais e mudanças nas leis têm potencial para afetar drasticamente o mercado de startups. Por exemplo, qualquer sinal de uma “micro crise” pode frear os investimentos dirigidos às startups e pressionar as condições do mercado de forma significativa.

Falta de Experiência

A falta de experiência pode ser um obstáculo ainda maior do que algumas credenciais educacionais para as startups competirem com outras grandes organizações estabelecidas. Ter pouca experiência dificulta o estabelecimento da marca e a construção da confiança com os clientes potenciais até provar que o produto tem credibilidade nos mercados atuais. Além disso, não possuir muita experiência na equipe da gestão do negócio pode tornar difícil cumprir as metas estabelecidas para a startup e levar à falha da mesma. Além disso, muitas vezes existem lacunas entre o aplicativo ou produto idealizado e o realmente disponível, o que pode traumatizar a startup ou levá-la a não alcançar suas metas iniciais.

 

TENDÊNCIAS

Novas Tecnologias

A tecnologia está avançando a passos largos e isso significa que as startups têm a chance de entrar rapidamente na curva de fornecimento da indústria por meio, por exemplo, dos principais desenvolvedores de software. Esta é uma forma simples de ganhar vantagem competitiva sobre seus concorrentes.

Novas tecnologias são lançadas todos os dias e isso oferece inúmeras opções para as startups criarem soluções inovadoras para os problemas dos consumidores. A Inteligência Artificial (AI), por exemplo, tem se tornado popular entre as startups nos últimos anos, tendo aparecido em muitas indústrias diferentes, desde varejo até saúde. 

As plataformas baseadas na Internet das Coisas (IoT) podem simplificar significativamente o processo para coletar dados em tempo real dos dispositivos conectados à internet, permitindo assim que as organizações usem esse conhecimento para reduzir custos operacionais e aumentar a produtividade.

Por fim, outra das principais novas tecnologias sendo utilizadas atualmente no mercado de startups, que vem abrindo grandes possibilidades de explorar as possibilidades da tecnologia Blockchain para criar um mundo mais transparente e seguro para as transações financeiras, assim como para compartilhar informações confiáveis entre partes interessadas.

Tudo como serviço (XaaS)

Everything as a Service (XaaS) é um termo importante da computação em nuvem que é usado para se referir a produtos, tecnologias e ferramentas que são oferecidos como serviços. Geralmente, o XaaS é dividido em três partes: Software como Serviço (SaaS), Plataforma como Serviço (PaaS) e Infraestrutura como Serviço (IaaS).

Embora ainda haja um nível de resistência à adoção desse tipo de serviço que vem continuamente crescendo, também abre-se uma janela para novas oportunidades para aqueles que estão atentos. É importante lembrar que os usuários podem criar camadas adicionais e não necessariamente limitar-se a um único serviço.

A evolução da computação em nuvem e a mudança nos hábitos de consumo trouxeram novos modelos de negócios como o Everything as a Service. A partir disso, espera-se que haja um aumento da disponibilidade de serviços que permita maior otimização de tempo para as pessoas de modo a abrirem espaço para outras atividades. Além disso, o XaaS é vantajoso por democratizar o acesso a produtos que antes eram restritos a uma pequena porção da população.

Sustentabilidade

Finalmente, a sustentabilidade tornou-se um fator importante na forma como as empresas operam hoje e esta tendência não mostra sinais de desaceleração.

Os consumidores esperam agora que as empresas com as quais se comprometem priorizem a responsabilidade ambiental através de iniciativas como a redução de resíduos ou a utilização de fontes renováveis de energia sempre que possível.

Portanto, é algo que as empresas iniciantes devem levar em consideração se quiserem que seus produtos e serviços permaneçam competitivos ao longo do tempo.

Ao investir em práticas sustentáveis desde cedo, as startups podem não apenas criar mudanças significativas, mas também ganhar uma vantagem sobre os concorrentes que não priorizam estas questões.

Trabalho Remoto

Após a pandemia da COVID-19, onde muitas empresas não viram outra alternativa para manter o trabalho, além do formato remoto, não podemos negar que esse modelo se manteve e se manterá em alta. 

Por muito tempo nem se falava sobre trabalho remoto e muitos gestores e colaboradores sequer imaginavam trabalhar dessa forma. 

Porém, depois de viver a experiência, podemos comprovar que quando feito da maneira correta, o trabalho remoto funciona e muito bem. 

Com mais empresas abraçando equipes distribuídas, há uma demanda crescente por ferramentas de colaboração baseadas em nuvem como Slack ou Zoom que permitem que funcionários de diferentes locais ao redor do mundo permaneçam conectados enquanto trabalham. 

Esta mudança também abre oportunidades para startups especializadas em soluções de infra-estrutura remota. Bem como para aqueles que desenvolvem formas inovadoras de rastrear métricas de produtividade,  quando os membros da equipe estão geograficamente dispersos, por exemplo.

HIGHLIGHTS

“O setor vem se mostrando continuamente como um expoente de inovação no Brasil e no mundo, trazendo inovações em cada vez mais mercados, e a partir das novas tecnologias que continuamente vêm surgindo, as startups se vêem cada vez mais impulsionadas, já que por meio delas, inúmeras soluções podem surgir, revolucionando seus determinados ramos.

Atualmente, os olhos dos investidores de todo mundo estão voltados principalmente para as startups mais promissoras e inovadoras, fintechs recebem aportes milionários e empresas com menos de um ano de vida já atingem valuations na casa dos bilhões, o setor sem dúvidas representa o futuro.

 

Entretanto, é extremamente complicada a entrada no setor pela necessidade de diferenciação da imensa concorrência, por ser um modelo de negócio com baixa barreira de entrada e normalmente não exigir tanta formação acadêmica dos membros, existem muitas espalhadas pelo país, e muitas surgindo diariamente, mas da mesma forma que várias surgem, elas também desaparecem justamente pela intensa rivalidade e competitividade do mercado, essa instabilidade pode ser considerada um entrave para investimentos, mas com um plano bem fundado e baseado em dados importantes, eles podem ser muito bem justificados.”

Robson Duarte – Product Analyst I

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RAY MARKET SOUND

Equipe Ray Market Sound
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Instituições de Ensino – Q1.2023

INTRODUÇÃO


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A análise de Instituições de ensinos é dividida em suas 3 principais frentes, que são:

 

  • Instituições de Ensino Básico
  • Instituições de Ensino Superior
  • Instituições de Ensino Continuado

 

Em cada um dos mercados terão análises macroeconômicas, análise interna do setor. As tendências serão abordadas para o mercado de instituições de ensino de maneira geral. Basicamente teremos um overview completo desse setor com dados mais específicos sobre as 3 frentes de atuação.

 

É importante salientar que essa análise foi desenvolvida em Janeiro de 2023, época em que ainda não foram lançados os anuários e dados concretos dos anos de 2022, afinal, o ano de 2022 acabou de se encerrar, por isso, utilizamos dados referentes a 2021, que iremos substituí-los pelos dados atualizados assim que estiverem disponíveis.

INDICE

1. ANÁLISE MACROECONÔMICA

Brasil e Mundo

Penetração por Região
Outros Dados
Índices que Envolvem o Setor
Fusões e Aquisições
Top Players
Perfil do Consumidor
Subnichos
Covid x Setor
Importação e Exportação
Principais Países
Big Picture
2. ANÁLISE INTERNA
5 Forças de Porter
Oportunidades e Ameaças
3. TENDÊNCIAS
Apps
Novos Produtos
Highlights

INSITUIÇÕES DE ENSINO BÁSICO

ANÁLISE MACROECONÔMICA

MUNDO

O mercado de instituições de ensino básico no mundo deve crescer significativamente nos próximos anos, principalmente com a digitalização dos processos educacionais. A pesquisa Global Market Insights diz que o mercado alcançou US$ 4,9 trilhões em 2022, com um crescimento de 7% ao ano.

O crescimento se deve ao fato de as instituições de ensino básico estarem se modernizando e adotando soluções digitais para melhorar a experiência dos alunos e professores. A ascensão da educação a distância e do ensino híbrido também contribuirá para o crescimento desse mercado.

As principais tendências que devem impactar o mercado incluem a adoção de soluções de aprendizagem baseadas em nuvem, plataformas baseadas em Inteligência Artificial, IoT, aprendizagem com gamificação e realidade aumentada/realidade virtual. Essas soluções ajudarão as instituições de ensino a melhorar a experiência dos alunos e a tornar o ensino mais eficiente e atraente.

O mercado também se beneficiará do aumento dos investimentos dos governos em infraestrutura educacional, como novas escolas, laboratórios, bibliotecas e tecnologia de última geração. Além disso, as políticas públicas de educação, como a inclusão de crianças de todas as classes sociais, devem impulsionar o crescimento do setor.

  1. Estados Unidos: Com cerca de 60 milhões de alunos matriculados em instituições de ensino básico em 2022, os Estados Unidos serão o maior mercado de nicho do mundo. O gasto total previsto do governo federal com educação em 2022 é de US$ 781 bilhões, o que corresponde a aproximadamente 10% do PIB do país. 

Nos Estados Unidos é organizada a partir de uma estrutura de ensino público de três etapas: a educação primária (elementar), a educação secundária (secundária) e a educação superior (universitária). A educação primária se divide em educação pré-escolar (pré escolar) para crianças de até 5 anos de idade, ensino fundamental para crianças de 5 a 13 anos de idade e ensino médio para jovens de 14 a 18 anos. A educação secundária é realizada em escolas públicas e privadas e é composta por colégios, comunidades e universidades.

  1. China: A China é o segundo maior mercado de ensino básico do mundo, com cerca de 41 milhões de alunos. O custo chinês com educação em 2022 é de US$ 632 bilhões ( 5% do PIB).

A educação na China é dividida em duas etapas: a educação primária (elementar) e a educação secundária (secundária). A educação primária abrange crianças de 6 a 11 anos de idade, enquanto a educação secundária abrange jovens entre 12 e 15 anos. A educação primária e secundária na China é realizada em escolas públicas, comunidades e universidades.

  1. Índia: A educação básica na Índia é organizada a partir de uma estrutura de ensino público de três etapas: a educação infantil (de 4 a 6 anos), o ensino fundamental (de 7 a 10 anos) e o ensino médio (de 11 a 14 anos). A educação infantil e o ensino fundamental são oferecidos em escolas públicas, particulares e comunidades. O ensino médio é oferecido em escolas públicas, privadas, comunidades e instituições de ensino profissional.

O terceiro maior mercado de ensino básico do mundo, com cerca de 34 milhões de alunos matriculados, gastou com educação em 2022 US$ 274 bilhões, o que corresponde a cerca de 3% do PIB do país.

 

  1. Brasil: Já o Brasil é o quarto colocado, com cerca de 28 milhões de alunos matriculados em 2022. O gasto total previsto do governo brasileiro com educação é de US$ 207 bilhões, o que corresponde a cerca de 5% do PIB do país. 

A educação básica no Brasil é organizada a partir de uma estrutura de: Educação infantil (de 4 a 5 anos), o ensino fundamental (de 6 a 14 anos) e o ensino médio (de 15 a 18 anos). A educação infantil é oferecida em creches, que são instituições públicas ou privadas. O ensino fundamental e o ensino médio são oferecidos em escolas públicas, privadas e particulares.

  1. Japão: A educação no Japão é organizada a partir de uma estrutura de três etapas: Educação infantil (de 4 a 5 anos), o ensino fundamental (de 6 a 15 anos) e o ensino médio (de 16 a 18 anos). A educação infantil e o ensino fundamental são oferecidos em escolas públicas, particulares e comunidades. O ensino médio é oferecido em escolas públicas, privadas e comunidades.

O quinto maior mercado de ensino básico do mundo, com 23 milhões de alunos. O gasto total previsto do governo japonês com educação é de US$ 212 bilhões, o que corresponde a cerca de 5,5% do PIB do país.

Em cada um dos mercados terão análises macroeconômicas, análise interna do setor. As tendências serão abordadas para o mercado de instituições de ensino de maneira geral. Basicamente teremos um overview completo desse setor com dados mais específicos sobre as 3 frentes de atuação.

É importante salientar que essa análise foi desenvolvida em Janeiro de 2023, época em que ainda não foram lançados os anuários e dados concretos dos anos de 2022, afinal, o ano de 2022 acabou de se encerrar, por isso, utilizamos dados referentes a 2021, que iremos substituí-los pelos dados atualizados assim que estiverem disponíveis.

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% de aumento de vendas nas redes varejistas.

Escolas Internacionais referência de Ensino Básico

A lista das melhores escolas do mundo varia de ano a ano e depende de diversos critérios, como o desempenho em provas, o nível de ensino, a inovação, a equidade e a satisfação dos alunos e pais. Algumas das escolas frequentemente consideradas como as melhores incluem:

Finn Hill Junior High School, Kirkland, Washington, EUA: Uma escola pública de ensino fundamental e médio, conhecida por seu ensino inovador e personalizado, incluindo programas de aprendizagem baseados em projetos.

Raffles Institution, Cingapura: Fundada em 1823, esta escola secundária é conhecida por sua excelência acadêmica, com ênfase em ciências, matemática e pesquisa.

Harkness School, Exeter, Nova Hampshire, EUA: Esta escola particular de ensino médio é conhecida por seu sistema único de ensino baseado em discussões em pequenos grupos, que estimula a participação ativa dos alunos.

St. Paul’s School, Londres, Reino Unido: Fundada em 1509, esta escola secundária é conhecida por sua tradição acadêmica e pelo seu rigoroso programa de ensino em ciências, humanidades e artes.

International School of Geneva, Suíça: Esta escola internacional é conhecida por seu ensino multicultural e multilíngue, oferecendo programas de ensino em inglês, francês e alemão.

BRASIL

No Brasil, o ensino básico é obrigatório para todos os alunos entre 6 e 14 anos de idade. Existem programas de ensino básico para alunos com deficiências especiais e para aqueles que não falam português como língua materna.

O mercado de instituições de ensino básico no Brasil é vasto e diversificado, abrangendo desde escolas públicas até escolas privadas de prestígio. As escolas públicas são administradas pelo governo federal, estadual ou municipal e são gratuitas para os alunos. Embora a qualidade do ensino varie de acordo com a região, as escolas públicas geralmente enfrentam desafios financeiros, falta de recursos e baixos níveis de remuneração para os professores.

Já as escolas privadas são administradas por organizações não governamentais e cobram mensalidades dos alunos. As escolas privadas geralmente oferecem um ensino de qualidade superior ao das escolas públicas, com recursos e infraestrutura mais avançados. Algumas escolas privadas de prestígio também oferecem programas internacionais e bilíngues, além de uma ampla gama de atividades extracurriculares.

O mercado de ensino básico no Brasil está em constante evolução, com o surgimento de novas escolas e a implementação de novas tecnologias e metodologias de ensino. No entanto, ainda há desafios a serem enfrentados, como a falta de recursos para escolas públicas, a desigualdade educacional entre regiões e a necessidade de melhorias na formação de professores.

Em geral, o mercado de instituições de ensino básico no Brasil é dinâmico e competitivo, oferecendo uma ampla variedade de opções de ensino para pais e alunos.
Fonte: Britannica

No Brasil existem atualmente 182.468 escolas de educação básica ativas, sendo 23,14% escolas privadas, somando um total de 42.226.

As escolas, distribuídas em todas as regiões do Brasil, têm maior concentração no estado de São Paulo.

Os alunos estão distribuídos em todas as regiões do país. Novamente, como se vê na imagem abaixo, a maior concentração se encontra na região sudeste.

A maioria dos alunos da educação básica estão nos anos fundamentais e a maior concentração está no sudeste. São 47.874.246 alunos entre escolas estaduais, federais, municipais e privadas.

Na distribuição por etapa, a grande maioria dos alunos estão na etapa fundamental, seguido dos alunos de educação infantil e do ensino médio.

O Brasil conta com um total de 2.212.018 professores, destes 23,3% são professores de escolas privadas e 76,7% são professores em escolas públicas. Mais de 85% dos professores cursaram o ensino superior, entretanto, nos anos finais do fundamental e médio apenas 56,8% e 63,3% respectivamente lecionam em sua área de formação.

Os professores, de maneira geral, sofrem com baixos salários e dupla – quando não tripla – jornada com a intenção de somar remuneração. Isso influencia na qualidade do ensino, uma vez que não disponibilizam tempo para preparo da aula.

Além dos docentes, o Brasil conta com 161.426 diretores na educação básica. Mais da metade exercem o cargo exclusivamente por indicação e 13,4% por ser proprietário ou sócio da escola em que atuam.

A atual situação do mercado, educação e do ecossistema educacional básico apresenta desenvolvimento. A gestão escolar é descentralizada, tem baixa profissionalização e se divide em diferentes perfis, favorecendo as estratégias de expansão por aquisições dos grupos educacionais. As escolas e alunos da rede privada permanecem em crescimento e o comportamento do mercado tem favorecido o surgimento de novas empresas.

O número de escolas privadas vem subindo nos últimos anos em uma taxa média de 1,72% por ano, como mostra o gráfico abaixo, mesmo passando por períodos de recessão e alta incerteza econômica.

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Taxa de crescimento por ano com o número de alunos

OUTROS DADOS

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Fonte: INEP

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INDICADORES QUE ENVOLVEM O SETOR

A Taxa de Analfabetismo:
É um indicador que mede a porcentagem da população adulta que não sabe ler e escrever. É geralmente calculada com base em dados censitários ou de pesquisas de amostra representativa da população.

Essa taxa é considerada um indicador importante de desenvolvimento social e econômico, pois reflete o nível de exclusão e falta de habilidades básicas da população. O inverso da Taxa de Analfabetismo é a Taxa de Alfabetização.

No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) 2019, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade foi estimada em 6,6% (11 milhões de analfabetos).

A taxa de 2018 havia sido 6,8%. Esta redução de 0,2 pontos percentuais no número de analfabetos do país, corresponde a uma queda de pouco mais de 200 mil pessoas analfabetas em 2019.

A Região Nordeste apresentou a maior taxa de analfabetismo (13,9%). Isto representa uma taxa aproximadamente, quatro vezes maior do que as taxas estimadas para as Regiões Sudeste e Sul (ambas com 3,3%). Na Região Norte essa taxa foi 7,6 % e no Centro-Oeste, 4,9%.

A taxa de analfabetismo para os homens de 15 anos ou mais de idade foi 6,9% e para as mulheres, 6,3%. Para as pessoas pretas ou pardas (8,9%), a taxa de analfabetismo foi mais que o dobro da observada entre as pessoas brancas (3,6%).

Fonte: Fonte: gráfico mais recente do IBGE sobre analfabetismo

No Brasil, a proporção de pessoas de 25 anos ou mais de idade que finalizaram a educação básica obrigatória, ou seja, concluíram, no mínimo, o ensino médio, passou de 47,4%, em 2018, para 48,8%, em 2019.

Também em 2019, 46,6% da população de 25 anos ou mais de idade estava concentrada nos níveis de instrução até o ensino fundamental completo ou equivalente; 27,4% tinham o ensino médio completo ou equivalente; e 17,4%, o superior completo.

O nível de instrução foi estimado para as pessoas de 25 anos ou mais de idade, pois pertencem a um grupo etário que já poderia ter concluído o seu processo regular de escolarização.

IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica): É uma ferramenta importante para monitorar a qualidade da educação básica no Brasil e para alcançar o objetivo de oferecer uma educação de qualidade para todos.

O indicador varia de 0 a 10 e é calculado de acordo com o desempenho dos alunos no Saeb e a taxa de aprovação. Nos anos iniciais do ensino fundamental, o índice caiu de 5,9 em 2019 para 5,8 em 2021. Já no 9º ano do ensino fundamental, avançou de 4,9 para 5,1 no mesmo período. No ensino médio, o Ideb ficou estacionado em 4,2

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O índice não indica que a educação melhorou na pandemia no caso de alunos do fim do ensino fundamental ou piorou no ensino médio. Parte das escolas adotaram a aprovação automática de alunos na pandemia, o que pode aumentar artificialmente o índice e prejudicar a análise de dados do Ideb. Além disso, a porcentagem de alunos que fizeram a avaliação do Saeb foi mais baixa.

A participação de menores estudantes na avaliação do Saeb por conta da pandemia distorce o resultado. Isso porque, eventualmente, os alunos que conseguiram participar das provas são melhores e os que têm menos condições de estudo podem ter ficado de fora dos testes.

A taxa média de insucesso na educação básica é maior no ensino médio. Chegou a 11,9% no 2º ano nas escolas públicas:

 

FUSÕES E AQUISIÇÕES

SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica):

É um sistema de avaliação do desempenho dos alunos e escolas no Brasil. O SAEB foi criado em 1995 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e é aplicado a cada dois anos para avaliar a qualidade da educação básica no país.

O SAEB inclui avaliações de leitura, matemática e ciências, e os resultados são usados para monitorar o progresso da educação básica no Brasil e para identificar áreas que precisam de melhora. Além disso, os resultados do SAEB também são usados para avaliar o desempenho dos professores e escolas, e para orientar as políticas de educação no país.

LÍNGUA PORTUGUESA
A pontuação média do aprendizado em língua portuguesa para alunos do 2º ano do ensino fundamental caiu de 750 pontos em 2019 para 725,5 pontos em 2021. Ou seja, 24,5 pontos a menos.

A coordenadora-geral do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica substituta, Clara Machado da Silva Alarcão, disse que a pandemia de covid-19 deixou “lacunas” para a alfabetização. Afirmou que a queda era esperada pelo contexto.

A proporção de alunos com problemas na alfabetização passou de 15,5% em 2019 para 33,8% em 2021. No gráfico abaixo, são considerados alunos com déficit na língua portuguesa aqueles que são dos grupos “nível abaixo de 1″ até “nível 2″.


De acordo com o relatório, 8 Estados ficaram acima da média nacional em língua portuguesa: Ceará, Distrito Federal, Espirito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

MATEMÁTICA
A pontuação média dos alunos de 2º ano também foi pior em matemática. Saiu de 750 pontos em 2019 para 741 pontos em 2021.

 

Há 14 Estados que ficaram acima da média. Em contrapartida, 9 unidades ficaram distantes da linha média do país: Amapá, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins.

Despesa Per Capita: quantidade de recursos financeiros investidos por estudante.
A despesa per capita com educação no Brasil era de cerca de R$ 2.000 a R$ 3.000 por ano.

É importante destacar que esta despesa varia de estado para estado e que existem muitas iniciativas para aumentar a despesa per capita com educação no Brasil, a fim de melhorar a qualidade da educação e aumentar o acesso a ela.

Infraestrutura escolar: O indicador “Infraestrutura escolar” é uma medida usada para avaliar as condições físicas e de equipamentos das escolas. É composto por uma série de fatores, tais como a disponibilidade de água potável, energia elétrica, esgoto, acessibilidade, salas de aula adequadas, bibliotecas, laboratórios, áreas de recreação, entre outros.

Esse indicador é importante porque reflete a qualidade do ambiente escolar e pode afetar diretamente a aprendizagem dos alunos. Além disso, uma infraestrutura escolar inadequada pode ser um obstáculo para a atração e retenção de professores qualificados e para a realização de atividades extracurriculares.

INVESTIMENTOS

1. Investimento de R$ 2,1 bilhões para melhoria da infraestrutura do ensino básico, no ano de 2020: O investimento tem como objetivo melhorar a qualidade de ensino nas escolas públicas brasileiras, modernizando a infraestrutura e dotando as escolas de mais recursos para o ensino de qualidade.

2. Investimento de R$ 1,5 bilhão para o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), em 2019: O programa visa a oferta de cursos técnicos, qualificação profissional, capacitação e empreendedorismo para alunos de baixa renda, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida desses alunos.

3. Investimento de R$ 100 milhões para o Programa de Combate à Evasão Escolar, em 2018: O programa tem como objetivo reduzir o índice de Evasão Escolar nas escolas públicas brasileiras, com iniciativas como o aumento do número de professores em sala de aula, melhorias na infraestrutura escolar e a criação de programas de incentivo à permanência na escola.

PLAYERS

10 melhores escolas do Brasil no Ideb 2021 (1º ao 5º ano)

Escola de Ensino Fundamental Francisca Diogo Gomes (Massapê, Ceará)
Escola Municipal Antônio Silvano Balacó (Pires Ferreira, Ceará)
Centro Educacional Rural (Pires Ferreira, Ceará)
Escola Municipal José Alves de Sena (Ararendá, Ceará)
Escola Municipal José Eneas Pinheiro (Milhã, Ceará)
Escola Municipal Prefeito Raphael Cláudio de Araújo (Mucambo, Ceará)
Escola Municipal Joaquim José Monteiro (Cruz, Ceará)
Escola Municipal Macário José de Farias (Cruz, Ceará)
Escola Municipal Francisco Ricardo da Silva (Mucambo, Ceará)
Escola Municipal Maria Vânia Farias Linhares (Mucambo, Ceará)
O Estado também se destaca na avaliação dos anos finais do ensino fundamental, que compreendem as turmas de 5º ao 9º ano: das 10 melhores escolas do Brasil nesse nível, 8 são cearenses.

A maior nota do Ideb 2021 (9,1) foi da Escola de Ensino Fundamental Joaquim José Monteiro, na cidade de Cruz, no Norte cearense; seguida pelo Centro de Educação Infantil e Fundamental (CEIF) Edval Araújo da Silva, que obteve 8,9 no índice.

Considerando os anos finais, 70 das 100 melhores escolas do Brasil são do Ceará.

10 melhores escolas do Brasil no Ideb 2021 (5º ao 9º ano)

Escola Municipal Joaquim José Monteiro (Cruz, Ceará)
Centro de Educação Infantil e Fundamental Edval Araújo da Silva (Novo Oriente, Ceará)
Escola Municipal Alzira Maria de Araujo (Pires Ferreira, Ceará)
Escola Municipal Firmino José (Ararendá, Ceará)
Escola Municipal João Evangelista da Cruz (Cruz, Ceará)
Escola Municipal Pedro Marques da Cunha (Cruz, Ceará)
Escola Municipal 03 de Dezembro (Ararendá, Ceará)
Escola Municipal Santa Cecília (Cruz, Ceará)
Escola Municipal Professora Janaina Mercia Freire Silva (Custódia, Pernambuco)
Escola Municipal de Educacao Basica Engenheiro Guttenberg Breda Netto (Coruripe, Alagoas)
10 melhores escolas do Brasil no Ideb 2021 (Ensino Médio)

Escola de Aplicacao do Recife (Pernambuco)
Escola Preparatória de Cadetes Do Ar (Minas Gerais)
Colegio Tiradentes Ijui (Rio Grande do Sul)
Colégio Tiradentes Passo Fundo (Rio Grande do Sul)
Colégio Militar de Fortaleza (Ceará)
Colégio Tiradentes Santa Maria (Rio Grande do Sul)
Escola de Aplicação Professora Ivonita Alves Guerra (Pernambuco)
Presidente Vargas Etec (São Paulo)
Irmã Agostina Etec (São Paulo)
Eeep Adriano Nobre (Ceará)

Nota do Ideb:
A média padronizada dos estudantes é obtida a partir das proficiências médias em Língua Portuguesa e Matemática alcançadas na Prova Brasil ou no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Observe que os valores são aproximados e podem variar de acordo com a região. Além disso, há muitas outras escolas de excelência no Brasil que não foram mencionadas aqui.


PERFIL DO CONSUMIDOR

De maneira qualitativa podemos afirmar que o perfil do consumidor deste mercado é basicamente formado por pais e responsáveis que procuram um ensino de qualidade para seus filhos. Eles costumam estar preocupados com fatores como a excelência da instituição, o custo-benefício, a reputação, as instalações, os espaços para recreação e as atividades oferecidas.

Os consumidores também consideram a localização da instituição e outros fatores como a segurança e os transportes para garantir que seus filhos cheguem à escola de forma segura. Além disso, os pais e responsáveis querem ter certeza de que seus filhos estarão em um ambiente saudável e acolhedor onde poderão desenvolver suas habilidades acadêmicas e sociais.

SUBNICHOS

Escolas Públicas: São escolas financiadas pelo governo e oferecem educação gratuita para todos os alunos. Elas seguem currículos estabelecidos pelo governo e têm como objetivo garantir acesso à educação básica para todas as crianças. Embora a qualidade da educação possa variar, escolas públicas são uma opção viável para muitas famílias com orçamentos limitados.

Escolas Privadas: São escolas que não são financiadas pelo governo e cobram mensalidades dos alunos. Elas têm mais liberdade para escolher o currículo e oferecer programas diferenciados, mas também têm o desafio de arcar com seus próprios custos financeiros. Escolas privadas tendem a ter menor número de alunos por classe e mais recursos disponíveis, o que pode levar a uma melhor qualidade de ensino.

Escolas Religiosas: São escolas que se baseiam em uma determinada crença religiosa e incluem ensino religioso em seu currículo. Algumas escolas religiosas são financiadas pelo governo, enquanto outras são privadas e cobram mensalidades.

Escolas Bilíngues: São escolas que oferecem ensino em duas línguas, com o objetivo de desenvolver habilidades linguísticas e interculturais nos alunos. Essas escolas têm se tornado cada vez mais populares, especialmente em áreas urbanas com grande presença de comunidades estrangeiras.

Escolas Especializadas: São escolas que oferecem programas de ensino especializados em áreas como música, artes, esportes, ciências ou tecnologia. Essas escolas buscam oferecer uma educação mais aprofundada e desenvolver habilidades específicas nos alunos.

Escolas de Ensino à Distância: São escolas que oferecem programas de ensino aos alunos de forma online ou a distância. Essas escolas são uma opção para pessoas que não podem frequentar uma escola tradicional por motivos como trabalho, localização ou condições de saúde.

Escolas Internacionais: São escolas que oferecem ensino em língua estrangeira e seguem currículos internacionais. Essas escolas são uma opção para famílias que desejam uma educação internacional para seus filhos ou para alunos

FUSÕES E AQUISIÇÕES

OVERVIEW GERAL
O setor de educação registrou 19 do operações de fusões e aquisições no primeiro trimestre de 2022, um aumento de 72,7% em comparação com o mesmo período ano anterior, quando foram registradas 11 transações. Os dados constam na pesquisa da KPMG realizada trimestralmente com 43 setores da economia brasileira. A pesquisa foi divulgada nesta terça-feira.

Entre os grandes players do setor de educação, o destaque é a Cogna, maior grupo de ensino privado do país. A empresa é a maior compradora em número de transações dos últimos 10 anos, com 15 negócios concluídos. Este ano, a Cogna fez uma operação com a Eleva no valor de R$ 580 milhões, operação envolvendo o ensino básico.

Segundo a pesquisa da KPMG, dentre as operações dos três primeiros meses deste ano, 14 delas foram realizadas entre empresas brasileiras e outras cinco envolveram companhias estrangeiras.

“Esse crescimento no setor indica a retomada gradual das empresas de educação que começou em 2021 com os avanços da vacinação no Brasil, porém com crescimento muito acelerado no primeiro trimestre de 2022. Outro ponto relevante é o aumento das operações envolvendo capital estrangeiro no trimestre, indicando o potencial da educação brasileira frente as transações de fusões e aquisições”, analisa o sócio de educação da KPMG, Marcos Boscolo.

LEVANTAMENTO
A pesquisa da KPMG, realizada com empresas de 43 setores da economia brasileira, também revelou que o número de fusões e aquisições no primeiro trimestre deste ano aumentou quase 50% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a março de 2022 foram 553, contra 375 negociadas em 2021. Em todo o ano passado, foram realizadas 1.963 operações.

“A pesquisa mostra que os processos de fusões e aquisições de empresas brasileiras continuam bastante aquecidos tanto para transações domésticas como para transações de empresas estrangeiras fazendo aquisições no Brasil. Esses números são bastante animadores para o ano, apesar dos desafios que ainda se apresentam no contexto econômico local e internacional”, analisa o sócio da KPMG, Luís Motta.

Sobre os setores que mais fizeram transações, empresas de internet continuam liderando com 242, seguidas por tecnologia da informação com 83, e prestadoras de serviços com 35. Outros segmentos que se destacaram foram instituições financeiras com 26, telecomunicação e mídia com 20, hospitais e clínicas com 16, seguros com 13, e transporte com 12.

BALANÇO
O setor de educação fechou 2021 com 52 operações de fusões e aquisições, um aumento de 93% ao ano anterior. O volume de transações foi muito próximo à melhor marca histórica alcançada em 2008 quando foram fechados 53 negócios. Essas são as principais conclusões de uma pesquisa realizada trimestralmente pela KPMG.

Das 52 operações fechadas no ano passado, a maioria (46) foi realizada entre empresas brasileiras e seis delas envolveram companhias estrangeiras.

COEDUCAR
Para sanar a falta de familiaridade de professores e alunos com o ensino a distância (EAD), pouca motivação para o aprendizado digital e adoção de uma metodologia pedagógica adequada ao meio tecnológico, cinco empresas digitais se uniram recentemente em uma solução integrada inédita no Brasil. A canadense D2L, que atua no mercado global de LMS (sistema de gestão de aprendizado) há 23 anos, juntou-se às parceiras Amazon Web Services (AWS), Raíz Educação, Layers e Dreamshaper no novo projeto Coeducar, um ecossistema completo para escolas de ensino básico.

A D2L entra com a plataforma, a Raíz Educação com o conteúdo, a AWS com a infraestrutura, a Layers com a comunicação e a Dreamshaper com a regulamentação e transição para o Novo Ensino Médio, que começa a ser introduzido ainda este ano.

Com 20 mil alunos já plugados de maio para cá, o grupo focou primeiro no ensino privado, mas o objetivo é chegar ao ensino público em 2023.



COVID X PANDEMIA

O vírus covid-19, que até então estava se espalhando apenas nos continentes asiático e europeu, começa a dar as caras no Brasil em meados de março de 2020. Em uma medida de contenção do vírus alinhada aos movimentos internacionais, o Brasil inicia um trabalho de fechamento dos estabelecimentos. Medida que afastou, fisicamente, milhões de jovens e crianças das escolas. A transição digital, ainda embrionária no setor educacional básico, teve de acontecer as pressas, isso porque os alunos deviam continuar os estudos mesmo estando em casa.

A tragédia evidenciou as vulnerabilidades da educação. As escolas que possuíam recursos e tecnologias conseguiram responder mais rapidamente a demanda das aulas à distância. No entanto, as secretarias que estavam despreparadas para atender os alunos remotamente na educação pública demorou para responder e algumas regiões do Brasil ficaram por meses sem uma maneira eficiente de dar aulas. Isso aumentou a discrepância entre o ensino público e privado com consequências catastróficas para esses alunos e o para a o país. No Brasil, em geral, a orientação dos professores aos alunos por meio de aplicativos e redes sociais foi a estratégia mais usada, mas a medida ainda não resolvia o problema dos alunos sem acesso a internet, que neste caso foi amenizada em algumas cidades com a entrega de materiais impressos.

Além do calamitoso problema causado na aprendizagem dos jovens e adolescentes, a Secretaria de Política Econômica (SPE) divulgou, por meio do Boletim Macrofiscal que o impacto causado pela pandemia na educação podem reverberar por 15 anos na economia brasileira.

Mais de 92% das escolas de educação básica do Brasil adotaram estratégias de ensino remoto ou híbrido. Em 2021, o 2º ano da pandemia, 8,9% das unidades de ensino básico ajustaram a data de término do ano letivo. A porcentagem foi de 43,1% em 2020. Além disso, 72,3% das escolas recorreram à reorganização curricular. Ou seja, fizeram escolhas de qual parte do conteúdo seria ou não ministrada nas salas de aula. As provas foram aplicadas de 8 de novembro a 10 de dezembro de 2021.

Cerca de 5,3 milhões de estudantes de 72.000 escolas públicas e privadas participaram. O diretor de Avaliação da Educação Básica substituto do Ministério da Educação, Rubens Campos de Lacerda Júnior, disse que a adesão foi significativa e “próxima das edições anteriores” do Saeb. A taxa de resposta caiu, em 2022, em todos os anos avaliados pelo relatório: o 5º ano do ensino fundamental, o 9º ano do ensino fundamental e o ensino médio.

O percentual mais baixo foi do ensino médio (61,4%). Caiu 14,2 pontos percentuais em relação ao documento de 2019:

 

Em resumo, a pandemia tem afetado profundamente o mercado de instituições de ensino básico, desafiando a maneira como as escolas oferecem educação e lidam com questões financeiras e de equidade

NÚMERO DE EMPRESAS DO REGIÃO

Educação primária é o nível de educação que começa logo após a educação infantil e precede a educação secundária. A meta da educação primária é fornecer às crianças os fundamentos necessários para elas serem bem-sucedidas na vida. Esses fundamentos normalmente incluem habilidades de leitura, escrita, matemática, além de bases em ciências e artes.

Educação secundária é o nível de ensino que segue diretamente a educação primária. Normalmente começa por volta dos 12 anos de idade e termina antes dos 18 anos. O objetivo deste nível da educação é preparar os alunos para a vida adulta através da aquisição de conhecimento acadêmico avançado, bem como habilidades práticas.

NÚMERO DE EMPRESAS POR FAIXA DE FATURAMENTO (CNAE)

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BIG PICTURE

A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade foi estimada em 6,6% (11 milhões de analfabetos).

28 milhões de alunos matriculados em 2022

O mercado de instituições de ensino básico no mundo alcançou US$ 4,9 trilhões em 2022, com um crescimento de 7% ao ano.

O gasto total previsto do governo brasileiro com educação é de US$ 207 bilhões, o que corresponde a cerca de 5% do PIB do país.

ANÁLISE INTERNA DO SETOR

5 FORÇAS DE PORTER

Entrantes Potenciais – Média

A Força das Novas Entradas representa a ameaça da entrada de novos competidores no mercado, que podem influenciar no preço dos serviços oferecidos pelas demais instituições e diminuir sua lucratividade. A abertura de uma instituição desse tipo existem barreiras de preço, burocracia e entre outras questões, porém não é um tipo de negócio onde necessite um investimento para maquinários e um conhecimento técnico muito avançado, como por exemplo o mercado de construção civil.

Produtos Substitutos – Baixa

A Força da Substituição se refere à disponibilidade de serviços ou produtos oferecidos por outras empresas, que podem atender a mesma necessidade do consumidor. No setor educacional os produtos substitutos estão relacionados com outras formas de ensino básico (educação à distância, ensino híbrido etc), cursos livres e tutoriais online. Porém, atualmente é muito difícil existir um produto que substitua uma escola, seja ela pública ou privada,

Poder dos Fornecedores – Baixa

A força de fornecedores está relacionada à capacidade de parganha para com os seus clientes, como há fornecedores de sobra para esse mercado, o poder se barganha deles é pequeno. Neste mercado, os fornecedores são basicamente materiais escolares, técnicos e profissionais, como professores e outros funcionários.

Poder dos Compradores – Média

A força dos compradores refere-se à capacidade dos consumidores em influenciar o mercado por meio de sua habilidade em exigir preços baixos ou serviços mais qualificados do que os já oferecidos pelas instituições de ensino básico. Os compradores têm um poder de barganha médio, pois de fato existem muitos players para se escolher, porém há uma demanda de novos alunos muito grande, então acaba havendo um equilíbrio.

Rivalidade entre players – Alta

A força de concorrência é a competição que existe entre as instituições de ensino básico, como escolas públicas, privadas e particulares. Visto que a quantidade de escolas é enorme podemos afirmar que a concorrência é muito presente nesse mercado.

OPORTUNIDADES

Investimento em tecnologia educacional: com a chegada das plataformas digitais, cada vez mais instituições de ensino básico estão investindo em recursos tecnológicos para proporcionar aos alunos uma educação mais enriquecedora.

Oferta de cursos extracurriculares: com a chegada da demanda por experiências mais relevantes para os alunos, as instituições de ensino básico podem oferecer cursos extracurriculares que possam atender às expectativas dos alunos e fornecer-lhes habilidades práticas que podem ser úteis na vida adulta.

Fomento à inovação educacional: com as recentes mudanças na maneira como os educadores trabalham para aproximar-se dos alunos, também existe a oportunidade de fomentar uma cultura em que todos se sintam motivados a repensar o modo tradicional de ensinar e aprender.

Parcerias interdisciplinares: as instituições também buscam parcerias interdisciplinares com outras organizações onde possam adquirir expertise para melhorar o ensino e aprendizagem dos seus alunos.

AMEAÇAS

Competição existente

As instituições de ensino básico estão na luta constante por alunos e, assim, oferecem serviços cada vez mais competitivos, o que pode resultar em custo baixo para as empresas por meio do aumento da concorrência no mercado.

Escassez de recursos: A maioria das escolas não tem acesso a recursos suficientes para oferecer serviços de qualidade, o que significa que elas não podem atender às necessidades educacionais dos alunos e/ou podem ter uma má imagem quando se trata de ensino básico.

Contratação de professores qualificados: Um dos principais objetivos das escolas é ter professores qualificados, mas encontrar pessoas com habilidades adequadas é um desafio devido à falta de recursos para contratar e treinar profissionais qualificados.

Desenvolvimento tecnológico: As novas tecnologias estão mudando rapidamente como trabalham as escolas e a maneira como os alunos consumem os conteúdos de forma rápida e precisa. No entanto, infraestruturas inadequadas podem limitar o potencial dessas tecnologias para educar os alunos de maneira eficaz.

Questões políticas: O ensino básico está sujeito a frequentes mudanças políticas, o que torna o setor instável e difícil de prever sua evolução futura em vista da agenda governamental vigente. Isso pode afetar negativamente os negócios das empresas relacionadas a este setor.

Ameaças legais: as escolas muitas vezes estão sujeitas a um complexo conjunto de leis, regulamentos e políticas locais, estaduais, federais e globais que regem questões relacionadas à privacidade, segurança da informação e outros assuntos relacionados à educação. Elas também correm o risco de ser processadas por infrações dessas leis, o que pode ter um impacto significativo em sua operação diária.

INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

ANÁLISE MACROECONÔMICA

BRASIL

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), o mercado de educação superior no Brasil conta com mais de mil instituições, sendo que cerca de 70% são universidades particulares. O número total de alunos matriculados em 2021 foi estimado em cerca de 8 milhões, dos quais aproximadamente 48% estudam em instituições privadas.

Segundo dados da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (CONFENEN), as universidades com maior número de alunos são: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP).

Apesar do grande número de alunos matriculados, o índice médio nacional de conclusão dos cursos superiores tem sido cada vez menor nos últimos anos. Segundo um estudo feito pelo Conselho Nacional da Educação (CNE), apenas 16% dos alunos brasileiros concluem seus cursos dentro do tempo previsto. Além disso, outro relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que os brasileiros têm uma taxa muito baixa na comparação internacional.

Outra preocupação séria é a desigualdade social na educação superior brasileira. As universidades particulares cobram taxas mais altas que as universidades públicas, tornando-se inacessíveis para os estudantes oriundos das classes socioeconômicas mais baixas. Além disso, há também pouca diversidade racial e social entre os professores e funcionários dessas instituições.

Apesar desses desafios, existem várias iniciativas sendo tomadas pelo governo para melhorar o mercado educacional brasileiro. Por exemplo, o Programa Nacional de Acesso a Cursos Superiores (PRONATEC) tem lutado para fomentar a educação superior no país oferecendo bolsas parciais para estudantes carentes e financiando projetos voltados à formação acadêmica nos estados brasileiros. Além disso, várias leis foram aprovadas recentemente visando à melhoria da qualidade desses cursos.

 

Podemos concluir que em 2021 houveram uma grande oferta de instituições de ensino superior no país de maneira geral, incluindo instituições privadas e públicas, com 2564 instituições oferecendo 41.895 cursos diferentes. Além disso, tivemos um elevado número de ingressos nas instituições, com 3.945.091 pessoas entrando para estudar. O número de matrículas também foi alto, com 8.987.120 pessoas matriculadas em cursos. Finalmente, houveram 1.327.325 concluintes de cursos em 2021, o que indica uma taxa de sucesso significativa na educação superior no país.

INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PRIVADO NO BRASIL

Em 2021 houve uma grande oferta de instituições de ensino superior privadas no Brasil, com 2251 instituições oferecendo 30920 cursos diferentes. Além disso, houve um elevado número de ingressos nas instituições, com 3.452.830 pessoas entrando para estudar, ou seja, 87% de todos os ingressos em instituições de ensino superior foram de instituições de ensino superior.

O número de matrículas também foi considerável, com 6.908.214 pessoas matriculadas em cursos. E obtivemos 1.107.906 concluintes de cursos, o que indica uma ótima taxa de sucesso na educação superior privada no Brasil.

INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICO NO BRASIL

Em 2021 existiam 313 instituições de ensino superior público oferecendo um total de 10975 cursos. Isso representa um número pequeno de instituições e cursos disponíveis para os estudantes, se comparados com as instituições privadas. Além disso, o número de ingressantes nas instituições foi de 492.261, o que equivale a 13% do total, apesar de ser um número pequeno, na prática vemos muito interesse mostrando um grande interesse dos alunos em ingressar no ensino superior público brasileiro, por serem gratuitas e na sua maioria têm um nível de ensino regular.

As matrículas também aumentaram para 2.078.906 e os concluintes foram 219.419, mostrando que houve uma boa taxa de conclusão dos cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior públicas brasileiras.

PRINCIPAIS INDICADORES DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PRIVADO






NÚMERO DE INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR

Vamos analisar o número de instituições de ensino superior nos últimos anos, para realizar essa análise, podemos utilizar os dados de instituições de ensino superior disponíveis no Censo da Educação Superior do Ministério da Educação.

Esses dados mostram o número total de instituições de ensino superior por ano, bem como os tipos (públicas e privadas). Isso nos permite comparar o número de instituições entre os anos para avaliar se houve crescimento ou queda.

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Comparando os números de 2017 com os de 2021 (mais atualizados disponíveis) notamos que em 2017 existiam 296 IES (Instituições de Ensino Superior) públicas e 2.152 IES privadas. 5 anos após houve um crescimento de 17 IES públicas e 109 IES privadas. Crescimento de 5,05% por parte da rede privada e de 5,74% por parte das públicas, um crescimento extremamente parecido de maneira percentual.

Quando começamos a segmentar um pouco mais, conseguimos extrair ainda mais informações, logo, para isso iremos analisar o seguinte gráfico:

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O que há de interessante são as proporções de cada tipo de IES, claramente as faculdades são uma maioria, em segundo são os centros universitários, em seguida são as universidades e em último lugar ficam as IFs e Cefet.

Para ficar mais palpável iremos explicar o que são cada umas dessas instituições:

Faculdade: é uma instituição de ensino superior, geralmente privada, que oferece cursos em várias áreas do conhecimento. Elas são autorizadas pelo governo a conceder diplomas de graduação e oferecer programas de pós-graduação.

Centro Universitário: é uma instituição de ensino superior que oferece curso de graduação, pós-graduação e programas especiais. Geralmente, esta instituição tem um enfoque mais prático nos seus cursos do que as faculdades regulares.

Universidades: são instituições acadêmicas com atribuições para ministrar cursos superiores, pós-graduações, pesquisa científica e extensão cultural. Essas instituições são reconhecidas pelo governo e só podem ser criadas por lei federal ou estadual.

IF e Cefet: o Instituto Federal (IF) é uma rede nacional formada por diversos campi em todo o Brasil que oferecem cursos técnicos e tecnológicos gratuitamente para a comunidade local. O Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) é um centro estadual de educação tecnológica responsável pela formação básica dos alunos para as áreas técnicas na indústria brasileira.

Instituições de educação superior públicas são universidades, colégios e outras organizações que fornecem ensino superior sob o controle do governo. Estas instituições podem ser federais, estaduais ou municipais, dependendo de qual nível de governo as controla. As instituições federais são geralmente controladas por um departamento específico no governo federal, enquanto as instituições estaduais e municipais geralmente são administradas por departamentos específicos nos governos estaduais e locais.

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Quando falamos das IES públicas sabemos que a predominância são de instituições federais, e muito próximo em segundo lugar estão as estaduais, e por último, são as Municipais que vem diminuindo gradativamente nos últimos 5 anos.

Financeiro

GERAL

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PRIVADO

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PÚBLICO

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Algumas informações chave ficam nítidas através da análise desses 3 gráficos. A primeira é que o fluxo de caixa das públicas é muito maior, muito provavelmente pelos seus tamanhos, as instituições federais costumam ter diversos prédios e milhares de funcionários.

Falando dos funcionários, nas IES públicas eles são responsáveis por quase metade dos custos e nas privadas, gira em torno de 25%. A receita das privadas são em sua maioria “próprias” e as públicas por “transferência”.

Cursos

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Analisando o gráfico acima nota-se um crescimento sempre constante, porém não muito alto, pois em 5 anos aumentou em torno de 17% o número de cursos totais.

É de se esperar que o número de cursos seja diretamente proporcional ao número de instituições de ensino superior, o que percebemos é que a proporção entre particulares e públicas se mantém mas o crescimento é diferente nos últimos anos (2020 e 2021) onde existe uma queda de IES, graças à pandemia, e os cursos mantém uma crescente possivelmente por uma movimentação natural do mercado de absorver os alunos/clientes das IES que faliram, também houveram muitas faculdades online que impulsionaram, além de cursos inovadores que são incorporados nos últimos anos.

Inserimos o gráfico à seguir para facilitar a comparação e a visualização dos pontos já mencionados:

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Em 2021:

Entendo a proporção de número de vagas por área conseguimos dizer quais são as 

3 principais áreas gerais para cada tipo de instituição de ensino superior, logo:

Para as IES públicas Federais:
Educação
Engenharia, produção e construção
Negócios, administração e direito

Para as IES públicas Estaduais::
Educação
Negócios, administração e direito
Engenharia, produção e construção

Para as IES públicas Municipais::
Educação
Negócios, administração e direito
Saúde e Bem-estar

Para as IES privadas::
Negócios, administração e direito
Educação
Saúde e Bem-estar

Para mais detalhes acesse o dashboard:
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiNjUzZjU2YzItY2VlZC00MzcwLTk4OWYtODMzNWEyNzJkM2ZhIiwidCI6IjI2ZjczODk3LWM4YW

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VAGAS E INGRESSANTES

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A partir desse gráfico conseguimos visualizar o que já tínhamos falado anteriormente, do crescimento das aulas online, principalmente no ano de 2020 por causa da pandemia. Outro ponto interessantíssimo é que nas IES privadas o número só aumenta e em 2021 já representava mais de 75% dos cursos totais, no outro extremo estão as IES públicas, com ênfase na federal, que diminui percentualmente a quantidade de cursos EaD, 2017 eram 12% e em 2021 apenas 8%

As proporções entre cada tipo de IES não é novidade mas é de se esperar um tendência muito parecida do número de ingressantes com relação ao número de cursos, perceba que os dois obtiveram um crescimento constante nesses 5 anos, e uma evolução de 18% para o número de ingressantes e de 17% para o número de cursos, ou seja, estão diretamente ligados.

Através de dados fornecidos pelo INEP, observamos que as colunas se mantém muito parecidas ao longo dos anos e a principal categoria, que é de vaga nova, tem como maneiras de entrar o vestibular (66%), em seguida o ENEM (21%) e outras formas (totalizando 13%). Essas informações fazem bastante sentido quando juntamos com a quantidade de IES públicas (minoria) e privadas (maioria).

Fica muito claro que as faculdades públicas são dominadas pelas faculdades, e com números muito menos expressivos, estão as IFs, Cefet e Faculdades. Já nas privadas os centros universitários vêm se tornando cada vez mais comuns ao longo dos anos, tendo uma proporção muito similar às universidades e as Faculdades obtiveram uma queda expressiva nesses 5 anos.

Em 2021, curiosamente pedagogia é o curso número 1 quando destacamos o número de ingressantes mas se pararmos para analisarmos com cuidado, a pedagogia abrange qualquer área de ensino, desde saúde até artes, logo, faz sentido ter mais alunos do que cursos mais específicos. Administração chega extremamente próxima aos números da pedagogia e em seguida estão direito, enfermagem e gestão de pessoas, nessa ordem.

OUTROS DADOS:

Em 2021 nas instituições de ensino superior:
Os estrangeiros correspondem à 7046
Os deficiêntes correspondem à 24064
54,5% são compostos por pessoas brancas
43,2% por pessoas pretas
2,3% por amarelos/indígenas
1.627.817 homens
2.317.274 mulheres

Idades

PERFIL DO CONSUMIDOR

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Docentes

De 2017 até 2019 o número se mantém em torno de 330 mil, mas nos anos durante e após a pandemia eles caem claramente por volta de 5%, ou seja, 2020 temos 314 mil e em 2021 alcançamos a casa dos 315 mil. Podemos esperar uma retomada desses valores mas talvez não alcance o que era antes, até pelo forte crescimentos de aulas EaD, que tem número muito maior de vagas por docente.

Como já era de se esperar, o número de docentes corresponde à quantidade de IES e de cursos fornecidos por categoria. Porém, enquanto a quantidade de docentes das públicas comparado às particulares é quase meio a meio, o número de IES públicas em 2021 corresponde a apenas 13,8% do número total, demonstrando um número desproporcional de docentes por IES.

Dados interessantes sobre as especializações dos docentes e outras características:


Idades


ANÁLISE INTERNA DO SETOR

5 FORÇAS DE PORTER

Entrantes Potenciais – Média

Com o avançar das tecnologias educacionais, novos concorrentes têm surgido na área da educação superior oferecendo forma de ensino inovadoras, flexíveis e baratas a estudantes do mundo todo . Isso acaba criando uma maior competitividade entre as instituições existentes já presente no mercado, fazendo com que elas tenham que adotar novas estratégias de marketing para conseguir atrair o maior número possível de alunos em meio à forte concorrência. Apesar disso, vale lembrar que essas instituições tem uma credibilidade maior que essas alternativas de ensino, por isso, classificamos como média.

Produtos Substitutos – Média

A educação online é uma das principais ameaças às instituições de ensino tradicionais. Muitas vezes, ela pode ser considerada como uma alternativa mais barata e prática à educação presencial, pois permite que os alunos ganhem as mesmas habilidades sem precisar frequentar aulas presenciais e se deslocaram até o local da universidade. Pórem, ainda não tem o mesmo valor agregado para o mercado e consequentemente para os alunos também.

Poder dos Fornecedores – Baixa

Os fornecedores desempenham um papel importante para as instituições de ensino superior. Esses fornecedores não tem um poder de barganha tão grande, visto que empresas de materiais de estudo, estruturais e entre outros tem um número de empresas muito grande, logo menor poder de barganha.

Poder dos Compradores – Média

Os compradores desempenham um papel importante nas decisões das instituições de ensino superior. Alunos e seus pais são os principais compradores para essas instituições. Por isso, as instituições têm que trabalhar muito para garantir que seus serviços sejam atrativos para estes clientes finais. Os compradores têm um poder de barganha médio, pois de fato existem muitos players para se escolher, porém há uma demanda de novos alunos muito grande, então acaba havendo um equilíbrio.

Rivalidade entre players – Alta

As instituições de ensino superior estão cada vez mais competindo entre si por alunos. Isso pode ser visto com a divulgação da oferta acadêmica, assim como promoções para atrair novos alunos. Também há uma pressão sobre o preço dos cursos e outros serviços que as instituições oferecem, pois os alunos estão sempre à procura dos melhores preços. Lembrando que essa concorrência é uma realidade maior para as instituições privadas.

OPORTUNIDADES

Oferecer cursos online

O ensino superior online cresceu 13 vezes mais rápido do que os cursos presenciais nos últimos dez anos. Segundo a Code and Theory, o aumento da tecnologia colaborativa, bem como a pandemia da Covid-19, tornaram o ensino superior online mais popular do que nunca. As universidades estão atualmente oferecendo cursos de graduação e pós-graduação inteiramente online para estudantes em toda parte do mundo.

Investir na experiência dos alunos:
As universidades precisam investir em recursos e metodologias que melhorem a experiência dos alunos no ensino superior. Investimentos em tecnologia educacional para melhorar serviços acadêmicos e administrativos, bem como desenvolver programas de mentoria e orientação estudantis são fatores importantes para desenvolver uma experiência positiva para os alunos.

Promover programas interdisciplinares:
Muitas universidades estão adotando abordagens interdisciplinares para sua educação superior, permitindo a flexibilidade de combinar diferentes áreas de estudo num mesmo curso de forma organizada por disciplinas. Isso possibilita que os alunos tenham um conhecimento holístico sobre diversas disciplinas específicas e áreas do saber, preparando-se melhor para encontrar soluções inovadoras para problemas reais no mercado de trabalho atual.

Fomentar serviços de consultoria profissional:
Os serviços especializados de consultoria profissional são cada vez mais valorizados pelas empresas modernas e podem ser oferecidos pelas universidades tanto a seus alunos quanto às empresas locais e regionais com objetivo de fomentar o desenvolvimento dessas empresas e incentivar o talento local.

Desenvolver parcerias educacionais:
As parcerias educacionais entre universidades com outras instituições educacionais podem ser extremamente benéficas para ambas as partes envolvidas, pois ela possibilita a troca interinstitucional de conhecimento acadêmico, laboratorial e tecnológico entre as instituições participantes . Além disso, ela permite que os alunos possam ter experiências diversificadas nas universidades parceiras e ampliar seus horizontes acadêmicos e profissionais a longo prazo

AMEAÇAS

Competição de custo

A crescente competição de custo entre as instituições de ensino superior pode reduzir o valor percebido e a qualidade dos serviços.Com o aumento do número de faculdades particulares, os alunos têm uma variedade mais ampla de opções disponíveis para eles. Esta tendência tem pressionado as instituições de ensino superior a oferecerem preços mais baixos, resultando numa redução dos orçamentos das escolas.

Inovação tecnológica: O surgimento da tecnologia digital revolucionou o setor da educação, tornando possível o aprendizado remoto e virtual em vez do aprendizado presencial tradicional em salas de aula. Essas mudanças tecnológicas também permitiram que outras plataformas oferecessem cursos online e gratuitos, gerando uma competição intensa no setor da educação.

Financiamento: O financiamento é um dos principais fatores que têm impactado as instituições de ensino superior nos últimos anos. O estrangulamento do orçamento federal para a educação tem feito com que muitas universidades e faculdades reduzam seus fundos destinados à pesquisa e à expansão acadêmica, assim como à qualidade do ensino que elas fornecem.

Acessibilidade: Embora haja um esforço crescente para melhorar a acessibilidade à educação superior, muitas pessoas nos países em desenvolvimento não têm formais direitos à educação devido às barreiras financeiras ou geográficas existentes na região em que vivem. Além disso, muitos outros grupos sócio-económicos não têm acessibilidade devido à falta de informações sobre programas governamentais existentes para prover financiamento para a educação superior.

Estrutura regulatória: Os regulamentos governamentais atuais são geralmente inadequados para lidar com as novas tendências no setor da educação superior, particularmente aqueles relacionados com programas on-line e cursos livres (MOOCs). Muitas vezes os processos regulatórios são demasiadamente rigorosos ou desatualizados quando comparados com os avança rápidos dentro dessa área específica da educação.

INSITUIÇÕES DE ENSINO CONTINUADO

ANÁLISE MACROECONÔMICA

A educação continuada, realidade no Brasil desde os anos 70, é uma forma de ensino baseada no constante aprendizado, promovendo oportunidades para o desenvolvimento dos alunos enquanto profissionais e indivíduos. Hoje, a concorrência acirrada e a volatilidade do mercado profissional tornaram necessária a educação contínua para qualquer profissional se destacar.
Assim como a educação continuada traz uma leva de benefícios para o profissional que está imerso nessa modalidade, como desenvolvimento de novas competência, excelência técnica e operacional, também é importante para os colaboradores e empresas, bem como a criação de times de alta performance, com melhores resultados e maior produtividade.

Por parte das instituições de ensino, a educação continuada é presente por meio de:
Cursos de extensão;
Pós-graduação;

Já por parte das empresas, é presente por meio de:
Reciclagem;
Cursos livres;
Cursos técnicos;

Pós-Graduação

A pós graduação é um dos principais modelos de educação continuada no Brasil, sendo feita após a conclusão de um curso do Ensino Superior (bacharelado, licenciatura ou tecnólogo).

Essa graduação é uma forma de aprofundar temas que foram abordados na graduação, de maneira a se especializar no assunto. Entre os benefícios de uma pós-graduação, temos o aumento de remuneração, maior reconhecimento na área, maiores chances de empregabilidade e desenvolvimento de networking dentro da área.

De 2020 para 2021, houve um aumento de 4,8% no número de alunos matriculados em alguma especialização. Esse crescimento foi puxado pela rede pública, com acréscimo de 46,4% das matrículas. Nos cursos de mestrado, o aumento no mesmo período foi de 8,4%, sendo 3,4% na rede privada e 11,5% na rede pública.

De 2020 para 2021, o acréscimo de alunos matriculados em cursos de doutorado foi de 37,4%, com equilíbrio entre as redes privada e pública: 36,1% de crescimento na primeira e 37,8% na segunda.

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O que extraímos desses gráficos é que a rede privada é muito forte em especialização e a pública em mestrado e doutorado. Porém, a especialização em 2021 teve 1,12 milhão de alunos ainda cursando só nas redes privadas, e o mestrado e doutorado somados chegam a um pouco mais que 300 mil alunos, ou seja, uma disparidade muito grande. Isso pode acontecer pela facilidade de começar um curso de especialização, o que não é tão acessível como um mestrado e muito menos um doutorado.

Fica claro por meio dessa tabela que em todos os cursos os alunos que concluíram alguma pós-graduação recebem salários melhores do que as que apenas concluíram o ensino superior. Com certeza o fato de ter realizado uma pós afeta diretamente no salário, porém é bom lembrar que os profissionais que já finalizaram uma pós-graduação normalmente tem uma idade mais elevada em comparação com aqueles que concluíram o ensino superior apenas, logo, os pós-graduados tem mais tempo de carreira.

Concluindo que as 2 principais variáveis que afetam o salário são o tempo de carreira e seu nível de escolaridade (pós-graduação ou apenas o ensino superior).

Cursos de Extensão

Os cursos de extensão universitária são oferecidos no Brasil em 2.300 instituições de ensino superior, e são cursos que não possuem validade acadêmica, mas são oportunidades de desenvolvimento de conhecimentos em diversas áreas de atuação.

Para a inscrição nos cursos, não é necessário diploma em ensino superior e vínculo com a faculdade que o oferece, sendo uma oportunidade de formação em um curto período (aproximadamente 3 meses), de forma a complementar a graduação.

Não podemos considerar cursos de extensão universitária como pós-graduações, uma vez que são de curta duração e focados no aperfeiçoamento, especialização e aquisição de conhecimento em novas áreas de formação.

RECICLAGEM, CURSOS TÉCNICOS E CURSOS LIVRES

Os cursos de reciclagem são qualificações que agregam nos currículos após o cumprimento da graduação ou de um curso profissionalizante, sendo considerado um aperfeiçoamento profissional. Os cursos são importantes para acompanhar as mudanças de mercado e promover evolução na carreira.

Os cursos técnicos abrangem uma enorme variedade de opções (13 eixos tecnológicos), e são a forma mais rápida de conquistar uma profissão e se alocar no mercado de trabalho. São cursos muito focados na parte prática e muitos deles oferecem certificações intermediárias, que possibilitam o acesso a vagas de emprego.

Os cursos livres são mais focados no desenvolvimento pessoal do indivíduo, principalmente no que tange a evolução das soft skills (habilidades pessoais estratégicas) sendo um aprendizado de curta duração com aplicabilidade rápida/imediata.

Estes são regidos sobre legislação, mas não são regulamentados pelo MEC. Por sua legislação, o curso livre não faz exigência de nenhuma formação anterior específica, podendo ser realizado por praticamente qualquer pessoa, tampouco tem carga horária mínima ou fixa definida, ficando definida, então, por conta do profissional ou instituição que oferta o conteúdo.

CURSOS MAIS BUSCADOS NA INTERNET:

PRINCIPAIS TEMAS
Embora não haja uma lista oficial dos temas mais consumidos no Brasil, existem algumas áreas e temas que são populares entre os estudantes brasileiros. Aqui estão alguns exemplos:

Desenvolvimento web e programação: Cursos que ensinam habilidades em linguagens de programação como HTML, CSS, JavaScript, Python e outras são muito populares entre os estudantes brasileiros. Esses cursos ensinam habilidades valiosas para quem deseja trabalhar na área de tecnologia ou criar um negócio online.

Marketing Digital: Com o crescimento do comércio eletrônico e das mídias sociais, os cursos de marketing digital são cada vez mais procurados pelos estudantes brasileiros. Esses cursos abrangem habilidades em SEO, mídias sociais, e-mail marketing, anúncios online, entre outros.

Idiomas: Aprender um novo idioma é uma habilidade valorizada em todo o mundo e os cursos online de idiomas são muito populares no Brasil. Cursos em inglês, espanhol e francês são os mais procurados.

Finanças: Cursos online que ensinam habilidades em finanças pessoais, investimentos e finanças corporativas são populares entre os estudantes brasileiros. Esses cursos ajudam a desenvolver habilidades valiosas para gerir o próprio dinheiro e planejar o futuro financeiro.

Saúde e bem-estar: Cursos que ensinam habilidades em nutrição, atividade física, yoga, meditação e outras áreas relacionadas à saúde e bem-estar também são populares entre os estudantes brasileiros. Com a pandemia da COVID-19, esses cursos se tornaram ainda mais procurados.

IMPACTO DO SETOR NA PANDEMIA

Com a chegada da pandemia do Covid-19, o ensino, como um todo, teve que se reestruturar para o ensino totalmente remoto. No que tange a educação continuada, os impactos foram menores quando comparado aos da educação básica e superior, devido à adequação ao modelo híbrido e a distância previamente à pandemia. Por isso, as empresas e instituições que já possuíam estas modalidades conseguiram se adaptar melhor à nova situação.

A adaptação ao ensino EAD trouxe uma maior facilidade e flexibilidade no que tange o acesso aos materiais de pesquisa e economia de tempo de deslocamento e combustível, mas, por outro lado, a falta de acesso à internet de qualidade, a falta de habilidades para manusear as tecnologias, e a mínima interatividade das aulas dificulta a qualidade de ensino e deixa mais evidente a desigualdade entre os alunos.

EAD x Ensino Remoto Emergencial
A oferta de cursos lecionados por Ensino à Distância vêm aumentando cada vez mais, sendo mediada por tecnologias em que discentes e docentes estão separados fisicamente. Nessa modalidade, é necessário um planejamento e uso de estratégias de forma a possibilitar uma estrutura informacional adequada, suporte técnico aos professores e estudantes e a alocação desses no ambiente virtual, e o treinamento contínuo em tecnologia aos professores.

Diferentemente do EAD, o ensino remoto emergencial, que vêm sendo realizado no contexto da pandemia do Covid-19, é ofertado sem planejamento, treinamento e com limitações de tempo, ocasionando o baixo desempenho acadêmico e o aumento da evasão dos estudantes.

ANÁLISE INTERNA DO SETOR

5 FORÇAS DE PORTER

Entrantes Potenciais – Alta

Pelo fato de não haver um alto custos de entrada no setor de ensinos continuados, a barreira de entrada é baixa, o que facilita a entrada de novos players.

Produtos Substitutos – Alta

Por conta da baixa barreira de entrada e, por isso, muitos concorrentes, há várias possibilidades de cursos relativamente semelhantes em outras instituições/empresas.

Poder dos Fornecedores – Alta

Devido à necessidade de os docentes necessitarem um maior grau de graduação, o poder de fornecedores se torna alto pois a oferta é menor.

Poder dos Compradores – Alta

Os compradores podem exigir melhor qualidade e cobrar maior prestação de serviços uma vez que existe concorrência.

Rivalidade entre players – Alta

Por conta da baixa barreira de entrada e alta quantidade de produtos substitutos, podemos considerar a rivalidade entre players alta.

OPORTUNIDADES

O mercado de instituições de educação continuado, traz consigo uma grande taxa de crescimento em toda parte do globo. Com isso, conseguimos observar diversas oportunidades no setor, que podem por vezes serem utilizadas como estratégias de penetração no mercado.

Treinamento em habilidades digitais
Com a crescente digitalização de vários setores, as habilidades digitais estão se tornando cada vez mais importantes. O setor de ensino continuado pode fornecer treinamento em habilidades digitais, como programação, análise de dados, marketing digital e gestão de projetos.

Incentivos governamentais
A SEE (Secretaria de Educação e Esportes) fará da formação continuada seu principal foco de atuação e investimento, como forma de inclusão social e a promoção da melhoria do ensino.

Cursos online e educação a distância
Com a crescente demanda por flexibilidade e conveniência, o ensino online e a distância estão se tornando cada vez mais populares. O setor de ensino continuado pode fornecer cursos online e educação a distância para atender a essa demanda.

Programas de educação executiva
O setor de ensino continuado pode oferecer programas de educação executiva para profissionais experientes que desejam se manter atualizados sobre as tendências em sua área e desenvolver novas habilidades para aprimorar sua carreira.

 

AMEAÇAS

Ainda que existam diversas oportunidades, como em todos os setores, ameaças que podem comprometer a evolução da área também existem. Sendo assim, é importante estar atento às possíveis mudanças relacionadas a estes tópicos para manter o sucesso na área.

Entrada no mercado de trabalho
Pela necessidade e anseio de entrar o quanto antes no mercado de trabalho, principalmente para os estudantes de rendas mais baixas, a educação continuada e o aprendizado contínuo são escanteados pelos empregos.

Ticket médio
Pelo fato de a maioria dos modelos de ensino continuado serem privados e seu ticket médio ser relativamente alto, em períodos de crise econômica, como o que o Brasil se encontra, cursos de aprendizado contínuo não são uma prioridade, por serem considerados uma demanda elástica.

Credibilidade e qualidade
Para ter sucesso, o setor de ensino continuado precisa fornecer programas de alta qualidade e credibilidade. Qualquer escândalo ou falha em fornecer uma educação de qualidade pode levar a uma perda de confiança do público e danificar a reputação da instituição.

Tecnologia
A tecnologia está mudando rapidamente a forma como as pessoas aprendem e acessam informações. Instituições de ensino continuado que não se adaptarem às mudanças tecnológicas podem ficar para trás e perder a oportunidade de atingir novos públicos.

Mudanças regulatórias
Mudanças nas leis e regulamentações governamentais podem ter um impacto significativo no setor de ensino continuado. Qualquer mudança pode afetar os requisitos de credenciamento, requisitos de licenciamento e padrões de qualidade.

TENDÊNCIAS

PANORAMA DOS PRÓXIMOS ANOS

Grupos educacionais e o cenário favorável para o mercado de educação
Afora a Pandemia que desacelerou circunstancialmente o crescimento do setor de educação no Brasil, o momento é propício. Investidores que anteriormente foram atraídos pelas políticas de acesso do ensino superior estão se voltando para a educação, enxergando oportunidades que estão se traduzindo em um mercado aquecido.

As movimentações já aconteciam previamente. Contudo, o evento-referência na virada de grandes grupos educacionais para educação acontece com o impedimento da fusão entre Kroton e Estácio pelo Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 2017. Uma transação avaliada em R $5,5 bilhões. À época, o ocorrido aliado a alta concentração das matrículas em poucos players, indicava uma evidente saturação no setor.

Neste cenário, surge um consenso sobre oportunidades de negócio na educação. De lá até aqui, inúmeras movimentações relevantes no mercado aconteceram. Cito algumas como exemplo: aquisição da Somos pela Cogna (ex Kroton), novos grupos começam a ganhar espaço como Bahema, Rede Decisão, Inspira Rede de Educadores e Camino Education. IPO da Arco Educação e da Vasta Educação, troca de ativos entre Cogna e Eleva Educação e mais recentemente a aquisição dos sistemas de ensino COC e Dom Bosco pela Arco, abertura de capital da Cruzeiro do Sul e a intenção de IPO da Eleva Educação e do Grupo SEB para escolas Maple Bear e perfil de escolas Premium.

Para pouco mais de 2.000 universidades privadas no Brasil, temos mais de 40.000 escolas particulares. O mercado descentralizado favorece as aquisições, isso acelera a estratégia de crescimento nos grandes grupos educacionais. As escolas contam com excelente LTV, receita previsível, uma vez que o ticket é conhecido ao longo do tempo, boa retenção e baixa inadimplência em condições normais.

Para além das escolas particulares, existem empresas editoriais e soluções B2C que atendem dependências administrativas públicas. Somadas, as escolas representam um mercado educacional e um ecossistema educacional de mais de 180 mil instituições de ensino e um universo de 47 milhões de alunos.

PLATAFORMAS
1. Blackboard Learn: É uma plataforma de aprendizagem desenvolvida para suportar professores, alunos e funcionários da escola. Oferece ferramentas para criar, organizar e compartilhar conteúdo, bem como ferramentas de avaliação, tarefas e muito mais.

2. Moodle: É uma plataforma completa de aprendizagem que oferece recursos básicos como cursos online, fóruns de discussão, projetos colaborativos, testes e quizzes interativos.

3. Schoology: Esta plataforma online permite aos professores criar cursos com seu próprio conteúdo e também fornece soluções personalizadas às necessidades da escola. Possui recursos para que os alunos e professores possam colaborar uns com os outros dentro do mesmo ambiente virtual online.

4. Canvas: Esta plataforma possui um conjunto completo de ferramentas para tornar o aprendizado ainda mais envolvente e intuitivo entre alunos e educadores. Oferece praticamente todos os tipos de recursos necessários em um ambiente educacional moderno – desde visualização de grade até notificações em tempo real sobre atividades dos alunos e gerenciamento de tarefas pedagógicas complexas.


TENDÊNCIAS DE CONSUMO
1. Experiência do aluno: as instituições de ensino estão buscando cada vez mais enfatizar a experiência do aluno como elemento fundamental para o sucesso acadêmico. Isso inclui desenvolver planos de aula interativos, aplicativos e processos de aprendizagem personalizados, bem como oferecer serviços de orientação e suporte para os alunos.

2. Desenvolvimento profissional: as instituições estão tendendo para oferecer cursos que auxiliem no desenvolvimento profissional dos alunos, como habilidades de liderança e gerenciamento, capacitação em tecnologia digital, entre outras.

3. Ensino à distância: com o avanço da tecnologia, muitas instituições estão incluindo o ensino à distância em seus portfólios com o intuito de proporcionar aulas online para os alunos e melhorar a flexibilidade em termos de horário e localização.

4. Recursos de áudio-visual: as últimas tendências também incluem investir nos recursos audiovisuais com objetivo de estimular uma participação maior nos processos educacionais. Estimular os alunos através da visualização das aulas ajuda a melhorar o entendimento dos conteúdos abordados e despertar o interesse na aprendizagem.

APLICATIVOS
Coursify: O Coursify é um aplicativo inovador que permite que os alunos inscrevam-se e preencham automaticamente as informações de seu curso, acompanhem o progresso de atividades, e tenham acesso a tutoriais, vídeos e materiais educacionais.

MySchoolApp: O MySchoolApp é um aplicativo móvel que fornece informações relevantes sobre as instituições de ensino para os estudantes. Ele permite que os alunos fiquem conectados à sua instituição, monitorando notícias importantes, datas importantes do calendário acadêmico, horários dos cursos e eventuais alterações nos programas acadêmicos.

Soluto: Um aplicativo de gerenciamento de tarefas e conteúdo educacional que permite que professores interajam com alunos, compartilhem conteúdo, organizem tarefas e obtenham análises em tempo real.

Duolingo: um aplicativo de aprendizagem de idiomas que usa jogos e desafios para ensinar novos idiomas de forma divertida.

Khan Academy: um aplicativo com uma vasta coleção de vídeos e recursos educacionais gratuitos em matemática, ciências, economia e muito mais.

Quizlet: um aplicativo de estudo que permite criar e compartilhar flashcards e jogos de estudo personalizados.

EdX: uma plataforma de ensino online com mais de 2.500 cursos de universidades de todo o mundo.

Estes são apenas alguns dos muitos aplicativos de educação disponíveis e cada um deles oferece uma abordagem diferente para o ensino e o aprendizado.

HIGHLIGHTS

A conjuntura do mercado que está se formando ao redor da educação, nos dá a dimensão do tamanho do crescimento que vamos presenciar nos próximos anos no setor educacional. Quando se trata de oportunidades de negócios temos inúmeros lacunas a serem preenchidas e bastante espaço para expansão. Vamos visualizar uma enormidade de inovação e testemunhar abundantes mudanças na educação. Na maneira de ensinar, aprender, avaliar, na dinâmica escolar e na forma de administrar e fazer negócios.

 

Os movimentos de mercado, os grandes grupos, o surgimento de novos grupos, o crescimento e migração das escolas e na base de alunos e o crescente aumento das edtechs com as mais diversas soluções são indícios de um setor em ascensão. Sem negligenciar, é claro, a pandemia que evidenciou inúmeras vulnerabilidades e deixou muitos problemas que persistirão por um longo período.

 

Com amplos hiatos a serem resolvidos, oportunidades e um mercado em franca evolução, a criação do mercado & educação surge com o intuito de agregar e discutir sobre notícias, dados e informações do mercado, educação e o ecossistema educacional básico, a fim de acompanhar e dar visibilidade aos desdobramentos desta empreitada.”

 

Pedro Rocha, Product Analyst

Mercado Pet Q1 2023

ANÁLISE MACROECONÔMICA

PANORAMA BRASIL

O faturamento do mercado pet no Brasil em 2021 foi de R$ 51,7 bilhões, com crescimento de 27% em relação a 2020 (R$ 40,9 bilhões). Segundo a estimativa do Instituto Pet Brasil (IPB) para o terceiro trimestre de 2022, o faturamento do setor deve aumentar 15,8%, chegando a R$ 59,9 bilhões, o que supera a projeção anterior de 14,7% (R$ 59,2 bilhões) baseada nos dados do primeiro semestre.

De acordo com a projeção atualizada no período de janeiro a setembro, o segmento de Pet Food, que vende alimentos industrializados para animais de estimação, deverá fechar o ano com faturamento de R$ 33,5 bilhões, representando 56% do total do mercado pet. Haverá um aumento de 18% em relação ao valor consolidado do ano anterior, se a previsão se confirmar.

Em segundo lugar, a venda direta de animais de estimação dos criadores deve movimentar R$ 6,3 bilhões, representando 10,5% do faturamento total e uma alta de 11,3% em relação a 2021. Em terceiro lugar, está o segmento Pet Vet, que vende medicamentos veterinários, com projeção de R$ 5,9 bilhões, 9,9% do faturamento do mercado e uma projeção de alta de 12,5%.

Os demais segmentos incluem serviços veterinários (R$ 5,5 bilhões, 15,6% de alta e 9,3% do mercado), serviços gerais (R$ 5,3 bilhões, 9,8% e 8,8%), e Pet Care, que vende produtos de higiene e bem-estar animal (R$ 3,3 bilhões, 19,3% e 5,5%).

Especificando para a indústria pet no Brasil, a mesma tem experimentado um crescimento constante nos últimos anos. Segundo a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), o faturamento do segmento cresceu mais, atingindo 35,8 bilhões de reais em 2021.

O brasileiro tem demonstrado seu amor por animais cada vez mais, o que incentiva a indústria a oferecer produtos e serviços de cuidados para os pets. Esses serviços incluem cuidados de higiene e beleza, locação de brinquedos e acessórios, hotéis, etc. O faturamento do pet care representa 7% da receita total da indústria pet no Brasil.

Outro destaque é o aumento do faturamento com alimentação animal, que já ultrapassaram os gastos com ração tradicional. O subnicho da indústria de pet food corresponde a 79% do faturamento do ramo, registrando um crescimento de 33% no ano de 2021.

Por fim, ainda segundo os dados fornecidos pela Abinpet, outro destaque é a indústria veterinária, compondo 7% do faturamento do ramo em 2021 e mostrando um crescimento de 11% ao longo do ano.

Outro dado importante a ser ressaltado é a distribuição das lojas físicas no país, mesmo com os avanços do e-commerce, não se podem desconsiderar os pontos de venda físicos, já que ainda são (e devem permanecer) como uma parcela importante e central do mercado.


Baseando-se nos dados do IPB em conjunto com a CFMV, RAIS e ABRAS, ainda existem poucas megastores, ainda somando as de patamar nacional com as regionais, não somam nem 2% do mercado, com menos de 1000 lojas (744 no total), entretanto são modelos que vêm em crescente, registrando uma variação de 11,83% nas nacionais sendo o modelo com maior mudança.

INDICE

Panorama Brasil

Panorama Mundial

Expansão do Setor
Fusões e Aquisições
Análise dos Players
Perfil do Consumidor
Subnichos
Covid x Setor
Investimentos no Setor
Imp x Exp
Big Picture
5 Forças de Porter
Oportunidades
Ameaças
Tendências
Highlights
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PANORAMA MUNDIAL

Segundo um forecast realizado pela research and markets o mercado pet global deve ser avaliado em US$ 232,5 bilhões e crescerá a um CAGR de 7,4% até 2026, atingindo um faturamento de US$ 332.9 bilhões. A estimativa se baseia nos US$ 223,54 bilhões faturados em 2020 e no relevante aumento (que deve se manter crescente) da taxa de adoções de animais nos países mais populosos do mundo, como China e Índia.

Os cães seguem como o animal preferido para ser adotado. com iniciativas estratégicas por parte dos principais players do mercado, a humanização crescente e a preferência dos fabricantes pelo e-commerce, vem favorecendo o desenvolvimento mundial do mercado.

Liderada pelos Estados Unidos e em conjunto principalmente com o Canadá, a América do Norte detêm a maior participação do mercado, a crescente adoção de animais de estimação na região, especialmente nos Estados Unidos, é o principal fator impulsionador do crescimento.

Espera-se ainda que o segmento de produtos para cuidados dos animais passe a montar a maior parte do mercado pet. Incluindo principalmente os diferentes tipos de produtos disponíveis no mercado devido aos numerosos benefícios ligados às atividades diárias dos animais, preocupações relacionadas à saúde, entre outras coisas.

Segundo dados da Abinpet, a indústria vem mostrando um crescimento, registrando uma marca de 5,4% em 2021 e atingindo quase 140 bilhões no ano.

Os Estados Unidos seguem liderando o mercado global, sendo responsáveis por 44,8% do faturamento mundial. A China vem em segundo lugar, seguida respectivamente pela Alemanha, Reino Unido e Japão. Em 2018, o Brasil chegou a atingir a terceira posição, mas caiu para a quarta em 2019 e a sétima em 2020. Uma das principais causas foi a valorização do dólar. Entretanto, esse cenário vem sendo revertido, em 2021, o Brasil alcançou a 6ª posição no ranking, ultrapassando a França e igualando os 4,5% faturados pelo Japão.

Em comparação com outras potências do mercado pet, o Brasil obtém um valor muito baixo de dinheiro gasto por animal, compensado pelo enorme e constantemente crescente mercado do país, se evidenciando como uma dor, mas também como uma forte oportunidade de expansão do setor, que deve ambicionar o aumento do ticket médio por pet.

EXPANSÃO DO SETOR

Considerando o grande aumento no número de animais de estimação ao longo de todo o país, e o constante crescimento no faturamento do setor e nas exportações, bem como a cada vez maior normalização dos cuidados com os pets, é possível prever uma evolução no mercado ao longo dos próximos anos em todos os âmbitos do setor.


Segundo dados da Euromonitor, existem quase 150 milhões de pets no Brasil, sendo consolidado como o 3º maior mercado do mundo em número de bichos de estimação, e é possível ver um aumento em todos os tipos de animais de 2020 para 2021, mantendo uma média geral de 3,6% de aumento, superando em mais de 4 vezes a média do crescimento populacional do mesmo ano (0,7%), seguindo esse ritmo, a estimativa é que eventualmente, o número de pets, supere o de pessoas no país.

 

Desta forma, com uma quantidade tão elevada de animais (3º maior do mundo), o mercado evidencia um grande potencial de expansão para os próximos anos, como citado anteriormente, com todo o espaço de crescimento do ticket médio do setor, todos os seus subnichos em desenvolvimento e inovações a serem exploradas, é seguro dizer que o país tem todo o necessário para continuar expandindo e alavancar ainda mais o faturamento.

FUSÕES E AQUISIÇÕES

Biogénesis Bagó adquire o laboratório argentino Mayors

A empresa de biotecnologia focada em saúde animal, adquiriu o laboratório Mayors, que oferece soluções farmacêuticas para cães e gatos. A aquisição complementará o portfólio da empresa, que inclui vacinas para animais de estimação, com protetores antiartríticos, antiparasitários, gástricos e soluções dermatológicas. Além disso, permitirá a Biogénesis Bagó acessar novos mercados, pois os produtos serão vendidos em 16 países da América Latina e do Oriente Médio. Esta aquisição é parte da estratégia de diversificação de produtos e expansão global da empresa, com o objetivo de se posicionar entre as 20 maiores empresas de saúde animal do mundo.

Petz compra a Zee.dog

A Petz anunciou a compra da Zee.dog, empresa de acessórios para cães e gatos, por R$ 715 milhões. A Zee.dog prevê um faturamento de R$ 230 milhões em 2021 e traz expertise do mercado internacional, pois já vende seus produtos em 45 países.

Porto Seguro compra participação na Petlove

A Porto Seguro comprou a participação de 13,5% na Petlove, e-commerce de produtos para animais. Agora, a Health for Pet, seguro saúde para este segmento, foi transferido para a Petlove. A varejista especializada viu sua receita crescer 65% em 2020, chegando em R$ 500 milhões – fator decisivo para a compra de participação pela Porto Seguro.

Cade analisará fusão entre a Cobasi e a Mundo Pet

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) anunciou que vai avaliar a fusão da Cobasi e da Mundo Pet. A aquisição de ações da Mundo Pet por parte da Cobasi permitirá a unificação das duas empresas, com a Cobasi sendo a controladora. A fusão foi publicada no Diário Oficial da União em 5 de janeiro.

A Cobasi é uma empresa especializada no mercado pet, conhecida por suas lojas de grande porte. Além de vender produtos, também comercializa animais vivos, plantas e flores. Já a Mundo Pet é uma empresa de varejo de produtos para animais de estimação, com foco em alimentos, medicamentos veterinários, produtos de higiene e brinquedos, além de oferecer serviços de estética e veterinários.

Segundo o formulário apresentado ao Cade pelas empresas, a Cobasi pretende expandir suas operações nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, incorporando as lojas e o fundo de comércio da Mundo Pet. Para a Mundo Pet, a fusão com a Cobasi significa acesso à sua logística e expertise em compras e gerenciamento de categorias.

ANÁLISE DOS PLAYERS

Petz

Petland

Petlove

Cobasi

A Petz é a maior rede de pet shops do Brasil, fundada em 2002, especializada em produtos e serviços para animais de estimação e animais exóticos domesticáveis. Com mais de 165 lojas em 18 estados, a Petz oferece uma ampla presença geográfica e uma ampla gama de serviços, incluindo lojas, centros veterinários e banho e tosa. Além disso, a empresa está listada na Bolsa de Valores (B3) e busca oferecer uma experiência premium e confiável aos proprietários de animais de estimação.

Faturamento US$ 388.84M

A Petland é uma rede de lojas pet que oferece produtos e serviços para seu animal de estimação. A rede altamente treinada é focada em oferecer o melhor atendimento e o melhor cuidado para os pets, com serviços de banho e tosa e muito mais. Com eventos de adoção e também filhotes de canis cadastrados. Faturamento US$ 4.76M

A Petlove é um dos grandes players do mercado de pets no Brasil, fornecendo uma ampla gama de produtos e serviços tanto online quanto presencialmente para os donos de animais de estimação. Com uma proposta de valor única, a empresa tem experimentado um crescimento impressionante. Fundada por um médico veterinário em 1988, a Petlove ampliou sua oferta de soluções para o mercado de pets, principalmente através de sua presença no e-commerce. Isso chamou a atenção de outras empresas e investidores que buscam conhecer mais sobre a incrível startup de pets. Faturamento US$ 81.74M  

Fundada em 1985, a Cobasi revolucionou a indústria de pets no Brasil com sua visão inovadora de investir em amplas lojas e proporcionar aos clientes uma ampla gama de mimos para seus animais de estimação. Ao oferecer uma experiência de compra premium e um amplo portfólio de produtos e serviços, a Cobasi rapidamente conquistou a lealdade dos clientes e tornou-se uma referência no mercado de pets no Brasil. Hoje, a empresa conta com mais de 190 lojas espalhadas pelo país, com produtos e serviços de Pet Food e Pet Care.

Faturamento US$ 315.12M

PERFIL DO CONSUMIDOR

Os hábitos de consumo desse mercado variam de acordo com os tipos de pet possuídos, por exemplo, um cachorro não tem as mesmas necessidades de um peixe, por isso, as dores, necessidades, gastos e interesses são diferentes.

Isto posto, a princípio deve-se analisar a disposição das diferentes espécies de pets, no Brasil e no mundo, existe uma clara preferência por cães, em solo nacional, os caninos constituem mais de um terço de todos os animais de estimação do país e ainda teve o terceiro maior crescimento em número de animais de 2020 para 2021 (último levantamento feito até o momento de realização da análise), ficando atrás dos peixes e dos gatos, que representam o maior aumento (5,9%), atingindo a marca de 27,1 milhões e ficando atrás em número absoluto dos cães e das aves (que cresceram em apenas 1,5%).

Segundo uma pesquisa realizada pelo site Opinionbox, 25% dos respondentes afirmam ter dois bichos de estimação em casa e 14% chegam a 4 ou mais animais. Outro ponto importante, é que 77% afirmam que gastariam o quanto for necessário pela saúde e segurança dos seus pets, o que aliado a um serviço de qualidade, pode se mostrar como uma grande oportunidade para o setor de PetVet

Ademais, a pesquisa procurou investigar como os donos de animais estão gastando seu dinheiro com seus pets. Como esperado, a alimentação liderou como o produto mais comprado, com 90% dos entrevistados relataram ter comprado ração para seus animais de estimação nos últimos três meses. Produtos de higiene, incluindo shampoos, vieram em segundo lugar, sendo adquiridos por 54% dos proprietários de animais, seguidos por brinquedos (43%) e coleiras ou focinheiras (34%). Em termos de gastos médios com a alimentação dos animais, 47% gastam até R$100. Quando se trata de higiene e estética, a porcentagem de pessoas que gastam até R$100 aumenta para 57%.


SUBNICHOS

Pet Food

O subsetor de alimentos para animais de estimação não só já é o que mais fatura e mais consolidado no país, como também é o que apresenta uma maior porcentagem de crescimento nos últimos anos.

E mesmo com a queda na margem de lucro devido ao aumento das matérias primas, o nicho ainda segue fortíssimo, registrando uma média relevante de crescimento tanto na indústria, como no mercado em geral, chancelando a evolução do setor pet no Brasil.

Pet Vet

O ramo veterinário tem mostrado uma expansão interessante, após uma quase estagnação em 2016, o mercado tem entrado em constante aumento de faturamento e de crescimento, estipulando um cenário realista, ainda em 2022 o setor provavelmente deve superar a marca de R$ 10 bilhões faturados, isso se apenas manter o crescimento registrado em 2021.

Pet Care

O foco em Pet Care desse ramo é dividido em higiene e beleza, produtos não alimentares, como brinquedos, roupas e acessórios e outros serviços como hotéis e adestramento.

O nicho tem apresentado uma evolução incrível e a estimativa para o futuro é de que principalmente no Brasil é de um crescimento gigantesco de mais de 140% até 2026 e acelerando cada vez mais ao longo dos próximos anos.

Uma tendência desse setor é a adesão de grandes players de outros mercados, entrando agora no ramo de pet care, como é o caso da Unilever. A gigante britânica inaugurou a marca Cafuné no Brasil, com 17 produtos focados em higiene, cuidados e limpeza.

COVID X SETOR

A pandemia mudou muito do estilo de vida das pessoas, com a necessidade de passar tanto tempo em casa, várias pessoas decidiram adotar animais de estimação, segundo uma pesquisa realizada pela COMAC, 30% de todos os pets dos respondentes, foram adquiridos na pandemia, tendo uma taxa ainda maior entre os gatos (50%).

Ademais, o estudo ainda aponta vários hábitos que surgiram durante a crise mundial, como por exemplo, o hábito de comprar online, hábito declarado por 74% das pessoas, e entre essas, 90% afirmam que permanecerão com o costume, outro fator interessante dessa parte do estudo é o interesse em aproveitar mais a companhia dos pets, ressaltando o aumento da importância com a qual as pessoas vêem seus animais.

Além das mudanças nos hábitos dos consumidores, a pandemia da COVID-19 teve um grande impacto no mercado pet no Brasil. Devido ao aumento da demanda por animais de estimação durante o período de isolamento social, houve uma grande procura por pets e, consequentemente, um aumento nos preços de rações, acessórios e até mesmo de animais de estimação.

E mesmo com o fechamento de vários PetShops e clínicas veterinárias, em geral, o setor se saiu muito bem, segundo estimativas do IPB, o setor registrou um crescimento médio de 35% durante a crise sanitária mundial, com aumento principalmente no mercado de Pet Food e Pet Care.

INVESTIMENTOS NO SETOR

Os investimentos no mercado pet vem aumentando ao longo dos anos, o setor que é cada vez mais mais atrativo graças ao seu elevado faturamento e potencial de expansão, também o torna chamativo para investidores, como é o caso da Capri Venture que possui um projeto de uma startup pioneira em produtos veganos, com liderança 100% feminina. Outro projeto da Capri Venture é o da Pet Angels, que tem o propósito de ser a primeira linha de investimento do mercado no país, podendo destinar até R$ 400 mil para empresas com soluções disruptivas.

Outra empresa que angariou investimentos em 2022 foi a PetLove, o maior e-commerce de produtos para cães e gatos do país (agora figital) abriu uma rodada de investimentos, visando a realização de campanhas de marketing na televisão

Ainda vale-se ressaltar que o mercado de alimentação para animais domésticos tem atraído investimentos significativos, chegando a R$ 2,5 bilhões desde o ano passado. A Mars, conhecida por marcas como Pedigree, Whiskas e Cesar, está entre as empresas que estão investindo na expansão do setor e planeja investir R$ 200 milhões para modernizar sua fábrica, instalando equipamentos de automação e maquinários especializados na produção de ração úmida para cães e gatos.

Não é possível calcular exatamente quanto dinheiro vem sendo investido no setor, mas com a movimentação dos grandes players e as várias startups que têm surgido, é seguro dizer que as aplicações financeiras nesse ramo vem aquecendo e tendem a aumentar cada vez mais.

IMPORTAÇÕES X EXPORTAÇÕES

Em geral, a balança comercial do mercado pet brasileiro é extremamente positiva, com as exportações superando em mais de 30 vezes as importações, mesmo assim, vale-se atentar ao enorme aumento nas importações registradas no último ano, chegando em 58,7% em 2021, se tornando o maior valor nos últimos dez anos.

Mas nem tudo é ruim, as exportações ainda superam por muito esse número, atingindo uma marca de 33% de crescimento, pulando de US$ 310,5 milhões para US$ 412,5 milhões, tornando-se o melhor nos últimos 7 anos e o 3º melhor dos últimos 10 anos. Segundo uma matéria publicada no site do Instituto Pet Brasil (IPB), O Brasil exporta, principalmente para seus vizinhos do continente americano, que ocupam as nove primeiras posições. Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai, Estados Unidos, Uruguai, Bolívia, Peru e México são, nesta ordem, os países que mais compram do mercado pet brasileiro.

Neste prisma, cabe-se analisar também, o market share das exportações divididas entre pet vet, pet care, pet food e animais vivos, e como em todo o mercado, a venda de produtos alimentícios, se sobressai e gera a principal renda do setor com 95% de todo o mercado (quase US$ 392 milhões faturados só em 2021).

Big Picture

Brasil tem a 3ª maior população de pets do mundo

Crescimento de 33% nas exportações em 2021

Expectativa de um aumento de mais de 140% no nicho de Pet Care

Previsão de R$ 59,9 bilhões de faturamento para o terceiro semestre de 2022

Quase 150 milhões de animais de estimação no país em 2021

Brasil ocupa o 6º lugar no ranking de faturamento do setor no mundo

ANÁLISE INTERNA DO SETOR

5 FORÇAS DE PORTER

Entrantes Potenciais – Alta

A entrada de novos concorrentes no mercado de pets no Brasil pode ser relativamente fácil devido à baixa exigência de capital inicial e ao grande número de clientes potenciais. No entanto, é importante destacar que a concorrência intensa e a presença de players estabelecidos podem dificultar a entrada de novos concorrentes.

Produtos Substitutos – Alta

Existe uma ampla gama de produtos substitutos disponíveis para pets, como alimentos de baixo custo, serviços de cuidados de pets e brinquedos feitos em casa. Esses produtos substitutos podem oferecer uma alternativa mais acessível para os clientes, o que pode afetar a demanda por produtos mais caros.

Poder dos Fornecedores- Média

O número de fornecedores de produtos e serviços para pets no Brasil é elevado, incluindo fabricantes de alimentos, medicamentos, acessórios e outros produtos. No entanto, alguns desses fornecedores são de grande porte e possuem uma posição dominante no mercado, o que pode dificultar a negociação de preços para os outros players do mercado.

Poder dos Compradores – Baixa

Os compradores no mercado de pets no Brasil são compostos principalmente por proprietários de animais de estimação e por empresas que oferecem serviços de cuidados de pets. Esses compradores têm poder de barganha limitado, pois a maioria dos produtos e serviços para pets são considerados itens de consumo rotineiro.

Rivalidade entre players – Alta

A concorrência no mercado de pets no Brasil é intensa, com muitos players de diferentes tamanhos e tipos, incluindo grandes redes de lojas, pequenas lojas especializadas e lojas on-line. A concorrência é intensificada pelo fato de que muitos produtos para pets são considerados itens de consumo rotineiro, o que leva os clientes a comparar preços e buscar as melhores ofertas.

OPORTUNIDADES

O mercado de pets no Brasil tem visto um crescimento constante nos últimos anos, com um aumento na demanda por produtos e serviços para animais de estimação. Aqui estão algumas das principais oportunidades deste mercado:

Novos Serviços

Com o crescimento do mercado e os aumentos nos cuidados com os pets, novos serviços vêm surgindo no ramo, como é o caso dos pet sitters, e até serviços já bem conhecidos receberam um impulso enorme nos últimos anos devido à pandemia, segundo o app GetNinjas, a busca por profissionais da categoria pet cresceram 306%, apenas a procura por pet sitters 167% em 2021, além disso, também vale ressaltar os aumentos em vários outros segmentos do setor pet como exemplo: 50% nos serviços de hospedagem, 23% para os adestradores e 11% em banho e tosa.

 

A exemplo dos pet sitters (amplamente conhecidos como “babás de pets”), que são contratados para cuidar dos animais domésticos e recebem por hora, atualmente já com aplicativos responsáveis por conectar os donos de pets com os cuidadores, como o Dog Hero, que durante o primeiro semestre de 2021, a plataforma registrou um aumento de de 120%.

 

Alta e Crescente Demanda

Como já citado anteriormente na análise, o mercado Pet no Brasil é o terceiro maior do mundo, contando com quase 160 milhões de animais de estimação espalhados pelo país e uma média geral de crescimento de 3,6%, o que representa uma enorme demanda de serviços, que deve continuar aumentando ao longo dos próximos anos.

 

Maior Importância dada aos Pets

Segundo um estudo realizado pela COMAC, comparando a forma como as pessoas viam seus animais de estimação em 2019 e 2021, é possível perceber um grande aumento na relevância que os pets passaram a ter nas vidas de seus donos, registrando uma enorme queda na quantidade de pessoas que os tratam apenas como animais de estimação e a maior parte dos respondentes, os vendo membros da família e até como os próprios filhos.

 

AMEAÇAS

Alta Carga Tributária

Mesmo com o grande crescimento do setor ano após ano, uma grande dor geral do setor é a quantidade absurda de impostos no Brasil, principalmente quando comparado a outros países e regiões do mundo.

 

Aumento nos Custos das Matérias Primas

A maior parte da indústria pet no Brasil é do nicho de “Pet Food”, ou seja, produção de comidas para os animais, entretanto, nos últimos anos, vêm sendo registrados diversos aumentos no preço da soja e do milho, que são as principais matérias primas das rações, o que prejudica a margem de lucro deste ramo.

 

Alta Concorrência

Por se tratar de um setor tão promissor com números cada vez maiores, o mercado em expansão e uma baixa barreira de entrada, ele é visto como um prato cheio para novos empreendedores, e não só isso, como também grandes players de outros mercados que vêm fazendo suas entradas no ramo, como já mencionado anteriormente é o caso da Unilever com a Cafuné, uma marca com linhas voltadas ao Pet Care.

 

TENDÊNCIAS

Diversificação no Meio de Obter Informações

É possível notar uma mudança significativa na forma com que os donos se informam sobre seus animais de estimação, o que antes ficava extremamente restrito aos veterinários, hoje, por mais que ainda sejam a principal fonte, já dividem espaço principalmente com plataformas online como Google, Youtube e Instagram.

Outro fator interessante de se notar é o aumento das informações obtidas por funcionários de Pet Shop, o que reforça a importância de que as lojas capacitem suas equipes para que possam passar informações de qualidade ao cliente, deixando-os ainda mais satisfeitos com o atendimento.

 

Seguros para Pets

A crise econômica global causada pela pandemia e outros fatores têm sido um impulso para o mercado de seguros para animais de estimação. Isso porque, os proprietários estão buscando esses serviços para reduzir o risco financeiro e lidar com os elevados custos de cuidados veterinários. De acordo com um relatório da consultoria Grand View Research, o setor foi avaliado em US$ 8,3 bilhões em 2021 e espera-se que atinja US$ 32,7 bilhões a nível mundial até 2030, com uma taxa de crescimento anual de 16,7%.

Rações Diferenciadas

Num mercado tão competitivo quanto o de Pet Food, se faz imprescindível, a diferenciação a partir dos produtos, por isso, várias marcas têm apostado em diferentes tipos de ração para satisfazer vários públicos.

A ração para animais é classificada em 4 tipos principais: Ração Standard, Ração Premium, Ração Super Premium e Ração Natural. A Ração Standard é a mais simples, contendo proteínas simples que requerem grandes quantidades para que o animal absorva os nutrientes necessários. A Ração Premium é alimento completo, balanceado e puro, atendendo as necessidades do animal para uma dieta equilibrada. A Ração Super Premium é desenvolvida sob medida para o animal, com uma alta quantidade de proteína de origem animal e baixa ou até sem grãos. A Ração Natural é aquela que contém uma porcentagem significativa de ingredientes de origem animal, cereais integrais, frutas, vegetais, minerais e vitaminas.

Um fator que deve ser observado é a tendência brasileira de alimentar os pets com outros alimentos, que pode e deve ser mudada ao longo do tempo, com o aumento do acesso à informação.

Mercado Digital e Tecnologia

Atualmente, as lojas de animais de estimação detêm a maior participação de mercado na categoria de canais de distribuição, em comparação com o e-commerce, mas, nos próximos anos, se espera que o comércio eletrônico experimente um crescimento significativo no mercado de animais de estimação, reforçando o que já vem acontecendo no país.

Outro expoente do setor, são inovações tecnológicas, como por exemplo uma I.A que interpreta os gostos do pet para que ele mesmo “escolha”, os produtos a serem comprados, a tecnologia se baseia em reconhecimento facial e machine learning para funcionar e fornecer a melhor experiência possível para o consumidor (humano e animal).

Os Aplicativos dos principais players do mercado mostram uma qualidade elevada, mantendo altas notas dadas pelos usuários, indicando grande satisfação dos clientes, focados em melhorar ao máximo a experiência dos consumidores.

Humanização dos Pets e Serviços

Com a crescente na relação entre animais de estimação e os donos, a humanização se mostra como uma forte tendência que tende a se estabelecer no ramo. Isso pode ser visto no aumento do pet care e nos lançamentos de linhas para pets de grandes marcas como Louis Vuitton, Zara, Moschino entre outras.

Além de produtos que humanizem os bichos, os serviços também têm se vendido como cuidados humanizados, focando em brindes e no bem-estar dos pets, tendo como exemplo hotéis com rotina de brincadeiras e cuidados, até disponibilizando fotos e updates do dia do animal no estabelecimento, atendimentos à domicílio, visando um maior conforto tanto para o dono, quanto para o bicho.

Essa tendência também é percebida no âmbito veterinário, com empresas focadas especialmente nesse tipo de cuidado e atendimento, como é o caso da Nucleon que possui como propósito, segundo a fala da própria responsável pela empresa Sheila Kupka, afirma: ”Nosso compromisso é oferecer aos pacientes, tutores e clientes, o que existe de melhor para a saúde dos pets, seja nos exames preventivos ou no diagnóstico e cuidados intensivos de doenças, sempre com empatia e dedicação.”

HIGHLIGHTS

“O mercado pet no Brasil é um expoente da economia nacional, um setor com números impressionantes e ainda por cima demonstrando um horizonte enorme de expansão do ramo, considerando fatores como mesmo com um ticket médio e impostos tão altos, ainda se mantém como o 6º maior faturamento do mercado pet no mundo, isso só mostra o quanto o país tem uma força incrível para esse ramo.

Para investimentos, um mercado aquecido e em constante crescimento, sempre atrai aplicações, porém para empreendimentos, pode ser perigoso dada a concorrência exacerbada encontrada no setor, devido a isso, torna-se imprescindível um estudo detalhado da concorrência no lugar pretendido para abertura.” 

Robson Duarte – Product Analyst I

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