SUMÁRIO EXECUTIVO Atividade econômica Indústria Serviços Varejo Agropecuária Mercado de trabalho Perspectivas Índice de preços Perspectivas Câmbio Perspectivas Contas públicas Perspectivas Política monetária Perspectivas Contas externas Perspectivas PONTOS DE ATENÇÃO E ALERTAS
SUMÁRIO EXECUTIVO
A China registrou 0% de inflação anualizada e dá indícios de uma desaceleração econômica à frente, com queda do consumo das famílias e perda de tração no mercado imobiliário.
A inflação dos EUA desacelerou de 4% para 3% e o mercado de trabalho permanece resiliente em 3,6% de desocupados – aproximadamente 6 milhões de pessoas. Ainda há duas altas de juros no radar em 2023.
A atividade econômica brasileira se encontra em uma situação ambígua. Por um lado, temos setores como serviços e o agro registrando ótimos resultados. Por outro, vemos a indústria com menos pujança e o varejo com resultados negativos.
A décima estimativa da Conab para a safra de grãos 2022/23 repetiu o desempenho das últimas estimativas e mostrou uma safra recorde com mais de 40 milhões de toneladas acima da safra anterior. Isso deve garantir preços menores dos alimentos.
Nessa linha, a primeira deflação de 2023 colocou o índice de preços ao consumidor em 12 meses em 3,16%, abaixo da meta de inflação. Com a safra recorde e a queda nos preços das commodities, a inflação de 2023 pode surpreender positivamente para baixo.
O mercado de trabalho encontrou um patamar confortável em torno dos 8% de pessoas desocupadas (8,9 milhões de pessoas). Ainda é um contingente elevado, mas já mostra que há espaço para gerar mais empregos com chance de não pressionar a inflação.
O câmbio parece ter encontrado um patamar confortável em torno de R$4,80. Há espaço para valorização do real, mas o ambiente externo ainda pode condicionar este movimento.
A maior parte do mercado espera com alguma apreensão que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza a Selic já na próxima reunião, nos dias 1 e 2 de agosto. Com a inflação claramente em trajetória de queda, há poucos argumentos para não começar o processo de flexibilização monetária.
O desempenho positivo da balança comercial brasileira, com um saldo forte, contribuiu para mudar a direção das contas externas brasileiras, que registraram superávit no mês de maio, após forte déficit em abril.
CONJUNTURA INTERNACIONAL
Vimos nessa virada de semestre a continuidade da emissão de sinais ambíguos com a perda de ritmo da China e a resiliência da economia norte-americana. Do lado da China, inclusive, o país já vive com inflação em 0%.
O gigante asiático passará por novas reuniões de política monetária nas próximas semanas, e acreditamos que haverá novos estímulos adotados pelo Banco Popular da China para dinamizar a economia local.
Enquanto isso, a economia norte-americana permanece resiliente. O payroll registrou aproximadamente 6 milhões de pessoas desocupadas no país. Com isso, o resultado oficial passou de 3,7% para 3,6%.
Com isso e com a inflação ainda com alguma resiliência, podemos ver uma nova alta de juros nos EUA já na próxima reunião do Fomc, nos dias 25-26 de junho. E ainda há no radar o risco de mais um capítulo da crise no sistema bancário.
O Bank of America teve cerca de US$100 bilhões em perdas não realizadas em títulos no final do primeiro trimestre deste ano. O mercado “puniu” o BofA se desfazendo de suas ações e reduzindo os preços – o que pode levar a um risco de liquidez de um dos maiores bancos do país.
E do outro lado do Atlântico também há pontos de atenção importantes.
Os governos da zona euro têm de reforçar mais as medidas de contenção dos preços deste ano e do próximo de maneira a domar definitivamente a inflação, mesmo num quadro de recessão (que já se verifica ao nível da zona euro e de alguns países da região monetária, como a Alemanha, com tendência para piorar).
Por falar na Alemanha, a situação ainda não está tranquila por lá. O índice de preços ao consumidor alemão subiu 6,4% em junho. O núcleo da inflação, que exclui as variações de energia e alimentos, mostrou alta de 5,8% em junho, ante 5,4% em maio.
Na Inglaterra, a decisão do Banco da Inglaterra de aumentar sua taxa de juros em 0,5% na última reunião ainda não produziu os efeitos desejados na economia.
Pronunciamentos como a recente declaração de Andrew Bailey, presidente do BoE, que jurou “ver o trabalho terminado” ao se referir ao combate à inflação, apenas contribuem para as expectativas de uma política monetária ainda mais restritiva e, por consequência, uma futura valorização da libra esterlina.
A determinação do Banco da Inglaterra em combater as pressões inflacionárias é ainda mais relevante quando se observa os novos dados da economia inglesa. O PIB do Reino Unido apresentou contração de 0,1% no mês de maio, o que posiciona o BoE em uma situação similar, se não pior, à do Banco Central Europeu.
ECONOMIA BRASILEIRA
Atividade econômica
A atividade econômica brasileira se encontra em uma situação ambígua. Por um lado, temos setores como serviços e o agro registrando ótimos resultados. Por outro, vemos a indústria com menos pujança e o varejo com resultados negativos. Apesar de certa ambiguidade, acreditamos que a atividade econômica deve registrar desaceleração ou decrescer no mês de maio – o que veremos mais atentamente quando o IBC-Br for divulgado.
Atividade econômica
A produção industrial brasileira avançou 0,3% no em maio, de acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF). O resultado representa uma evolução de 1,9% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
Apesar da variação positiva, o setor acumula uma queda de -0,4% ao longo de 2023. Ao comparar com os níveis pré-pandemia (fevereiro de 2020), a indústria amarga uma queda ainda mais intensa, de 1,5%.
As atividades que possuíam o maior impacto no resultado geral da indústria em maio foram o coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (7,4%), máquinas e equipamentos (12,3%) e equipamentos de transporte (10,2%). Dentre as que tiveram um desempenho negativo no mês, pode-se citar principalmente produtos alimentícios (-2,6%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%).
Mesmo com a evolução dos níveis de atividade em maio, o PMI industrial apresentou um valor de 46,6 pontos em junho, uma queda 0,5 ponto em relação ao mês anterior. O valor, porém, veio acima das expectativas do mercado, que projetava uma queda em torno de 1,5 ponto no período. Vale ressaltar que o patamar de 50,0 delimita os níveis de expansão e retração do setor.
Os níveis de confiança da indústria (ICI), publicados pela FGV, por sua vez, subiram 1,1 ponto em junho, alcançando o valor de 94. De forma similar ao PMI, a confiança é considerada alta no setor quando ultrapassa os 100 pontos, o que não acontece desde agosto de 2022.
Apesar do resultado positivo em maio, demonstrado pela PIM-PF, outros indicadores, em especial o PMI, parecem indicar para uma redução da atividade industrial no próximo mês, enquanto os níveis de confiança demonstraram um pequeno progresso.
De maneira geral, a indústria vem demonstrando uma relativa estagnação ao longo do ano, sem apresentar quedas muito bruscas ou grandes explosões de crescimento. Os indicadores recentes do setor externo, que cada vez mais apontam para um cenário recessivo na economia internacional, devem apresentar mais desafios para uma retomada da atividade industrial, apesar das novas expectativas de redução das taxas de juros brasileiras nos próximos meses.
Serviços
Após a forte queda no mês anterior, o setor de serviços apresentou uma recuperação acima do esperado em maio, com crescimento de 0,9%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor real surpreende mais uma vez, agora de maneira positiva, uma vez que as projeções do mercado indicavam variação nula no setor.
Com o novo resultado, os serviços operam 11,5% acima do patamar pré-pandemia, cujo marco refere-se a fevereiro de 2020, e 2,0% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em dezembro do ano passado. No acumulado do ano, houve expansão de 4,8%, enquanto em 12 meses o avanço foi de 6,4%.
Das cinco atividades avaliadas pela pesquisa, quatro apresentaram crescimento durante o mês. O principal impacto veio do setor de transportes, que cresceu 2,2%, recuperando parte da perda de 4,3% registrada em abril. Outra atividade relevante foi a de serviços prestados às famílias, que havia crescido 1,0% no mês anterior, único setor que havia apresentado crescimento no período, e avançou mais 1,1% em maio.
Dentre os resultados regionais, houve expansão no volume de serviços em 24 unidades da Federação. Mato Grosso (22,5%), Goiás (5,0%), Rio de Janeiro (3,4%), Minas Gerais (2,6%) e Rio Grande do Sul (2,0%) produziram os maiores impactos no setor.
Apesar do crescimento em maio, o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) aponta para outra retração no mês de junho. O indicador, produzido pela S&P Global, apresentou uma queda na última divulgação, variando de 54,1 para 53,3.
Varejo
A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) referente ao mês de maio trouxe resultados negativos e frustrou as expectativas de muitos analistas. O volume de vendas do comércio varejista em maio recuou 1,0%, frente a abril, na série com ajuste sazonal.
Quatro atividades recuaram e contribuíram mais fortemente para o desempenho de maio: Tecidos, vestuário e calçados (-3,3%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,2%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,7%).
Outras quatro atividades tiveram crescimento, mas não o suficiente para reverter o desempenho do comércio varejista: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (1,7%), Combustíveis e lubrificantes (1,4%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,1%).
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas caiu 1,1% na série com ajuste sazonal.
Foram responsáveis pelo resultado do varejo ampliado a queda da atividade de Material de Construção (-0,9%). Veículos e motos, partes e peças tiveram vendas 2,1% maiores que no mês de abril, mas ainda insuficiente para elevar o resultado.
Apesar do resultado de maio do comércio varejista, a confiança do setor segue melhorando. O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) subiu 6,9 pontos em junho para 94,2 pontos, registrando o maior valor desde outubro de 2022 (98,0 pontos).
A alta do índice de confiança no mês de junho foi disseminada em todos os 6 segmentos mapeados e nos dois horizontes temporais. O Índice de Situação Atual, que mede a percepção dos varejistas com a situação atual da economia,subiu 8,8 pontos para 98,9 pontos.
O Índice de Expectativas, por sua vez, avançou 4,6 pontos, para 89,7 pontos. Tanto a avaliação da situação atual quanto das expectativas ambos registram o maior nível desde outubro de 2022 (102,3 e 93,8 pontos, respectivamente).
Agropecuária
Após a safra recorde divulgada pelo 9º Levantamento da Conab, o agronegócio brasileiro recebeu mais uma notícia favorável na forma do anúncio do novo Plano Safra 23/24, que também atingiu uma nova máxima histórica ao destinar R$364,2 bilhões para o financiamento da agricultura e pecuária empresarial no Brasil. O valor representa um aumento de 27% em relação ao Plano anterior, e é visto como uma tentativa de melhorar as relações do Governo Federal com o setor.
Seguindo o ritmo de novos recordes, também podem ser citadas as exportações do agronegócio que, com um valor de US$16,8 bilhões no mês de maio, superaram em 11,2% o valor do mesmo período no ano anterior. Este foi o maior valor registrado desde o início da série histórica em 1997, tanto para o mês individual quanto para o acumulado dos primeiros cinco meses do ano. Com os novos números, o setor exportador do agronegócio avança na economia brasileira, passando a representar 50,8% de todas as exportações nacionais.
Por último, vale mencionar os impactos do El Niño, que deve elevar as temperaturas médias no Brasil e no resto do continente já a partir do mês de julho. O fenômeno é conhecido por reduzir a produtividade da agricultura e causar aumentos nos preços das principais commodities, o que pode até mesmo causar impactos na inflação e as subsequentes políticas monetárias dos bancos centrais. Cientistas estimam que o El Niño de 2023 deve ser um dos mais intensos nos últimos 70 anos.
Mercado de trabalho
No mês de maio, o novo Caged indicou a criação de 155 mil novos postos de trabalho. Apesar do valor positivo, o número representa uma redução considerável quando comparado a maio de 2022, de 44,1%. O desempenho também indica um recuo em relação a abril, de 14,4%. No acumulado de 2023, foram criadas 855 mil vagas em empregos formais.
Ainda em contraste com o mês de abril, quando o salário médio de contratação aumentou, desta vez foi observado uma redução de R$18,26 nos valores pagos pelas novas vagas, que em média ofereceram R$2.004,57.
Mesmo com resultados inferiores ao mês anterior, a taxa de desocupação trimestral apresentou mais redução, de 0,2 p.p., para o nível de 8,3%. Em comparação a maio de 2022, a atual taxa representa uma queda de 1,5%.
Perspectivas
A divulgação dos dados do Caged e da PNAD de maio reforçaram um mercado de trabalho ainda aquecido no país. Contudo, apesar do aquecimento, o mercado já aponta para os primeiros sinais de desaceleração.
O combate à inflação promovido pelo Banco Central no país passa pela redução da demanda agregada através do aumento da taxa de juros. Contudo, a queda nos juros pode voltar a estimular a atividade econômica.
Em alguma medida, o mercado de trabalho deve ser positivamente impactado pelo desempenho de setores mais tradicionais da economia brasileira, como o agronegócio, haja vista a supersafra no radar.
Índice de preços
Em junho de 2023, o Índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) registrou uma variação de -0,08%. O resultado veio um pouco abaixo das expectativas, que se mantinham em torno de -0,12%.
Com o novo número, o IPCA acumulado de doze meses sofreu mais uma queda, reduzindo de 3,94% para 3,16%, o menor número desde setembro de 2020. Este resultado também é particularmente relevante pois significa a primeira vez, desde o início da expansão inflacionária durante a pandemia, que o acumulado de doze meses ficou abaixo da meta de inflação do Banco Central, que atualmente situa-se em 3,25%.
O índice de difusão, por sua vez, que mede o volume de bens e serviços cujos preços apresentaram avanço no mês caiu para 50% no mês, reduzindo de 56% registrados no período anterior, para o menor valor desde maio de 2020. A nova queda demonstra que apenas metade dos bens e serviços pesquisados apresentou um aumento de preços.
Os núcleos do IPCA, que monitoram partes específicas das cestas de bens, também apresentaram queda em relação ao mês anterior. Dos nove grupos medidos, quatro indicaram redução de preços ao longo do mês.
Além do IPCA do mês anterior, os primeiros indicadores de junho começam a demonstrar uma manutenção da redução de preços também neste mês. A primeira prévia do IGP-M aponta para queda de -1,29%, enquanto o IPC-S da FIPE apresentou variação de -0,02% na primeira semana.
Perspectivas
Os principais componentes que contribuíram para a queda do IPCA em junho foram Alimentação e bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%), que contribuíram com -0,14 p.p. e -0,08 p.p, respectivamente.
Tais itens são impactados diretamente por preços das commodities e de combustíveis, além do dólar. Nesse sentido, observamos que a inflação deve continuar em trajetória de queda, em função desses itens, cuja participação é a maior no índice.
Conforme apontamos no mês anterior, o movimento de valorização da moeda brasileira associado a uma queda contínua dos preços das commodities no mercado global, devem colaborar para distender o processo de desinflação pelo qual o país está atravessando.
Câmbio
O dólar à vista encerrou o mês de junho em baixa, cotado a R$4,7896 no mercado doméstico. O movimento reflete a tendência predominante de baixa da moeda americana no exterior e a repercussão positiva da decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de manter a meta de inflação em 3% para 2024, 2025 e 2026.
A moeda americana encerrou o mês de junho com desvalorização de 5,59% – a maior queda mensal desde março de 2022. No primeiro semestre, o dólar recuou 9,29%, a maior baixa semestral em sete anos, desde o primeiro semestre de 2016 (-18,93%).
Embora tenha liderado os ganhos entre os pares latino-americanos no mês, o real ainda apresenta desempenho inferior ao dos pesos colombiano e mexicano em 2023.
A mudança da nota de crédito do Brasil de estável para positiva pela agência de classificação de risco S&P Global também contribuiu para a melhora na percepção de risco com o Brasil e no fortalecimento do Real.
Perspectivas
O índice DXY fechou o mês de junho abaixo dos 103 pontos. Após a surpresa com o resultado acima do esperado do PIB americano do primeiro trimestre, as apostas com a alta de juros por parte do Fed ainda no segundo semestre foram reforçadas.
Com o desempenho da economia americana até o momento, o diretor do Federal Reserve , Christopher Waller declarou que vê mais dois aumentos de 25 pontos-base na taxa de juros básica americana até o fim do ano como necessários para levar inflação à meta de 2%.
Na atual conjuntura, o movimento deve contribuir para um dólar ainda mais fraco e, consequentemente, fortalecer a moeda brasileira – o que deve continuar favorecendo as importações.
Contas públicas
Segundo as estatísticas do Banco Central, o setor público consolidado, composto pelo governo federal, estaduais, e empresas públicas, apresentou um déficit primário de R$50,2 bilhões em maio de 2023. O valor é superior aos R$33 bilhões negativos observados no mesmo período de 2022, e vem após um superávit de R$20,3 bilhões em abril.
Neste mês, todos os grupos que compõem o consolidado apresentaram resultados negativos, com o governo central sendo responsável por um déficit de R$43,2 bilhões, seguido por R$6,8 bilhões dos governos estaduais. As empresas estatais, por sua vez, ficaram negativas em R$168 milhões.
Os juros nominais, somaram um gasto de R$69,1 bilhões no período, mais do dobro dos R$33,0 bilhões vistos em maio de 2022. Somando-se ao déficit primário, tem-se que o resultado nominal do setor público consolidado foi deficitário em R$119,2 bilhões.
Como consequência, a dívida líquida do setor público (DLSP) observou uma pequena elevação, atingindo o patamar de 57,8% do PIB, enquanto a dívida bruta do governo geral (DBGG) também apresentou evolução, passando de 73,5% para 73,6%.
Perspectivas
A continuidade da redução do processo inflacionário, caminhando para novas deflações, deve contribuir ainda mais com uma nova dinâmica para as contas públicas. Apesar da queda no volume de arrecadação provocado pela estabilidade nos preços, as contas públicas podem beneficiar-se de um crescimento mais agudo da economia brasileira em 2023, especialmente a partir do último trimestre.
Política monetária
O estoque das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) somou R$5,4 trilhões no mês de maio, o que representa um crescimento mensal de 0,3%. Tal resultado foi consequência principalmente do aumento de 0,5% no estoque de crédito para pessoas físicas, enquanto aquele destinado à pessoas jurídicas se manteve estável no período.
Quando comparado a maio de 2022, observa-se um aumento de 10,4%, apesar do valor representar uma desaceleração, uma vez que o aumento de doze meses anterior (leia-se abril de 2022 para 2023) havia sido de 11,3%.
As concessões nominais de crédito, por sua vez, foram de R$503,3 bilhões. Nas séries sazonalmente ajustadas, o valor representa um aumento de 1,5% no mês, resultado do aumento de 4,2% nas operações pactuadas com empresas, enquanto as com famílias caíram em 0,5%. No agregado de doze meses, as concessões nominais aumentaram 10,5%, com elevações de 14,0% e 6,3% nas contratações com pessoas físicas e jurídicas, respectivamente.
A taxa de juros para novas contratações atingiu um valor de 32,5% em maio, o que representa um aumento de 0,4 p.p. no mês e de 4,7 p.p. em doze meses. O spread bancário, por sua vez, atingiu 22,3 p.p., com alta mensal de 0,5 p.p. e de 4,8 p.p. comparativamente a maio de 2022.
Perspectivas
Chegamos em um momento em que é inconcebível manter a taxa básica de juros no atual patamar. A inflação já desacelerou de tal modo que já dá indícios de que está controlada. Os juros altos podem reduzir a demanda agregada, mas isso também tem reflexo sobre a atividade econômica. Nesse sentido, esperamos por uma queda da Selic ainda em agosto.
Contas externas
Após um déficit de US$1,7 bilhão em abril, o mês de maio entregou um superávit de US$649 milhões. O valor se destaca por divergir consideravelmente do resultado de 2022, quando as contas externas do Brasil mostraram-se negativas em US$4,6 bilhões.
No resultado do mês, pode ser destacado a elevação de US$6,4 bilhões no superávit comercial, apesar de o déficit em renda primária também ter aumentado em US$1,1 bilhão. A balança comercial de bens, em particular, registrou o maior superávit da série histórica, US$9,7 bilhões, ante saldo positivo de US$3,4 bilhões em maio de 2022. As exportações de bens também obtiveram um valor recorde, somando US$33,3 bilhões, incremento de 11,2% na comparação entre anos.
No período, o volume de investimento produtivo no país (IDP) foi de US$5,4 bilhões, ante US$4,0 bilhões em maio de 2022, com entrada de US$4,9 bilhões em participação no capital e de US$438 milhões em operações intercompanhia.
No acumulado de doze meses, o IDP totalizou US$83,4 bilhões (4,21% do PIB). As reservas internacionais, por sua vez, recuaram para US$343,5 bilhões, uma redução de US$2,2 bilhões em relação a abril.
Perspectivas
A desaceleração da economia chinesa continua no radar e deve ser associada a uma redução do ritmo de atividade na Europa e nos Estados Unidos. Esse movimento pode trazer uma queda mais acentuada das exportações brasileiras no segundo semestre.
Por ora, esse movimento ainda parece longe de se materializar, mas deve se concretizar. O atual desempenho do balanço de pagamentos deve permanecer até que mudanças mais expressivas sejam vistas.
O Brasil tem batido sucessivos recordes de superávit comercial com aumento das exportações de produtos agrícolas e petróleo, mas essa dinâmica pode estar em risco com uma crise global em potencial.
PONTOS DE ATENÇÃO E ALERTAS
A inflação vinda da Zona do Euro ainda não aliviou. Alemanha e outras potências regionais também estão mal. Recessão está cada vez mais próxima.
A China permanece em tendência de desaceleração, deve reduzir seus juros para estimular a economia.
No Brasil, os dados são ambíguos mas, no geral, a atividade econômica parece apontar para crescimento.
Com a deflação de junho, não há outra possibilidade, senão a redução dos juros.
T A B E L A D E P R O J E Ç Õ E S
2019
2020
2021
2022
2023*
2024*
ATIVIDADE, INFLAÇÃO E JUROS
PIB (%)
1,2
-4,1
4,6
2,9
3,0
1,9
Produção industrial IBGE (%)
-0,7
-3,5
3,9
1,0
0,0
1,9
Venda do comércio varejista restrito (%)
1,9
1,2
1,4
1,0
2,3
1,3
Taxa de desemprego – fim do período (%)
11,1
14,2
12,0
7,9
8,0
7,2
IPCA (%)
4,3
4,5
10,1
5,8
4,95
3,89
IGP-M (%)
7,3
23,1
17,8
5,5
-3,6
7,8
Taxa Selic – fim do período (%)
4,5
2,0
9,3
13,8
12,3
9,5
SETOR EXTERNO E CÂMBIO
Balança comercial (US$ bilhões) Bacen
26,5
32,4
36,2
61,5
77,3
55,0
Exportações (US$ bilhões)
226
211
284
334
362
350
Importações (US$ bilhões)
199
178
248
273
285
295
Corrente de comércio – (% PIB)
22,7
26,3
32,2
33,2
20
25
Saldo da conta corrente (US$ bilhões)
-65,0
-24,0
-28,1
-56,0
-49,9
-42,0
Saldo da conta corrente (% PIB)
-3,5
-1,7
-1,7
-2,9
-2,2
-2,0
Investimento direto no país (US$ bilhões)
69,0
38,0
46,0
90,6
89,4
102,0
Taxa de câmbio – fim do período (BRL/USD)
4,0
5,2
5,6
5,3
4,80
4,50
Taxa de câmbio – média anual (BRL/USD)
3,9
5,2
5,4
5,1
4,90
4,70
Taxa de câmbio – fim do período (BRL/EUR)
4,5
6,3
6,3
5,7
5,20
5,00
Reservas internacionais (US$ bilhões)
357
336
362
325
360
380
Rating soberano Moody’s
Ba2
Ba2
Ba2
Ba2
–
–
Rating soberano S&P
BB-
BB-
BB-
BB-
BB+
BB+
FISCAL
Resultado primário do setor público consolidado (R$ bilhões)
-61,9
-703
64,7
126,0
-50,0
0,0
Resultado primário do setor público consolidado (% PIB)
-0,8
-9,4
0,7
1,3
-0,5
0,0
Resultado nominal do setor público consolidado (% PIB)
-5,8
-13,6
-4,4
-4,6
-5,4
-3,7
Dívida bruta do governo geral (% PIB)
74,4
88,6
80,3
72,9
76,2
78,7
Dívida líquida do setor público (% PIB)
54,7
62,6
57,3
57,1
57,2
59,4
CRÉDITO
Crédito geral (cresc. % a.a.)
6,5
15,6
16,5
14,0
9,3
12,0
Crédito livre total (cresc. % a.a.)
14,0
15,0
20,7
14,1
6,5
14,0
*Projeção da Análise Econômica.
Equipe Análise Econômica
Economista-chefe
André Galhardo Fernandes (galhardo@analiseeconomica.com.br)
Equipe técnica
Franklin Lacerda (lacerda@anaiseeconomica.com.br)
André Prado (prado@analiseeconomica.com.br)
Disclaimer
O Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Análise Econômica é o responsável pela elaboração deste Painel Mensal. Todos os dados ou as análises aqui presentes são rigorosamente apurados e refletem nossa posição no momento da publicação deste relatório. O objetivo de nossas análises é informar aos nossos clientes acerca dos acontecimentos e movimentos na economia brasileira ao longo da semana que impactem no cenário de médio e longo prazo. A Análise Econômica não se responsabiliza por quaisquer atos ou decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por nossas publicações e projeções. Assim, reforçamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo a Análise Econômica de todas as ações decorrentes do uso desse material. Este Painel não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º da Instrução CVM n.º 598, de 3 de maio de 2018. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização da Análise Econômica com a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e da Análise Econômica).
A produção mundial de café da safra 2021/22 foi de 167,1 milhões de sacas de 60kg, com o Brasil liderando com 34,8%, seguido pelo Vietnã (18,9%), Colômbia (7,8%) e Indonésia (6,3%). A previsão é de que a safra 2022/23 alcance 175,0 milhões de sacas, um aumento de 4,7%, impulsionado principalmente pelo Brasil, que deverá produzir 6,2 milhões de sacas a mais devido à bienalidade positiva do arábica e às condições climáticas favoráveis nas regiões do conilon.
O Vietnã é o segundo maior produtor de café e projeta uma queda na produção da safra 2022/23. A Colômbia aparece em terceiro lugar na produção, mas espera-se uma redução de 11,9% devido ao excesso de chuvas, segundo a Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o consumo global está previsto em 167,9 milhões de sacas de 60 kg, um aumento de 0,5% em relação à safra anterior. Embora esteja estabelecendo um novo recorde, existe a preocupação de que a inflação elevada possa afetar o consumo de café em importantes polos consumidores.
Estima-se que o estoque global de café seja de 34,1 milhões de sacas de 60 kg no final da safra 2022/23, um aumento de 4,8% em relação à safra anterior, mas ainda 3% abaixo da média das cinco temporadas anteriores. A restrição no estoque global de café, após duas safras limitadas por adversidades climáticas em países como Brasil, Colômbia e Vietnã, ainda é uma preocupação para o mercado em relação à oferta e influencia a sustentação dos preços.
No mês de dezembro de 2022, na Bolsa de Nova Iorque, o valor médio do café arábica atingiu 165,45 centavos de dólar por libra-peso, representando uma queda de 25,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o café robusta apresentou um valor médio de US$87,11 centavos de dólar por libra-peso, correspondendo a uma queda de 20,2% quando comparado a dezembro de 2021. O enfraquecimento dos preços do café ganhou maior força a partir de outubro de 2022, impulsionado pela preocupação com o consumo, ampliação sazonal da colheita no Vietnã e Colômbia, além das perspectivas mais favoráveis para a safra de 2023 no Brasil devido às condições climáticas.
Preço do Café nas Bolsas de Nova Iorque (Arábica) e Londres (Robusta)
Considerando o cenário apresentado, espera-se que haja uma recuperação nos estoques em 2023, mas em um ritmo insuficiente para uma queda significativa nos preços do café.
No Brasil, existem mais de 264 mil fazendas de cultivo de café, além de 1.050 instalações de processamento e 826 empresas especializadas na distribuição do produto. Essa indústria é fundamental para a geração de empregos e renda, empregando por volta de 585 mil pessoas em todo o Brasil. O Sudeste, com 89,6%, é a região que mais gera emprego na atividade agrícola do café, liderada pelo estado de Minas Gerais, com quase 388 mil trabalhadores. São Paulo, em terceiro lugar, ocupa 39,4 mil pessoas. Pequenas propriedades (agricultura familiar) são as que mais empregam, com 56% do total.
O faturamento desse setor em 2022 é estimado em R$23,5 bilhões, representando um aumento de 54,6% em relação ao ano anterior, que foi de R$15,2 bilhões. Esse crescimento pode ser atribuído à valorização do preço da matéria-prima em mais de 120%, o que afetou significativamente o custo da indústria e resultou no repasse de parte desse aumento ao varejo.
De acordo com o 4º Levantamento da Safra de Café 2022, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção cafeeira do Brasil encerrou a safra de 2022, ano de bienalidade positiva, com um total de 50,92 milhões de sacas de café beneficiado, apresentando um aumento de 6,7% em relação à safra de 2021. No entanto, em comparação com a safra de 2020, que também teve bienalidade positiva, houve uma redução de 19,3% ou 12,1 milhões de toneladas, justificada por condições climáticas desfavoráveis, como déficit hídrico e geadas durante o ciclo da cultura no país.
Conforme o 1º Levantamento da Safra de Café 2023, a primeira estimativa para a produção de café no próximo ano é de 54,94 milhões de sacas de café beneficiado. Apesar da bienalidade negativa, a previsão inicial indica um aumento de 7,9% em relação à colheita de 2022.
Em 2022, a área destinada à cafeicultura no Brasil foi de 2,2 milhões de hectares, sendo 1,8 milhão para lavouras em produção e 400,6 mil em formação. Houve um aumento de 1,8% na área de produção em comparação com a safra de 2021 e um aumento de 0,6% na área total cultivada. Já em 2023, a área destinada à cafeicultura no país aumentou para 2,26 milhões de hectares, um crescimento de 0,8% em relação ao ano anterior. Dessa área, 1,9 milhão de hectares são destinados a lavouras em produção, e 355,5 mil estão em formação.
Durante os ciclos de bienalidade negativa, os produtores costumam realizar tratos culturais mais intensos nas lavouras, que só entrarão em produção nos próximos anos. Nas últimas safras, a estabilidade do setor no Brasil tem sido equilibrada pelo aumento da produtividade, evidenciado pela mudança tecnológica verificada na produção cafeeira do país.
PRODUÇÃO POR ESTADO
MINAS GERAIS – A produção estimada é de 27.491,9 mil sacas, representando um aumento de 25,2% em relação à safra anterior. O crescimento é explicado pelo aumento da área e pelas condições climáticas mais favoráveis.
ESPÍRITO SANTO – A produção estimada é de 14.553 mil sacas, com uma expectativa de redução de 13% causada pelo longo período de estiagem, baixas temperaturas e ano de baixa bienalidade, principalmente para o arábica. A produção de conilon está estimada em 11.460 mil sacas, com uma redução de 7,3%, enquanto a produção de arábica deverá ser de 3.093 mil sacas, 29,1% abaixo do volume colhido na última safra.
SÃO PAULO – A produção esperada de arábica é de 4.723 mil sacas, um crescimento de 7,7% em relação ao resultado obtido em 2022. Esse aumento se deve à recuperação da produtividade após as condições climáticas adversas das últimas safras.
BAHIA – A produção total esperada é de 3.624 mil sacas, com um crescimento previsto em 0,6%. A produção de arábica é de 1.231 mil sacas, enquanto a produção de conilon é de 2.393 mil sacas. RONDÔNIA – A produção de café conilon é de 2.943,5 mil sacas, um acréscimo de 5,1% em comparação à safra passada. Esse resultado se deve à expectativa de aumento na produtividade, à entrada de novas áreas em produção e ao melhor manejo das culturas.
Comparativo de Área em Produção, Produtividade e Produção de Café Total no Brasil
Fonte: Conab, ABIC e FIESP
Fusões e Aquisições
A Nestlé adquiriu a marca Seattle’s Best Coffee da Starbucks, como parte de sua estratégia para impulsionar o crescimento sustentado na categoria de café. Além dos cafés Starbucks distribuídos pela Nestlé sob a Global Coffee Alliance, o Seattle’s Best Coffee se junta à lista de marcas de café amadas da Nestlé nos EUA, incluindo Nescafé, Napresso e Blue Bottle.
“Nossa parceria com a Starbucks confirmou a posição de liderança da Nestlé no dinâmico e crescente mercado global de café”, disse David Rennie, chefe da Nestlé Coffee Brands. “Com a conhecida marca Best Coffee de Seattle, continuaremos a construir nossa liderança no café, oferecendo aos consumidores mais opções para o café do dia a dia.”
Desde que formaram a Global Coffee Alliance em 2018, a Nestlé e a Starbucks trouxeram uma ampla gama de produtos de café premium para novos mercados em um ritmo acelerado. Hoje, a Nestlé distribui produtos de consumo da Starbucks e bebidas de serviço de alimentação em mais de 80 mercados fora das lojas de varejo da Starbucks sob a Global Coffee Alliance. As vendas globais totais de produtos Starbucks distribuídos pela Nestlé em 2021 atingiram CHF 3,1 bilhões.
Outro destaque para o setor é o caso da Camil. Ela entrou no mercado de café em 2021, realizando um investimento de R$63 milhões na Café Bom Dia e Agrocoffee e adquirindo a marca Seleto, que pertencia à JDE Brasil. Essa operação faz parte da estratégia de diversificação do portfólio de produtos da Camil, que até então era composto por marcas de grãos, pescados e açúcar. Em 2022, a empresa relançou o Café União, consolidando sua entrada no segmento de cafés.
Fonte: Fusões&Aquisições
Top Players do Setor
TRES CORAÇÕES ALIMENTOS S.A.
O Grupo 3Corações é líder nacional no segmento de café torrado e moído, pioneiro e líder de mercado há mais de 20 anos, com o Cappuccino 3 Corações, e líder nas Regiões Norte e Nordeste com o café Santa Clara.
Faturamento: R$3,9B
JACOBS DOUWE EGBERTS BR COMERCIALIZAÇÃO DE CAFÉS LTDA.
É a maior empresa especializada em cafés e chás do mundo. Seus produtos estão presentes em mais de 100 países ao redor do mundo, por meio de marcas como Jacobs, Tassimo, Moccona, Senseo, L’OR, Douwe Egberts, Super, Kenco, Pilão e Gevalia.
Faturamento: R$412,6M
MELITTA DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
Atualmente está presente em diversos países, com grande variedade de produtos e atuando em segmentos residenciais e corporativos.
Faturamento: R$632,9M
SAO BRAZ S/A INDUSTRIA E COMERCIO DE ALIMENTOS
Uma das principais indústrias de alimentos da região Nordeste do Brasil, a São Braz está entre as seis maiores torrefações de café do País.
Faturamento:R$632,9M
COOPERATIVA REGIONAL DE CAFEICULTORES EM GUAXUPE LTDA COOXUPE
É o maior produtor de café do País, sendo que cerca de 20% de sua safra vem dos mais de 15 mil produtores da cooperativa, distribuídos em mais de 200 municípios.
Faturamento: R$2,5B
PERFIL DE CONSUMO
O consumo aparente estimado de café no Brasil avançou 13% entre a média de 2008-2011 e 2018-2021, de 18,7 milhões de sacas de 60 kg para 21,2 milhões de sacas. Nesse mesmo período, os dados do IBGE demonstram que o crescimento da população brasileira foi de 9,8%, ou seja, o consumo de produtos do café cresceu acima da taxa da população do país. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018 (IBGE-POF), o café é o item com maior frequência de consumo no País, com 78,1%, seguido por arroz (76,1%), feijão (60,0%) e pão de sal (50,9%). É um item essencial da mesa do brasileiro.
O consumo diário de café no Brasil é, em média, de 3,8 xícaras, mas há variações regionais significativas. Mato Grosso é o estado com maior consumo, com uma média de 7,1 xícaras por dia, seguido por São Paulo com 4,4 xícaras. Santa Catarina e Espírito Santo estão em terceiro lugar, com uma média de 4,3 xícaras diárias. Sergipe é o estado com menor consumo, com média de 2,7 xícaras por dia. Os maiores consumidores de café também são os que mais gastam com a bebida. Moradores do Mato Grosso são os que mais gastam com uma média de R$93,7 por mês, seguidos pelos os do Mato Grosso do Sul (R$88,1), Paraná (R$85,9) e Rio de Janeiro (R$82,4). Os estados que menos gastam com café mensalmente são Pará (R$52,7), Sergipe (R$50,4) e Distrito Federal (R$32,4).
Além disso, o consumo de café no Brasil pode ser analisado de acordo com o estado civil e o número de filhos. Os consumidores casados são os que mais bebem café, com média de 2,6 xícaras por dia, seguidos pelos viúvos com 2,4 xícaras. Divorciados e solteiros são os que menos consomem, com uma média de 1,6 xícaras diárias. Em relação ao número de filhos, pais com um filho tendem a consumir menos (2 xícaras), enquanto aqueles com três ou mais filhos consomem mais (3 xícaras). Homens têm uma tendência maior de aumentar o consumo conforme o número de filhos aumenta (4,3 xícaras por dia para três filhos). Já para mães solteiras, a média é de 2,3 xícaras por dia, e para pais solteiros, é de 1,75 xícaras.
Quanto aos locais de compra, a maioria dos consumidores adquire café no supermercado e em relação ao tipo de café, o moído é o tipo mais consumido.
Fonte: ABIC e FIESP
SUBNICHOS
Arábica X Robusta (Conilon) Comparativo da safra de 2022 com a anterior:
Conilon:
Arábica:
Em 2022, das lavouras em produção, estima-se que 1,5 milhão de hectares foram dedicados ao café arábica e 389 mil hectares ao café conilon.
Para o café arábica, as estimativas iniciais da Conab apontam para uma retomada de produção em Minas Gerais, principal estado cafeicultor do país, o que impacta positivamente sobre a perspectiva nacional, mesmo com os efeitos da bienalidade negativa sobre muitas das regiões produtoras. De maneira geral, há um aumento na área total do país em produção em relação ao ciclo passado, bem como uma estimativa de incremento na produtividade média, impulsionado, particularmente, pelos rendimentos médios esperados em Minas Gerais, São Paulo e Paraná, assim, a expectativa de produção neste primeiro levantamento é de 37,43 milhões de sacas de café arábica beneficiado, sendo 14,4% superior ao volume obtido em 2022.
Quanto ao café conilon, depois de uma safra recorde em 2022, a perspectiva para a temporada atual sinaliza uma certa redução no potencial produtivo, particularmente em razão de intercorrências climáticas registradas no Espírito Santo, principal estado produtor da espécie, o que impactou fortemente as lavouras em fases iniciais do ciclo. Mesmo com o aumento na área em produção, a estimativa para o rendimento médio deve sofrer um decréscimo em relação à safra anterior. Isso impacta, consequentemente, na perspectiva de produção total, que está avaliada, nesse primeiro levantamento, em 17,51 milhões de sacas de café conilon beneficiado, 3,8% menor que o volume nacional obtido na safra passada.
Em outros estados, o Boletim anuncia uma produção esperada em São Paulo de 4,72 milhões de sacas da espécie arábica, representando crescimento de 7,7% em comparação ao resultado obtido em 2022. Na Bahia, o crescimento previsto é de 0,6% na produção total, com 3,62 milhões de sacas em todo o estado, sendo 1,23 milhão de sacas de arábica e 2,39 milhões de sacas de conilon. Em Rondônia, a produção deve chegar em 2,94 milhões de sacas de conilon, acréscimo de 5,1% em comparação à safra passada. No Paraná, onde o cultivo é unicamente de café arábica, há previsão de crescimento de 47,2% na produtividade, com produção chegando a 733 mil sacas. No Rio de Janeiro, a produção estimada em 259,6 mil sacas de café arábica reflete redução de 11,8% em relação à safra passada.
Fonte: Conab
COVID X SETOR
Apesar da pandemia da Covid-19 ter afetado as vendas de café em cafeterias e restaurantes, o consumo de café em casa aumentou significativamente no Brasil. De acordo com a ABIC, o mercado de café no país continua a crescer acima da média mundial e, em 2021, 45,3% das 21,5 milhões de sacas produzidas foram consumidas no mercado interno. Esse movimento foi benéfico para as redes de varejo, responsáveis por 84% das vendas.
No entanto, as mudanças no comportamento do consumo de café também foram observadas em outros países, como nos Estados Unidos, onde há uma maior demanda pelo produto, especialmente quando as pessoas estão em casa. Segundo o National Coffee Data Trends Report 2022, 419 milhões de norte-americanos consomem café diariamente, com preferência pelo tradicional coado (40%) e cápsulas (24%).
Apesar dos desafios causados pela pandemia, o consumo de café continua a crescer e evoluir, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, com novos perfis de consumo surgindo e ampliando as possibilidades de mercado para os produtores e varejistas.
IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
O Brasil exportou, em 2022, 39,8 milhões de sacas de 60 quilos de café, representando uma queda de 6,3% em relação ao ano anterior. Essa queda na exportação, de acordo com o Boletim, resulta do declínio da taxa de câmbio no Brasil e da redução da oferta interna no período. Com o real mais forte em relação ao dólar em 2022, o interesse pela exportação de café perdeu força na comparação com o ano anterior. A produção de café no Brasil foi prejudicada pelos efeitos climáticos, como o tempo seco sob influência do fenômeno La Niña e as geadas ocorridas no inverno de 2021, que impactaram negativamente na produção de 2022. A restrição dos estoques, influenciada pelas adversidades climáticas que limitaram a produção do café arábica em 2021 e 2022, inibiu a exportação de café em 2022.
Apesar da queda na quantidade exportada, o preço elevado do café no exterior permitiu que a exportação do produto alcançasse US$9,2 bilhões em 2022, correspondendo a um aumento de 45% em comparação com o valor observado em 2021. O café brasileiro foi comercializado em 145 países, sendo os principais destinos os Estados Unidos e Alemanha, com 20,2% e 18,2%, respectivamente, seguidos por Itália, Bélgica e Japão. Em termos de valores, a exportação de café atingiu em 2022 o maior valor já registrado na série histórica do produto.
Dois portos concentraram 93,2% dos embarques do café brasileiro para o exterior em 2022, com participação de 80,5% do porto de Santos e 12,7% do porto do Rio de Janeiro.
Exportação Brasileira de Café – em quantidade
Exportação Brasileira de Café – em valor
Quanto à importação, em 2021 o Brasil adquiriu US$70 milhões em café do exterior, se tornando o 56º maior importador de café do mundo. No mesmo ano, o café foi o 359º produto mais importado do país. Ele importa principalmente da Suíça (US$46,6 milhões), Reino Unido (US$4,01 milhões), Itália (US$3,73 milhões), França (US$3,43 milhões) e Alemanha (US$2,28 milhões). Os mercados de importação de café que mais cresceram para o Brasil entre 2020 e 2021 foram Suíça (US$11,9 milhões), Uruguai (US$1,87 milhões) e Reino Unido (US$1,15 milhões).
O Brasil importa café para abastecer o mercado interno e atender à demanda por tipos específicos que não são produzidos no país ou que não são produzidos em quantidades suficientes.
Fonte: Conab, OEC
EMPRESAS POR REGIÃO E FATURAMENTO
Valor bruto de empresas: 26.840 Empresas na região Norte: 135 Empresas na região Nordeste: 415 (sendo 325 na Bahia) Empresas na região Centro-Oeste: 209 Empresas na região Sudeste: 25.808 (sendo 23.898 em São Paulo e 1.631 em Minas Gerais) Empresas na região Sul: 273 Microempresas: 25.409 Pequenas empresas: 1.251 Médias empresas: 164 Grandes empresas: 14
ANÁLISE INTERNA DO SETOR
5 FORÇAS DE PORTER
ALTA
O mercado de café é altamente competitivo, com várias empresas atuando em diferentes segmentos do mercado competindo pela atenção dos consumidores. Desde as grandes marcas de café até as empresas menores, a concorrência é intensa. O produto tende a apresentar uma baixa margem, e os players de mercado por consequência disputam desde o espaço nas prateleiras de mercado até as melhores oportunidades de divulgação e propaganda da marca.
BAIXA
A entrada no mercado de café exige um investimento significativo em equipamentos, espaço e pessoal. Além disso, as empresas estabelecidas têm vantagens em termos de economias de escala e marcas consolidadas, tornando difícil a entrada de novos concorrentes. É um setor que demanda um alto capital investido, desde o que tange tamanho do terreno, até por menores relacionados a pesticidas, irrigação e controle de qualidade.
MÉDIA
Embora o café seja uma bebida única, existem muitas alternativas, como chá, refrigerantes e outras bebidas quentes e frias. Isso significa que os consumidores têm opções, o que aumenta a ameaça de produtos substitutos. Mesmo assim, o café tem um sabor e aroma muito específicos, o que o torna único e dificulta a substituição completa.
BAIXO
Os principais fornecedores de café são os produtores, que têm um papel fundamental no abastecimento do mercado. No entanto, no que tange fornecimento para esse setor, em geral, os principais insumos são tabelados à um valor definido pelo mercado, impossibilitando assim o poder de barganha dos fornecedores, entretanto, esse poder de barganha sobe na proporção inversa do porte do cliente, quanto maior o cliente menor o poder de barganha.
BAIXA
Os compradores de café são variados, desde os consumidores finais até empresas que compram grandes quantidades de café. No entanto, o café é considerado um item alimentício básico, o que impede uma variação grande de preço, além de ser um produto relativamente barato, o que limita o poder de barganha dos compradores, tanto para o lojista quanto para o consumidor de ponta.
OPORTUNIDADES
Diversificação de produtos:
A diversificação de produtos pode oferecer novas oportunidades de crescimento, como a produção de cafés especiais, cafés orgânicos e cafés de origem única.
Adoção de práticas sustentáveis
Os consumidores estão cada vez mais preocupados com o impacto ambiental e social dos produtos que consomem, então, o café produzido de forma sustentável e com práticas agrícolas responsáveis pode ser uma oportunidade para produtores que buscam diferenciação e valorização do produto no mercado.
Exportação
O mercado de café brasileiro, traz ao empreendedor a possibilidade de expandir o seu mercado para além do mercado nacional.
Produtos gourmet
É uma forma de diferenciar sua marca das demais do mercado, traz um viés mais premium. Esse novo nicho de mercado traz consigo melhores margens, em contrapartida uma menor escala.
AMEAÇAS
Problemas inerentes à plantação e Mudanças climáticas
A produção de café pode ser afetada por eventos climáticos extremos, como secas e tempestades, o que pode afetar a oferta e os preços do produto. Além disso, problemas como pragas e irrigação são inerentes à produção de café. Por isso, crises hídricas ou problemas relacionados ao uso de pesticidas podem ser eventuais dificuldades enfrentadas pelo gestor na plantação do produto.
Concorrência acirrada
A concorrência é intensa no mercado de café, o que pode afetar a rentabilidade das empresas e a fidelidade dos consumidores.
Diferenciação do produto frente ao mercado
Uma das principais dificuldades enfrentadas pelo gestor na produção de café é trazer a percepção de diferenciação do produto ao público de ponta. O preço e a qualidade do produto são os principais indicadores que podem fazer com que ele seja preterido em relação a um concorrente.
Estocagem de produtos
No setor de produção de café, a estocagem dos produtos é uma questão dolorosa devido tanto ao capital imobilizado quanto ao risco de perda da mercadoria.
Oscilações no mercado internacional
A oscilação no mercado internacional pode trazer grandes problemas para a gestão do negócio do café, que é atualmente vendido como commodity e é um dos principais itens de exportação do Brasil.
Como contornar as ameaças
Problemas inerentes à plantação e Mudanças climáticas: Para contornar essas ameaças, as empresas de café podem investir em tecnologias avançadas para assegurar a produção de café e controlar pragas e doenças; adotar práticas agrícolas sustentáveis, como o uso de técnicas de irrigação eficientes e a conservação do solo; e/ou desenvolver variedades híbridas de café que sejam mais resistentes.
Concorrência acirrada: Para contornar essa ameaça, as empresas de café podem investir em ideias inovadoras e equipamentos modernos para atrair novos consumidores; desenvolver estratégias de marketing que ressaltam suas vantagens em relação aos concorrentes, a fim de se destacar no mercado; acompanhar as mudanças no perfil do consumidor e se reinventar constantemente para atender às suas necessidades. Diferenciação do produto frente ao mercado: Para contornar essa ameaça, as empresas de café podem adotar estratégias de diferenciação para tornar o produto único no mercado e produzir café diferenciado e especial para atender aos consumidores mais exigentes. Estocagem de produtos: Para contornar essa ameaça, as empresas de café podem armazenar adequadamente o café, monitorando constantemente as condições de armazenamento, como temperatura e umidade, para garantir a qualidade do produto. Oscilações no mercado internacional: Para contornar essa ameaça, as empresas de café podem diversificar a produção de café, com a introdução de produtos diferenciados e especiais que possam ser valorizados no mercado; monitorar constantemente o mercado internacional e se adaptar rapidamente às mudanças no ambiente competitivo.
TENDÊNCIAS
A Selic tem impacto direto no mercado de café, já que afeta o custo de financiamento dos produtores e pode influenciar a oferta e a demanda pelo produto. Em 2023 está em 13,75% ao ano;
A inflação também é um fator importante para o mercado de café, já que pode afetar tanto o poder de compra dos consumidores quanto os custos de produção dos produtores. Ela fechou 2022 em 5,79%;
É previsto que o mercado global de café cresça a uma CAGR de 4,28% durante o período de previsão (2022-2027);
Pelo Google Trends, o estado brasileiro que mais pesquisa sobre café é o Espírito Santo, seguido por: Rondônia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná;
O interesse pelo café ao longo dos últimos 5 anos está evidenciado pelo gráfico abaixo, que mostra uma linha de tendência crescente.
Fonte: IBGE, Mordor Intelligence
Quando feita a pesquisa de frequência de pesquisas de Café de maneira geral.
Quando feita a comparação de frequência de pesquisas entre o Café Arábica e o Café Robusta, fica evidente a preferência pelo Arábica.
ESTUDO DE TENDÊNCIAS
Acompanhando tendências internacionais: o Brasil entra em uma nova fase de consumo de café. Estudos realizados pela Euromonitor International apontam as principais características desse momento do consumo de café.
Pronto para beber: A tendência de bebidas de café prontas para consumo é uma das principais inovações no setor cafeeiro. De acordo com a pesquisa, essa novidade tem potencial para crescer rapidamente no setor de alimentos e bebidas, impulsionada por tendências como café frio, praticidade, saúde e bem-estar. Essencialmente, o mercado de bebidas prontas consiste em cafés vendidos em latas ou garrafas, prontos para consumo imediato.
Consumo em crescente: Embora seja uma bebida popular no Brasil, o consumo de café no país diminuiu em 2022 devido ao aumento nos preços do grão. No entanto, espera-se que a situação mude em breve, com uma previsão de crescimento de 1,94% em 2023 e um aumento ainda maior de 4,10% em 2024. Durante a pandemia de Covid-19, houve um aumento no consumo de café em casa, enquanto a demanda em cafés e restaurantes diminuiu. Apesar disso, é esperado que os volumes gerais de vendas e consumo permaneçam estáveis.
Troca de cafeterias pelo café em casa: Cada vez mais consumidores estão optando por tomar café em casa em vez de frequentar cafeterias. Um dos motivos para essa mudança é a oferta internacional limitada de café, que não tem sido capaz de atender à demanda, especialmente em momentos de baixos estoques. Embora os brasileiros consumam em média de 3 a 4 xícaras de café por dia, de acordo com a Organização Internacional do Café – OIC, a maior parte desse consumo, que era feito em cafeterias, nos últimos tempos está ocorrendo em casa. A pesquisa indica que a inflação em alta e o risco de recessão nos próximos meses são alguns dos motivos por trás dessa mudança comportamental.
Reconhecimento dos cafés especiais: Com consumidores cada vez mais apreciando cafés de alta qualidade. Esse hábito também tem se fortalecido no Brasil, onde representa segmentos de consumo em forte crescimento, principalmente entre o público jovem. Hoje, a faixa etária entre 16 e 25 anos é a que mais se interessa pela bebida, especialmente nas grandes metrópoles.
Apreço por cafés de alta qualidade: De acordo com o estudo, os consumidores estão cada vez mais valorizando a qualidade do café que consomem. Segundo dados divulgados, 44% dos consumidores estariam dispostos a pagar um preço mais elevado por um café de excelente qualidade. Essa tendência de valorização da qualidade está impulsionando ainda mais o mercado de cafés especiais.
HIGHLIGHTS
“O setor aponta uma perspectiva de crescimento positiva embora se encontre em ano de bienalidade negativa. Os números de consumidores e o faturamento vem em uma crescente pós-pandemia, o que gera oportunidades no mercado.
O investimento atual deve ser focado no café para varejo, considerando que a maior parte do consumo atual do produto se encontra dentro da casa dos consumidores. Tal aspecto é evidente para a realidade internacional e nacional.
Com base no cenário atual, espera-se que em 2023 ocorra uma recuperação nos estoques de café, porém, em um ritmo insuficiente para provocar uma queda significativa nos preços. Embora uma safra maior no Brasil possa favorecer o aumento das exportações de café este ano, muitos produtores ainda estão afastados das negociações e esperam o início da colheita da safra 2023 para uma participação mais ativa no mercado.”
Os Estados Unidos são líderes mundiais no mercado fitness, com um faturamento anual de aproximadamente US$ 30 bilhões em negócios na área até 2019. De acordo com a International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA), os EUA, juntamente com outros nove principais mercados do setor, representam 71% da receita total, que chega a US$ 64,9 bilhões.
Países mais relevantes para a realidade do mercado fitness
Fonte: IHRSA e Acad Brasil
Destaque para os EUA
Para o contexto dos estadunidenses, é perceptível que um ponto de destaque para o setor é a colocação de país com a maior quantidade de academias do mundo, indicando a presença superior a 40 mil academias.
Quando tal número é correlacionado com o contexto dos clientes, ainda é perceptível o destaque dos EUA, assim se portando como o país com o maior número de clientes com 62 Milhões, seguido da Alemanha com 11 milhões e Reino Unido com 9,9 Milhões.
Taxa de Penetração dos Países Destaque no Mercado Fitness
Percentual de Crescimento do Mercado Global de Academias
O mercado de academias e centros esportivos foi avaliado em US$ 81 bilhões em 2020 e espera-se que cresça a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 7,21% no período de previsão de 2021 a 2026.
Fonte: Mordor Intelligence
Razões da Maior Adesão a Nível Mundial
A crescente conscientização sobre a saúde tem levado os consumidores a gastar mais em clubes de saúde e fitness em todo o mundo. O aumento no número de centros esportivos e academias, que oferecem treinamento pessoal e equipamentos de última geração, tem atraído mais pessoas para aderir a esses estabelecimentos. Essa tendência deve impulsionar o crescimento do mercado nos próximos anos.
Além disso, as academias estão expandindo sua oferta de equipamentos e espaços, incluindo estúdios de hot yoga, salas de treinamento em alta altitude, equipamentos de teste metabólico, áreas de exercícios médicos e spas. Essas opções estão se tornando populares entre os consumidores e impulsionando o crescimento do mercado. Ademais, taxas de associação atrativas e investimentos em marketing e propaganda estão ajudando as academias a aumentar sua receita.
Fonte: Mordor Intelligence
Fonte: VIGITEL
Mercado Fitness na América Latina
Fonte: IHRSA
Taxa de Penetração dos Países Latinos no Mercado Fitness
Fonte: Fitness Brasil
Expansão no Brasil
Nos últimos dez anos, o setor fitness se destacou como um dos que mais cresceram no país. Esse resultado se deve ao aumento da preocupação com a saúde e o bem-estar, que levam as pessoas a adotarem estilos de vida mais saudáveis para prevenir doenças e melhorar sua qualidade de vida.
Mesmo em cenários de instabilidade econômica, o setor mostrou sua força e capacidade de se adaptar. Ele se tornou uma oportunidade interessante para quem quer investir ou empreender.
Seja no formato convencional ou no sistema de franquias, existem muitas alternativas no mercado, que abarcam diferentes segmentos voltados para o cuidado com o corpo.
Fonte: FIA Business School
Números do Mercado Brasileiro
Considerando o faturamento global do setor para a realidade brasileira, é perceptível que o mercado fitness nacional alcançou o faturamento de US$ 2,1 bilhões em 2019 e para o contexto da pandemia e pós evoluiu ainda mais. Isso devido ao foco na saúde evidenciado no período em questão.
Quanto ao número de academias, o Brasil apresenta um número bem significativo, indicando a presença de 35 mil unidades espalhadas por todo o país e assim conquistando a posição de segundo país com maior número de academias.
Considerando tal quantitativo de academias, o Brasil apesar de ser o segundo maior em quantidade de academias, se encontra com seis vezes menos consumidores do que os Estados Unidos, com cerca de 9,6 milhões de consumidores. Embora seja significativa, a parcela da população brasileira que frequenta academias e centros esportivos não ultrapassa os 5%, o que revela o potencial de crescimento do mercado fitness no Brasil.
Fonte: FIA Business School
Exponencial do Setor
Em anos anteriores, o Brasil fazia parte dos maiores países no setor fitness mundial, ficando em 10° lugar em 2016, arrecadando no mesmo ano US$ 2,4 bilhões. Nessa época, o setor estava se consolidando no país, movido pela crescente demanda por locais onde fazer exercícios físicos, alcançar objetivos de saúde e obter a estética desejada.
No entanto, desde o final da década de 2010, o mercado fitness brasileiro já estava em crescimento, com a entrada de grandes players como as academias Bodytech e SmartFit – esta última atraindo milhares de clientes com planos a partir de R$ 50. Além de adotar estratégias de preços competitivos, o setor evoluiu em termos de diversidade de serviços oferecidos. Inicialmente, as opções se restringiam às modalidades tradicionais, como musculação, aulas de aeróbica e funcionais, realizadas em grupos nas academias. Os negócios buscavam uma abordagem em escala, visando captar o maior número possível de clientes para garantir lucros.
Nos últimos anos, uma tendência originada nos Estados Unidos chegou ao Brasil, estimulando o surgimento de empresas menores e especializadas, como a Spin n’Soul (focada em aulas de spinning) e a Action 360, que oferece aulas de ginástica funcional e pilates. Outro movimento interessante foi o lançamento de uma inovação pela rede Gympass em 2012: planos que, por meio de uma mensalidade única, permitem acesso a uma rede de academias parceiras.
Conforme a prática de exercícios físicos ganhava popularidade, também crescia o interesse por produtos e serviços relacionados ao setor, como restaurantes, suplementos, cosméticos, moda e nutrição. Essa variedade de soluções resultou na modernização dos modelos de negócios, com destaque para o crescimento das franquias voltadas para um estilo de vida saudável.
Fonte: FIA Business School
Quantidade de Academias e Centros Esportivos por Estado
São Paulo é o estado brasileiro com a maior concentração de centros de atividades físicas, representando 28% do total no país. Em seguida, temos Minas Gerais com 12%, Rio de Janeiro com 8%, Paraná com 8% e Rio Grande do Sul com 7%.
Em 2019, cerca de 12% dos mais de 36 mil centros de atividades físicas eram voltados para o ensino de esportes, como natação, escolinhas de futebol e ginásios esportivos, enquanto os outros 88% eram destinados a atividades físicas em geral, como academias, Crossfit e pilates. Ainda em 2019, a distribuição dos centros de atividades físicas foi a seguinte: 51% no Sudeste, 21% no Sul, 16% no Nordeste, 9% no Centro-Oeste e 3% no Norte. É importante ressaltar que esses centros se concentram nas regiões e estados mais urbanizados e populosos, devido à alta demanda por esses serviços nessas localidades.
Fonte: Fitness Brasil
Fonte: Fitness Brasil & Mordor Intelligence
Motivos da Maior Adesão
A conscientização crescente sobre saúde e os custos em ascensão na área de saúde estão levando os clientes a adotarem hábitos alimentares saudáveis e a se exercitarem regularmente para manterem a forma. Como resultado, o número de academias de ginástica está aumentando na região, à medida que os clientes se envolvem cada vez mais em práticas de saúde preventiva. Além disso, o crescimento do mercado é impulsionado por iniciativas governamentais para promover o condicionamento físico. Para se manterem competitivos, os principais players estão constantemente atualizando seus estabelecimentos com equipamentos de ginástica inovadores e avançados.
Fonte: Mordor Intelligence
Fusões e Aquisições
O Grupo Multi, anteriormente conhecido como Multilaser, investiu R$ 20 milhões na plataforma ZiYou, uma startup criada por Marcio Kumruian, co-fundador e ex-CEO da Netshoes. O investimento, promovido pela Bertha Capital e com assessoria financeira da Setter, tem como objetivo impulsionar o crescimento da ZiYou, que atualmente possui 14 mil assinantes. Os recursos serão direcionados para melhorias na infraestrutura tecnológica da plataforma, lançamento de novos produtos e contratação de mais funcionários nas áreas de vendas e marketing.
Outro destaque para o setor, mas não sendo diretamente uma fusão ou aquisição é o caso da Total Pass. Com isso, Diogo Corona, filho do fundador da Smart Fit, assumiu a liderança da TotalPass em 2019 para competir com a Gympass no mercado de plataformas de acesso a academias. A TotalPass ganhou destaque e se tornou um concorrente sério após a abertura de capital do grupo, avaliado em R$ 9,8 bilhões. Com mudanças regulatórias e uma estratégia de expansão agressiva, a TotalPass busca desafiar a dominância da Gympass, que detém cerca de 80% do mercado, enquanto a TotalPass possui 20%. A empresa está determinada a buscar a liderança e se tornar o principal player do setor.
Fonte: Fusões e Aquisições
Top Players do Setor
SmartFit Faturamento: 251B Funcionários: 319.601
Gympass Faturamento: 161,31K Funcionários: 672
Bodytech Faturamento: 52,07M Funcionários: 2.327
Centauro Faturamento: 1.14B Funcionários: 7.405
Subnichos
Academias
Dentre os principais nichos de mercado presentes no setor, um dos que mais o representam como um todo é o das academias. Elas continuam sendo uma escolha popular para treinamentos regulares, especialmente em áreas urbanas onde espaços ao ar livre são limitados.
Atualmente, muitas redes estão implementando mudanças para atrair mais clientes, oferecendo aulas inovadoras, preços acessíveis e maior orientação por parte de instrutores de educação física. Além disso, há negócios altamente especializados que se concentram em tipos específicos de treinamento para otimizar resultados e atender a um público específico.
Aqueles que possuem rotinas intensas e desejam atenção personalizada podem optar por contratar um personal trainer ou até mesmo um consultor, caso necessitem de um atendimento especializado. O personal trainer é um profissional versátil que atende em diversos locais, desde a residência do cliente até parques ou academias, com o objetivo de motivar e acompanhar de perto os treinamentos.
Moda
O setor abrange marcas e lojas especializadas na produção e venda de roupas e acessórios específicos para atividades físicas. Cada aspecto desses produtos é cuidadosamente projetado para proporcionar conforto, minimizar a transpiração e permitir movimentos livres, ao mesmo tempo em que reflete um estilo de vida saudável. Essas marcas e lojas buscam atender às necessidades dos praticantes de exercícios, oferecendo peças funcionais e estilosas que se adequam perfeitamente às demandas do treinamento físico.
Com o avanço da tecnologia têxtil, materiais de alta performance são utilizados na fabricação desses itens, visando proporcionar maior respirabilidade, controle de umidade e liberdade de movimento durante as atividades físicas. Além disso, a estética também é valorizada, com designs modernos e cores vibrantes, permitindo que os praticantes de exercícios se sintam confiantes e motivados ao se vestirem adequadamente para suas atividades físicas.
Nutrição
Considerando o contexto da nutrição, uma empresa paulistana chamada Integralmédica tem se destacado no mercado, sendo reconhecida como uma referência na produção de produtos como creatina e glutamina. Com uma estratégia digital bem definida e um crescimento acelerado, a Integralmédica tem conquistado a confiança dos consumidores, oferecendo produtos de alta qualidade e eficácia comprovada.
Essas soluções nutricionais desempenham um papel fundamental no suporte aos praticantes de exercícios, fornecendo os nutrientes necessários para a recuperação muscular, a melhoria do desempenho e o alcance dos objetivos individuais. Ao investir em produtos de qualidade e contar com a orientação adequada, os indivíduos podem otimizar seus resultados e obter os benefícios máximos de seus esforços físicos.
O mercado de alimentos saudáveis está crescendo a uma taxa média anual de 12,3%, de acordo com a Brasil Food Trends 2020. No mesmo ano, o mercado de alimentos saudáveis registrou um crescimento significativo em valor faturado bem expressivo, alcançando a impressionante marca de R$ 100 bilhões em vendas, de acordo com informações do Euromonitor International.
Fonte: FIA Business School
Covid x Setor
É importante ressaltar que o setor fitness foi impactado pela crise sanitária e econômica desencadeada pela pandemia de Covid-19, o que resultou em uma expectativa de queda nos números para o ano de 2020. De acordo com uma estimativa inicial da startup de gestão de fitness Technofit, 65% dos alunos interromperam seus treinos nos primeiros meses da pandemia no país.
No entanto, o mercado fitness demonstra uma recuperação rápida, uma vez que 88% das assinaturas dos alunos que haviam interrompido foram reativadas logo após a reabertura das academias, em agosto de 2020. Isso sugere que a demanda por serviços de fitness continua forte, e as pessoas retomaram suas rotinas de exercícios à medida que as restrições são flexibilizadas.
Fonte: FIA Business School
Crescimento em Tempos de Pandemia
Durante a pandemia, houve um aumento significativo nas vendas de equipamentos de exercícios para uso doméstico, impulsionando o setor de varejo ligado às atividades físicas. No entanto, a desvalorização do real em relação ao dólar tornou o fornecimento de certos equipamentos mais caro, afetando tanto os centros de atividades físicas quanto os consumidores em geral. Por outro lado, essa desvalorização da moeda brasileira tem atraído fundos de investimento especializados no setor fitness, que estão encontrando oportunidades para entrar no mercado brasileiro e impulsioná-lo.
Além disso, a pandemia não apenas impactou o mercado fitness, mas também acelerou a transformação digital nesse setor. Antes, a digitalização não era vista como uma ameaça ou uma forma de agregar valor ao negócio. A pandemia mostrou que o setor fitness pode ser disruptivo no contexto da tecnologia e da digitalização das atividades físicas e das modalidades aplicadas.
Fonte: Fitness Brasil
Importação x Exportação
A Konnen Fitness, líder no mercado de equipamentos fitness e é especialista em fornecer produtos de alta qualidade com melhor custo-benefício em relação aos nacionais. A empresa no momento traz novidades, incluindo uma parceria exclusiva com um exportador de alta qualidade da China, um aplicativo inovador com experiência em realidade virtual, o lançamento de um e-commerce e a abertura de lojas em shoppings luxuosos em São Paulo. Trazendo assim bastante impacto tendo em vista o comércio exterior.
Fonte: IHRSA
Big Picture
O ticket médio das academias no Brasil é de R$ 70,00 O Brasil conta com aproximadamente 35 mil academias e centros esportivos O país apresenta cerca de 9,6 milhões de consumidores Cerca de 5% da população frequenta academias e centros esportivos O faturamento do setor no Brasil foi de US$ 2,1 bilhões em 2019 O setor de fitness no Brasil soma cerca de 0,13% do PIB.
Fonte: FIA Business School, Acad Brasil e ESBRASIL
ANÁLISE INTERNA DO SETOR
Oportunidades e Ameaças
No mercado fitness, existem diversas ameaças que podem impactar as academias e lojas de vestuário esportivo. Sendo as principais:
Competição acirrada: O mercado fitness é altamente competitivo, com várias academias e lojas de vestuário esportivo disputando a atenção e o dinheiro dos consumidores. A presença de concorrentes fortes pode dificultar o crescimento e a lucratividade das empresas do setor.
Mudanças nas preferências do consumidor: As preferências dos consumidores em relação a tipos de exercício, programas de treinamento e moda esportiva podem mudar rapidamente. As academias e lojas de vestuário esportivo precisam estar atentas a essas mudanças e adaptar seus produtos e serviços para atender às demandas em constante evolução.
Aumento do comércio online: O comércio eletrônico tem ganhado cada vez mais espaço no mercado fitness. As lojas de vestuário esportivo precisam competir com a conveniência e variedade oferecidas pelas compras online, enquanto as academias enfrentam a concorrência de plataformas de treinamento online, que proporcionam exercícios e aulas virtuais acessíveis de qualquer lugar.
Mudanças no estilo de vida e nas preferências de exercício: À medida que as pessoas adotam estilos de vida mais sedentários ou optam por atividades físicas alternativas, como treinamentos em casa, a frequência de idas às academias pode diminuir. Isso representa um desafio para as academias, que precisam encontrar maneiras de atrair e reter clientes em um ambiente competitivo.
Desafios econômicos: Instabilidade econômica, recessões e flutuações nos gastos dos consumidores podem afetar negativamente as academias e lojas de vestuário esportivo. Em tempos de incerteza financeira, os consumidores podem reduzir seus gastos em atividades fitness ou optar por opções mais acessíveis.
Mudanças regulatórias: Alterações nas regulamentações governamentais relacionadas à saúde, segurança, impostos ou licenciamento podem criar desafios adicionais para as empresas do setor fitness. Cumprir com as novas exigências pode demandar tempo, recursos e custos adicionais.
Com a existência de tais ameaças, se faz fundamental ministrar estratégias para contorná-las. Dentre elas:
Diferenciação de produtos e serviços: Oferecer programas de treinamento exclusivos, aulas especializadas e serviços personalizados que se destaquem da concorrência. Fidelização de clientes: Criar programas de fidelidade, recompensas e descontos exclusivos para incentivar a permanência dos clientes e aumentar sua satisfação.
Mudanças nas preferências do consumidor: Pesquisa de mercado: Realizar pesquisas frequentes para entender as tendências e as preferências dos consumidores, ajustando os produtos e serviços de acordo. Flexibilidade e diversificação: Oferecer uma variedade de opções de treinamento e moda esportiva para atender às diferentes demandas dos consumidores.
Aumento do comércio online: Presença online forte: Investir em uma plataforma de comércio eletrônico própria, oferecendo uma experiência de compra online conveniente e atraente. Integração online e offline: Implementar estratégias omnichannel, como a possibilidade de comprar online e retirar na loja física, proporcionando uma experiência integrada aos clientes.
Mudanças no estilo de vida e nas preferências de exercício: Diversificação de serviços: Oferecer uma ampla gama de atividades físicas e programas de treinamento, incluindo opções de exercícios em casa e treinamentos virtuais. Foco na experiência do cliente: Criar um ambiente acolhedor e socialmente envolvente nas academias, proporcionando um senso de comunidade e motivação para os membros.
Desafios econômicos: Preços acessíveis e pacotes flexíveis: Oferecer opções de adesão flexíveis, descontos especiais e pacotes personalizados para atender às diferentes necessidades financeiras dos clientes. Investimento em marketing estratégico: Aumentar os esforços de marketing para atrair novos clientes e promover o valor agregado dos produtos e serviços oferecidos.
Mudanças regulatórias: Acompanhamento das regulamentações: Manter-se atualizado sobre as mudanças regulatórias e garantir a conformidade com as exigências governamentais. Parcerias e consultorias especializadas: Buscar parcerias com profissionais especializados em regulamentações para ajudar na conformidade e fornecer orientações adequadas.
Além das ameaças contatadas existem também muitas oportunidades, sendo elas:
Crescente demanda por um estilo de vida saudável: Expansão da conscientização sobre os benefícios da atividade física e da saúde mental, levando a um aumento na procura por academias e produtos esportivos. Oportunidade para oferecer programas de treinamento especializados, orientação nutricional e produtos relacionados à saúde e bem-estar.
Tendências de moda fitness: A popularidade da moda fitness continua crescendo, com cada vez mais pessoas adotando roupas esportivas no dia a dia. Oportunidade para lojas de vestuário esportivo expandirem suas linhas de produtos, oferecendo variedade, estilo e funcionalidade para atender às demandas dos clientes.
Tecnologia e inovação: O avanço da tecnologia wearable e dos aplicativos de fitness cria oportunidades para academias e lojas esportivas se envolverem nesse mercado em crescimento. Possibilidade de fornecer produtos e serviços relacionados à tecnologia wearable, como rastreadores de atividade, dispositivos de monitoramento e aplicativos de treinamento personalizado.
Envelhecimento da população: O aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população abrem espaço para academias e lojas esportivas oferecerem programas de exercícios voltados para idosos. Oportunidade para criar programas de treinamento adaptados às necessidades específicas dos idosos, incluindo atividades de baixo impacto, exercícios de fortalecimento muscular e treinamento de equilíbrio.
Fitness online: A popularidade dos treinamentos online e programas de exercícios virtuais tem crescido significativamente. Oportunidade para academias oferecerem aulas online ao vivo ou gravadas, proporcionando flexibilidade e alcance para um público mais amplo. Lojas esportivas podem aproveitar esse mercado expandindo suas plataformas de comércio eletrônico e oferecendo acessórios e equipamentos para exercícios em casa.
Wellness corporativo: Empresas estão cada vez mais investindo em programas de bem-estar para seus funcionários, incluindo incentivos para atividade física e fitness. Oportunidade para academias e lojas esportivas estabelecerem parcerias corporativas, oferecendo descontos ou benefícios exclusivos para funcionários de empresas locais.
Expansão global: O mercado fitness está crescendo globalmente, com novas oportunidades de expansão em mercados emergentes e regiões com menor penetração. Possibilidade de expansão de academias e lojas de vestuário esportivo para novos territórios, aproveitando o interesse crescente por fitness e estilo de vida saudável em diferentes partes do mundo.
5 Forças de Porter
Média a Alta O mercado fitness é altamente competitivo, com várias academias e lojas de vestuário esportivo competindo pelo mesmo grupo de consumidores. A rivalidade é impulsionada pela busca por participação de mercado, preços competitivos, qualidade dos produtos/serviços, variedade de ofertas e experiência do cliente. A concorrência acirrada pode levar a margens de lucro menores e esforços constantes para diferenciar-se dos concorrentes.
Média O setor de academias e vestuário esportivo apresenta algumas barreiras à entrada, como necessidade de capital inicial, necessidade de estabelecer uma marca forte e concorrência consolidada. No entanto, ainda existem oportunidades para novos entrantes, especialmente em nichos de mercado específicos ou com abordagens inovadoras. Ameaças podem surgir de startups digitais, marcas de moda estabelecidas que expandem para o segmento fitness, ou empresas de tecnologia que entram no mercado de dispositivos vestíveis.
Média O mercado fitness enfrenta a ameaça de produtos ou serviços substitutos que podem atender às necessidades de exercício e bem-estar dos consumidores. Isso inclui alternativas como exercícios em casa, aplicativos de treinamento, plataformas online de fitness e outros tipos de atividades físicas. No entanto, as academias e lojas de vestuário esportivo têm a oportunidade de diferenciar-se por meio de ofertas exclusivas, experiências personalizadas e produtos de alta qualidade.
Média a Alta As academias e lojas de vestuário esportivo dependem de fornecedores de equipamentos, roupas esportivas, acessórios e outros produtos relacionados. Se houver poucos fornecedores dominantes ou se a demanda superar a oferta, os fornecedores podem ter maior poder de negociação em termos de preço, prazo de entrega e condições contratuais. No entanto, com uma ampla gama de fornecedores disponíveis, as empresas têm a oportunidade de diversificar suas parcerias e buscar melhores acordos comerciais.
Média a Alta Os clientes do mercado fitness têm um nível razoável de poder de barganha, devido à disponibilidade de opções e à capacidade de comparar preços e ofertas. Os consumidores podem buscar academias com preços competitivos, promoções especiais, pacotes de benefícios e uma ampla seleção de produtos esportivos. As empresas precisam se concentrar na criação de valor, oferecendo serviços diferenciados, atendimento ao cliente de qualidade, programas de fidelidade e produtos exclusivos para atrair e reter os clientes.
TENDÊNCIAS
Percentual de Crescimento do Mercado Nacional de Academias
O mercado de clubes de saúde e fitness na América do Sul está projetado para crescer a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 6,49% durante o período de previsão de 2020 a 2025.
Panorama dos Próximos Anos A “Worldwide Survey of Fitness Trends” fornece informações essenciais para o setor global de saúde e fitness, auxiliando nas decisões de programação e negócios que impactam os consumidores. As principais tendências identificadas são:
Tecnologia Vestível: Uso de dispositivos como relógios inteligentes e monitores de frequência cardíaca para rastrear atividades físicas e dados de saúde.
Treinamento de Força com Pesos Livres: Incorporação de barras, halteres e kettlebells em exercícios para fortalecimento muscular.
Treinamento com Pesos Corporais: Foco no uso do próprio peso corporal como resistência, oferecendo exercícios eficazes e acessíveis.
Programas de Fitness para Idosos: Atividades direcionadas às necessidades únicas da população idosa.
Treinamento Físico Funcional: Ênfase no desenvolvimento de habilidades funcionais, como equilíbrio, coordenação e força, para melhorar as atividades do dia a dia.
Atividades ao ar livre: Participação em caminhadas em grupo, passeios de bicicleta e treinos ao ar livre conduzidos por profissionais de saúde e fitness.
Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT): Programas que alternam exercícios de alta intensidade com períodos de descanso, proporcionando resultados eficientes em curto tempo.
Exercício para perda de peso: Combinação de programas de perda de peso com rotinas de exercícios e orientações nutricionais.
Profissionais de Fitness Certificados: Contratação de profissionais de saúde e fitness com certificações reconhecidas para garantir qualidade e segurança nos treinamentos.
Treinamento Pessoal: Planos personalizados que incluem definição de metas, avaliação de condicionamento físico e exercícios supervisionados por um treinador em ambiente individual.
Essas tendências refletem a busca por tecnologia, eficácia, flexibilidade, envelhecimento saudável e acompanhamento profissional no setor de saúde e fitness.
Fonte: Acad Brasil
Gamificação
Outra tendência de bastante relevância que merece atenção especial, é a gamificação. Corroborando com tal fator, o setor de saúde da Universidade de Sunshine Coast, na Austrália, explorou os benefícios da gamificação com pacientes jovens com lesões na medula espinhal. Ao utilizar jogos para a prática de exercícios, os pacientes encontraram motivação e conseguiram realizar os exercícios repetitivos com mais facilidade. A iniciativa foi bem-sucedida, proporcionando resultados positivos. Tal estímulo é observado em diversas situações considerando o mundo fitness e tende a ser cada vez mais frequente.
Fonte: Acad Brasil
Novos Apps
Kiko Bonventi, fundador da Kikos Fitness, está impulsionando o Kikos Fit, um aplicativo de conteúdos fitness em expansão, aproveitando o aumento da demanda por atividades esportivas. A plataforma registrou um crescimento de mais de 200% em usuários cadastrados no último ano, com mais de 500 vídeos publicados sobre treinos e dicas esportivas. O app oferece um catálogo gratuito de conteúdo e inclui opções como ciclismo, yoga, meditação, corrida e dança. Desde a ideação do aplicativo houve um investimento de 10 milhões de reais, para assim a Kikos Fitness estar focada em acelerar suas estratégias para atingir o ponto de equilíbrio financeiro nos próximos dois anos.
Fonte: Exame
Inovações Tecnológicas
As academias estão em expansão e as empresas de equipamentos de ginástica acompanham esse crescimento, investindo em inovações para se destacarem no mercado. Segundo a consultoria GfK, cerca de 29% das pessoas que se exercitam utilizam aplicativos móveis e dispositivos vestíveis para monitorar sua saúde. Uma pesquisa realizada em 16 países revelou que o Brasil está no mesmo nível que os Estados Unidos na adoção desses recursos. Como líder mundial nesse setor, a Life Fitness sempre busca oferecer produtos com funcionalidades inovadoras para incentivar e promover a atividade física.
A empresa distribui seus equipamentos para mais de 166 países e lançou a esteira Elevation, que possui o aplicativo da Netflix integrado, estimulando os entusiastas de séries a adotarem uma vida mais ativa. No segmento de bicicletas de treinamento indoor, eles criaram bikes compatíveis com o Zwift, uma plataforma global de ciclismo virtual, que oferece percursos variados, programas de treinamento e atividades em grupo em tempo real, envolvendo pessoas de todo o mundo. Além disso, seus equipamentos podem ser sincronizados com o aplicativo LF Connect, permitindo interação entre esteiras, cross trainers elípticos e bikes. A empresa tem como objetivo democratizar o acesso ao fitness de alta qualidade, proporcionando não apenas infraestrutura de qualidade, mas também treinos eficazes que geram resultados.
Fonte: ESBRASIL
Highlights
O setor aponta uma perspectiva de crescimento bem positiva, indicando assim altos números relativos ao mercado como um todo, mas principalmente no que tange diretamente às academias e centros esportivos. Tal aspecto é perceptível para a realidade internacional e nacional, principalmente com os níveis de percentual interessantes considerando o crescimento composto ao ano dos setores atrelados a academias. Além disso, setores com correlatos que são incluídos no mercado como a realidade das roupas esportivas também se encontram em alta no mercado, tanto é que algumas das maiores empresas estão enquadradas como players destaque considerando o cenário geral.
Tiago Garcea Business Analyst II
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O GSER2022 classifica os ecossistemas de startups segundo sete fatores de sucesso, como desempenho e talento. Desde 2017, observamos os mesmos no topo da classificação: Silicon Valley, Nova York, Londres, Boston e Pequim, apesar de uma inversão, em 2021, entre os dois últimos listados.
Segundo dados do Distrito, entre os meses de janeiro a setembro de 2020, período auge da pandemia no país, mais de 100 aquisições de startups foram realizadas no Brasil. E, neste mesmo período, o volume total de aportes realizados em novas empresas foi de US$2,2 bilhões, e registrou um recorde histórico de 322 cheques.
Este modelo de negócio tem chamado cada vez mais a atenção de investidores de capital externo no país, visto que o Brasil apresentou uma queda da taxa de juros que ocasionou a saída dos bancos e de investimentos mais conservadores, para investimentos que apresentam um pouco mais de riscos. Como resultado, as startups vêm ganhando espaço na economia brasileira por meio da inovação.
Ainda de acordo com a pesquisa apontada pelo Distrito, em 2021 foram investidos mais de US$3,5 bilhões, através de 470 rodadas de investimentos. Essa realidade demonstra que o ecossistema de startups no Brasil vive um período de maturidade e, mesmo com as incertezas econômicas, reflete um segmento bem-sucedido.
Além do crescimento do número de startups no Brasil, e da quantidade de investimentos nos projetos brasileiros, o ano de 2021 foi marcado pelo país ganhar quatro novos unicórnios (empresas que atingiram o valuation de US$ 1 bilhão).
Já em 2022, a startup de Curitiba, capital do Paraná, MadeiraMadeira tornou-se o mais novo unicórnio brasileiro, quando recebeu o aporte de US$ 190 milhões em uma rodada de investimentos e passou a ser avaliada em mais de US$ 1 bilhão. Além de entrar para a lista de unicórnios brasileiros, a empresa tornou-se o maior e-commerce de produtos para casa do país.
E a Hotmart, plataforma online para distribuição e vendas de produtos, foi anunciada como o segundo unicórnio daquele ano. A empresa recebeu em março um aporte de R$735 milhões, o que representa US$ 130 milhões, numa rodada de investimentos série C, liderada pela TVC e com participação da Alkeon Capital. Entrando ao seleto grupo, dos agora 15, unicórnios brasileiros.
No entanto, devido ao atual cenário econômico negativo, foi constatado o pior ano em relação à abertura de startups desde 2007, com 176 aberturas, sensivelmente menos em comparação a 2017 (recorde histórico de 1781) e 2021 (631). Ao considerar os investimentos, as principais áreas contempladas foram as retailtechs (US$ 519 milhões), energytechs (US$ 290 milhões) e startups de real state (US$ 202 milhões). O banco digital Neon foi o que recebeu o maior aporte em 2022, somando US$ 300 milhões, seguido pela Creditas (direcionada à área de crédito) com US$ 260 milhões.
Além do número expressivo de negócios no país, o mercado de startups também é muito promissor. Tanto é que nos primeiros quatro meses de 2022, o segmento apresentou um crescimento de 187%, em relação ao mesmo período de 2021, de acordo com relatório apresentado pela Distrito, empresa de inovação.
Atualmente, o Brasil é o país da América Latina que mais apresenta crescimento de startups ativas. De acordo com a Abstartups – Associação Brasileira de Startups, há cerca de 13 mil estabelecimentos abertos, aumento de 27% desde 2018 (quando eram 10 mil). 12,7% destes são fintechs, sendo esse o segmento com maior parcela, seguido pelas martechs (área de marketing, 10,16%), retailtechs (varejo, 10,04%) e healthtechs (saúde, 10,03%).
Os anos de 2020 e 2021 se tornaram provas especialmente desafiadoras para a economia brasileira devido aos efeitos da pandemia do COVID-19 e da recessão econômica. No entanto, assistimos a um enorme aumento no uso da abordagem Open Innovation entre empresas e startups nesse período: Os números anuais cresceram cinco vezes em comparação com 2019 – passando de 8.050 relacionamentos em 2019 para 13.433 em 2020, 26.348 em 2021 e 42.588 em 2022.
Além disso, o número de pontos do ranking da Open Startups se multiplicaram por sete no mesmo período, sendo que desde 2016 a taxa média de crescimento tem sido de 113% ao ano. Esse extraordinário aumento na pontuação é resultado não somente da elevação na quantidade de contratos firmados, mas também do fato de que estes contratos tem se mostrado cada vez mais intensos e com maior significância, uma vez que o montante médio de pontos por contrato quase dobrou desde 2016, com uma taxa de crescimento anual de 11%.
Mesmo com todo esse crescimento, o ritmo segue acelerado, cada vez mais empresas vão entrando no mercado, ainda assim, sem nenhum sinal de saturação, e à medida que as startups vão adquirindo mais maturidade e se profissionalizando, essas relações apenas se intensificam.
Considerando as fusões e aquisições de startups, 2022 foi também um ano extremamente fértil, tendo registrado 187 aquisições e 13 fusões, ainda que tenha ficado atrás do recorde de 2021, que alcançou 233 aquisições e 17 fusões. Destacam-se as operações realizadas por empresas do segmento fintech, que representaram 45% das aquisições, seguidas pelas healthtechs (20%), edtechs (17%) e martechs (16%), com destaque para as aquisições feitas pelo Magazine Luiza (20), Link (19) e Locaweb (19).
A previsão é que para 2023 os valuations estejam mais ajustados, o que irá permitir melhores análises dos fundos de investimento. Para o futuro próximo (um a dois anos) também se espera que algumas políticas populares permitam o financiamento de um maior número de usuários, gerando um mercado com abundância.
No início de 2022, as startups foram responsáveis por 50% das aquisições de empresas por meio de M&A, representando um aumento de +6,5% em relação ao mesmo período em 2021. No entanto, as corporações ainda continuaram ocupando uma fatia importante desse mercado, com 22,7%.
Enquanto durante o primeiro semestre de 2022 observamos uma queda de -7% em relação ao 1° semestre de 2021, o número de fusões e aquisições aumentou positivamente em comparação ao mesmo semestre de 2020, representando um acréscimo de +120%.
O setor de Fintech liderou as aquisições com 22 M&As, seguido por Edtech (16), HealthTech (14), MarTech (8) e Supply Chain (7). O Sudeste e Sul do país foram os principais responsáveis pela tendência crescente, abarcando 92,8% dos negócios.
Principais fusões e aquisições
Em fevereiro, a Kenoby foi adquirida pela sua principal concorrente, a Gupy, que aportou R$ 500 milhões na transação. Com isso, a HRtech Gupy consolidou-se ainda mais no mercado, tornando-se proprietária de 2.300 clientes, 36 milhões de usuários e 80 mil vagas mensais publicadas.
Em março, a TOTVS, importante fornecedora de tecnologia, realizou mais duas aquisições: a VADU (fintech que oferece serviços de crédito) e a Gesplan (software de planejamento financeiro). No total, o investimento foi de R$ 40 milhões.
Por fim, em maio, a JSL, líder do setor logístico brasileiro, adquiriu a Truckpad, companhia que funciona como “uma espécie de Uber dos caminhões” e conecta motoristas às transportadoras e indústrias. A empresa contava com 800 mil motoristas cadastrados e 70 mil ativos em seu aplicativo. Além disso, tinha mais de 30 mil transportadoras cadastradas, das quais 3 mil eram ativas todos os meses. Esse acordo teve o valor de R$ 10 milhões.
Por startups serem algo tão amplo, e com empresas em diversos segmentos, definir um perfil de consumo é quase impossível, dependendo principalmente do tipo de serviço oferecido e do setor o qual a startup atua, entretanto a maior parte (52%) atua no B2B, servindo diretamente outras instituições, enquanto cerca de 30% possui como público alvo empresas e o consumidor final (B2B2C). Se considerarmos essas duas modalidades e também o B2S (startups para startups), percebe-se uma incidência de cerca de 83,3% das empresas atuando diretamente com outras empresas. Entrementes, seguindo a mesma lógica, 43,1% têm como público o consumidor final (B2C e B2B2C).
Além disso, o perfil dos fundadores e CEOs das startups é mais fácil de ser definido:
Existem diversos tipos de startups no Brasil,voltadas a praticamente qualquer setor da economia, trazendo tecnologias e soluções inovadoras, revolucionando desde os meios de produção até o produto final. Por isso, trouxemos apenas alguns dos tipos que possuem maior protagonismo no ramo.
Fintechs
A necessidade de digitalização promovida pela pandemia da COVID-19 aumentou drasticamente a necessidade de fontes de recursos tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, o que levou a uma busca por empréstimos com meios digitais – como fintechs de crédito e bancos digitais – e incentivou a criação de projetos inovadores no setor financeiro, começando pelo open banking e seu sistema de pagamento, o Pix.
De acordo com um levantamento do Distrito, as fintechs brasileiras foram responsáveis por aportes na ordem de US$ 1,74 bilhão (R$ 9,05 bilhões) no ano, o que contabilizou quase 40% do total investido em startups brasileiras em 2022. Dessas 755 rodadas de investimento, 148 foram direcionadas às startups ligadas ao mercado financeiro.
O Distrito argumenta que o excelente desempenho das fintechs e startups no ano indica que o setor esteve aquecido durante todo esse período, apesar do quadro econômico nacional desfavorável com alta dos juros e cenário mundial turbulento.
Retailtechs
Decorrente do crescimento do setor de varejo, a expressão “RetailTech” é empregada para referenciar startups e desenvolvimento de soluções inovadoras para o varejo. Conhecidas também como “VarejoTech”, essas comunidades de empresas realizam desde a automação da loja, passando por implementações de inteligência artificial e internet das coisas, até soluções especializadas como ponto de venda inteligente, integração de canais e software de gerenciamento de lojas. Além disso, são responsáveis por projetos que visam à modernização por meio de soluções de marketplace, logística e ambientes virtuais.
De acordo com a Statista, provedora de dados de mercado de confiança, em 2020, 38% dos investimentos globais de RetailTechs foram provenientes da Ásia, seguidos pelos Estados Unidos com 34%, a Europa com 22%, enquanto os demais países ao redor do mundo representaram 6%. Ela também observou que de 2020 até agora, de acordo com a Finaria.it, a consultoria italiana, as vendas no comércio eletrônico aumentaram globalmente em aproximadamente 30%. As estatísticas demonstram que essas receitas continuarão crescendo e podem chegar a um total de US$ 3,4 trilhões em 2025.
Martechs
As Martechs são ecossistemas extremamente avançados de ferramentas de vendas e marketing, cuja principal função é a de rastrear e abranger o cliente em toda a sua jornada por meio dos mais variados canais, desde sites, aplicativos e e-mails, até visitas presenciais, chamadas telefônicas e muito mais. O termo Martech significa todas as soluções e tecnologias que permitem aos profissionais de marketing comunicar-se com clientes e prospectos de maneira consistente, a fim de oferecer experiências destinadas a cada estágio da jornada de compras.
De acordo com estimativas, a indústria de martech na América do Norte e no Reino Unido terá um valor de US$ 149,7 bilhões em 2021. Acreditamos que esses resultados são um forte indicador dos mercados globais, reforçando o prognóstico de que a indústria terá um valor total de mercado mundial de US$ 344,8 bilhões.
A atividade no setor martech experimentou um crescimento vertiginoso nos últimos 12 meses, com destaque para aquisições notáveis, incluindo a da Mailchimp pela Intuit por US$ 12 bilhões, Wrike pela Citrix em US$ 2,2 bilhões e o acordo da Salesforce de US$ 27,7 bilhões para adquirir a Slack. O relatório do segundo trimestre de 2021 da Luma destacou que houve um crescimento de 214% na atividade de fusões e aquisições do setor martech ano a ano, sendo que durante esse período as aquisições de plataformas de mensagem foram marcantes, com destaque para Twilio comprando ZipWhip por US$ 850 milhões. A aquisição da Segment por US$ 3,2 bilhões também consagrou o aumento significativo nas plataformas de dados do consumidor.
Healthtechs
As HealthTechs têm conquistado um papel de destaque no mercado de saúde e, nesses últimos anos, têm obtido um expressivo crescimento, o que inclui investimentos internacionais em soluções tecnológicas cada vez mais inovadoras. Desde iniciativas como tratamentos preventivos mais eficientes, serviços personalizados, profissionalização e digitalização de hospitais e instituições, acompanhamentos mais diretos e diagnósticos mais precisos, a área de saúde tem passado por uma febre tecnológica que tem se expandido ainda mais pela pandemia.
Em segundo lugar na lista das startups que mais crescem. Foram US$430 milhões investidos de 2014 a 2021 e uma movimentação que se aproxima aos 10% do PIB em quase uma década.
A partir disso, os produtos desenvolvidos para atender às necessidades apresentadas pelos pacientes são replicáveis e escaláveis, o que permite que possam ser utilizados para integrar o cuidado da saúde ao dia a dia das pessoas, através de dispositivos que monitoram seus parâmetros clínicos, e ao mesmo tempo trazem informações essenciais à comunidade onde se insere. Assim, soluções tecnológicas que auxiliem o cuidado com a saúde e não apenas com a doença estão cada vez mais sendo adotadas.
Agtechs
O agronegócio é um dos principais setores da economia brasileira, porém, grande parte dos produtores rurais ainda não tem acesso às novas tecnologias devido à pouca escolaridade, falta de informação e alto custo de implementação. Para diminuir essa distância entre pequenos e grandes produtores, as agtechs têm ampliado seu papel oferecendo soluções que tornam as produções agrícolas escaláveis e promissoras. Desse modo, é preciso investir em redução de custos de implantação para garantir que sejam adequados à realidade do produtor e sua família, assim como facilitar a comunicação entre eles e o acompanhamento das atividades.
Logtechs
Os investimentos no segmento de logtechs têm aumentando significativamente ao longo dos últimos anos. Desde 2011, mais de US$1,3 bilhão foram destinados para setor, sendo US$187,6 milhões somente em 2020. O crescimento do comércio eletrônico também tem impulsionado as logtechs, conforme demonstrado pelas duas recém-lançadas pesquisas realizadas pela Distrito em parceria com a KPMG e pelo T.group. O levantamento da Neotrust, responsável por monitorar 85% do e-commerce brasileiro, mostrou que o segmento registrou um recorde de faturamento de R$ 161 bilhões em 2021 e um aumento no ticket médio de 8,6%, chegando à média de R$ 455 por compra. Estes dados confirmam a relevância e evolução das logtechs para o mercado brasileiro.
Logtechs que oferecem soluções para a gestão da cadeia de suprimentos representam, aproximadamente, metade do grupo total (46,3%). Soluções de entrega caracterizam 20% das logtechs. Na sequência, estão startups que oferecem soluções para logística reversa (12%), estoque e armazenagem de insumos e produtos (11,3%) e intermediação entre fornecedores/embarcadores e transportadores (11%)
As soluções têm buscado, majoritariamente, melhorar processos e etapas na gestão integrada da entrega de produtos e insumos (23,7%), modernizar a gestão de frota (17,3%) e inovar na modalidade de entrega última milha (15,2%).
Entre as logtechs que apresentam soluções para logística reversa (12,1%), as aplicações podem variar da gestão de resíduos sólidos comuns (plástico, vidro, alumínio, orgânico) e de embalagens ao reaproveitamento de resíduos da indústria têxtil e de alimentos fora do prazo de validade.
Ainda que proeminentes players internacionais, como a Amazon e o Walmart, tenham o conceito de micro-fulfillment* como padrão de entrega, no Brasil, é tecnologia a ser explorada. Logtechs que oferecem tal solução ao mercado representam apenas 1,4% do total de startups.
Indtechs
As Indtechs, startups que desenvolvem soluções tecnológicas para aplicações industriais, aumentaram significativamente os relacionamentos com a indústria e aprataram um total de 8.627 pontos no ranking 2021, de acordo com o levantamento da 100 Open Startups. Desde 2016, quando começou a avaliação deste ranking, houve um aumento exponencial de 63 vezes na intensidade dessa prática de Open Innovation. Esta tecnologia tem o potencial de mudar totalmente as fábricas tradicionais, tornando-as mais inteligentes, conectadas e eficientes.
A pandemia tem afetado a economia global de maneiras significativas, mas o mercado de startups ainda continua em constante crescimento. Em 2021, o aporte de capitais em investimentos já registrou recordes, o que reforça a tendência de mudança nos padrões de avaliação desses tipos de investimentos. Além disso, temos que considerar as altas taxas de juros mundiais e a instabilidade econômica e política atual. Apesar disso, as startups estão revelando soluções inovadoras para aproveitar as oportunidades para aproveitar os desafios atuais. De acordo com o último levantamento da Abstartups, 41,4% das startups mantiveram os seus ganhos durante o ano passado e 10,4% dele elevaram seus lucros em cerca de 50%, sendo que 60% das retailtechs foram criadas nos últimos dois anos. Essas estimativas nos mostram que a pandemia não foi tão nociva para alguns mercados, trazendo novos avanços.
O número de startups criadas nos últimos anos tem colocado o Brasil como destaque mundial em projetos inovadores e chamado a atenção de investidores locais e internacionais. Prova disso é que, mesmo durante a pandemia, os investimentos no setor ultrapassaram o número de R$ 9 bilhões em 2020, e grande parte desse valor veio de investimentos externos.
Embora 2020 tenha sido marcado por um cenário de insegurança causada pela pandemia, o Venture Capital no Brasil não parou. Em 2021 o período entre Janeiro e Junho registrou um recorde nacional, chegando a US$ 5.26 bilhões em investimentos feitos em 416 acordos.
No 1° semestre de 2022, as Fintechs se consolidaram como líderes do investimento de venture capital, demonstrando que subiram cerca de 47%, recebendo um volume de US$ 1,36 bilhões. Em segundo lugar estava o setor RetailTech, com um montante ainda muito significativo de US$ 370 milhões, 20% a mais em comparação ao 1° semestre de 2021. Por outro lado, o HRtech arrecadou US$ 250 milhões, o equivalente a um aumento de 28% em relação a 2021. As Fintechs continuaram detendo a liderança no período mencionado, representando 46% dos investimentos.
Ainda sobre o primeiro semestre de 2022, o mesmo mostrou um crescimento notável no setor de Venture Capital, mesmo diante da incerteza no cenário macroeconômico. Quando comparado ao 1° semestre de 2021, foi captado 44% a menos em investimento, mas ainda assim isso representou um aumento de 138% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, tendo sido realizados US$ 2.92 bilhões em 327 negócios – um crescimento de 24% no número de acordos.
Sempre que uma startup consolida seu mercado, ela pode esperar por mais concorrentes que terão motivação para atacar o mercado com preços mais baixos e melhores serviços para ganhar fatias de mercado, devido a baixa barreira de entrada, a aparição de novos concorrentes acaba sendo mais fácil.
Produtos Substitutos – Alta
Com a alta concorrência e o avanço cada vez maior da tecnologia, várias das soluções oferecidas pelas startups podem ser facilmente replicadas ou substituídas, tornando-as obsoletas ao longo do tempo, por isso nesse mercado é imprescindível a renovação constante e atenção às novas tendências.
Poder dos Fornecedores- Alta
Os provedores de serviços e produtos para as startups são geralmente de grandes empresas ou especialistas em certas áreas. Isso significa que existe um alto poder de barganha dos fornecedores para obter condições especiais.
Poder dos Compradores – Média
Cada startup vai precisar encontrar um nicho específico para oferecer seus produtos e serviços aos compradores. Isso significa que grandes empresas vão poder exercer grande poder de barganha sobre as startups visando melhores condições contratuais, entretanto este nível de força pode variar a depender do nicho da startup.
Rivalidade entre players – Alta
A indústria de startups oferece um grande número de competidores, pois muitas inovações surgem a cada dia. Dependendo do mercado, pode haver um grande número de concorrentes e isso aumenta a concorrência.
OPORTUNIDADES
O mercado de startups no Brasil tem visto um crescimento constante nos últimos anos, com um aumento na demanda por produtos e serviços para os mais diversos setores. Aqui estão algumas das principais oportunidades deste mercado:
Crescimento de novos produtos e serviços
A criação de novos produtos e serviços, combinada com o aumento do número de startups sendo lançadas, abre oportunidades para o crescimento desta área. Além disso, esta área oferece inúmeras oportunidades para novos empreendedores e está se tornando cada vez mais popular entre os investidores, entretanto, isso pode ser considerado uma faca de dois gumes, já que o crescimento do mercado, além das possibilidades, aumenta também a concorrência.
Captura de recursos para financiamento
Existem muitas fontes potenciais de financiamento para startups – desde empréstimos bancários tradicionais até financiamento na ponta da linha no mercado alternativo. As startups têm a chance de captar os recursos necessários para suas operações a partir dessas fontes. O financiamento está se tornando cada vez mais acessível, especialmente com investidores-anjo mais dispostos a investir em negócios em seus estágios iniciais.
Ambientes de trabalho colaborativos
Novos ambientes de trabalho colaborativos, como coworking e espaços compartilhados, estão se tornando cada vez mais comuns no mercado de startups. Estas oficinas permitem às pequenas empresas economizar dinheiro em custos operacionais ao usar o equipamento e o espaço básico compartilhado entre várias organizações.
Capital social
Os principais consumidores estão rapidamente mudando sua atenção das marcas grandes para produtos locais economicamente sustentáveis ou preocupações sociais incentivando os investimentos em startups locais. Este movimento está impulsionando as startups incubadas, pois as pessoas optam por fazer compras prevendo um retorno social para a comunidade local juntamente com um risco potencialmente limitado para aqueles que apostam nelas financeiramente por meio de financiamento coletivo.
AMEAÇAS
Competição acirrada
Os baixos custos de inicialização podem levar a um número crescente de startups lutando sobre os mesmos produtos e serviços, que gera uma forte competição, atualmente há uma quantidade enorme de players competindo em todos os setores do mercado, tornando a concorrência entre os mesmos cada vez mais forte. Os investidores também estão observando cada uma das novas startups com maior cautela.
Novas regulamentações
Embora possam ser benéficas para alguns setores do mercado, as novas regulamentações podem causar um grande impacto nas startups que operam nesses campos específicos, pois pode ser difícil se adaptar rapidamente às mudanças nas leis e regulamentos aplicáveis.
Questões relacionadas à gestão
A falta de experiência da equipe na gestão do negócio pode tornar difícil cumprir as metas estabelecidas para a startup e levar à falha da mesma. Além disso, muitas vezes existem lacunas entre o aplicativo idealizado e o realmente disponível, o que pode traumatizar a startup ou levá-la a não alcançar suas metas iniciais.
Incerteza política
Golpes fracassados, guerras comerciais e mudanças nas leis têm potencial para afetar drasticamente o mercado de startups. Por exemplo, qualquer sinal de uma “micro crise” pode frear os investimentos dirigidos às startups e pressionar as condições do mercado de forma significativa.
Falta de Experiência
A falta de experiência pode ser um obstáculo ainda maior do que algumas credenciais educacionais para as startups competirem com outras grandes organizações estabelecidas. Ter pouca experiência dificulta o estabelecimento da marca e a construção da confiança com os clientes potenciais até provar que o produto tem credibilidade nos mercados atuais. Além disso, não possuir muita experiência na equipe da gestão do negócio pode tornar difícil cumprir as metas estabelecidas para a startup e levar à falha da mesma. Além disso, muitas vezes existem lacunas entre o aplicativo ou produto idealizado e o realmente disponível, o que pode traumatizar a startup ou levá-la a não alcançar suas metas iniciais.
TENDÊNCIAS
Novas Tecnologias
A tecnologia está avançando a passos largos e isso significa que as startups têm a chance de entrar rapidamente na curva de fornecimento da indústria por meio, por exemplo, dos principais desenvolvedores de software. Esta é uma forma simples de ganhar vantagem competitiva sobre seus concorrentes.
Novas tecnologias são lançadas todos os dias e isso oferece inúmeras opções para as startups criarem soluções inovadoras para os problemas dos consumidores. A Inteligência Artificial (AI), por exemplo, tem se tornado popular entre as startups nos últimos anos, tendo aparecido em muitas indústrias diferentes, desde varejo até saúde.
As plataformas baseadas na Internet das Coisas (IoT) podem simplificar significativamente o processo para coletar dados em tempo real dos dispositivos conectados à internet, permitindo assim que as organizações usem esse conhecimento para reduzir custos operacionais e aumentar a produtividade.
Por fim, outra das principais novas tecnologias sendo utilizadas atualmente no mercado de startups, que vem abrindo grandes possibilidades de explorar as possibilidades da tecnologia Blockchain para criar um mundo mais transparente e seguro para as transações financeiras, assim como para compartilhar informações confiáveis entre partes interessadas.
Tudo como serviço (XaaS)
Everything as a Service (XaaS) é um termo importante da computação em nuvem que é usado para se referir a produtos, tecnologias e ferramentas que são oferecidos como serviços. Geralmente, o XaaS é dividido em três partes: Software como Serviço (SaaS), Plataforma como Serviço (PaaS) e Infraestrutura como Serviço (IaaS).
Embora ainda haja um nível de resistência à adoção desse tipo de serviço que vem continuamente crescendo, também abre-se uma janela para novas oportunidades para aqueles que estão atentos. É importante lembrar que os usuários podem criar camadas adicionais e não necessariamente limitar-se a um único serviço.
A evolução da computação em nuvem e a mudança nos hábitos de consumo trouxeram novos modelos de negócios como o Everything as a Service. A partir disso, espera-se que haja um aumento da disponibilidade de serviços que permita maior otimização de tempo para as pessoas de modo a abrirem espaço para outras atividades. Além disso, o XaaS é vantajoso por democratizar o acesso a produtos que antes eram restritos a uma pequena porção da população.
Sustentabilidade
Finalmente, a sustentabilidade tornou-se um fator importante na forma como as empresas operam hoje e esta tendência não mostra sinais de desaceleração.
Os consumidores esperam agora que as empresas com as quais se comprometem priorizem a responsabilidade ambiental através de iniciativas como a redução de resíduos ou a utilização de fontes renováveis de energia sempre que possível.
Portanto, é algo que as empresas iniciantes devem levar em consideração se quiserem que seus produtos e serviços permaneçam competitivos ao longo do tempo.
Ao investir em práticas sustentáveis desde cedo, as startups podem não apenas criar mudanças significativas, mas também ganhar uma vantagem sobre os concorrentes que não priorizam estas questões.
Trabalho Remoto
Após a pandemia da COVID-19, onde muitas empresas não viram outra alternativa para manter o trabalho, além do formato remoto, não podemos negar que esse modelo se manteve e se manterá em alta.
Por muito tempo nem se falava sobre trabalho remoto e muitos gestores e colaboradores sequer imaginavam trabalhar dessa forma.
Porém, depois de viver a experiência, podemos comprovar que quando feito da maneira correta, o trabalho remoto funciona e muito bem.
Com mais empresas abraçando equipes distribuídas, há uma demanda crescente por ferramentas de colaboração baseadas em nuvem como Slack ou Zoom que permitem que funcionários de diferentes locais ao redor do mundo permaneçam conectados enquanto trabalham.
Esta mudança também abre oportunidades para startups especializadas em soluções de infra-estrutura remota. Bem como para aqueles que desenvolvem formas inovadoras de rastrear métricas de produtividade, quando os membros da equipe estão geograficamente dispersos, por exemplo.
“O setor vem se mostrando continuamente como um expoente de inovação no Brasil e no mundo, trazendo inovações em cada vez mais mercados, e a partir das novas tecnologias que continuamente vêm surgindo, as startups se vêem cada vez mais impulsionadas, já que por meio delas, inúmeras soluções podem surgir, revolucionando seus determinados ramos.
Atualmente, os olhos dos investidores de todo mundo estão voltados principalmente para as startups mais promissoras e inovadoras, fintechs recebem aportes milionários e empresas com menos de um ano de vida já atingem valuations na casa dos bilhões, o setor sem dúvidas representa o futuro.
Entretanto, é extremamente complicada a entrada no setor pela necessidade de diferenciação da imensa concorrência, por ser um modelo de negócio com baixa barreira de entrada e normalmente não exigir tanta formação acadêmica dos membros, existem muitas espalhadas pelo país, e muitas surgindo diariamente, mas da mesma forma que várias surgem, elas também desaparecem justamente pela intensa rivalidade e competitividade do mercado, essa instabilidade pode ser considerada um entrave para investimentos, mas com um plano bem fundado e baseado em dados importantes, eles podem ser muito bem justificados.”
Robson Duarte – Product Analyst I
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O faturamento do mercado pet no Brasil em 2021 foi de R$ 51,7 bilhões, com crescimento de 27% em relação a 2020 (R$ 40,9 bilhões). Segundo a estimativa do Instituto Pet Brasil (IPB) para o terceiro trimestre de 2022, o faturamento do setor deve aumentar 15,8%, chegando a R$ 59,9 bilhões, o que supera a projeção anterior de 14,7% (R$ 59,2 bilhões) baseada nos dados do primeiro semestre.
De acordo com a projeção atualizada no período de janeiro a setembro, o segmento de Pet Food, que vende alimentos industrializados para animais de estimação, deverá fechar o ano com faturamento de R$ 33,5 bilhões, representando 56% do total do mercado pet. Haverá um aumento de 18% em relação ao valor consolidado do ano anterior, se a previsão se confirmar.
Em segundo lugar, a venda direta de animais de estimação dos criadores deve movimentar R$ 6,3 bilhões, representando 10,5% do faturamento total e uma alta de 11,3% em relação a 2021. Em terceiro lugar, está o segmento Pet Vet, que vende medicamentos veterinários, com projeção de R$ 5,9 bilhões, 9,9% do faturamento do mercado e uma projeção de alta de 12,5%.
Os demais segmentos incluem serviços veterinários (R$ 5,5 bilhões, 15,6% de alta e 9,3% do mercado), serviços gerais (R$ 5,3 bilhões, 9,8% e 8,8%), e Pet Care, que vende produtos de higiene e bem-estar animal (R$ 3,3 bilhões, 19,3% e 5,5%).
Especificando para a indústria pet no Brasil, a mesma tem experimentado um crescimento constante nos últimos anos. Segundo a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), o faturamento do segmento cresceu mais, atingindo 35,8 bilhões de reais em 2021.
O brasileiro tem demonstrado seu amor por animais cada vez mais, o que incentiva a indústria a oferecer produtos e serviços de cuidados para os pets. Esses serviços incluem cuidados de higiene e beleza, locação de brinquedos e acessórios, hotéis, etc. O faturamento do pet care representa 7% da receita total da indústria pet no Brasil.
Outro destaque é o aumento do faturamento com alimentação animal, que já ultrapassaram os gastos com ração tradicional. O subnicho da indústria de pet food corresponde a 79% do faturamento do ramo, registrando um crescimento de 33% no ano de 2021.
Por fim, ainda segundo os dados fornecidos pela Abinpet, outro destaque é a indústria veterinária, compondo 7% do faturamento do ramo em 2021 e mostrando um crescimento de 11% ao longo do ano.
Outro dado importante a ser ressaltado é a distribuição das lojas físicas no país, mesmo com os avanços do e-commerce, não se podem desconsiderar os pontos de venda físicos, já que ainda são (e devem permanecer) como uma parcela importante e central do mercado.
Baseando-se nos dados do IPB em conjunto com a CFMV, RAIS e ABRAS, ainda existem poucas megastores, ainda somando as de patamar nacional com as regionais, não somam nem 2% do mercado, com menos de 1000 lojas (744 no total), entretanto são modelos que vêm em crescente, registrando uma variação de 11,83% nas nacionais sendo o modelo com maior mudança.
Segundo um forecast realizado pela research and markets o mercado pet global deve ser avaliado em US$ 232,5 bilhões e crescerá a um CAGR de 7,4% até 2026, atingindo um faturamento de US$ 332.9 bilhões. A estimativa se baseia nos US$ 223,54 bilhões faturados em 2020 e no relevante aumento (que deve se manter crescente) da taxa de adoções de animais nos países mais populosos do mundo, como China e Índia.
Os cães seguem como o animal preferido para ser adotado. com iniciativas estratégicas por parte dos principais players do mercado, a humanização crescente e a preferência dos fabricantes pelo e-commerce, vem favorecendo o desenvolvimento mundial do mercado.
Liderada pelos Estados Unidos e em conjunto principalmente com o Canadá, a América do Norte detêm a maior participação do mercado, a crescente adoção de animais de estimação na região, especialmente nos Estados Unidos, é o principal fator impulsionador do crescimento.
Espera-se ainda que o segmento de produtos para cuidados dos animais passe a montar a maior parte do mercado pet. Incluindo principalmente os diferentes tipos de produtos disponíveis no mercado devido aos numerosos benefícios ligados às atividades diárias dos animais, preocupações relacionadas à saúde, entre outras coisas.
Segundo dados da Abinpet, a indústria vem mostrando um crescimento, registrando uma marca de 5,4% em 2021 e atingindo quase 140 bilhões no ano.
Os Estados Unidos seguem liderando o mercado global, sendo responsáveis por 44,8% do faturamento mundial. A China vem em segundo lugar, seguida respectivamente pela Alemanha, Reino Unido e Japão. Em 2018, o Brasil chegou a atingir a terceira posição, mas caiu para a quarta em 2019 e a sétima em 2020. Uma das principais causas foi a valorização do dólar. Entretanto, esse cenário vem sendo revertido, em 2021, o Brasil alcançou a 6ª posição no ranking, ultrapassando a França e igualando os 4,5% faturados pelo Japão.
Em comparação com outras potências do mercado pet, o Brasil obtém um valor muito baixo de dinheiro gasto por animal, compensado pelo enorme e constantemente crescente mercado do país, se evidenciando como uma dor, mas também como uma forte oportunidade de expansão do setor, que deve ambicionar o aumento do ticket médio por pet.
Considerando o grande aumento no número de animais de estimação ao longo de todo o país, e o constante crescimento no faturamento do setor e nas exportações, bem como a cada vez maior normalização dos cuidados com os pets, é possível prever uma evolução no mercado ao longo dos próximos anos em todos os âmbitos do setor.
Segundo dados da Euromonitor, existem quase 150 milhões de pets no Brasil, sendo consolidado como o 3º maior mercado do mundo em número de bichos de estimação, e é possível ver um aumento em todos os tipos de animais de 2020 para 2021, mantendo uma média geral de 3,6% de aumento, superando em mais de 4 vezes a média do crescimento populacional do mesmo ano (0,7%), seguindo esse ritmo, a estimativa é que eventualmente, o número de pets, supere o de pessoas no país.
Desta forma, com uma quantidade tão elevada de animais (3º maior do mundo), o mercado evidencia um grande potencial de expansão para os próximos anos, como citado anteriormente, com todo o espaço de crescimento do ticket médio do setor, todos os seus subnichos em desenvolvimento e inovações a serem exploradas, é seguro dizer que o país tem todo o necessário para continuar expandindo e alavancar ainda mais o faturamento.
Biogénesis Bagó adquire o laboratório argentino Mayors
A empresa de biotecnologia focada em saúde animal, adquiriu o laboratório Mayors, que oferece soluções farmacêuticas para cães e gatos. A aquisição complementará o portfólio da empresa, que inclui vacinas para animais de estimação, com protetores antiartríticos, antiparasitários, gástricos e soluções dermatológicas. Além disso, permitirá a Biogénesis Bagó acessar novos mercados, pois os produtos serão vendidos em 16 países da América Latina e do Oriente Médio. Esta aquisição é parte da estratégia de diversificação de produtos e expansão global da empresa, com o objetivo de se posicionar entre as 20 maiores empresas de saúde animal do mundo.
Petz compra a Zee.dog
A Petz anunciou a compra da Zee.dog, empresa de acessórios para cães e gatos, por R$ 715 milhões. A Zee.dog prevê um faturamento de R$ 230 milhões em 2021 e traz expertise do mercado internacional, pois já vende seus produtos em 45 países.
Porto Seguro compra participação na Petlove
A Porto Seguro comprou a participação de 13,5% na Petlove, e-commerce de produtos para animais. Agora, a Health for Pet, seguro saúde para este segmento, foi transferido para a Petlove. A varejista especializada viu sua receita crescer 65% em 2020, chegando em R$ 500 milhões – fator decisivo para a compra de participação pela Porto Seguro.
Cade analisará fusão entre a Cobasi e a Mundo Pet
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) anunciou que vai avaliar a fusão da Cobasi e da Mundo Pet. A aquisição de ações da Mundo Pet por parte da Cobasi permitirá a unificação das duas empresas, com a Cobasi sendo a controladora. A fusão foi publicada no Diário Oficial da União em 5 de janeiro.
A Cobasi é uma empresa especializada no mercado pet, conhecida por suas lojas de grande porte. Além de vender produtos, também comercializa animais vivos, plantas e flores. Já a Mundo Pet é uma empresa de varejo de produtos para animais de estimação, com foco em alimentos, medicamentos veterinários, produtos de higiene e brinquedos, além de oferecer serviços de estética e veterinários.
Segundo o formulário apresentado ao Cade pelas empresas, a Cobasi pretende expandir suas operações nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, incorporando as lojas e o fundo de comércio da Mundo Pet. Para a Mundo Pet, a fusão com a Cobasi significa acesso à sua logística e expertise em compras e gerenciamento de categorias.
A Petz é a maior rede de pet shops do Brasil, fundada em 2002, especializada em produtos e serviços para animais de estimação e animais exóticos domesticáveis. Com mais de 165 lojas em 18 estados, a Petz oferece uma ampla presença geográfica e uma ampla gama de serviços, incluindo lojas, centros veterinários e banho e tosa. Além disso, a empresa está listada na Bolsa de Valores (B3) e busca oferecer uma experiência premium e confiável aos proprietários de animais de estimação.
Faturamento US$ 388.84M
A Petland é uma rede de lojas pet que oferece produtos e serviços para seu animal de estimação. A rede altamente treinada é focada em oferecer o melhor atendimento e o melhor cuidado para os pets, com serviços de banho e tosa e muito mais. Com eventos de adoção e também filhotes de canis cadastrados. Faturamento US$ 4.76M
A Petlove é um dos grandes players do mercado de pets no Brasil, fornecendo uma ampla gama de produtos e serviços tanto online quanto presencialmente para os donos de animais de estimação. Com uma proposta de valor única, a empresa tem experimentado um crescimento impressionante. Fundada por um médico veterinário em 1988, a Petlove ampliou sua oferta de soluções para o mercado de pets, principalmente através de sua presença no e-commerce. Isso chamou a atenção de outras empresas e investidores que buscam conhecer mais sobre a incrível startup de pets. Faturamento US$ 81.74M
Fundada em 1985, a Cobasi revolucionou a indústria de pets no Brasil com sua visão inovadora de investir em amplas lojas e proporcionar aos clientes uma ampla gama de mimos para seus animais de estimação. Ao oferecer uma experiência de compra premium e um amplo portfólio de produtos e serviços, a Cobasi rapidamente conquistou a lealdade dos clientes e tornou-se uma referência no mercado de pets no Brasil. Hoje, a empresa conta com mais de 190 lojas espalhadas pelo país, com produtos e serviços de Pet Food e Pet Care.
Os hábitos de consumo desse mercado variam de acordo com os tipos de pet possuídos, por exemplo, um cachorro não tem as mesmas necessidades de um peixe, por isso, as dores, necessidades, gastos e interesses são diferentes.
Isto posto, a princípio deve-se analisar a disposição das diferentes espécies de pets, no Brasil e no mundo, existe uma clara preferência por cães, em solo nacional, os caninos constituem mais de um terço de todos os animais de estimação do país e ainda teve o terceiro maior crescimento em número de animais de 2020 para 2021 (último levantamento feito até o momento de realização da análise), ficando atrás dos peixes e dos gatos, que representam o maior aumento (5,9%), atingindo a marca de 27,1 milhões e ficando atrás em número absoluto dos cães e das aves (que cresceram em apenas 1,5%).
Segundo uma pesquisa realizada pelo site Opinionbox, 25% dos respondentes afirmam ter dois bichos de estimação em casa e 14% chegam a 4 ou mais animais. Outro ponto importante, é que 77% afirmam que gastariam o quanto for necessário pela saúde e segurança dos seus pets, o que aliado a um serviço de qualidade, pode se mostrar como uma grande oportunidade para o setor de PetVet
Ademais, a pesquisa procurou investigar como os donos de animais estão gastando seu dinheiro com seus pets. Como esperado, a alimentação liderou como o produto mais comprado, com 90% dos entrevistados relataram ter comprado ração para seus animais de estimação nos últimos três meses. Produtos de higiene, incluindo shampoos, vieram em segundo lugar, sendo adquiridos por 54% dos proprietários de animais, seguidos por brinquedos (43%) e coleiras ou focinheiras (34%). Em termos de gastos médios com a alimentação dos animais, 47% gastam até R$100. Quando se trata de higiene e estética, a porcentagem de pessoas que gastam até R$100 aumenta para 57%.
O subsetor de alimentos para animais de estimação não só já é o que mais fatura e mais consolidado no país, como também é o que apresenta uma maior porcentagem de crescimento nos últimos anos.
E mesmo com a queda na margem de lucro devido ao aumento das matérias primas, o nicho ainda segue fortíssimo, registrando uma média relevante de crescimento tanto na indústria, como no mercado em geral, chancelando a evolução do setor pet no Brasil.
Pet Vet
O ramo veterinário tem mostrado uma expansão interessante, após uma quase estagnação em 2016, o mercado tem entrado em constante aumento de faturamento e de crescimento, estipulando um cenário realista, ainda em 2022 o setor provavelmente deve superar a marca de R$ 10 bilhões faturados, isso se apenas manter o crescimento registrado em 2021.
Pet Care
O foco em Pet Care desse ramo é dividido em higiene e beleza, produtos não alimentares, como brinquedos, roupas e acessórios e outros serviços como hotéis e adestramento.
O nicho tem apresentado uma evolução incrível e a estimativa para o futuro é de que principalmente no Brasil é de um crescimento gigantesco de mais de 140% até 2026 e acelerando cada vez mais ao longo dos próximos anos.
Uma tendência desse setor é a adesão de grandes players de outros mercados, entrando agora no ramo de pet care, como é o caso da Unilever. A gigante britânica inaugurou a marca Cafuné no Brasil, com 17 produtos focados em higiene, cuidados e limpeza.
A pandemia mudou muito do estilo de vida das pessoas, com a necessidade de passar tanto tempo em casa, várias pessoas decidiram adotar animais de estimação, segundo uma pesquisa realizada pela COMAC, 30% de todos os pets dos respondentes, foram adquiridos na pandemia, tendo uma taxa ainda maior entre os gatos (50%).
Ademais, o estudo ainda aponta vários hábitos que surgiram durante a crise mundial, como por exemplo, o hábito de comprar online, hábito declarado por 74% das pessoas, e entre essas, 90% afirmam que permanecerão com o costume, outro fator interessante dessa parte do estudo é o interesse em aproveitar mais a companhia dos pets, ressaltando o aumento da importância com a qual as pessoas vêem seus animais.
Além das mudanças nos hábitos dos consumidores, a pandemia da COVID-19 teve um grande impacto no mercado pet no Brasil. Devido ao aumento da demanda por animais de estimação durante o período de isolamento social, houve uma grande procura por pets e, consequentemente, um aumento nos preços de rações, acessórios e até mesmo de animais de estimação.
E mesmo com o fechamento de vários PetShops e clínicas veterinárias, em geral, o setor se saiu muito bem, segundo estimativas do IPB, o setor registrou um crescimento médio de 35% durante a crise sanitária mundial, com aumento principalmente no mercado de Pet Food e Pet Care.
Os investimentos no mercado pet vem aumentando ao longo dos anos, o setor que é cada vez mais mais atrativo graças ao seu elevado faturamento e potencial de expansão, também o torna chamativo para investidores, como é o caso da Capri Venture que possui um projeto de uma startup pioneira em produtos veganos, com liderança 100% feminina. Outro projeto da Capri Venture é o da Pet Angels, que tem o propósito de ser a primeira linha de investimento do mercado no país, podendo destinar até R$ 400 mil para empresas com soluções disruptivas.
Outra empresa que angariou investimentos em 2022 foi a PetLove, o maior e-commerce de produtos para cães e gatos do país (agora figital) abriu uma rodada de investimentos, visando a realização de campanhas de marketing na televisão
Ainda vale-se ressaltar que o mercado de alimentação para animais domésticos tem atraído investimentos significativos, chegando a R$ 2,5 bilhões desde o ano passado. A Mars, conhecida por marcas como Pedigree, Whiskas e Cesar, está entre as empresas que estão investindo na expansão do setor e planeja investir R$ 200 milhões para modernizar sua fábrica, instalando equipamentos de automação e maquinários especializados na produção de ração úmida para cães e gatos.
Não é possível calcular exatamente quanto dinheiro vem sendo investido no setor, mas com a movimentação dos grandes players e as várias startups que têm surgido, é seguro dizer que as aplicações financeiras nesse ramo vem aquecendo e tendem a aumentar cada vez mais.
IMPORTAÇÕES X EXPORTAÇÕES
Em geral, a balança comercial do mercado pet brasileiro é extremamente positiva, com as exportações superando em mais de 30 vezes as importações, mesmo assim, vale-se atentar ao enorme aumento nas importações registradas no último ano, chegando em 58,7% em 2021, se tornando o maior valor nos últimos dez anos.
Mas nem tudo é ruim, as exportações ainda superam por muito esse número, atingindo uma marca de 33% de crescimento, pulando de US$ 310,5 milhões para US$ 412,5 milhões, tornando-se o melhor nos últimos 7 anos e o 3º melhor dos últimos 10 anos. Segundo uma matéria publicada no site do Instituto Pet Brasil (IPB), O Brasil exporta, principalmente para seus vizinhos do continente americano, que ocupam as nove primeiras posições. Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai, Estados Unidos, Uruguai, Bolívia, Peru e México são, nesta ordem, os países que mais compram do mercado pet brasileiro.
Neste prisma, cabe-se analisar também, o market share das exportações divididas entre pet vet, pet care, pet food e animais vivos, e como em todo o mercado, a venda de produtos alimentícios, se sobressai e gera a principal renda do setor com 95% de todo o mercado (quase US$ 392 milhões faturados só em 2021).
A entrada de novos concorrentes no mercado de pets no Brasil pode ser relativamente fácil devido à baixa exigência de capital inicial e ao grande número de clientes potenciais. No entanto, é importante destacar que a concorrência intensa e a presença de players estabelecidos podem dificultar a entrada de novos concorrentes.
Produtos Substitutos – Alta
Existe uma ampla gama de produtos substitutos disponíveis para pets, como alimentos de baixo custo, serviços de cuidados de pets e brinquedos feitos em casa. Esses produtos substitutos podem oferecer uma alternativa mais acessível para os clientes, o que pode afetar a demanda por produtos mais caros.
Poder dos Fornecedores- Média
O número de fornecedores de produtos e serviços para pets no Brasil é elevado, incluindo fabricantes de alimentos, medicamentos, acessórios e outros produtos. No entanto, alguns desses fornecedores são de grande porte e possuem uma posição dominante no mercado, o que pode dificultar a negociação de preços para os outros players do mercado.
Poder dos Compradores – Baixa
Os compradores no mercado de pets no Brasil são compostos principalmente por proprietários de animais de estimação e por empresas que oferecem serviços de cuidados de pets. Esses compradores têm poder de barganha limitado, pois a maioria dos produtos e serviços para pets são considerados itens de consumo rotineiro.
Rivalidade entre players – Alta
A concorrência no mercado de pets no Brasil é intensa, com muitos players de diferentes tamanhos e tipos, incluindo grandes redes de lojas, pequenas lojas especializadas e lojas on-line. A concorrência é intensificada pelo fato de que muitos produtos para pets são considerados itens de consumo rotineiro, o que leva os clientes a comparar preços e buscar as melhores ofertas.
OPORTUNIDADES
O mercado de pets no Brasil tem visto um crescimento constante nos últimos anos, com um aumento na demanda por produtos e serviços para animais de estimação. Aqui estão algumas das principais oportunidades deste mercado:
Novos Serviços
Com o crescimento do mercado e os aumentos nos cuidados com os pets, novos serviços vêm surgindo no ramo, como é o caso dos pet sitters, e até serviços já bem conhecidos receberam um impulso enorme nos últimos anos devido à pandemia, segundo o app GetNinjas, a busca por profissionais da categoria pet cresceram 306%, apenas a procura por pet sitters 167% em 2021, além disso, também vale ressaltar os aumentos em vários outros segmentos do setor pet como exemplo: 50% nos serviços de hospedagem, 23% para os adestradores e 11% em banho e tosa.
A exemplo dos pet sitters (amplamente conhecidos como “babás de pets”), que são contratados para cuidar dos animais domésticos e recebem por hora, atualmente já com aplicativos responsáveis por conectar os donos de pets com os cuidadores, como o Dog Hero, que durante o primeiro semestre de 2021, a plataforma registrou um aumento de de 120%.
Alta e Crescente Demanda
Como já citado anteriormente na análise, o mercado Pet no Brasil é o terceiro maior do mundo, contando com quase 160 milhões de animais de estimação espalhados pelo país e uma média geral de crescimento de 3,6%, o que representa uma enorme demanda de serviços, que deve continuar aumentando ao longo dos próximos anos.
Maior Importância dada aos Pets
Segundo um estudo realizado pela COMAC, comparando a forma como as pessoas viam seus animais de estimação em 2019 e 2021, é possível perceber um grande aumento na relevância que os pets passaram a ter nas vidas de seus donos, registrando uma enorme queda na quantidade de pessoas que os tratam apenas como animais de estimação e a maior parte dos respondentes, os vendo membros da família e até como os próprios filhos.
AMEAÇAS
Alta Carga Tributária
Mesmo com o grande crescimento do setor ano após ano, uma grande dor geral do setor é a quantidade absurda de impostos no Brasil, principalmente quando comparado a outros países e regiões do mundo.
Aumento nos Custos das Matérias Primas
A maior parte da indústria pet no Brasil é do nicho de “Pet Food”, ou seja, produção de comidas para os animais, entretanto, nos últimos anos, vêm sendo registrados diversos aumentos no preço da soja e do milho, que são as principais matérias primas das rações, o que prejudica a margem de lucro deste ramo.
Alta Concorrência
Por se tratar de um setor tão promissor com números cada vez maiores, o mercado em expansão e uma baixa barreira de entrada, ele é visto como um prato cheio para novos empreendedores, e não só isso, como também grandes players de outros mercados que vêm fazendo suas entradas no ramo, como já mencionado anteriormente é o caso da Unilever com a Cafuné, uma marca com linhas voltadas ao Pet Care.
TENDÊNCIAS
Diversificação no Meio de Obter Informações
É possível notar uma mudança significativa na forma com que os donos se informam sobre seus animais de estimação, o que antes ficava extremamente restrito aos veterinários, hoje, por mais que ainda sejam a principal fonte, já dividem espaço principalmente com plataformas online como Google, Youtube e Instagram.
Outro fator interessante de se notar é o aumento das informações obtidas por funcionários de Pet Shop, o que reforça a importância de que as lojas capacitem suas equipes para que possam passar informações de qualidade ao cliente, deixando-os ainda mais satisfeitos com o atendimento.
Seguros para Pets
A crise econômica global causada pela pandemia e outros fatores têm sido um impulso para o mercado de seguros para animais de estimação. Isso porque, os proprietários estão buscando esses serviços para reduzir o risco financeiro e lidar com os elevados custos de cuidados veterinários. De acordo com um relatório da consultoria Grand View Research, o setor foi avaliado em US$ 8,3 bilhões em 2021 e espera-se que atinja US$ 32,7 bilhões a nível mundial até 2030, com uma taxa de crescimento anual de 16,7%.
Rações Diferenciadas
Num mercado tão competitivo quanto o de Pet Food, se faz imprescindível, a diferenciação a partir dos produtos, por isso, várias marcas têm apostado em diferentes tipos de ração para satisfazer vários públicos.
A ração para animais é classificada em 4 tipos principais: Ração Standard, Ração Premium, Ração Super Premium e Ração Natural. A Ração Standard é a mais simples, contendo proteínas simples que requerem grandes quantidades para que o animal absorva os nutrientes necessários. A Ração Premium é alimento completo, balanceado e puro, atendendo as necessidades do animal para uma dieta equilibrada. A Ração Super Premium é desenvolvida sob medida para o animal, com uma alta quantidade de proteína de origem animal e baixa ou até sem grãos. A Ração Natural é aquela que contém uma porcentagem significativa de ingredientes de origem animal, cereais integrais, frutas, vegetais, minerais e vitaminas.
Um fator que deve ser observado é a tendência brasileira de alimentar os pets com outros alimentos, que pode e deve ser mudada ao longo do tempo, com o aumento do acesso à informação.
Mercado Digital e Tecnologia
Atualmente, as lojas de animais de estimação detêm a maior participação de mercado na categoria de canais de distribuição, em comparação com o e-commerce, mas, nos próximos anos, se espera que o comércio eletrônico experimente um crescimento significativo no mercado de animais de estimação, reforçando o que já vem acontecendo no país.
Outro expoente do setor, são inovações tecnológicas, como por exemplo uma I.A que interpreta os gostos do pet para que ele mesmo “escolha”, os produtos a serem comprados, a tecnologia se baseia em reconhecimento facial e machine learning para funcionar e fornecer a melhor experiência possível para o consumidor (humano e animal).
Os Aplicativos dos principais players do mercado mostram uma qualidade elevada, mantendo altas notas dadas pelos usuários, indicando grande satisfação dos clientes, focados em melhorar ao máximo a experiência dos consumidores.
Humanização dos Pets e Serviços
Com a crescente na relação entre animais de estimação e os donos, a humanização se mostra como uma forte tendência que tende a se estabelecer no ramo. Isso pode ser visto no aumento do pet care e nos lançamentos de linhas para pets de grandes marcas como Louis Vuitton, Zara, Moschino entre outras.
Além de produtos que humanizem os bichos, os serviços também têm se vendido como cuidados humanizados, focando em brindes e no bem-estar dos pets, tendo como exemplo hotéis com rotina de brincadeiras e cuidados, até disponibilizando fotos e updates do dia do animal no estabelecimento, atendimentos à domicílio, visando um maior conforto tanto para o dono, quanto para o bicho.
Essa tendência também é percebida no âmbito veterinário, com empresas focadas especialmente nesse tipo de cuidado e atendimento, como é o caso da Nucleon que possui como propósito, segundo a fala da própria responsável pela empresa Sheila Kupka, afirma: ”Nosso compromisso é oferecer aos pacientes, tutores e clientes, o que existe de melhor para a saúde dos pets, seja nos exames preventivos ou no diagnóstico e cuidados intensivos de doenças, sempre com empatia e dedicação.”
“O mercado pet no Brasil é um expoente da economia nacional, um setor com números impressionantes e ainda por cima demonstrando um horizonte enorme de expansão do ramo, considerando fatores como mesmo com um ticket médio e impostos tão altos, ainda se mantém como o 6º maior faturamento do mercado pet no mundo, isso só mostra o quanto o país tem uma força incrível para esse ramo.
Para investimentos, um mercado aquecido e em constante crescimento, sempre atrai aplicações, porém para empreendimentos, pode ser perigoso dada a concorrência exacerbada encontrada no setor, devido a isso, torna-se imprescindível um estudo detalhado da concorrência no lugar pretendido para abertura.”
Robson Duarte – Product Analyst I
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Em janeiro de 2022, informações da ABIHPEC indicaram que a estética é um dos ramos mais rentáveis no Brasil e evidenciam um crescimento de 567%, com o envolvimento de aproximadamente 480 mil profissionais. É interessante observar também que os salões de beleza são o segundo setor com um maior número de empresas ativas no país, com um total de 790 mil empreendimentos.
O jornal Estado de São Paulo realizou uma análise sobre o setor de estética e descobriu que, em 2022, a quantidade de CNPJs abertos na área da estética só em junho cresceu 28,5% em comparação com o mesmo mês em 2020 e 4,4% em relação à 2021, totalizando mais de 11 mil aberturas apenas no período e atingindo uma impressionante marca de mais de 790 mil empreendimentos no país, sendo o segundo setor com mais estabelecimentos ativos no Brasil. É importante lembrar que essa categoria inclui os serviços estéticos diversos: cuidados com as unhas, limpeza de pele, maquiagem e depilação.
Segundo o Grand View Research, o mercado global de estética deve atingir US$ 124,7 bilhões até 2028, com previsão de aumento de 9,8 % em taxa de crescimento anual composta (CAGR) entre 2021 até 2028. O Brasil é o terceiro maior mercado desse setor no mundo, seguindo-se apenas os Estados Unidos e a China. Conforme relatado pela Associação Brasileira da Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos – ABIHPEC -, o setor movimentou mais de R$ 47,5 bilhões e as perspectivas para os próximos anos são altamente positivas.
O mercado de estética, em todo o mundo, não para de crescer. Sendo, em geral, um mercado concentrado em cerca de 94% em mulheres, observamos os Estados Unidos como primeiro no ranking quantitativo de procedimentos cirúrgicos em 2020, seguido do Brasil, Rússia, México e Alemanha.
Os hospitais são a principal instalação de ocorrência de procedimentos estéticos, com 43,8%. Nos Estados Unidos, entretanto, os consultórios e centros cirúrgicos independentes são utilizados com maior frequência.
Com crescimento expressivo para os próximos anos, podemos observar a grande expansão de mercado, tanto do setor de estética, quanto do mercado de injetáveis:
O Brasil é o 2º país com maior quantidade de procedimentos estéticos realizados, sendo, em 2020, um número total de 1.929.359. Destes, 1.306.962 foram cirúrgicos, o que representa 67,7%, com os demais relacionados à procedimentos não cirúrgicos. Os procedimentos mais comuns de serem realizados são:
De acordo com o relatório “Perspectivas de Mercado de Estética no Brasil 2021”, publicado em agosto de 2020 pela empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International, o relatório prevê que o setor deve crescer a um ritmo mais lento de 2021 a 2025, devido à deterioração da economia brasileira causada pela pandemia de COVID-19. No entanto, devido ao aumento da demanda por tratamentos estéticos, o mercado deve crescer a um CAGR (taxa composta de crescimento anual) de 4,7%.
O segmento de tratamentos não invasivos de estética deve continuar a impulsionar o crescimento do mercado de estética no Brasil nos próximos anos. A demanda por tratamentos minimamente invasivos como preenchimento facial, laser, dermoabrasão e luz pulsada deve continuar a crescer. O relatório também destaca a tendência crescente da automedicação estética, que deve impulsionar o mercado de produtos de cuidados pessoais de estética. Devido às mudanças nos hábitos de consumo, as empresas de estética também estão oferecendo serviços online, como consultas online e kits de cuidados pessoais.
De acordo com a Associação Brasileira de Estética (ABRE), o mercado de estética no Brasil deve crescer cerca de 5,9% ao ano entre 2021 e 2022, resultando em um faturamento anual de R$ 11,3 bilhões. Em 2022, a indústria de estética abrangerá aproximadamente 370 mil estabelecimentos, incluindo salões de beleza, clínicas de estética e serviços de saúde estética.
O setor de beleza e cuidados com a pele está entre as principais áreas de atuação da indústria de estética brasileira, com uma fatia de mercado de 48,5% em 2022. Os serviços de manicure e pedicure ocupam o segundo lugar, com uma participação de mercado de 24,3%, seguidos por maquiagem (7,1%) e tratamentos estéticos faciais (6,9%).
Os valores cobrados por serviços de estética no Brasil variam de acordo com o serviço e o local de realização. Um estudo da Associação Brasileira de Estética e Cosmética (ABEC) mostrou que, em média, um tratamento de limpeza de pele custa R$ 95,00, enquanto o peeling custa R$ 150,00. Os procedimentos de maior custo são os de cirurgia plástica, como a lipoaspiração, que pode chegar a custar R$ 20.000,00. Além disso, a massagem terapêutica custa, em média, R$ 150,00.
EXPANSÃO DO SETOR
Empresas de beleza chegam à bolsa de valores
A robustez do setor de beleza ficou em evidência quando a Espaçolaser (ESPA3) lançou recentemente seu IPO, levantando mais de R$2,5 bilhões com sua oferta inicial de ações.
A empresa estima que quase 70 milhões de pessoas no Brasil sejam adeptas de alguma forma de depilação, mas apenas 5% desse público opta pelo laser, mostrando como esse segmento pode crescer no país, haja vista que em outros países, como a Espanha, a depilação a laser já representa 50% do mercado.
O crescimento da Espaçolaser tem sido impulsionado pela abertura de franquias, que representam cerca de 34% das suas unidades. Dados divulgados até setembro do ano passado mostram que a rede faturou R$952 milhões.
Com os recursos levantados no IPO, a empresa pretende se expandir ainda mais por todas as regiões do país e melhorar sua relação com franqueados, oferecendo mais suporte, capacitação e tecnologia de ponta.
ÍNDICES DO SETOR
Saldo Empregatício
A quantidade de admissões e demissões, bem como seu saldo, são informações importantes que ajudam a entender a dinâmica do setor e seus resultados. No ano de 2021, o setor de “Atividades de estética e outros serviços de cuidado com a beleza” possuiu 39.143 admissões e 29.934, obtendo um salgo empregatício expressivo de 9.209 pessoas.
Já no ano de 2022, a diferença entre as admissões e desligamentos, ainda que positiva, foi um pouco menor:
Quantidade de Empresas
Analisando o CNAE de “Atividades de estética e outros serviços de cuidado com a beleza”, observamos a dinâmica dos players brasileiros:
Franquias
As franquias de saúde, beleza e bem estar, que incluem empresas como Espaço Laser, Emagrecentro e Sobrancelhas Design, é um dos segmentos mais impulsionadores do franchising brasileiro. Apenas dentro das franquias, o setor movimentou, em 2021, quase R$ 39 bilhões, com crescimento de 10,4% na quantidade de unidades de franquia, quando comparado ao ano de 2020.
Segundo o site da ABF, Associação Brasileira de Franchising, o faturamento acumulado dos últimos 12 meses do segmento foi:
FUSÕES E AQUISIÇÕES
Avon e Natura
A maior fusão e aquisição do ramo da estética e beleza, no Brasil, aconteceu em 2020, na incorporação da Avon à Natura&Co. Em 2019, a Natura, uma das maiores empresas brasileiras de cosméticos e produtos de beleza, adquiriu a Avon, a líder mundial em vendas diretas de cosméticos, por US$ 2,7 bilhões. Este acordo uniu duas das maiores empresas de beleza do mundo e permitiu à Natura acesso a novos mercados, além de fortalecer sua posição na América Latina.
L’oreal e Skinbetter Science
Em Setembro de 2022, a L’oreal concluiu a aquisição da Skinbetter Science, marca norte-americana de cuidados com a pele que é conhecida por formular produtos inovadores com ingredientes ativos para combater o envelhecimento, hidratar, limpar, esfoliar e proteger do sol.
ANÁLISE DOS PLAYERS
Cinco empresas concentram 47,8% do mercado brasileiro, de acordo com o mesmo relatório: Natura & Co, seguida por grupo Boticário, grupo Unilever, grupo L’Oréal e Colgate-Palmolive Co. Já o número de empresas registradas na Anvisa em 2018 era de 2.794, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
No que tange os players, é importante salientar o grande crescimento do setor de estética dentro do franchising brasileiro, com diversas filiais de modalidades como emagrecimento, procedimentos estéticos e depilação a laser. O setor de saúde, beleza e bem estar teve crescimento de 20,1% na quantidade de franquias quando comparamos o 2º trimestre de 2021 e a mesma época de 2022.
PERFIL DO CONSUMIDOR
O perfil do consumidor de estética é definido por:
Idade
O perfil do consumidor em estética pode variar amplamente, abrangendo todos os grupos etários. No entanto, o maior grupo de consumidores é composto por mulheres entre 25 e 44 anos.
Gênero
Mulheres são os principais consumidores de serviços de estética.
Renda
O consumidor de estética é geralmente de classe média alta ou alta.
Localização
A maioria dos consumidores de estética está localizada em grandes centros urbanos.
Motivação
Os consumidores de estética são motivados por um desejo de melhorar a aparência e a autoestima. Eles também buscam relaxamento, bem-estar e saúde.
Busca por depilação a laser aumenta entre público masculino
Segundo a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), o segmento de beleza masculina brasileiro é considerado um dos mais inovadores do mundo. E como uma das responsáveis por uma grande parcela da demanda por procedimentos estéticos, está a depilação a laser, dentro de um mercado que movimenta R$ 32 bilhões por ano, segundo a Associação Brasileira de Franchising, ABF.
Já em pesquisa de mercado realizada pela Espaçolaser em 2021, a procura pelo procedimento cresceu para 5,0%, frente aos 69 milhões de brasileiros que realizam o procedimento de depilação, e não apenas entre o público feminino.
O movimento, percebido também pela Espaçolaser – maior empresa de depilação a laser do mundo -, teve um aumento significativo nos últimos três anos, com crescimento expressivo: cerca de 40 mil homens passaram a realizar o tratamento na rede, registrando uma variação de mais de 3%. Mesmo com a alta procura pelo procedimento por mulheres, hoje os homens já ocupam quase 10% da base total de clientes da companhia.
Além do aumento da demanda pelo público masculino, a mudança de comportamento do consumidor também é perceptível ao longo dos anos, uma vez que os homens entenderem que já realizam a depilação ao tirar pelos do nariz, orelha e barba, com frequência. Em 2018, as áreas mais procuradas por homens eram barba, tórax e costas. Contudo, após perceberem a eficácia e praticidade do procedimento, foi identificado um aumento pela procura do procedimento nas regiões da virilha (com a maior variação, registrando um aumento de 7,44%), abdômen, ânus, costas e tórax.
Buyer Personas
Para melhor entendimento dos vários perfis dos consumidores, exemplificaremos com diferentes buyer personas, já que o público do setor é extremamente amplo e está sempre em expansão, atingindo novos públicos.
As personas representam diversos perfis de consumo, em busca de compreender vários tipos de público diferentes entre si e com interesses também distintos, dessa forma, fica visível que o mercado é extremamente amplo e possibilita diferentes abordagens de produtos e procedimentos.
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SUBNICHOS
Maquiagem
No 1º semestre de 2021, a categoria de maquiagens foi destaque, registrando um crescimento de 20% nas vendas ex-factory. Vendas de produtos de maquiagem como unhas, lábios, rosto, olhos e outros tiveram um aumento significativo.
Cuidados com a pele
O setor de skincare de janeiro a outubro de 2020 teve um crescimento significativo de mais de 160% nas vendas, de acordo com a ABIHPEC. Comparando com os números do mesmo período em 2019, o setor trouxe resultados expressivos ao início da pandemia, reforçando seu potencial de crescimento no mercado.
Estilismo
Os brasileiros investem cada vez mais em cuidados com os cabelos e isso se reflete nas vendas: enquanto a alta nos shampoos foi menos de 1%, os produtos de tratamento capilar cresceram 5,8% em 2021.
Manicure e Pedicure
A indústria da beleza tem crescido rapidamente no Brasil, com mais de 11 mil novos estabelecimentos abertos desde junho de 2020, incluindo salões de beleza com manicures, pedicures e cabeleireiros. Isso representa um aumento de 28,5% no período de um ano, sendo 4,4% maior que o mesmo período do ano anterior. Desde 2020, foram abertos mais de 343 mil estabelecimentos, tornando o regime brasileiro o quarto maior mercado de beleza do mundo.
Depilação
Durante a pandemia, os serviços de depilação a laser energizaram o setor de franquias, liderando o crescimento de 8,8% no 1º trimestre de 2022, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising. A depilação a laser pode ser considerada o método de se livrar dos pelos de forma duradoura e segura, o que explica o seu sucesso no período de reativação do setor.
Tratamentos corporais
Os gastos dos consumidores em serviços de salão de beleza, spa, massagens e outros procedimentos de bem-estar em 2021 tiveram um aumento de 47,2% em comparação com o ano de 2020. Segundo a Credicard, o aumento de faturamento em dezembro de 2021 foi o mais expressivo do ano, atingindo o mesmo valor de crescimento em relação ao mesmo mês em 2020. Estes investimentos refletem a preocupação dos brasileiros com relação ao cuidado pessoal.
COVID X SETOR
Com a chegada da Covid-19 e, consequentemente, o isolamento social, o setor de estética foi afetado de duas maneiras diferentes: Por um lado, pelo distanciamento, empresas como salões de beleza obtiveram grande perda no faturamento, e, por outro, a diminuição de outros tipos de gastos (como de transporte), possibilitou o investimento das pessoas de se cuidarem de casa, visto que se incomodaram mais com aspectos de pele e rosto.
Segundo o SEBRAE, nove em cada dez micro e pequenas empresas do setor de serviços para beleza afirmam ter perdido faturamento por conta das medidas de isolamento social, com média de perda de faturamento de 57%.
Apesar da retração, as estratégias de paralização de atividades e descontos agressivos, bem como a demanda reprimida após o isolamento social, foram fundamentais para elevar os números do setor, de maneira geral.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o ano de 2020 obteve crescimento de 5,8%, mostrando que, apesar da grande crise econômica e social advinda da pandemia, o mercado de estética se mantém como um dos mais promissores do Brasil, uma vez que o consumidor brasileiro considera os produtos e serviços de estética são indispensáveis.
INVESTIMENTOS NO SETOR
Empresas de beleza chegam à bolsa de valores. A Espaço Laser vem registrando um crescimento exponencial ano a ano, alcançando a incrível marca de 3,6 milhões de clientes, com cada vez mais lojas e faturamento, como mostra o gráfico abaixo:
IMPORTAÇÕES X EXPORTAÇÕES
Importações
Segundo o relatório de “Estética: Perfil do mercado brasileiro” da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o Brasil importou US$ 2,35 bilhões em produtos de beleza em 2019. O número de importações aumentou 13,2% em relação a 2018.
Os principais fornecedores de produtos de estética para o Brasil foram a França (22,8% do total importado), os Estados Unidos (13,3%), a Alemanha (11,3%), a Itália (8,7%) e a Espanha (7,9%). Os principais produtos importados foram cosméticos, perfumes, artigos de toalete, produtos de higiene pessoal e produtos de cuidados com a pele.
O relatório também destaca que a maior parte do valor das importações brasileiras de produtos de estética (cerca de 70%) foi destinado ao abastecimento de empresas do setor, enquanto o restante foi destinado à venda de produtos para o consumidor final.
Exportações
De acordo com os dados da Abihpec, a exportação de produtos de estética no Brasil cresceu 16,8% em comparação ao ano anterior, alcançando um valor de US$ 731 milhões em 2020.
Os principais destinos para os produtos brasileiros de estética foram os Estados Unidos, com US$ 244 milhões, seguido de Argentina, com US$ 111 milhões, e do Chile, com US$ 97 milhões. O setor de cosméticos foi o maior contribuinte para as exportações do setor, com US$ 623 milhões, seguido dos produtos de higiene pessoal, com US$ 108 milhões.
Os dados da Abihpec também mostram que o setor de estética brasileiro experimentou um aumento significativo na exportação nos últimos cinco anos, com um crescimento de 122,3%, de US$ 325 milhões, em 2015, para US$ 731 milhões, em 2020.
Big Picture
Mercado mundial concentrado em cerca de 94% em mulheres
Cinco empresas concentram 47,8% do mercado brasileiro
O Brasil é o 2º país com maior quantidade de procedimentos estéticos realizados
Brasil importou US$ 2,35 bilhões em produtos de beleza em 2019
O mercado de estética no Brasil deve crescer 5,9% entre 2021 e 2022
Os principais destinos para os produtos brasileiros foram os EUA, Argentina e Chile
ANÁLISE INTERNA DO SETOR
5 FORÇAS DE PORTER
Entrantes Potenciais – Média
Existem algumas barreiras de entrada para o mercado de estética: é necessário ter uma licença para atuar como profissional de estética. Além disso, é preciso investir em equipamentos e materiais de qualidade e em publicidade para se destacar da concorrência.
Produtos Substitutos – Alta
Existem inúmeros produtos substitutos disponíveis para os clientes que desejam adquirir serviços de estética, como salões, spas, clínicas de estética, entre outros.
Poder dos Fornecedores- Baixa
Os fornecedores têm pouco poder no mercado de estética devido à elevada disponibilidade de materiais e serviços necessários para o funcionamento de um negócio de estética.
Poder dos Compradores – Alta
Os compradores do mercado de estética têm muito poder, pois existem muitos fornecedores que oferecem serviços similares, o que permite que os compradores possam comparar preços e escolher o fornecedor que melhor atenda às suas necessidades.
Rivalidade entre players – Alta
A concorrência é intensa pois há inúmeros estabelecimentos oferecendo serviços similares. Os preços praticados são um dos fatores mais importantes para que os clientes escolham um estabelecimento em detrimento de outro.
OPORTUNIDADES
O estética é marcado por grandes oportunidades, mesmo com todas as perdas causadas pela pandemia. A pandemia obrigou o segmento a evoluir, o que abre portas para desafios e oportunidades.
Expansão do mercado internacional
O Brasil é o terceiro maior em produtos lançados no mercado global, depois de Estados Unidos e China. As criações brasileiras são exportadas para 174 países, segundo o Ministério da Economia e a Secretaria de Comércio Exterior, sendo a Argentina responsável por quase um quarto (24,8%) do valor exportado em 2020.
Aumento da demanda
A demanda por produtos e serviços vêm crescendo cada vez mais, sendo observado crescimento expressivo de 73% no ano de 2021, o que mostra grande reaquecimento do mercado, acompanhado, também, do crescimento de empregos durante o período.
Disponibilidade de novas tecnologias
Novas técnicas construtivas, materiais e tecnologias estão sendo usadas no mercado residencial com objetivo de reduzir custos e tempo nas obras. Com isso, as construtoras podem trabalhar mais rapidamente e com maior precisão, garantindo menor retrabalho e um resultado final melhor.
AMEAÇAS
Apesar dos avanços em tecnologia de construção e soluções de inovação, o setor de construção civil ainda enfrenta algumas ameaças para sua saúde a longo prazo. Estas ameaças incluem a desaceleração do crescimento econômico global, o aumento dos custos de matérias-primas e a rápida mudança nas regulamentações ambientais.
Crescimento do mercado informal
O crescimento do mercado informal representa uma grande ameaça para o mercado de estética, pois os profissionais desse setor não oferecem serviços de qualidade garantida. Isso significa que os clientes podem estar expostos a diversos riscos como infecções, danos a pele ou ainda resultados insatisfatórios, prejudicando a experiência deles e a imagem da estética. Além disso, a prática do mercado informal também pode prejudicar diretamente os profissionais formais, pois ela gera prejuízos econômicos a eles, fazendo com que parte desse mercado não seja tão lucrativo.
Desrregulação
O setor de estética enfrenta o risco de ser aberto a práticas desonestas e não éticas, pois não existem leis ou regulamentos para regular o setor. Isso significa que os serviços oferecidos podem não ser seguros ou eficazes e, portanto, não oferecer os resultados desejados.
Aumento da concorrência
A aumento da concorrência no mercado de estética é um grande desafio para as empresas estabelecidas. É importante que elas identifiquem formas de se diferenciar, a fim de atrair e reter clientes. As empresas devem se esforçar para oferecer serviços de qualidade superior e garantir que os pacotes oferecidos sejam competitivos em relação aos preços praticados pelos concorrentes. Além disso, é importante que as empresas se preocupem com a satisfação dos clientes, oferecendo serviços de atendimento ao cliente de qualidade. Outra estratégia importante para enfrentar a concorrência no mercado de estética é investir em publicidade eficaz. A publicidade tem o poder de ajudar a criar marcas fortes e promover os serviços oferecidos. Além disso, as empresas devem sempre estar atentas às tendências do mercado e aos novos produtos, a fim de manter-se competitivas.
TENDÊNCIAS
Iniciando com as tendências quantitativas, observamos um crescimento expressivo do mercado de estética em todo o mundo. Segundo a Brandessence Market Research, o mercado possui taxa de crescimento anual (CAGR) de 10,8% até o ano de 2027, chegando a um total de US$ 19,01 bilhões.
Com o crescimento contínuo do setor de estética, assim como sua demanda e o lucro das empresas, um movimento de cirurgias e procedimentos realizados em locais sem a qualificação necessária também aumentou.
Por isso, órgãos regulatórios em todo o mundo estão em busca de limitar a realização de procedimentos, impondo restrições para as más práticas. Nos Estados Unidos, por exemplo, a OSHA (Administração de Segurança e Saúde Ocupacional) reprimiu o botox falso e barato, com multas de até US$ 125.000
Novos procedimentos
Observamos, durante os últimos anos, uma grande tendência para realização de procedimentos mais naturais e cada vez menos invasivos. Para 2023, alguns procedimentos, principalmente para rejuvenescimento, vêm sendo grandes apostas dos esteticistas:
Ultraformer: Aumento da produção de colágeno;
Laser Fotona: Atua como mini lifting para rejuvenescer a pele;
Fios de PDO: técnica de lifting facil;
Produtos destinados ao público masculino
Segundo a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), o segmento de beleza masculina brasileiro é considerado um dos mais inovadores do mundo. E como uma das responsáveis por uma grande parcela da demanda por procedimentos estéticos, está a depilação a laser, dentro de um mercado que movimenta R$ 32 bilhões por ano, segundo a Associação Brasileira de Franchising, ABF.
Segundo uma pesquisa realizada pela agência de publicidade J. Walter Thompson, JWT, com americanos e ingleses, os cosméticos estão cada vez mais presentes na realidade masculina:
Cada vez mais homens investem em cuidados com a estética. Dados da ABIHPEC mostram que 54% dos brasileiros frequentam salões de beleza com frequência. O número de serviços oferecidos também vem crescendo, indo desde massagens à tratamentos capilares, faciais, depilação e cirurgias plásticas.
Os procedimentos estéticos direcionados ao público masculino ajudam não só a melhorar a autoestima, mas também a qualidade de vida. Além disso, eles são fundamentais para tratar questões como calvície, acne, flacidez e até melasma. A cirurgia plástica também está ganhando espaço nesse nicho, como lipoaspiração e lifting, mas destacando as terapias capilares, harmonização facial e depilação, que se mostram como os serviços mais procurados.
Dessa forma, os homens podem contar cada vez mais com alternativas que ofereçam segurança e uma ótima performance. É importante que os serviços sejam feitos por profissionais experientes para garantir resultados satisfatórios, influenciando diretamente no embelezamento do corpo e na melhora da saúde em geral.
Diversidade
O mercado de estética mudou sua abordagem, personalizando cada atendimento de acordo com as necessidades de cada cliente. A procura por profissionais especialistas em diversas áreas está crescendo, permitindo que eles se tornem referência em nichos antes negligenciados. Esta diversidade de nichos e atendimento individual, possibilitou uma visão mais aprofundada das necessidades estéticas.
Sem Rush
Para a análise de tendências é importante, também, entendermos quais as principais buscas na internet que estão relacionadas ao termo “procedimentos estéticos”, evidenciando as demandas dos consumidores que buscam por este tipo de setor. Analisando o SEM RUSH, plataforma de marketing digital, observamos as principais variações dessa palavra chave, bem como as principais perguntas:
Desenvolvimento de produtos de skincare
Durante a pandemia da Covid-19, o hábito de cuidar da pele ganhou força no mercado de estética brasileiro. Isso se deve ao distanciamento social, que exige conversas por vídeo, e ao uso contínuo de máscara, que pode causar irritação na pele. Os cuidados com a pele são associados com práticas relaxantes e de bem-estar.
A ABIHPEC observou um crescimento de 30,9% nas vendas de produtos de skincare entre janeiro e outubro de 2020, em comparação a 2019 (9,4%). Elas estão explorando o mercado online e apresentando produtos cruelty-free, veganos, com poucos componentes químicos e baseados em sustentabilidade.
“O setor de estética é um mercado muito forte no país, com grande expansão nos últimos anos e perspectiva de crescimento acelerado para o futuro. A grande alavancada do setor nos últimos anos torna o Brasil como um dos principais polos mundiais de procedimentos estéticos, principalmente para os minimamente invasivos, possuindo forte influência, também, no comércio exterior e importação e exportação.
Apesar da concentração de quase 50% do mercado em 5 empresas, a grande quantidade de novas empresas no ramo, principalmente no ramo de franchising, mostram que o mercado está ficando cada vez mais pulverizado, sendo necessário estar buscando diferenciações frente aos seus concorrente, sempre se atualizando das principais tendências de mercado para se destacar.”
Luana Carvalho – Business Manager
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No Brasil, o setor da construção civil é altamente relevante para o desenvolvimento econômico. Segundo dados do Ministério da Economia, nos últimos anos, fez parte dos principais setores responsáveis pelo aquecimento da economia brasileira antes de 2020. O setor atingiu um crescimento real (em constantes preços) de 4,2% no primeiro trimestre de 2019.
No entanto, devido à queda na demanda e à pandemia de COVID-19, a tendência para 2023 é um cenário de estabilização da economia dos próximos anos. De acordo com as estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OECD), a recessão econômica iria afetar fortemente o setor entre 2021 e 2022. No entanto, estimava-se que em 2023 o PIB brasileiro chegasse a recuperar os níveis anteriores à pandemia (de 2019) ou até mesmo 10% acima.
Se as estimativas se confirmarem, isso significa que a abertura de novos projetos na área imobiliária terão um importante papel nas previsões para 2023. Desta forma, as atividades ligadas à indústria da construção civil (construções novas, reformas e manutenções prediais) vão ser fundamentalmente importantes para o desenvolvimento social e económico do País.
Ademais, outro fator que impactará na recuperação do setor é a implementação de políticas públicas especialmente direcionadas para construção civil e habitacional, como linhas de financiamento pensadas por bancos privados, bem como fundos fiduciários e programas governamentais para facilitar a aquisição deste tipo de imóvel pelas pessoas físicas.que oferecem condições flexíveis e de pagamento facilitado. Esses tipos de facilidades representam uma força contínua na manutenção dos investimentos no mercado imobiliário brasileiro.
Portanto, acredita-se que os próximos três anos trarão uma perspectiva promissora para o segmento da construção civil brasileira, diante desses diversificados fatores macroeconômicos favoráveis que contribuirão para o seu crescimento e desenvolvimento sustentável no período atual pós pandemia.
Em contrapartida, existem alguns fatores críticos que necessitam de atenção especial antes do final deste ciclo. Estes fatores incluem: reduzir os custos gerais das obras; otimizar os processos produtivos; melhorar os níveis de qualidade das construções; bem como tornar os serviços mais sustentáveis em termos ambientais empresariais. A escassez de mão-de-obra qualificada é outro dos fatores que precisa ser enfrentado.
Os próximos anos terão um forte crescimento da construção civil, com as economias emergentes tendo a maior parte da atividade do setor. Espera-se que a construção continue sendo um motor vital para o desenvolvimento econômico global, com estimativas de que o mercado mundial de construção deveria crescer em 4,5% em 2022 e 4,7% em 2023.
Por outro lado, a recuperação gradual dos EUA promoverá negócios saudáveis nesses setores, enquanto a Ásia apresenta oportunidades específicas no ramo da construção. Por exemplo, o Japão continua sendo um dos principais mercados para fornecedores globais de serviços da construção civil.
Além disso, entram no mercado também os países do Oriente Médio e da África Subsaariana. Essas regiões estão experimentando um recorde de atividades relacionadas à construção de infraestrutura e edifícios residenciais destinados às classes média e baixa. A fabricante alemã BASF prevê um crescimento anual médio na região entre 8-9% para os próximos dois anos. A demanda por imóveis residenciais está aumentando na América Latina também.
No entanto, alguns fatores nacionais e internacionais podem ter implicações negativas no crescimento global do setor da construção. Algumas questões geopolíticas podem impulsionar a instabilidade dos preços dos materiais de construção em algumas regiões importantes. Por exemplo, a volatilidade nos preços do óleo pode influenciar significativamente os custos das obras nos países que dependem principalmente desse tipo de material.
Em suma, projeta-se que 2022 e 2023 trarão ritmos saudáveis no mercado mundial de construções civis. Embora sejam possíveis flutuações específicas localmente devido a fatores geopolíticos e outros fatores externos, as principais economias emergentes continuam oferecendo grandes oportunidades para quem estiver pronto para agarrá-las.
EXPANSÃO DO SETOR
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgou em janeiro deste ano que prevê um crescimento de 2,5% para o setor da construção durante o ano de 2023 no país. Completando três anos consecutivos de expansão acima do nível da economia nacional, assim como o ciclo de negócios do mercado imobiliário e a demanda habitacional sólida, José Carlos Martins – ex-presidente da CBIC – afirma que os investimentos no setor tendem a favorecer a área de infraestrutura nos próximos anos. Embora seja positivo, o crescimento ainda está 19,6% abaixo do que já foi registrado anteriormente.
Martins também mencionou o declínio na participação da construção civil no PIB nacional nos últimos anos para exemplificar a necessidade de aumentar essa contribuição à economia brasileira para um desenvolvimento mais sustentável. De acordo com os dados compilados, esse percentual havia chegado a 6,5% em 2012; contudo, baixou para 3,3% em 2021. Esses valores representam um índice inferior à média mundial dessa participação, que é estabelecida em 7%.
“Essa é uma decisão estratégica. Para fazer com que o país cresça realmente, para que ele tenha desenvolvimento social e humano, é necessário investimento para gerar resultado futuro para as pessoas”, ele disse, ao explicar que o foco deve ser direcionado para quatro pontos: produtividade, competitividade, sustentabilidade e construção com desenvolvimento social. “É prioritário que o nosso setor seja mais produtivo, que a competitividade setorial aumente e, para isso, é preciso o desenvolvimento tecnológico. Para ter desenvolvimento tecnológico, é preciso capacitar, inovar, incorporar muita tecnologia de gestão”, afirmou o então presidente.
Market Share:
ÍNDICES DO SETOR
A partir dos dados contidos no gráfico, fica fácil perceber como o setor da construção civil, embora que um dos principais setores da economia nacional, vinha constantemente apresentando grandes déficits com relação ao PIB brasileiro até 2018, quando finalmente demonstrava uma recuperação, até a pandemia que foi o principal fator causador de um novo déficit, mas o real destaque do gráfico é a incrível recuperação do ramo em 2021, apresentando a melhor média dos últimos 10 anos, e a terceira melhor em comparação a todo o período analisado.
FUSÕES E AQUISIÇÕES
Trimble e Ryvit
A Trimble adquiriu a Ryvit, um provedor de plataforma de integração como serviço (iPaaS) para a indústria da construção, visando facilitar a comunicação de dados entre os projetos. Lançada em 2016, ela é capaz de estabelecer conexões entre aplicativos usados comumente e fontes de dados, possibilitando o compartilhamento de informações entre as organizações.
A Ryvit auxilia os clientes a processar milhões de registros de dados diariamente, o que possibilita integrar os dados envolvidos nos projetos e coordenar os fluxos de trabalho visando melhorar a visibilidade. Após sua aquisição pela Trimble Construction One, as principais ofertas da Ryvit receberam nova identidade visual, que são Data Xchange e App Xchange.
Com o Data Xchange, os usuários finais são capazes de configurar e gerenciar seus fluxos de dados entre sistemas interligados. Já o App Xchange representa um centro de comando do desenvolvedor para conectar sistemas, além de criar fluxos de dados pré-configurados e embarcar novos clientes.
Joint Venture da Tmov e a Lenarge
A Tmov, líder do mercado de oferta e demanda de cargas fechadas no Brasil, e a Lenarge, célebre transportadora especializada em cargas de mineração, siderurgia, construção civil e que possui uma ampla frota de mais de mil caminhões, anunciaram recentemente a criação de uma joint venture para desenvolver soluções digitais para o frete desses segmentos.
Com o investimento de R$500 milhões, através da união da expertise de logística da Tmov com a imponente frota da Lenarge, surge como um dos principais players no mercado. Essa parceria alavancará ainda mais os serviços do aplicativo Tmov, que oferece aos embarcadores soluções tecnológicas e complexas sobre transporte.
ANÁLISE DOS PLAYERS
Completa Engenharia
MRV Engenharia
Construtora Coesa
WORKS Construção&Serviços
Fundada em 1971, Belo Horizonte, a Completa Engenharia se destaca por oferecer serviços complementares, drenagens profundas e superficiais e conservação de estradas. Com o passar dos anos, a empresa adquiriu expertise em saneamento básico, atuando na execução de sistemas de água e esgoto em diversos estados. Sempre preocupada em manter-se atualizada com os avanços tecnológicos, a Completa Engenharia tem unido o método construtivo à inovação.
Faturamento: US$ 1.93 bilhão
Com uma estratégia focada na inovação, a MRV, que é a maior construtora da américa latina, investe permanentemente no aprimoramento e na máxima qualidade dos seus produtos e serviços. Comprometida com o mercado e as melhores práticas, a empresa tem como prioridade principal prestar atendimento aos seus clientes. Por isso, em 2014 ganhou as certificações ISO 14.001 e OHSAS 18.001, que levam em conta padrões rigorosos de gestão de meio ambiente e segurança e saúde, respectivamente.
Faturamento: US$ 0.99 bilhão
Parte do grupo OAS, a Coesa tem como missão superar as expectativas dos clientes pautando seus trabalhos em princípios fundamentais como honestidade, responsabilidade, transparência e justiça. Seu objetivo é transformar os ambientes de forma inovadora, responsável e sustentável para esta e para as próximas gerações. Desde 2021, foram incorporados a um fundo de investimentos e possuem uma equipe altamente qualificada liderando a empresa para dar continuidade a essa trajetória de sucesso e perpetuar a marca OAS.
Faturamento: US$ 0.55 bilhão
Fundada em 16 de Setembro de 1.986, a Works conta hoje com 5.380 colaboradores, que trabalham com responsabilidade e minuciosidade na execução de cada projeto. A empresa busca manter os melhores diferenciais competitivos, oferecendo qualidade nas operações, excelência no controle e gestão, compromissos com a inovação e um cuidado especial para atender as necessidades de cada cliente, buscando aprimorar a relação de confiança que mantém com entidades governamentais e com a marca.
Faturamento: US$ 315.70 milhões
PERFIL DO CONSUMIDOR
O mercado de construção civil no Brasil tem apresentado tendência de crescimento nos últimos anos. Estima-se que, entre 2022 e 2023, o setor movimente até R$ 585,4 bilhões, um aumento de 12,4% em relação a 2021.
Esse cenário animador se deve, principalmente, a reformas prediais e à demanda pelas habitações antigas (acima de 25 anos) presentes nas grandes cidades brasileiras. Essa tendência se tornará ainda mais relevante em 2023 graças às expectativas de maior oferta de crédito para financiamento.
Além disso, o setor também se beneficiará do aquecimento das operações relacionadas à incorporação imobiliária, tanto para novos empreendimentos quanto para obras residenciais e comerciais. Estima-se que essas operações vão gerar investimentos na ordem de R$ 97 bilhões entre 2022 e 2023, segundo dados do Ministério da Economia.
Assim sendo, na próxima década o perfil do consumidor do mercado de construção civil tem previsão para ter um caráter cada vez mais imobiliário: com maior procura por casas novas (para compra ou aluguel), venda/manutenção/reforma das residências antigas e construção comercial. Isso fará com que a faixa etária dos consumidores do setor também varie conforme sua necessidade específica.
De acordo com um estudo realizado pelo economista Robson Gonçalves, a pedido da Associação Brasileira de Incorporadores Imobiliários (Abrainc), aproximadamente 30,7 milhões de novos domicílios serão necessários até 2030 para suprir a demanda resultante do crescimento da população brasileira e da formação de novas famílias. Do total, 14,4 milhões (46,9%) estarão direcionados à população com renda média, com ganhos entre três e dez salários mínimos. O segundo maior grupo de interesse é o de menor renda, 13,0 milhões (42,3%), que ganha até três salários mínimos. Por último, os mais ricos, aqueles que recebem acima de 10 salários mínimos, contribuirão com 3,3 milhões (10,7%) dos novos domicílios requeridos.
COVID X SETOR
Em 2020, a pandemia teve um impacto significativo no setor. Segundo dados do IBGE, entrando em baixa, após uma recuperação em 2019, decaindo de 1,9% para um decréscimo de -2,1% no PIB do ramo. Outras áreas apresentaram resultados negativos: o volume de recursos investidos caiu 8,2%, e as taxas de emprego no segmento reduziram-se em 16%.
Já em 2021, esperava-se uma recuperação lenta para o mercado da Construção Civil no Brasil. Embora esperançoso, de acordo com The Federal Reserve Bank of St. Louis, a recuperação na construção seria liderada pelas entradas governamentais previstas para crescerem 3% em 2021; número consideravelmente menor que o acréscimo observado antes da pandemia (8%). Além disso, podendo haver uma mudança na estrutura do setor, com uma modificação na regra dos tributos arrecadados pelas empresas correndo o risco deste setor não se preparar adequadamente para lidar com as alterações tributárias impostas pelo governo. Mesmo assim, o mesmo demonstrou uma recuperação significativa, superando o aumento do PIB nacional e registrando uma boa marca de crescimento.
Com a retomada gradativa dos investimentos prevista para 2022-2023, após as medidas tomadas por parte dos governos locais e federais para conter a crise econômica gerada pela COVID-19, esperam-se melhorias contínuas (e possivelmente significativas) nas taxas de crescimento da atividade nas áreas da construção civil no país. Nesses anos é expectável que as vendas residenciais voltem a crescer rapidamente devido à expectativa da desoneração desses imóveis adotadas pelo governo federal; o mesmo ocorre com os investimentos nas obras públicas lideradas pelos entes municipais através desses financiamentos resultando assim numa maior injeção de recursos no mercado e convertendo-se num incremento positivo na geração de empregos destes segmentos.
INVESTIMENTOS NO SETOR
O setor de construção civil no Brasil é um dos mais atrativos para investidores, apresentando uma retomada do crescimento consistente nos últimos anos. De acordo com Perspectiva Conjuntural da Construção – 2021-2023, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as perspectivas para o setor em 2022 e 2023 são positivas. Projeções levantadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apontam que o investimento no segmento deveria aumentar em 4,1% em 2022 e em 5,5% em 2023.
Ainda segundo o IBGE, o ano de 2022 também deveria ser marcado por uma recuperação nos preços na construção civil brasileira. O Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC), que mede a variação dos índices de Preços por Volume, aponta que os preços da construção civil poderiam aumentar até 3% durante o ano.
Esse aumento nos preços no setor é reflexo do alto nível de investimentos na área. Grandes empreendimentos, financiados pelas linhas do BNDES e outros incentivos fiscais, incentivam as grandes obras no mercado imobiliário brasileiro. Contribuindo assim para um portfólio diversificado nos próximos anos.
Outra tendência interessante observada nos últimos meses é o interesse crescente dos investidores por projetos nas áreas verde e sustentável. Oportunidades estas que gerarão crescimento expressivo no mercado da construção civil brasileira nestes próximos anos.
Diante disso, é possível afirmar que os investimentos no mercado de construção civil no Brasil em 2023 serão altamente promissores para investidores renomados nacionalmente e internacionalmente e aqueles interessados em projetos sustentáveis e verdes.
Big Picture
Atenção governamental para instauração de políticas públicas visando o avanço do setor
Crescimento de 10% do PIB do setor em 2021
CBIC prevê um crescimento de 2,5% para o ramo durante o ano de 2023
Aproximadamente 30,7 milhões de novos domicílios serão necessários até 2030
Intensa recuperação pós pandemia e grandes perspectivas para o avanço do setor no país
Previsão de aumento do investimento no mercado em 2023 (5,5%)
ANÁLISE INTERNA DO SETOR
5 FORÇAS DE PORTER
Entrantes Potenciais – Baixa
Devido à grande quantidade de empresas já presentes no mercado, as barreiras de entrada são altas para os novos participantes no setor, já que tendem a ter problemas com capital inicial e regulamentações, além dos custos elevados associados a equipamentos, matéria-prima e mão-de-obra qualificada.
Produtos Substitutos – Baixa
Força quase nula, considerando que os projetos realizados nesse mercado são completamente personalizados e focados em atender necessidades únicas dos clientes.
Poder dos Fornecedores- Alta
Devido às altas barreiras de entrada, os fornecedores têm poder nos preços e condições dos serviços, o que gera custos mais elevados e reduz a margem de lucro para as empresas da construção civil.
Poder dos Compradores – Alta
Os compradores/clientes têm bastante poder de negociação nos preços, até pela ampla gama de players fortes presentes no mercado e pelo fluxo de negociação mais adaptável. Isso pode reduzir a margem de lucro das empresas do setor a longo prazo.
Rivalidade entre players – Alta
A construção civil no Brasil tem um grande número de empresas de todos os portes, sendo muito competitivo para conseguir contratos e crescer no mercado.
OPORTUNIDADES
Com a recuperação do mercado, é necessário ficar por dentro das oportunidades que vêm surgindo, para que se consiga aproveitar ao máximo a volta do crescimento do setor.
Acessibilidade às fontes de financiamento
O setor de construção civil tem acesso a novas fontes de financiamento, com as quais os empreendedores podem investir em projetos de grandes dimensões. Isso significa que os bancos comerciais e outras instituições financeiras estão dando maiores créditos para investimentos imobiliários, com taxas de juros muito baixas.
Aumento da demanda habitacional
Esta oportunidade cresce em conjunto com o número de pessoas que querem adquirir imóveis. Esta tendência é motivada pela falta de moradias disponíveis para compra ou aluguel e pelo desejo dos jovens brasileiros em adquirir seu próprio lar. Com isso, as construtoras ganham força na sua capacidade produtiva para satisfazer essa demanda.
Disponibilidade de novas tecnologias
Novas técnicas construtivas, materiais e tecnologias estão sendo usadas no mercado residencial com objetivo de reduzir custos e tempo nas obras. Com isso, as construtoras podem trabalhar mais rapidamente e com maior precisão, garantindo menor retrabalho e um resultado final melhor.
AMEAÇAS
Apesar dos avanços em tecnologia de construção e soluções de inovação, o setor de construção civil ainda enfrenta algumas ameaças para sua saúde a longo prazo. Estas ameaças incluem a desaceleração do crescimento econômico global, o aumento dos custos de matérias-primas e a rápida mudança nas regulamentações ambientais.
Custos elevados
O custo da construção civil ainda é alto no Brasil devido à quantidade limitada de materiais disponíveis, à carga tributária elevada sobre os segmentos relacionados à construção e à crescente demanda por obras civis. Com isso, as empresas do setor estão limitadas na possibilidade de oferecer preços baixos para satisfazer as necessidades do mercado.
Desaceleração da economia
A desaceleração da economia influencia diretamente no setor da construção civil já que muitas vezes reflete na queda na compra/venda imobiliária, assim afetando diretamente os negócios dessa área através da diminuição das vendas/compras.
TENDÊNCIAS
PANORAMA DE CRESCIMENTO PARA OS PRÓXIMOS ANOS
Percebe-se que houve uma queda de 1,8% em comparação com o ano anterior, dado esse que podemos atrelar como principal causador, a pandemia do Covid-19, que se proliferou no ano de 2020. Em 2021 e nos seguintes espera-se um crescimento entre 2 e 1,8% para cada ano em comparação com seus respectivos anos anteriores.
A projeção de crescimento do setor de construção civil nos próximos anos é de um aumento significativo. A tendência de crescimento é movida pelo aumento da procura por novos empreendimentos habitacionais e comerciais, bem como pela renovação dos empreendimentos já existentes. O aumento da população e o aumento da renda também impulsionam o mercado, criando novas oportunidades para os setores da construção, infraestrutura e engenharia. Os investimentos em infraestrutura e as mudanças nas normas de construção também ajudam a impulsionar o setor, tornando possível a realização de projetos mais inovadores e modernos.
No gráfico fornecido pelo banco de dados Statista, podemos conferir o valor do mercado de construção civil de maneira geral. O que podemos interpretar nesse gráfico é um constante crescimento até 2025, com previsão de crescer cerca de 18% de forma acumulada, o que daria aproximadamente 4% por ano, alcançando um valor de aproximadamente 99,2 bilhões de dólares em 2025.
Esse crescimento no mercado da construção civil pode ser atribuído ao aumento da população, a demanda por infraestrutura melhorada, a maior consciência ambiental, assim como a mudança nos padrões de construção, como o uso de materiais mais eficientes e sustentáveis. Com isso, o setor tende a se manter em constante expansão nos próximos anos.
SETORES CORRELACIONADOS E SUAS PROJEÇÕES
Arquitetura e Design de Interiores
Estes dois setores estão relacionados com a construção civil, pois auxiliam na criação de projetos para construções futuras.
Os próximos anos prevêem um crescimento acentuado para o mercado de arquitetura e design de interiores. Apesar da pandemia de Covid-19 ter trazido desafios, os profissionais de arquitetura e design de interiores têm se saído bem na criação de projetos criativos para atender às necessidades de seus clientes.
De acordo com o relatório Global Market Insights, o mercado de arquitetura e design de interiores deveria alcançar um valor de mercado de US$ 77 bilhões em 2022. O número é esperado para crescer a uma taxa de crescimento anual composta de 9,7%, de 2022 a 2027.
O relatório também espera que o mercado de arquitetura e design de interiores se beneficie do crescimento econômico global e da melhoria das condições de crédito. Além disso, fatores como a crescente urbanização, o aumento da demanda por serviços de design de interiores, o aumento da sensibilidade ambiental, o desenvolvimento de novas tecnologias e o aumento da renda familiar também devem contribuir para o crescimento do setor.
Com a crescente demanda por arquitetura e design de interiores, tanto os serviços como os produtos relacionados devem se beneficiar significativamente. A demanda por produtos como móveis, acabamentos, materiais de construção, eletrodomésticos e outros itens de design de interiores deve crescer significativamente nos próximos anos.
Serviços de Engenharia
Estes serviços são imprescindíveis para assegurar que as construções sejam feitas de forma segura e em conformidade com as leis vigentes.
O mercado de Serviços de Engenharia de Interiores seguirá em crescimento nos próximos anos. De acordo com o relatório “O Futuro do Mercado de Serviços de Engenharia de Interiores”, publicado pela Grand View Research, o mercado de serviços de engenharia de interiores deve chegar a US$ 22,7 bilhões em 2022, um aumento anual composto de 8,5% desde 2017.
Esse aumento no setor é impulsionado pelo crescimento do mercado imobiliário e pela demanda crescente por projetos modernos e inovadores de design de interiores. Além disso, a crescente adesão às tecnologias de automação e ao uso de materiais resistentes e duráveis também contribuem para o crescimento do mercado.
O crescimento contínuo da população urbana também está impulsionando o crescimento do mercado de serviços de engenharia de interiores. O aumento do número de novas construções residenciais e comerciais, assim como o aumento da demanda por serviços de design de interiores modernos, também contribui para o crescimento do setor.
Além disso, os governos de vários países estão adotando medidas para incentivar e facilitar os investimentos em infraestrutura moderna, o que também deve apoiar o crescimento do mercado.
Urbanismo e Planejamento Urbano
Estes dois setores estão intimamente ligados à construção civil, pois estudam a melhor forma de se desenvolver projetos arquitetônicos para um determinado local.
O mercado de Urbanismo e Planejamento Urbano tem se mantido crescente nos últimos anos, com um crescimento médio anual de 10% entre 2015 e 2020.
Em 2022, as previsões são de que esse crescimento se mantenha, com um aumento de até 15%. Alguns fatores contribuirão para isso, como o aumento da demanda por soluções urbanas mais sustentáveis, o uso crescente de tecnologias inteligentes para o gerenciamento de projetos e o interesse crescente em projetos inovadores que aproveitem o potencial dos espaços urbanos.
Nos próximos anos, espera-se que o mercado de Urbanismo e Planejamento Urbano cresça ainda mais, com uma previsão de um crescimento de 20% a 25% ao ano nos próximos cinco anos. Isso se deve principalmente à crescente demanda por soluções urbanas inteligentes e ao uso cada vez maior de tecnologias para o gerenciamento de projetos. Além disso, projetos de reabilitação urbana, como a revitalização de centros urbanos, também contribuirão para o crescimento do setor.
Construção de Acessórios e materiais
Estes serviços são necessários para a construção de edifícios, pois oferecem acessórios e materiais que são necessários para a construção.
O mercado de construção de acessórios vem crescendo nos últimos anos. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), as vendas de materiais de construção, incluindo acessórios, aumentaram em 2021 em relação a 2020, em cerca de 10,6%.
No entanto, para 2022, os números ainda não estão definidos, devido à incerteza que a pandemia ainda traz ao mercado. De acordo com a Abramat, o mercado de construção de acessórios ainda pode sofrer algumas variações, mas as previsões são de que o mercado mantenha um bom crescimento, ainda que menor que o do ano passado.
Para os próximos anos, a tendência é de que o setor continue crescendo, principalmente com a expansão do mercado imobiliário e da construção civil. Ainda segundo a Abramat, a expectativa é de que o crescimento anual seja de aproximadamente 9% a 10% nos próximos anos.
Mercado Imobiliário
O mercado imobiliário e o mercado de construção civil estão intimamente relacionados, pois a construção civil é o setor responsável pela criação de novos empreendimentos imobiliários, sejam eles residenciais ou comerciais. A demanda por novos empreendimentos é diretamente influenciada pelo crescimento econômico e pela mudança nas preferências dos compradores.
Por isso, o desempenho desses dois mercados está diretamente ligado. Quando há maior demanda por imóveis, há também maior demanda por serviços de construção civil para atender às necessidades dos compradores. Por outro lado, quando há uma queda nos preços dos imóveis, a procura por serviços de construção diminui, pois muitas pessoas optam por não investir nesse tipo de mercado. Além disso, os principais materiais de construção também são afetados pela demanda do mercado imobiliário.
O mercado imobiliário brasileiro está se recuperando lentamente dos efeitos da pandemia, com uma previsão de crescimento de 2,3% em 2023. Esta projeção é baseada em uma recuperação gradual da economia, aumento da confiança do consumidor e aumento da demanda por habitação.
A demanda por habitação de alto padrão é esperada para aumentar, principalmente nos grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Esses mercados estão experimentando uma grande demanda por imóveis mais modernos, com infraestrutura de última geração.
Além disso, a construção de imóveis de médio porte também deve aumentar nas cidades de menor porte, como Curitiba, Salvador e Porto Alegre. Esta tendência se deve, principalmente, à crescente demanda por moradias mais acessíveis.
O mercado de aluguel também deve continuar a crescer. A expectativa é que o setor registre um aumento de 6,8% em 2023, com base em leis mais favoráveis para os locatários e aumento da oferta de imóveis para aluguel de curto prazo.
Em geral, o mercado imobiliário brasileiro está se recuperando dos efeitos da pandemia, com uma projeção de crescimento para 2023. Embora ainda existam fatores incertos, a expectativa é que o setor continue a crescer em direção a um futuro próspero.
FATORES DE INFLUÊNCIA
Selic
A taxa Selic tem o poder de impulsionar ou desacelerar os financiamentos imobiliários e empréstimos, tanto para as construtoras quanto para os compradores.
Com juros mais baixos, torna-se mais atrativo pedir crédito emprestado para construir ou para comprar imóveis. Além disso, quando a taxa Selic está baixa os investidores mais conservadores tendem a buscar imóveis. Então, quando ela se mantém baixa, há uma tendência de aquecimento no mercado, com mais empreendimentos sendo construídos. Nesse cenário, as vendas aumentam – inclusive de programas habitacionais, como o Programa Casa Fácil.
Por fim, outro impacto da taxa Selic na construção civil diz respeito aos custos envolvidos nos projetos. Isso porque a elevação dessa taxa resulta em aumento dos custos da construção civil. Com insumos mais caros, o preço dos imóveis aumenta, o que pode frear as vendas.
É preciso destacar 2020, primeiro ano da pandemia, que foi especialmente impulsionado pelo baixo patamar das taxas de juros. Com isso, o setor ganhou força mesmo diante das dificuldades vivenciadas com o forte incremento no custo dos seus insumos”, destaca Ieda Vasconcelos, economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Contudo, o momento pós-pandemia não se mostra tão favorável. Em agosto de 2022, a taxa Selic registrou sua 12ª elevação consecutiva, somando um aumento de 11,75 pontos percentuais e atingindo a marca de 13,75%.
Observa-se que a Selic vai ter uma leve recaída em 2023 e mais uma queda em 2024, chegando em 9,5% para os próximos anos, porém apesar das 2 quedas consecutivas, a menor taxa desses anos futuros são números ainda altos, inclusive se compararmos à anos anteriores, como 2019 e 2020.
A Partir da análise desse gráfico e considerando apenas essa variável como influenciadora do mercado de construção civil, haverá um leve impulsionamento do setor e em seguida uma estabilização.
Inflação
A inflação afeta o mercado de construção civil de diversas maneiras, impactando os custos dos materiais, o custo da mão de obra, o custo do crédito, os preços dos imóveis e muito mais. Quando a inflação aumenta, os preços dos materiais de construção aumentam, assim como os custos de mão de obra, pois os trabalhadores exigem salários maiores para compensar a inflação.
Além disso, os custos de crédito também aumentam, pois os bancos cobram taxas de juros mais altas para cobrir seus riscos. Isso significa que as empresas de construção civil terão que gastar mais para financiar seus projetos. Isso também afeta o preço dos imóveis, pois os custos de construção são incorporados aos preços dos imóveis. Em suma, a inflação afeta todos os setores da construção civil, desde a compra de materiais até o preço dos imóveis.
Índice de preços no consumidor é usado para observar tendências de inflação. É calculado com base no preço médio necessário para comprar um conjunto de bens de consumo e serviços num país, comparando com períodos anteriores
Câmbio
A construção civil é um setor altamente afetado pelo dólar, em virtude do uso de materiais importados e da cotação de commodities, como o minério de ferro, também em dólar, Quando a moeda americana sobe em relação ao Real, por exemplo, o custo da construção tende a subir – o que, como consequência, deixa os imóveis novos mais caros. Este custo, se mantido por um período relevante, poderia reduzir a oferta de imóveis, já que menos compradores estariam dispostos a arcar com a alta cambial.
Como consequência de menos imóveis disponíveis, os já existentes tendem a se valorizar, já que as pessoas precisam continuar morando e, no Brasil, ainda existe um relevante déficit habitacional. Dólar atrai inflação, seja por indicar uma deterioração da economia, seja por impactar no custo de insumos importados e estimular a exportação, a alta do dólar tem efeito praticamente direto sobre os preços na economia; em outras palavras, na inflação. Assim, o dólar alto tende a impactar o mercado de aluguéis interferindo no custo de vida dos inquilinos e diminuindo o valor real que eles estão dispostos a desembolsar.
Se por esse lado o dólar alto é prejudicial ao proprietário, que pode perder com a rentabilidade do aluguel, por outro, os imóveis, por serem ativos de valor real, são uma das melhores maneiras de proteger o patrimônio da desvalorização da moeda local.
No caso do câmbio, o controle acontece da seguinte maneira: com os juros altos, os títulos públicos brasileiros ficam mais atrativos – e os investidores estrangeiros aumentam a demanda por Reais, o que tende a valorizar a moeda frente ao dólar.
Para o mercado imobiliário, juros mais caros significam financiamentos mais caros. Assim, comprar um imóvel novo se torna mais difícil, o que pode aumentar a demanda por aluguéis.
Crédito
O aumento do crédito pode ter um impacto significativo no mercado de construção civil. Primeiro, o maior acesso ao crédito torna mais fácil para as pessoas comprarem casas e outras propriedades. Quando mais pessoas estão comprando propriedades, os preços das propriedades tendem a subir, o que pode incentivar as construtoras a construírem mais moradias. Além disso, o aumento do crédito também pode significar que mais empresas e órgãos governamentais estarão dispostos a financiar projetos de construção, como escolas, hospitais, aeroportos e rodovias.
Com mais financiamento disponível para novos projetos, o setor da construção pode precisar empregar mais trabalhadores ou usar mais recursos para concluir os projetos em menos tempo. Por último, o maior acesso ao crédito pode levar à criação de novos projetos de habitação, que, por sua vez, aumentam os pedidos de materiais de construção e outros serviços do setor da construção.
Política
O segundo turno das eleições definiu o novo presidente do Brasil. A partir de janeiro de 2023, Luis Inácio Lula da Silva assumirá a presidência. Diante deste novo cenário e transição de governo, De acordo com Jonata Tribioli, especialista em Mercado Imobiliário e CEO da Neoin, empresa que atua na área de cotas de financiamento imobiliário, uma das prioridades do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, é colocar as classes menos favorecidas de volta no Orçamento da União, através da construção de moradia popular para milhões de brasileiros. Uma das promessas do novo governo é a volta da Faixa 1 para o programa “Minha Casa, Minha Vida”, isto é, a população com renda de até dois salários mínimos.
Além disso, a tendência é que as negociações de compra e venda continuem crescendo e de forma exponencial. O mercado imobiliário é um segmento muito sólido no Brasil, sendo uma classe de ativos consolidada e que sempre foi vista como uma reserva de valor, principalmente quando falamos de imóveis residenciais”.
Ao analisar os dois mandatos anteriores de Luís Inácio Lula da Silva na presidência, Tribioli, aponta que as construtoras de baixa renda tendem a ser as mais beneficiadas com esse terceiro governo.
“A habitação social é um dos principais pilares de um governo de esquerda. Lembrando que o programa MINHA CASA MINHA VIDA foi concedido pelo presidente eleito. Nos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff, o setor foi responsável pela criação de 1,2 milhões de empregos e a contratação de 5,5 milhões de financiamentos habitacionais”.
Há a possibilidade do segmento de alto padrão sofrer retração. Mas devemos considerar o histórico de resiliência do segmento.
Aumento de juros e fluxo de investimentos
Em entrevista para a Infomoney, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, reforçou que o ponto-chave para o segmento é a regularidade no fluxo de investimentos.
“Não dá para viver de uma solução única, que um dia coloca uma montanha de dinheiro e, de repente, morre tudo. Isso aconteceu com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado em 2007 pelo governo do PT. Sem continuidade, não posso investir pesado em tecnologia, maquinário e capacitação. Perco a oportunidade de ser mais produtivo”, afirmou ao veículo Infomoney.
Tribioli lembra que o presidente da ABRAINC, Luiz França, diz que apesar do aumento nos juros, há boas perspectivas para o setor, pois a taxa dos financiamentos imobiliários é atrelada à remuneração da poupança e ela não sobe na proporção da Selic.
De acordo com a Brain Inteligência Imobiliária, 62% dos empresários acreditam na melhora do setor imobiliário em 2023. A pesquisa foi realizada com 356 empresários da área, com o objetivo central de coletar suas percepções sobre o desempenho do setor e das empresas neste ano, além das perspectivas para o futuro
Entender em quanto tempo o novo governo consegue dar condição para o Banco Central começar a baixar juros é uma questão-chave. Essa movimentação estimula atividades econômicas e pode fazer com que qualquer esfriamento do mercado imobiliário seja mais curto e menos agressivo.
O vice-presidente de relações institucionais do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Yorki Estefan, afirmou em entrevista à Infomoney que é imprescindível manter em ordem as contas públicas para que os juros possam cair.
INCENTIVOS GOVERNAMENTAIS
Desoneração da Folha de Pagamento (2019)
Benefício fiscal a empresas que reduzem de forma significativa o pagamento de encargos trabalhistas com a produtividade, visando alavancar a competitividade no setor.
Programa de Reivindicação de créditos Tributários para a Construção Civil (2018)
Criado para aproveitar as vantagens que outras leis, culturais e institucionais oferecem às empresas para obtenção de créditos tributários.
Programa de Financiamento de Habitação de Interesse Social (FinHIS) (2020)
O Programa FinHIS visa promover o acesso à habitação digna para as famílias de baixa renda e renda média brasileiras. O programa faz parte do Programa Nacional de Habitação de Interesse Social (PNHIS) e é financiado pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
O programa oferece financiamentos a juros reduzidos para aquisição e construção de imóveis para morar, com parcelas variando entre R$100,00 e R$900,00 por mês. Os montantes suportados pelo financiamento vão de R$ 23.000,00 a R$160.000,00.
Além disso, o programa dá prioridade a famílias que comprovem a sua insuficiência financeira, bem como aquelas que possuem crianças ou idosos em sua dedicação. Os imóveis financiados também devem obedecer às normas de habitação social.
STARTUPS E EMPRESAS INOVADORAS
Tecverde
A Tecverde é uma empresa de engenharia, focada em construções eficientes. São pioneiros em trazer para o Brasil os conceitos de tecnologia mais avançados no mundo para construções mais eficientes, sustentáveis e rentáveis.
Em 2023, se prepara para liderar o setor, oferecendo soluções inovadoras e inclusivas para garantir a satisfação de seus clientes. Está investindo em tecnologias de ponta, como inteligência artificial, para otimizar o tempo e o custo das obras. Além disso, a empresa ampliou a gama de produtos para atender melhor aos clientes, oferecendo materiais de primeira linha, que são um dos principais pontos fortes da marca.
Com todas essas iniciativas de conscientização ambiental, excelentes serviços e variedade de produtos, a expectativa é se destacar ainda mais no mercado de construção civil no Brasil.
Ambar
Uma construtech focada em construções inteligentes. Através de diferentes soluções a empresa busca levar mais eficiência para todas as etapas da construção, desde a elaboração do projeto e planejamento, até a etapa final de moradia por meio de uma boa tecnologia de produção, contando com módulos construtivos que economizam tempo e diminuem os custos, softwares para gerenciamento da obra e materiais de qualidade, contando respectivamente com a SmartPods, Autodoc e Polar, para garantir a excelência em todos os aspectos do serviço.
A Ambar, uma das principais empresas do setor de construção civil no país, está se destacando como uma das referências no mercado. Tendo grande número de obras por todo o território nacional, podemos esperar que na sua projeção para 2023, ela se mantenha destacada.
Apesar dos desafios econômicos que o Brasil enfrenta, com a Ambar investindo na modernização de equipamentos e na melhoria das parcerias com grandes empresas e com seu modelo de trabalho voltado para a excelência, a empresa busca atingir seus objetivos.
SOFTWARES
O setor de construção civil no Brasil tem presenciado importantes avanços tecnológicos, sobretudo nos últimos anos, por meio da popularização da adoção de soluções de software para empresas e profissionais do setor. Essas soluções tem se mostrado eficazes na otimização da produtividade, na redução de custos, para a tomada de decisões mais assertivas e para maior controle sobre todos os processos da obra.
De acordo com um estudo da Federação da Construção Civil do Estado do Maranhão realizado no ano de 2019, os setores que mais demandavam softwares de construção civil no Brasil são os de gestão de documentação e finanças, controle de patrimônio, gestão de materiais e licenciamento ambiental.
Segundo as previsões para o ano de 2023/2024, a tendência para o mercado brasileiro de softwares na construção civil é que a adoção de soluções tecnológicas aumente de maneira significativa, acompanhando o crescimento deste setor.
Além disso, é importante destacar que nos próximos anos, os softwares presentes no mercado da construção civil deverão evoluir gradativamente, atendendo às demandas de presença digital dos consumidores, oferecendo soluções adicionais nas áreas de ambientes inteligentes para aproveitar o que as novas tecnologias têm a oferecer.
Em síntese, nós podemos prever que no ano de 2023 os softwares voltados à área estarão cada vez mais presentes no Brasil. As empresas e profissionais terão à disposição ferramentas mais modernas e otimizadas, que lhes facilitarão os processos e tornarão sua gestão ainda mais eficiente. Algumas dessas soluções são:
Box
O Box Obras é um software de gerenciamento de obras que permite que empreiteiros e profissionais da área da construção criem, cumpram e gerenciem seus projetos de maneira mais eficiente. Ele oferece um conjunto abrangente de ferramentas que ajudam os usuários a otimizar o fluxo de trabalho enquanto economizam tempo e dinheiro.
Construsoft
Uma plataforma de gerenciamento de projetos para construção que permite a administração de recursos humanos, materiais, custos, riscos e desafios de qualquer projeto de construção.
Construction.ai
Esta startup líder em inteligência artificial no setor imobiliário oferece um software de machine learning para soluções de extração de dados, planos de trabalho automatizados e outras ferramentas de construção baseadas em AI.
Autodesk BIM 360
Uma plataforma digital de construção que permite a colaboração entre profissionais de obras e operações de manutenção. Oferece vários recursos de colaboração e controle de qualidade, além de rastrear a produtividade e a segurança dos projetos.
APLICATIVOS
A tecnologia tem se tornado um importante aliado nos campos da construção civil. Um exemplo disso é que, conforme pesquisa divulgada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em 2023, poderá haver cerca de 5 mil aplicativos específicos para a construção civil em uso em todo o mundo.
Estes aplicativos apresentam diversos compromissos e cumprem diversas funções, além de ajudarem na realização de análises mais avançadas. Por exemplo, eles podem ser usados para planejar e supervisionar projetos, gerenciar os recursos de uma obra e permitir compartilhamento de arquivos entre membros da equipe, ajudando na gestão dos dados.
Outra função interessante relacionada à construção civil é que eles também podem ajudar na tomada de decisões para a execução dos projetos. Por meio deles, é possível obter informações precisas sobre o status do projeto, visualizar processos em andamento e controlar a questão financeira envolvida na obra. Estes dados são cruciais para que uma equipa possa tomar rapidamente decisões informadas sobre como lidar com um ambiente de trabalho desafiador.
Em suma, a tecnologia tem um papel muito importante na construção civil e, até 2023, os aplicativos específicos para o setor podem fornecer uma variedade de funções que ajudam as empresas a realizar grandes trabalhos em obras. Esses aplicativos também ajudam a tornar as equipes mais produtivas, pois permitem um maior controle dos processos, a realização de melhores tomadas de decisão e o acompanhamento em tempo real de todos os dados associados ao projeto.
BIMx
Oferecendo aos usuários a capacidade de navegar por modelos 2D e 3D pré-construídos. Com esse recurso, profissionais no setor da construção têm acesso a dados detalhados sobre os componentes de uma edificação. Para satisfazer seu alto padrão de desempenho e usabilidade, o BIMx permite o acesso à documentação completa de projetos de construção. Além disso, é compatível com serviços de nuvem terceirizados com o recurso BIMx Model Transfer.
SafeSite
Safesite é um aplicativo que foi projetado para garantir a segurança na obra, identificar e solucionar problemas antes que eles se transformem em incidentes. A partir das imagens documentadas, o aplicativo pode notificar a equipe responsável para resolver. O uso do Safesite também possibilita o acompanhamento dos desenvolvimentos e as resoluções a serem realizadas para encerrar a situação. Assim, ajudando a economizar tempo, melhorar a conformidade e reduzir os riscos, tornando-se essencial para todos aqueles que estão envolvidos em projetos industriais.
Construction Master Pro
Esta ferramenta especializada tem o propósito de atender profissionais de diversos setores como engenheiros, arquitetos, construtores, empreiteiros e designers, funcionando como uma calculadora simplificada para obter cálculos de operações relacionadas à construção. O Construction Master Pro apresenta diversos recursos, de maneira ágil, como áreas e volumes, alturas e outros resultados. Além disso, elimina a necessidade da calculadora física para se ter nos canteiros de obra nos dias de vistoria e visitas técnicas.
MUDANÇAS E INOVAÇÕES DO MERCADO
As inovações no setor da construção civil têm avançado rapidamente na última década. A indústria é responsável por fornecer vários serviços e construir diversas infraestruturas, sendo para uso público e/ou privado. Em 2023, as principais inovações no campo da construção civil afetarão principalmente a produtividade, segurança, eficiência energética e, consequentemente, custos.
O uso de técnicas de manufatura aditiva para a produção de alguns componentes de estruturas também é crescente. Por exemplo, a produção de equipamentos resistentes à corrosão usando a impressão 3D.
No âmbito da eficiência energética, as tecnologias de rede inteligente permitem monitorar cada residência e instalação de maneira mais segura e eficiente. Há também um avanço em recuperar o calor descartado para alimentar outros sistemas, o que reduz o consumo de energia. O aquecimento externo por energia solar também está sendo usado para aquecer água, juntamente com a utilização de tetos de aquecimento radiante e telhados verdes.
Existem também algumas tendências no uso de novos materiais e soluções para a construção. Por exemplo, os materiais líquidos, como os biomateriais e os biopolímeros, têm fortes propriedades de impermeabilização para serem aplicados em vários materiais de construção, incluindo madeira, concreto, aço e alumínio. Além disso, a fibra de carbono é usada cada vez mais em estruturas resistentes a baixo custo.
Finalmente, a Inteligência Artificial tem sido uma tecnologia impactante. Os algoritmos de IA estão sendo usados para otimizar o planejamento e execução de projetos e a execução de rotinas de manutenção. Os drones também usam novos algoritmos de visão computacional para encontrar vulnerabilidades relacionadas à segurança.
Construtechs
Outro ponto alto de inovação do setor são as construtechs. Que em síntese são empresas, que apostam em uma seção emergente de tecnologias que estão sendo aplicadas no campo da construção civil. Em 2023, espera-se que as construtechs ganhem importância enquanto tecnologias que moldam a maneira como projetos são gerenciados, desenhados e executados.
Outras tecnologias possibilitadas pelas construtechs que podem ser aplicadas são as construções com impressão 3D, drones, robótica, veículos autônomos, realidades aumentada/virtual/misturada (AR/VR/MR). Estas tecnologias são cada vez mais utilizadas na construção civil para otimizar o processo de projetos e tornarem a execução dos mesmos mais fácil, contribuindo para a redução dos custos e a melhora na qualidade dos projetos executados.
De acordo com um estudo publicado pelo Grupo Autodesk em fevereiro de 2021, as construtechs, juntamente com a digitalização da construção civil, vão continuar se expandindo nos próximos anos, sendo plenamente incorporadas na indústria no ano de 2023. O estudo também aponta que a adoção dessas tecnologias por parte das empresas, aliada às medidas de segurança e sustentabilidade de projetos, podem contribuir para a redução da mão de obra atual necessária para a execução de projetos.
Portanto, até 2023, espera-se que as construtechs sejam aplicadas em grande escala no setor da construção civil, contribuindo para a otimização do processo de projeto, a redução dos custos de execução dos mesmos e, ainda, aumentando a segurança e sustentabilidade dos projetos.
Construção Verde
O conceito de construção verde, também conhecido como edifícios de baixo impacto ambiental, pretende promover a redução dos níveis de consumo de energia e água durante o processo de construção. Além disso, são adotadas medidas para o uso sustentável de materiais, a utilização de fontes renováveis de energia e a utilização de métodos que resultem em menores emissões de carbono.
Alguns especialistas acreditam que a implementação de edifícios de construção verde será cada vez maior ao longo dos próximos anos, pois existem muitas vantagens envolvidas. Atualmente, o governo brasileiro vem aumentando os seus investimentos em educação e inovação para o desenvolvimento de projetos de construção verde.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Ministério de Minas e Energia, em 2023 o mercado de construção civil brasileiro deverá contar com 12% de edifícios com construção verde, o que significa o dobro da média mundial. Além disso, espera-se que mais de 30% das residências do país possam contar com alguns tipos de tecnologias verdes, como, por exemplo, painéis solares e sistemas de reutilização de água.
Não são só as mudanças na forma de construir que devem permitir que esta meta seja alcançada. Muitas construtoras também estão promovendo mudanças em seus processos internos, desde a sua forma de gerir pessoas, a execução da morada e a geração de materiais impressos, para que o impacto ambiental seja reduzido.
A construção verde ajudará o Brasil a alcançar o objetivo de reduzir em 30% as emissões de gases de efeito estufa até 2023, de acordo com a Metodologia Nacional de Avaliação de Carbono para Edifícios (MENACE), lançada pelo Ministério do Meio Ambiente. Além disso, a adoção deste tipo de solução ajudará a economia brasileira a se modernizar e a obter maior lucratividade no setor, segundo uma análise da Confederação Nacional da Indústria.
Portanto, não se pode negar que a adoção de projetos de construção verde é de fundamental importância para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável e redução das emissões de carbono. Esta tendência para o setor em 2023 é muito promissora e está avançando rapidamente, trazendo benefícios para o meio ambiente e para as empresas de construção.
Drones
O uso de Drones no setor da Construção Civil vem aumentando significativamente nos últimos anos, tanto por desempenhar um papel estratégico para agregar tecnologias de imagem de alta qualidade às inovações disponíveis para as construtoras, quanto por sua habilidade de fornecer informações úteis e precisas em tempo real. Até 2023, espera-se que o uso desta tecnologia no mercado de construção civil brasileiro alcance um novo patamar de desenvolvimento.
Uma das principais aplicações dos drones no setor da Construção Civil são as inspeções detalhadas de obras em andamento ou em fase final. O uso de drones nessas causas permite acompanhar a execução dos trabalhos e estimar, com maior facilidade, as possíveis falhas para a melhor solução de problemas associados. Seu uso também contribui para a documentação das obras, além de ter potencial de melhorar a segurança do trabalho ao proporcionar um exame mais objetivo para entender como uma obra está sendo desenvolvida.
A aerofotogrametria e o mapeamento são também usos importantes dos drones na Construção Civil. O drone (juntamente com softwares de imagens) pode capturar imagens de alta definição de um ambiente e processá-las para transformar os dados adquiridos em propostas de projeto. Além disso, também pode ser usado para auditorias rápidas e seguras da superfície em início, meio e fim do projeto. O uso desta tecnologia para monitorar obras também se tornou ainda mais importante para as construtoras nos últimos anos, permitindo maior controle de prazos e orçamentos.
Levando-se em conta todos esses benefícios, a previsão para 2023 é que os drones se tornem uma parte vital para a execução de projetos de construção civil no Brasil. Segundo um estudo realizado pelo Future Market Insights (FMI), vagas específicas para drones na construção civil devem aumentar 49% até 2023 e o mercado brasileiro de drones deve crescer em média em torno de 15% anual na mesma previsão.
Inteligência Artificial e Realidade Virtual
Juntamente com a Realidade Virtual (RV), as Inteligências Artificiais (I.A) são ferramentas tecnológicas proporcionam benefícios ao mercado brasileiro da construção civil no que diz respeito, por exemplo, à automatização de processos, redução de custos, cumprimento de metas e aceleração de obras. Seguindo essa tendência, acredita-se que, para 2023, as IA e RV possam ser usadas por uma grande parte das empresas que atuam no setor de construção civil no Brasil.
Com o advento da computação cognitiva, que usa tecnologias como machine learning e deep learning para analisar o comportamento de grandes quantidades de dados, as empresas de construção civil poderão obter informações inéditas sobre seus projetos, assim como estratégias de marketing e vendas. Ao mesmo tempo, as tecnologias de IA também servirão como suporte para o planejamento de obras, gerando informações sobre o ritmo adequado para cada etapa. Em conjunto à Realidade Virtual (VR), que, por meio das chamadas simulações virtuais, permitem uma visão prévia da estrutura pronta antes da sua construção, interpretando partes de projetos em linguagem de computador, as empresas da construção civil no Brasil terão acesso à mais praticidade, rapidez e inovação ao planejar e executar obras.
Gráficos e imagens representativas desses processos podem ajudar muito durante a execução da obra, e a tecnologia de RV é capaz de fornecer isso de maneira rápida. As imagens geradas pelos modelos computacionais permitirão uma melhor identificação dos materiais a serem utilizados, além da medida exata dos custos e horas necessárias para a conclusão dos trabalhos. Quando esse gerenciamento de processos for computadorizado, tudo ficará mais organizado, o que aumentará a produtividade, imprimindo uma maior eficácia nas obras.
Além disso, o uso dessas tecnologias poderá contribuir para minimizar a perda de tempo e prejuízos com materiais e mão-de-obra desnecessária. Esse controle se faz por meio dos dados coletados por câmeras de monitoramento adaptadas aos cenários de trabalho, juntamente com softwares de controle de acesso que trazem consigo informações sobre o rendimento de cada economia de materiais e tempo.
Portanto, a implementação das IA e RV no mercado de construção civil do Brasil será fundamental para um grande avanço tecnológico na indústria da Construção Civil. Através do aprimoramento de determinados processos e da geração de dados, é esperado que, para 2023, as empresas desse setor possam obter benefícios significativos, tanto na produtividade quanto no controle de custos e prazos.
INTERESSE ONLINE
Google Trends
De acordo com os dados fornecidos pelo Trends, é possível perceber um aumento na relevância do tema no último ano, partindo de uma média anual de 71 para 77.
Também é possível perceber um maior interesse pela construção civil no primeiro semestre, e a partir disso, pode-se estimular as campanhas de marketing durante essa parte do ano, além disso, tanto em 2021, como em 2022, a relevância cai consideravelmente no último bimestre, principalmente ao longo de dezembro.
Top 10 dos estados onde o tema foi mais relevante em 2022
Outra forma de entender melhor os interesses do público é conhecer os termos relacionados de pesquisa, para que dessa forma, se torne possível perceber o que as pessoas que procuram sobre construção civil, também se interessam, por exemplo, é possível notar um grande interesse na correlação entre construção civil e meio ambiente, comprovando a força da “construção verde” citada anteriormente.
Outros fatores que chamam atenção é o grande interesse em investir no setor, pelo grande número de pesquisas de como fazer e de como entender o setor. Além do ímpeto por conhecer os novos materiais utilizados, como isopor, impressão 3D, entre outros.
Answer the Public
Em síntese, a análise possui três pilares, sendo eles: o interesse no contexto atual do Brasil e do mundo, e como o setor se relaciona com eles (com a pandemia, sustentabilidade, economia, etc.). A busca por entender melhor as particularidades e novidades do setor, como os novos materiais utilizados, novas tecnologias e tendências. Por fim, os detalhes do mercado, como os motivos da alta do setor, entender os meios para investir, como funciona a empregabilidade do setor, etc.
“Em resumo, o setor de construção civil têm passado por diferentes fases ao longo dos últimos anos, tendo sofrido um grande impacto causado pela pandemia, mas mostrando um grande processo de se reerguer e alçar um novo patamar, com perspectivas de fazer o setor voltar a crescer e atingir os melhores resultados em décadas.
Porém com as altas barreiras de entrada e com a ação das 5 forças, o mercado se mostra extremamente delicado, com grande dificuldade para se entrar, principalmente com a consolidação dos principais players, mas com uma entrada oportuna, aliada ao crescimento do setor, pode-se ter um ótimo retorno considerando as novas tendências da área.”
Robson Duarte – Product Analyst I
Sigilo e disclaimer
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A Ray Consulting não se responsabiliza por ações tomadas por parte do assinante, sendo o intuito do documento servir como um material informativo e não uma sugestão para plano de ação.
O setor de supermercados no Brasil tem se desenvolvido cada vez mais e evidenciando sua importância na economia nacional. Segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), o ramo corresponde a 7,03% do PIB nacional (2021), com um total de 611,2 bilhões de reais faturados, a associação atribui esses números, entre outros fatores que serão melhor desenvolvidos abaixo, mas ao aumento na quantidade de estabelecimentos registrados, que chegou a 92.558 lojas espalhadas por todo o país.
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Bilhões de Reais
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Com mais de 3 milhões de colaboradores diretos e indiretos e cerca de 28 milhões de consumidores passando pelas lojas diariamente, é seguro dizer que o mercado é estável e tende a continuar crescendo, já que ainda segundo uma pesquisa apresentada no Latam Retail Show 2022, realizada pela empresa Mosaiclab, 89% dos entrevistados acreditam que o varejo estará melhor nos próximos 5 a 10 anos, ideia que também se aplica aos supermercados (que a cada dia se mostram como uma parte mais importante do varejo), o que contribui para a estimativa de que o setor continue crescendo.
O mercado global de supermercados prevê um crescimento anual composto (CAGR) de ~ 3% entre 2022 e 2030. O fator mais relevante para o crescimento deste setor é o aumento da necessidade em garantir segurança alimentar em todo o mundo (especialmente nos países desenvolvidos).
Com relação a 2021, os dados mostram que o setor de supermercados se manteve em rápido crescimento. O valor global de vendas de supermercados foi estimado em US$ 8,7 trilhões em 2020, e se esperava que alcançasse um total de US$ 10 trilhões até 2022.
Segundo uma pesquisa realizada pela McKinsey foram encontradas evidências sobre como as redes de supermercados estão se tornando mais flexíveis à medida que evoluem para frente. As pessoas estão criando associações através do uso das mídias digitais e uma base mais ampla e diversificada de concorrentes está entrando no mercado para oferecer serviços melhorados a seus consumidores e competir em preços baixos com seus concorrentes tradicionais. Essa tendência também levará à expansão da competição entre os supermercados para manter sua participação na venda global e garantir um retorno sobre seu investimento.
Para 2023, espera-se que os supermercados alcancem novos patamares no fornecimento de soluções integradas e omnichannel para conectar diretamente os fornecedores a nível global com seus clientes locais e encomendas feitas via smartphones. Estimativas mostram que mais da metade dos produtos vendidos nos supermercados será digitalmente encontrada através da Pesquisa baseada em IA e convertida em pedidos on-line até 2025. Por outro lado, a área ainda aberta é o armazenamento off-line pois existem barreiras relacionadas com custos logísticos, de infraestrutura, etc. A expectativa é de que possam entrar no jogo grandes players voltados à informatização do setor, com parceira de softwares, distribuição automática etc.
Nesse cenário também destacam-se as aquisições estratégicas por parte das grandes redes globais que reunirão marcas líderes dentro do setor. Isso irá garantir uma maior escala geográfica, mas também melhorar recursos humanos , produtividade , logística , capacidades infraestrutura, recursos financeiros etc. Devido à acentuada competitividade prevista nas redes globais (que pretendem ganhar participação nas suas regiões locais), as parcerias estratégicas entre os agentes desse setor serão fundamentais para suportar essa expansão contínua dos principais vendedores globalmente nos próximos anos.
Com relação à expansão do mercado, a perspectiva é bastante positiva, o mercado vêm crescendo exponencialmente nos últimos anos, desde a pandemia, o setor atingiu um novo patamar de faturamento e crescimento, e mesmo com o rebote após a vacina, o aumento se manteve e ainda registrou um acréscimo de pouco mais de 9% em 2021.
Para 2022, os dados ainda não foram divulgados, mas estimando que se mantenham os 9% de crescimento anual (que seria um cenário realista, pensando na estabilização do mercado), seriam atingidos R$ 666.2 bilhões de faturamento e a expectativa seria que em 2023, o montante superasse os R$ 700 bilhões já que com 4,83% (quase metade dos 9% estimados) de acréscimo, a meta já seria atingida, em um cenário otimista, até superada, o que seria uma marca incrível para o setor.
Em suma, o ramo supermercadista possui uma perspectiva interessante de expansão para os próximos anos, sendo chancelada pelos atacarejos, que vem angariando grande parte dos investimentos do setor, e já ocupam a maior fatia do faturamento do mercado com mais de 51% de participação na receita, com a popularização desse tipo de estabelecimento e cada vez mais aumento de investimentos no nicho, a tendência é que cresça ainda mais, levando o setor para números maiores.
Na divisão por estado, São Paulo (35,4%) mantém a expressiva liderança com quase o triplo de Minas Gerais, o segundo colocado com 11,9%, e apresentando um aumento ainda maior.
Outro ponto é que o top 5 segue o mesmo do ano anterior, e com destaque para o Distrito Federal, que entrou no top 6, saindo de 1,2% para 3,7% em apenas um ano, registrando a maior alta do setor no ano.
O gráfico mostra como o mercado vive a sua melhor fase para os donos dos empreendimentos, com uma liquidez média de 2,9%, o setor mostra sua melhor margem dos últimos 20 anos e após vários anos de estagnação e quedas (2013, 2014, 2016 e 2017 com os mesmos 2,3%, 2015 com 1,6% e 2018 com 2,2%), o aumento dos lucros veio junto com o faturamento, podendo dessa maneira, em 2022, apresentar uma margem ainda melhor, superando os 3%.
Um fato interessante do setor no Brasil é a grande concentração da receita nos principais players do mercado, só no top 50, a receita chegou a R$ 329,6 bilhões em 2021, somando 53,9% da renda total do ramo, sendo 37,2% concentrado apenas no top 10, percentual que apenas cresceu nos últimos 3 anos. Com isso, percebe-se que o mercado é enorme, com valores incríveis, mas extremamente concentrado nos principais players.
O setor supermercadista não tem estado tão ativo quanto poderia em relação à fusões e aquisições de relevância nacional, segundo declarações de alguns dos principais players do mercado, há um interesse em comprar outras lojas, porém falta diversidade de ativos disponíveis. Contudo, o ramo conta com grupos com boa situação de caixa e interesse em expandir de maneira acelerada. Devido a isso, há uma chance real de que ao longo de 2023, esse mercado seja bastante aquecido, um princípio disso é a movimentação das Americanas sobre o Hortifruti.
Americanas e Hortifruti
Após os recentes escândalos da dívida de R$ 40 bilhões, as Americanas estão buscando alternativas para angariar capital e mostrar seu comprometimento às entidades bancárias e aos acionistas. A possibilidade levantada pela companhia é a venda do Hortifruti Natural da Terra, adquirido em 2021 com dívida líquida de R$ 300 milhões e margem Ebitda de 12%. A expectativa é arrecadar em torno de R$ 2 bilhões com o negócio.
Carrefour Brasil adquiriu o Grupo Big
Em março de 2021, o Carrefour anunciou uma aquisição estratégica do Grupo Big (antigo Walmart Brasil) no valor estimado de R$7,5 bilhões. Tal transação é parte da estratégia da organização visando se expandir com presença maior nos Estados do Nordeste e Sul do Brasil. No teto daquele ano, a união das duas gigantes representaria um faturamento de aproximadamente R$100 bilhões. Entretanto, ela necessitaria de aprovação pelo Cade devido os possíveis riscos de uma concentração de mercado que passariam para as mãos de um único conglomerado varejista. O que foi acordado contempla mudança na emblemática assinatura “Big” e redefinição das lojas Maxxi para Atacadão ou Sam’s Club.
Em 2022, o Carrefour Brasil junto à Advent International e Walmart, concluiu com sucesso a aquisição do Grupo BIG. Graças a esta aquisição, a empresa se destaca como líder indiscutível do setor, consolidando uma fatia de mercado bem maior que o concorrente principal, com cobertura abrangente em todas as regiões brasileiras e entre as 10 maiores empresas do país. A operação consistiu na compra de 70% em efetivo e 30% em novas ações da subsidiária brasileira do grupo. A expectativa é que saiam ganhando tanto os clientes quanto os 150.000 funcionários que trabalharão nas 1.000 lojas ao longo do território nacional.
Villarreal Supermercados e Simpatia Supermercado
Após a recente fusão dos Villarreal Supermercados e Simpatia Supermercado, foi inaugurada a C.V.S. (Comercial Villa Simpatia). Em 2024, a empresa prevê abrir novas lojas para que, em 2026, ultrapasse o faturamento de R$ 1 bilhão/ano e implante um novo Centro de Distribuição. O executivo da CVS, Flávio Almeida, enfatiza que essa integração possibilita unificação de boas práticas e otimização de custos, assim como ampliação do relacionamento com os fornecedores e maior capilaridade para atender os clientes.
O Carrefour Brasil é o principal grupo de varejo no país, tendo presença em todos os estados brasileiros. É presente em mais de 390 municípios no território nacional, oferecendo aos consumidores soluções de compra através dos seus hipermercados, lojas de especialidades, mercados de distribuição de produtos alimentícios, lojas online e redes sociais. Além disso, oferece serviços e inovações tecnológicas para facilitar o dia a dia dos seus clientes.
Faturamento: R$ 81,2 bilhões
O Assaí Atacadista é uma empresa brasileira pertencente ao Grupo Casino, posicionada na B3 e na NYSE, oferece ótimos preços, variedade e qualidade para atender a pequenos e médios comerciantes. Por loja, são mais de 9 mil itens, que vão desde alimentos, bebidas e higiene pessoal à automotiva, pet e eletroportáteis. Da mesma forma, é possível comprar preço de atacado (com descontos) ou varejo. Seu público-alvo compreende varejistas de alimentos (restaurantes, pizzarias etc), organizações (escolas, hospitais) e os usuários finais convencionais. As compras podem ser realizadas nas lojas físicas ou por meio de televendas/aplicativos de entregas.
Faturamento: R$ 45,6 bilhões
A empresa do Grupo Casino tem presença em todos os países da América Latina, incluindo o Brasil, Colômbia, Uruguai e Argentina. Oferece um modelo de negócios multiformato e multicanal com redes varejistas conhecidas, tais como Compre Bem, Mercado Extra e Pão de Açúcar; além de marcas exclusivas como Qualitá, Taeq, Club des Sommeliers e Finlandek. Com 700 lojas físicas e lidera o setor de e-commerce alimentar no Brasil. Buscando sempre proporcionar a melhor experiência de compra aos clientes, onde e quando eles quiserem.
Faturamento: R$ 29 bilhões
O grupo, iniciado em Balsas (Maranhão) em 1986, é uma das maiores redes do Brasil e líder do setor no Norte e Nordeste. Com operações em supermercados, atacarejo, atacado, móveis, eletrodomésticos e a plataforma de e-commerce e aplicativo de descontos, a marca possui bandeiras como Mix Mateus, Mateus Supermercados, Hiper Mateus, Eletro Mateus e Camiño. Atualmente são 90 cidades atendidas com 224 lojas nos estados do Maranhão, Pará, Piauí, Ceará, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas: 52 atacarejos; 70 unidades varejistas; 102 de Eletro e 13 centros de distribuição. Com plano de expansão para novos estados do nordeste.
Faturamento: R$ 17,9 bilhões
Com 260 lojas em todo o estado, o Supermercados BH é o maior varejista de Minas Gerais, conduzindo seu negócio nas principais cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte, no Norte e no Sul de Minas e na Região do Campo das Vertentes. Sendo reconhecido pela ABRAS 2022 como a 5ª maior rede varejista do Brasil.
Faturamento: R$ 11,1 bilhões
O Grupo Muffato é o maior varejista do Paraná e um dos maiores do país, com 89 lojas em 33 cidades paranaenses e também em São Paulo. Conta com 19 mil funcionários diretos e 10 mil indiretos, além de múltiplos serviços para atender a diversas demandas. Seu portfólio inclui Super Muffato e Max Atacadista.
Faturamento: R$ 10,6 bilhões
O Grupo Pereira (SDB Comércio de Alimentos), com cerca de 16 mil colaboradores, é um dos sete maiores varejistas brasileiros, com unidades distribuídas por cinco Estados e o Distrito Federal. Tendo um ecossistema multicanal completo de soluções, com Fort Atacadista, Comper Supermercado, Bate Forte (distribuidor atacadista), SempreFort (farmacêutico), Fort Posto (combustível), Vuon (serviços financeiros), Broker Pantanal (distribuição) e Perlog (logística).
Faturamento: R$ 9,7 bilhões
A Cencosud foi fundada em 1963 como um mercado de autosserviço e se transformou em uma das maiores varejistas da América Latina. Ela possui representação em 5 países, oferecendo produtos para atender as necessidades do consumidor, como supermercados, home centers, lojas de departamento e shopping centers. No Brasil, a Cencosud conta com lojas próprias dos seguintes grupos: GBarbosa, Mercantil Atacado, Bretas, Perini e Prezunic. Em 2022 ela também adquiriu o Giga no Estado de São Paulo. Oferece também serviços financeiros iniciados pela GBarbosa com o cartão Credi-Hiper GBarbosa. Em 2021 o grupo também lançou o Spid para entregar produtos em 35 minutos na porta do cliente no Rio de Janeiro.
Faturamento: R$ 9,1 bilhões
A nona maior rede brasileira de supermercados, sendo a maior sem participação de capital estrangeiro, divididos entre: Epa, Mineirão Atacarejo e Brasil atacarejo, com uma gama de lojas no Sudeste do país.
Faturamento: R$ 6,7 bilhões
Fundado em 1935 em Erechim/RS, o Grupo Zaffari tem se expandido ao longo dos últimos 88 anos e hoje é reconhecido como a 10ª maior rede de supermercados do Brasil. Contando com cerca de 12 mil colaboradores, o grupo mantém-se jovem e dinâmico, investindo na qualificação das pessoas e operando com 100% de capital nacional para atuar nos diversos segmentos de varejo supermercadista, administração de shopping centers e cartões de crédito. Além disso, a companhia também prioriza a responsabilidade socioambiental ao lado dos relacionamentos centrados em confiança e fidelidade.
De acordo com a Nielsen, mais de 80 milhões de brasileiros compram online e apenas no Brasil já existem mais de 29 bilhões de dispositivos conectados. O que apenas comprova a força do E-commerce, que além da praticidade e de alguns descontos específicos para compras online, outro grande motivador é a insatisfação em ir até o supermercado. Segundo inúmeras pesquisas realizadas pela RTC Consultoria, 70% dos respondentes declararam incômodo a três partes do processo de ir ao supermercado e fazer compras, são eles: entrar na fila, transportar as compras (colocar e tirar do carro, ou levar até em casa) e organizar as compras em casa, 90% dos entrevistados afirmam que a parte de esperar para pagar é a mais estressante, e consequentemente, o que gera mais insatisfação.
Mas mesmo com o avanço do e-commerce, um fator determinante para a escolha do cliente pelo estabelecimento ainda é o ponto de venda. cerca de 15% dos respondentes da pesquisa divulgada pelo Ranking ABRAS 2022 (referente aos dados do mercado em 2021), comentou sobre os pontos físicos como fator determinante para decisão de qual estabelecimento comprar, perdendo apenas para o preço que foi mencionado em 18,76% dos casos.
De acordo com o Índice Nacional de Satisfação do Varejo (INSV) referente a dezembro de 2022 em relação ao setor de supermercados ficou em 79,39%, em comparação com a média geral do varejo que ficou em 79,98%. Mesmo sendo uma alta média, ainda é abaixo do valor geral do varejo, o que indica uma janela de melhora no serviço, já que o ponto vital para a fidelização é a satisfação do cliente.
Os supermercados também sentiram um forte impacto na procura por seus produtos. No início da pandemia, houve um aumento significativo nas vendas devido a compras em excesso por parte dos consumidores.
Outro fator que afetou diretamente o setor foi o aumento nos custos operacionais. A pandemia exigiu que os supermercados implementassem diversas medidas para garantir a segurança dos clientes e dos funcionários.
Mesmo durante os períodos mais críticos da crise sanitária mundial. A estratégia utilizada por muitos estabelecimentos foi investir na modernização tecnológica, com a adoção das plataformas digitais e serviços delivery que permitem a compra remota dos produtos pelo celular ou computador. De acordo com o relatório da eMarketer, houve um crescimento de 41,9% nos consumidores de supermercados digitais apenas nos Estados Unidos em comparação com o ano de 2019. Além disso, o tempo passado em casa aumentou para 35% e a frequência mensal de pedidos por cliente ativo subiu para 1,9. Essa modernização contribuiu para manter alta a demanda pelos produtos oferecidos pelo setor mesmo durante esse período complicado da pandemia.
Visando se tornarem cada vez mais competitivas no mercado tão disputado, buscando melhorar ao máximo a experiência dos clientes, 25,6% do dinheiro investido foi com o propósito de reformar as lojas, seguidos pelos 24,2% em equipamentos de refrigeração e em terceiro, a construção de novos pontos de venda (22,8%), seguido pelos 6,6% responsáveis pela aquisição de lojas e com a mesma porcentagem, as gôndolas, fechando o top 5 do total de R$ 19,8 bilhões investidos no setor em 2021.
Separando por tipo de estabelecimento onde a verba foi aplicada, temos liderando os super/hipermercados com 49,9%, mas o que de fato chama atenção é o surpreendente salto dos investimentos em atacarejos que foram para 41,1% dos investimentos, somando só com as duas modalidades de negócios 91% da verba. e tornando os atacarejos, uma grande tendência do mercado, já que com menos investimento que os hipermercados, eles são responsáveis por 51,47% do faturamento do setor, com isso, espera-se que este nicho do mercado, se expanda ainda mais nos próximos anos.
O setor dos supermercados é um mercado dividido entre grandes marcas estabelecidas e novatos que tratam de disputar o market share. Para evitar quedas nas suas margens, é necessário focar em iniciativas para ampliar a sua carteira de clientes e atrair novos compradores.
Produtos Substitutos – Alta
Existem várias opções de produtos substitutos para o setor de supermercados, como lojas de conveniência, mercearias e outros negócios do mesmo ramo. Isso torna a concorrência entre esses negócios ainda maior.
Poder dos Fornecedores- Baixa
Os fornecedores desse mercado possuem pouco poder de barganha em relação aos supermercados, pois o alto número de provedores e sua concorrência fazem com que os preços sejam pressionados para baixo.
Poder dos Compradores – Alta
Como são várias opções disponíveis no mercado, os consumidores têm muito poder de decisão e podem escolher os supermercados que melhor atendam às suas necessidades. Dessa forma, eles são capazes de pressionar os preços para baixo negociando condições especiais e benefícios comerciais.
Rivalidade entre players – Alta
O setor de supermercados é altamente competitivo. As diferentes marcas competem entre si, procurando oferecer os melhores preços e variedade de produtos a seus clientes.
TENDÊNCIAS
Sazonalidade
Por mais que as pessoas comprem em supermercados durante todo o ano, em determinados períodos, certos produtos aumentam as vendas em determinados períodos do ano, por exemplo, mesmo com os modelos meteorológicos indicando que teremos um inverno normal, e também em épocas de confraternizações, a indústria produtora de queijos e vinhos já se preparam para ampliar vendas de alguma forma durante esses períodos, de acordo com a Scanntech, o mercado de queijos costuma apresentar um crescimento de 20% nesse período.
Tecnologias
Em relação às tecnologias digitais usadas na gestão destes canais também constatou-se evoluções significativas . Atualmente existem diversas maneiras regionais para digitalizar operações utilizando sistemas informatizados, plataformas automatizadas inteligentes, beacons Bluetooth inteligentes e serviços list-based conectando fornecedores diretamente com os clientes nos respectivos mercados locais. Estas ferramentas permitem inspirar uma relação interativa entre o vendedor e o cliente, fornecendo serviços personalizados diremos para cada perfil particular conquistando assim uma vantagem competitiva específica.
E-Commerce
Por mais que atualmente pareça mais uma realidade bem estabelecida do que uma tendência, mas apenas 36% das empresas trabalha esse lado do negócio, sendo que principalmente com a pandemia, uma grande mudança de hábitos dos clientes foi exatamente a preferência por comprar de casa, que aliada às novas tecnologias e desenvolvimento de melhores logísticas para entregas expressas, é uma modalidade que está a cada dia mais consolidada, e tem se tornado protagonista de vendas em vários setores da economia, por isso, se faz imprescindível a adoção desse meio.
Ademais, dentro do e-commerce ainda existem diversas formas de executá-lo, desde a estruturação de um site próprio da empresa, que atualmente é utilizado por 73,3% dos supermercados. Outra maneira é se utilizar de aplicativos de delivery como o ifood para a realização dos pedidos (24%), e ainda a utilização de marketplace, que quase não é explorada, ficando apenas com 2,7% das redes que adotam o e-commerce, estando presentes nesse modo de venda.
Produtos diferenciados
Buscando novas maneiras de atrair os clientes e fidelizá-los, os supermercados têm procurado produtos diferentes para satisfazer os consumidores, tornando-os únicos, dificultando a comparação com a concorrência. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Ranking ABRAS 2022 (referente aos dados do setor em 2021), apenas 36% das empresas possuem produtos importados no catálogo e só 21% têm marcas próprias.
Já os produtos de marca própria se destacam, não só por de fato serem únicos do estabelecimento, mas por ter um alto potencial de fidelização dos clientes e uma rentabilidade altíssima, pois possuem um custo de produção bem reduzido e dão a liberdade de escolher como trabalhar a margem de lucro.
A grande vantagem dos produtos importados, além da diferenciação, já que apenas uma porcentagem ínfima dos estabelecimentos trazem tais produtos e da expansão do catálogo, é o alto valor agregado neles, muitas vezes por serem marcas diferentes das habituais e com renome mundial, o cliente se sente engajado a comprar uma mercadoria com um valor até maior que a média.
Sustentabilidade
Por todo mundo, as pessoas estão mais preocupadas com o meio ambiente, por isso, se faz cada vez mais comum clientes optarem por produtos sustentáveis, com embalagens reduzidas e biodegradáveis, por vezes pagando mais caro em busca de uma solução mais ecológica. Devido a isso, têm se notado grandes esforços das empresas produtoras a se adequarem a isso, reduzindo o uso de água, elementos reciclados e meios de produção mais limpos, visando se encaixar nos moldes de sustentabilidade tão requisitados pelo público.
“O setor supermercadista nos últimos anos têm se mostrado numa curva incrível de crescimento, a partir de um efeito interessante, que inversamente à maioria dos outros setores, os supermercados tiveram um aumento absurdo de crescimento principalmente em 2020, acentuando acréscimos que já vinham acontecendo, e que escalaram a um novo patamar, que se está se mantendo no pós pandemia, e com tendências de que esse movimento se perpetue e tenha cada vez mais ênfase carregado pelas novidades tecnológicas, sustentáveis e principalmente pelo avanço do modelo de atacarejo.
Ademais, para 2023 espera-se um aquecimento ainda maior do mercado, com movimentações dos maiores players, buscando se expandir e obter maiores parcelas do mercado, concentrando ainda mais a renda no top 50.“
Robson Duarte – Product Analyst I
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As malhas viárias no Brasil são segmentadas em rodoviária, ferroviária, aquaviária e aeroviária e é dessa maneira que iremos subdividir essa análise. Ao longo delas serão encontrados os principais tópicos para um bom entendimento do mercado, além de dados e insights.
ANÁLISE MACROECONÔMICA
MUNDO
Transporte Rodoviário:
De acordo com a Allied market research e a Grand view research o mercado de transporte rodoviário a nível mundial viu um crescimento significativo nos últimos anos. O mercado de transporte rodoviário global é estimado em US $ 4,5 trilhões em 2022, aumentando a um CAGR(Compound anual growth) de cerca de 4,6% a partir de 2017. É de se esperar que a demanda por transporte de carga por via rodoviária é a principal força motriz do mercado de transporte rodoviário global.
Fatores que estão contribuindo para o crescimento do mercado de transporte rodoviário global:
Aumento da classe média
Progresso do comércio internacional
Melhoria da infraestrutura rodoviária
Aumento da classe média
No entanto, fatores como a redução da demanda de transporte de carga devido à pandemia de Covid-19, altos custos de combustível e alta volatilidade nos custos de manutenção afetaram e ainda estão afetando o mercado de transporte rodoviário global.
No entanto, apesar de tudo, o crescimento desse setor é claro a nível global, pois observamos que é impulsionado pelo aumento da demanda por transporte eficiente e seguro, que exige a construção de novas malhas viárias, é necessário melhorar e manter as malhas viárias existentes e entre alguns outros pontos já mencionados. Por essa razão, é esperado que o mercado de malhas viárias continue progredindo nos próximos anos.
Os principais países rodoviários são:
Estados Unidos da América: com uma malha rodoviária de 6,58 milhões de quilômetros, os Estados Unidos da América possuem a maior malha rodoviária do mundo. A rede inclui expressways, estradas interestaduais, ruas, ruas residenciais e ruas secundárias, além de estradas de pequenas dimensões.
China: a China vem logo depois dos Estados Unidos da América com uma malha rodoviária de 6,32 milhões de quilômetros. Esta rede inclui estradas de ligação interestadual, estradas nacionais, estradas provinciais, estradas municipais, estradas secundárias e ruas residenciais.
Brasil: o Brasil possui a terceira maior malha rodoviária do mundo, com cerca de 4,7 milhões de quilômetros em 2022. Esta rede foi construída principalmente durante as décadas de 1960 e 1970 e inclui estradas interestaduais, estradas estaduais, estradas municipais e ruas e ruas residenciais.
Índia: com uma malha rodoviária de 4,2 milhões de quilômetros, a Índia tem a quarta maior rede rodoviária do mundo. Esta rede inclui estradas nacionais, estradas interestaduais, estradas estaduais, estradas municipais, estradas secundárias e ruas residenciais.
Rússia: a Rússia é o quinto país com a maior malha rodoviária do mundo, com cerca de 1,32 milhão de quilômetros. Esta rede inclui estradas expressas, estradas interestaduais, estradas estaduais,
Através de informações fornecidas por empresas privadas especializadas em dados, como Statista, Global Market Insights, Railway Technology e International Union of Railways, podemos trazer o status do setor ferroviário nos últimos anos no que tange mundo.
Em 2022, esperava-se que o mercado global de transporte ferroviário continue a se recuperar dos efeitos da pandemia de COVID-19, com um crescimento estimado de 5,9% em relação a 2021. O volume de carga transportada em 2022 aumentou em torno de 6,7 bilhões de toneladas, enquanto o número de passageiros transportados aumentou para 5,2 bilhões. Novamente, a maioria dos países deve adotar medidas para estimular o transporte ferroviário e suprir a demanda de transporte de carga.
Por meio de valores voltados à investimentos conseguimos ver como uma região enxerga as ferrovias e como ele deseja estar nos próximos anos, então separamos a última divulgação que houve sobre investimentos nas principais regiões do planeta:
De acordo com pesquisas, os países da Ásia são responsáveis por quase metade (47%) do investimento mundial na infraestrutura ferroviária. A China lidera a região com investimentos previstos de US$ 86,2 bilhões. A Ásia também lidera o número de passageiros de trens de passageiros com cerca de 8,2 bilhões de passageiros em 2019.
Na Europa, o investimento em infraestrutura ferroviária aumentou cerca de 5,3% em 2019, para cerca de US$ 64,8 bilhões. O número de passageiros em trens de passageiros aumentou para cerca de 5,1 bilhões em 2019.
A América do Norte liderou o aumento do investimento global em infraestrutura ferroviária, com um aumento de 13,9% em 2019, para cerca de US$ 37,2 bilhões. O número de passageiros em trens de passageiros aumentou para cerca de 3,4 bilhões em 2019.
Na América do Sul, o investimento em infraestrutura ferroviária aumentou cerca de 7,8% em 2019, para cerca de US$ 12,2 bilhões. O número de passageiros em trens de passageiros aumentou para cerca de 1,1 bilhão em 2019.
A África também experimentou um aumento no investimento em infraestrutura ferroviária em 2019, com um aumento de 11,5%, para cerca de US$ 8,9 bilhões. O número de passageiros em trens de passageiros aumentou para cerca de 1,2 bilhão em 2019.
Transporte Aquaviário:
De acordo com a Organização Marítima Internacional (OMI), o crescimento esperado para os próximos dois anos deve-se principalmente ao aumento do comércio internacional. A demanda por embarcações, tanto para transporte de cargas como de passageiros, deverá aumentar significativamente.
Além disso, o aumento da demanda pela economia global também deverá impulsionar o crescimento do mercado aquaviário. Com o aumento do comércio internacional, as empresas marítimas deverão investir em embarcações mais modernas e eficientes para atender a essa maior demanda.
A Organização Marítima Internacional também estima que o mercado de transporte aquaviário deverá se beneficiar com o crescimento da infraestrutura portuária em todo o mundo. Isso deve facilitar a navegação e aumentar a segurança dos navios.
O mercado de transporte aquaviário à nível mundial está previsto para aumentar anualmente em um ritmo de 4,3% a partir de 2022, com um valor estimado em US $ 8,2 bilhões em 2022. (Fonte: Mercado de Transporte Aquaviário Global de 2022, Grand View Research).
A América do Norte é a maior região no mercado de transporte aquaviário global, com uma quota de mercado de quase 30% em 2021, o equivalente a quase um terço do mercado global. (Fonte: Mercado de Transporte Aquaviário Global de 2021, Grand View Research).
A Europa é a segunda maior região no mercado de transporte aquaviário global, com uma quota de mercado de cerca de 20%.
A Ásia-Pacífico é a terceira maior região no mercado de transporte aquaviário global, com uma quota de mercado de cerca de 17%.
A África é a quarta maior região no mercado de transporte aquaviário global, com uma quota de mercado de cerca de 8%.
O setor de transporte aquaviário está sendo impulsionado pelo aumento das exportações, a demanda por serviços de transporte de passageiros e a demanda por soluções de transporte de carga.
Outros fatores que têm impulsionado o crescimento do setor incluem aumento da demanda por combustível de barco, melhorias na infraestrutura portuária e melhoria na segurança do tráfego marítimo. (Fonte: Relatório de Mercado de Transporte Aquaviário Global de 2021, MarketWatch).
Transporte Aeroviário:
Por meio do banco de dados Statista, sabemos que o mercado de transporte aeroviário global está se expandindo rapidamente. O que se esperava do ano de 2022 é que o setor movimentou cerca de 7,2 trilhões de dólares em receita, um aumento de 7,3% em relação a 2021. O crescimento vem do aumento no número de voos e passageiros, bem como da demanda por novos serviços de voos mais curtos e de maior flexibilidade.
As companhias aéreas globais estão se adaptando a novos modelos de negócios, como voos flexíveis, voos direcionados e voos de curta distância. O avanço da tecnologia também está ajudando a tornar as experiências de voo ainda mais seguras e práticas, aumentando a demanda de passageiros. Os aviões de última geração, como o Airbus A350 e o Boeing 787, estão se tornando mais comuns e oferecem aos passageiros serviços mais confortáveis, seguros e convenientes.
Além disso, as companhias aéreas estão adotando novas formas de oferecer serviços de transporte, como o serviço de compartilhamento de voos. Esta tendência permitirá que os passageiros compartilhem seus voos com outros passageiros, a fim de economizar custos.
O mercado de transporte aéreo também está sendo impulsionado pelo crescimento do turismo. As viagens internacionais estão aumentando, com as pessoas viajando de um lugar para outro a preços mais acessíveis do que nunca. A demanda por voos domésticos também está aumentando, com as pessoas optando por voar de um lugar para outro em vez de usar outros meios de transporte.
No mercado de transporte aéreo global, a maioria das empresas aéreas está focada em aumentar seus fluxos de caixa, tornando seus voos mais eficientes e aprimorando suas operações. As companhias aéreas também estão se concentrando em melhorar seus serviços de passageiros, oferecendo mais opções de voos e serviços de bordo.
BRASIL
Panorama Geral:
O Brasil possui apensas de estradas e rodovias 1.720.700 quilômetros, para se ter uma ideia de como nossas rodovias são fundamentais, a malha rodoviária do Brasil é responsável pela movimentação de mais de 60% das mercadorias entre os estados e cerca de 90% dos passageiros, isso é o que mostrou o relatório anuário CNT de transporte. As estimativas apontam que existem cerca de 100 milhões de veículos circulando pelo trânsito no Brasil. Nesses números destaque para Minas Gerais, dona da maior malha viária do país. São 7689 Km de rodovias federais, 23663 km de rodovias estaduais e 238191 km de rodovias municipais.
No 1T21, o PIB de Transportes avançou 1,3% na comparação anual e 3,6% na margem dessazonalizada, resultado acima do estimado. Para 2021, a expectativa foi revisada de +5,4% para alta de 8,7%. Para 2022, esperamos alta de 3,0% (ante expectativa anterior de +4,5%).
A revisão do PIB de Transportes foi motivada pela incorporação do último resultado acima do esperado e pela melhora da perspectiva para a atividade econômica doméstica (projeção para o PIB brasileiro passou de +2,7% para +4,4% em 2021), que tende a favorecer o transporte de cargas.
Após ligeira retração esperada para o 2T21, o PIB de Transportes deve retomar trajetória de crescimento a partir da segunda metade do ano, favorecido pela perspectiva de avanço da vacinação contra a covid-19, benéfica, sobretudo, para o transporte de passageiros nos modais aéreo e rodoviário.
Melhores Malhas
Outro destaque vai para São Paulo, dona das 14 melhores rodovias brasileiras, de acordo com a 24ª Pesquisa Rodoviária da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada na última quinta-feira (2). A primeira colocada neste ranking nacional é a Rodovia Euclides da Cunha (SP- 320 – trecho Rubinéia/Mirassol), administrada pelo Departamento de Estradas e Rodagem (DER), do Governo de São Paulo. As outras 13 são concessionadas e estão sob a gestão da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).
Pedágios
Mas vale lembrar que muito dessa qualidade tem um motivo, as rodovias pedagiadas. O Brasil lidera o ranking mundial de malha viária concedida a iniciativa privada, são 376 praças pedagiadas. Dessas 180 estão no estado de São Paulo. Para se ter uma ideia do quanto custa ter uma estrada de qualidade a Anchieta Imigrantes possui um custo de R$ 33 reais a cada 100 km rodados para os motoristas de caminhão.
Parte da arrecadação fica com os municípios cortados pelas estradas. O restante é investido na qualidade da estrada, duplicação, sinalização, segurança e tecnologia, além claro do lucro das concessionárias. Ao todo são 1.120.532 km de rodovias pedagiadas no Brasil, entre rodovias federais e até mesmo municipais.
Rodovias Brasileiras
A BR-116 maior rodovia do Brasil tem seu início na cidade de Fortaleza, capital do Ceará, percorrendo 10 estados chega ao seu final na cidade de Jaraguão, no estado do Rio Grande do Sul. São 4660 km de estradas.
Mas ela também carrega outro título nada agradável, a BR 116 Lidera o ranking de estrada mais perigos do país no ranking de acidentes fatais.
Diversas vezes você já deve ter ouvido em tele jornais sobre a rodovia da morte, muitas disputam esse título nada atrativo. Mas a BR-381/262 (MG/ES), mais conhecido como “Rodovia da morte”, muitas vezes é eleita a rodovia da morte em função do alto índice de acidentes ocorridos nela. Segundo o Mistério do Transporte, uma nova licitação está sendo preparada para que obras sejam realizadas no trecho com o objetivo de reduzir as mortes e acidentes.
TOP 10 PLAYERS DE MALHAS VIÁRIAS
D&B Hoovers
TRANSPORTE RODOVIÁRIO NOS ÚLTIMOS ANOS
O transporte rodoviário brasileiro desempenha um papel fundamental na economia do país, pois é responsável por mais de 70% do transporte de cargas. No Brasil, existem aproximadamente 1,7 milhão de quilômetros de malhas viárias, sendo que deste total, cerca de 1,1 milhão de quilômetros são pavimentados.
Apesar de ter um bom número de malhas viárias, o transporte rodoviário brasileiro enfrenta alguns desafios. Por exemplo, a infraestrutura rodoviária do país precisa ser melhorada para garantir que as cargas cheguem aos seus destinos de maneira segura e eficiente. Além disso, a falta de investimento em segurança rodoviária também contribui para o aumento dos acidentes.
Outro desafio que o transporte rodoviário brasileiro enfrenta é a falta de transportadores qualificados e de caminhões modernos. Essa situação impede que o país aproveite plenamente os benefícios do transporte rodoviário. Para superar esses desafios, é necessário investir na infraestrutura rodoviária, na formação de motoristas qualificados e na modernização dos caminhões.
MALHA Em 2019, a extensão total da malha rodoviária brasileira foi de 1.720.700,0 km, sendo que 12,4% da malha foi pavimentada (213.452,0 km). Além disso, 9,1% da malha está planejada (157.309,0 km) e 78,5% não pavimentada (1.349.938,0 km).
Para efeito de comparação, desde 2009, a malha pavimentada cresceu apenas 0,5%, demonstrando que ainda há muito o que se fazer para melhorar a infraestrutura rodoviária do país. A extensão rodoviária brasileira era de 1.712092,7 km, sendo 12,4% a extensão pavimentada (212.491,40 km), 7,7% a extensão Planejada (131.233,3 km) e 79,9% a extensão não pavimentada (1.368.368,0 km).
CONDIÇÃO DAS RODOVIAS Em 2020, 61,9% das rodovias avaliadas apresentaram algum tipo de problema no estado geral. Quanto ao pavimento, 52,2% dos trechos avaliados têm problemas, 58,9% têm deficiência na sinalização e 62,1% têm falhas na geometria.
FROTA Quando falamos das fortas brasileiras, em 2021, foram registrados 110.812.821 veículos, um crescimento de 57,1% em relação a 2011, quando existiam 70.543.535 registros.
PRODUÇÃO DE VEÍCULOS Em 2020, foram fabricados 2.014.055 veículos, o que significa uma queda de 31,6% em relação ao número registrado em 2019, quando foram produzidos 2.944.988 veículos.
TRANSPORTE PÚBLICO URBANO Em 2020, 189,8 milhões de passageiros foram transportados por mês no sistema de ônibus urbano em nove capitais brasileiras (Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP), o que representa uma queda de 35,4% em relação aos 293,9 milhões de passageiros transportados em 2019, grande parte do causador dessa queda é pandemia causada pela Covid-19.
TRANSPORTE DE CARGAS Em 2020, foram registradas 219.956 empresas, 435 cooperativas e 724.098 autônomos. A frota cadastrada nas empresas é de 1.382.651 veículos, 859.729 registrados como autônomos e 28.481 veículos de cooperativas, totalizando 2.270.861 veículos autorizados para realizar transporte de cargas.
ACIDENTES NAS RODOVIAS FEDERAIS BRASILEIRAS Em 2020 foram registrados 51.865 acidentes de trânsito com vítimas nas rodovias federais, 7,0% à menos do que o registrado em 2019 (55.756) brasileiras com um total de 5.287 óbitos em acidentes de trânsito nas rodovias federais brasileiras. 0,8% a menos do que em 2019 (5.332) 2020 indica aumento na gravidade dos acidentes. Subiu para 8,3 o número de mortos por acidente em 2020, um aumento de 5,0% no índice em relação a 2019 quando este indicador era de 7,9.
INVESTIMENTOS:
1. Ampliação de Estradas: Esta é uma das principais formas de investimento em transporte rodoviário. Esta iniciativa pode ser usada para aumentar a capacidade de transporte de veículos, melhorar as condições de tráfego e aumentar a segurança. O custo deste tipo de investimento varia entre US$ 5 milhões e US$ 10 milhões por quilômetro.
2. Melhoria de Acessibilidade: Esta é outra forma de investimento em transporte rodoviário. Ela pode ser usada para melhorar a acessibilidade de veículos a pontos específicos, como estradas e pontes. O custo deste tipo de projeto varia de US$ 500 mil a US$ 2 milhões por quilômetro.
3. Melhoria de Sinalização: Esta é uma forma eficaz de investimento em transporte rodoviário. Esta iniciativa pode ser usada para ajudar os motoristas a seguirem as regras de trânsito, melhorar a segurança no trânsito e aumentar a fluidez do tráfego. O custo deste tipo de projeto varia de US$ 10 mil a US$ 20 mil por quilômetro.
4. Construção de Estradas: Esta é uma das formas mais caras de investimento em transporte rodoviário. Esta iniciativa pode ser usada para construir novas estradas, aumentar a capacidade dos veículos e melhorar a segurança. O custo deste tipo de projeto varia entre US$ 5 milhões e US$ 25 milhões por quilômetro.
Infere-se que rodovias em condições não satisfatórias impactam diretamente os gastos com manutenção dos veículos e o consumo de combustível das empresas de transporte. Ainda de acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias, em média, os transportadores têm o seu custo operacional acrescido em cerca de 30,9% somente por conta das condições insatisfatórias do pavimento das rodovias brasileiras.
. Além disso, foi possível estimar que os transportadores tiveram um consumo excedente de cerca de 956 milhões de litros de diesel, em 2020, ocasionando uma descarga desnecessária de aproximadamente 2,53MtCO2-eq na atmosfera.
Esse cenário é reflexo de anos de investimentos públicos precários, e em declínio, em infraestrutura de transporte. Ao se analisar o investimento público federal em rodovias como porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2006 e 2020, percebe-se uma estabilização em patamares baixos ao longo dos anos, com queda acentuada nos últimos seis anos. Em 2020, os investimentos em rodovias representaram apenas 0,09% do PIB, conforme observado no Gráfico a seguir.
Ao longo dos anos – influenciados pelas crises fiscal e política –, os valores autorizados para investimentos da União em transporte têm sofrido quedas sucessivas, sendo que o montante autorizado em 2022, para todo o setor (de R$ 8,58 bilhões), é o menor desde 2001. Esta cifra é suficiente para cobrir apenas 27,1% do estimado para a recuperação das rodovias com problemas indicadas pela Pesquisa CNT de Rodovias.Esse cenário torna ainda mais desafiadora a operação do modal rodoviário de cargas, resultando em elevados prejuízos para o transportador e, consequentemente, para a economia do país.
PLAYERS DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO
1. CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR): Fundada em 1999, é uma das principais empresas de transporte rodoviário do Brasil, atuando na concessão, operação, gestão, manutenção e desenvolvimento de infraestrutura rodoviária. Possui atualmente 12 concessionárias que administram 8.400 km de rodovias, sendo 5.400 km de rodovias federais e 3.000 km de rodovias estaduais. Fonte: https://www.ccr.com.br/
2. Triunfo Participações e Investimentos S.A.: Fundada em 1992, é uma empresa de serviços de infraestrutura, com atuação em vários setores, como transporte rodoviário, aeroportuário, portuário, logístico, energético, de saneamento e óleo e gás. A Triunfo possui atualmente 10 concessionárias que administram 6.400 km de rodovias, sendo 3.500 km de rodovias federais e 2.900 km de rodovias estaduais. Fonte: https://www.triunfo.com.br/
3. Ecorodovias: Fundada em 1997, é uma empresa de transporte rodoviário brasileira que atua na exploração e manutenção de rodovias. A Ecorodovias possui atualmente 14 concessionárias que administram 7.000 km de rodovias, sendo 4.400 km de rodovias federais e 2.600 km de rodovias estaduais. Fonte: https://www.ecorodovias.com.br/
TRANSPORTE FERROVIÁRIO NOS ÚLTIMOS ANOS:
O transporte ferroviário brasileiro vem enfrentando grandes desafios para atender às demandas de transporte de passageiros e cargas no país. O setor ferroviário brasileiro apresenta sérios problemas de infraestrutura, equipamentos obsoletos, falta de investimentos e falta de planejamento.
Porém, nos últimos anos, o governo brasileiro tem investido em melhorias para o setor ferroviário, como a modernização das malhas ferroviárias e a criação de novas linhas. Além disso, o governo tem trabalhado para incentivar o uso de trens elétricos, substituindo os trens a diesel, que são mais poluentes.
Embora o transporte ferroviário brasileiro ainda enfrenta grandes desafios, o governo vem fazendo esforços para melhorar a infraestrutura e oferecer serviços de transporte mais modernos e eficientes. A meta é oferecer serviços de qualidade a preços acessíveis para todos os brasileiros.
EMPREGO Em 2020, foram registrados 40.623 pessoas empregadas no transporte ferroviário de cargas, entre pessoal próprio e terceirizado, o que representa um aumento de 3,99% em relação ao ano de 2019, que contou com 39.065 empregados.
INDÚSTRIA NACIONAL Em 2020 foram produzidos 72 carros ferroviários, uma redução de 27,3% em relação a 2019, quando foram produzidos 99 carros ferroviários.
Em 2020 foram produzidos 1.672 vagões, um aumento de 66,2% em relação aos 1.006 vagões produzidos em 2019.
Em 2020, foram produzidas 29 locomotivas, o que representa uma queda de 14,7% em relação ao ano de 2019, quando foram produzidas 34.
OPERAÇÃO Em 2020, foram operadas 2.988 locomotivas, representando uma redução de 0,5% em relação ao ano de 2019, quando haviam 3.002.
Em 2020, foram operados 98.097 vagões, um aumento de 0,1% em relação ao ano de 2019, que contava com 98.011 vagões.
MOVIMENTAÇÃO Em 2020, foram transportadas 365,1 bilhões de toneladas de carga por quilômetro útil (TKU), o que representa 0,4% a menos do que em 2019 (366,4 bilhões de TKU). Além disso, 489,3 milhões de toneladas úteis (TU) foram transportadas no mesmo ano, 1,0% a menos do que em 2019 (494,5 milhões de TU).
INVESTIMENTO
1. Reforma de São Paulo (2012-2015): investimento de R$ 3,2 bilhões para modernizar a linha férrea de São Paulo e melhorar a qualidade do serviço de transporte ferroviário. A modernização incluiu a substituição de trilhos, a construção de novas estações, a aquisição de novos trens e a instalação de sistemas de segurança modernos. Fonte: http://www.metro.sp.gov.br/sobre/historico-do-metro/
2. Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) (2011-2016): investimento de R$ 8,5 bilhões para construir a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, que ligará o Estado de Minas Gerais ao Estado do Espírito Santo, passando por São Paulo. A ferrovia terá 1.700 quilômetros de extensão e será construída para transportar minério de ferro, bem como passageiros. Fonte: http://www.infraestruturabrasil.com.br/ferrovia-de-integracao-oeste-leste-fiol/
3. Linha de Alta Velocidade (LAV) (2016-2021): investimento de R$ 20,6 bilhões para construir a Linha de Alta Velocidade, uma ferrovia que ligará a cidade de Campinas, em São Paulo, ao município de Rio de Janeiro. A linha terá 740 quilômetros de extensão e terá trens que poderão atingir velocidades de até 350 km/h. Fonte: http://www.lav.gov.br/
PLAYERS
1. MRS Logística (1993): É a empresa líder em transporte ferroviário de carga no Brasil, com foco na prestação de serviços de transporte de carga de curta e longa distância, por meio de frota própria de cerca de 5.000 vagões. A MRS também é responsável pela gestão de alguns dos mais importantes terminais ferroviários do país, como o Terminal Ferroviário da Granja Julieta, em Brasília. Fonte: https://www.mrs.com.br
2. ALL (American Latina Logística) (1995): A ALL é uma das principais empresas de transporte ferroviário de carga no Brasil. Possui aproximadamente 10 mil vagões e opera em todos os estados brasileiros, cobrindo uma extensa malha ferroviária. A ALL também é responsável pela operação de alguns dos principais terminais ferroviários do país, como o Terminal Ferroviário do Norte, em São Paulo. Fonte: https://www.all.com.br
3. Rumo Logística (1999): A Rumo Logística é uma das principais empresas de transporte ferroviário de carga no Brasil. A empresa possui aproximadamente 10 mil vagões e opera em todos os estados brasileiros, cobrindo uma extensa malha ferroviária. A Rumo é responsável pela gestão de alguns dos principais terminais ferroviários do país, como o Terminal Ferroviário do Centro-Oeste, em Goiânia. Fonte: https://www.rumo.com.br
E segue uma tabela com as principais empresas de transporte ferroviário que estão no top 30 das maiores empresas de transporte geral do Brasil, segundo o Big Data D&B Hoovers:
A próxima tabela estão as principais empresas de transporte Urbano, ou seja, metrôsque estão no top 30 das maiores empresas de transporte geral do Brasil, segundo o Big Data D&B Hoovers:
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO NOS ÚLTIMOS ANOS:
O transporte aquaviário é um dos principais meios de transporte no Brasil, sendo responsável por movimentar grandes volumes de carga e passageiros. O país possui mais de 70 portos de alta capacidade, que são responsáveis por atender às demandas de tráfego de carga e passageiros.
O transporte aquaviário também é usado para transportar combustíveis, como óleo, gás natural e diesel. Além disso, é usado para movimentar produtos agrícolas, minerais, madeira e outras cargas. O transporte aquaviário é também um dos meios mais eficientes para escoar a produção industrial do país.
O Brasil possui uma extensa rede de transporte aquaviário, que inclui o Sistema Hidroviário Nacional, que é formado por mais de 2.500 quilômetros de rios navegáveis. Além disso, o país possui vários canais interiores, lagos e lagoas, que são usados para o transporte aquaviário.
O transporte aquaviário tem sido responsável por movimentar cerca de 60% da carga total do país. Além disso, é uma importante fonte de emprego e renda, sendo responsável por milhares de postos de trabalho.
MOVIMENTAÇÃO
Em abril, a movimentação portuária total* recuou 3,0% na margem dessazonalizada, após ter avançado 6,7% em março. Na comparação anual, houve alta de 6,2%. No mês, as movimentações de petróleo e derivados, carvão mineral e ferro e aço puxaram a movimentação portuária total.
A perspectiva para o indicador foi revisada de +3,2% para alta de 5,2% em 2021. No próximo ano, deve haver alta de 2,1% (ajustada de +2,4%). A revisão para este ano reflete, sobretudo, o quadro mais positivo para os desembarques, diante da elevação das projeções para a atividade econômica doméstica e de perspectiva de que a taxa de câmbio atinja patamares um pouco mais apreciados do que o esperado anteriormente no curto prazo.
A despeito da revisão para a taxa de câmbio, os embarques portuários devem permanecer em níveis elevados. São fatores positivos o dinamismo da demanda chinesa por commodities e a expectativa de crescimento da oferta brasileira de minério de ferro, além do quadro positivo para a produção doméstica de petróleo e para a produção agrícola.
Em 2020, a navegação por Longo curso movimentou 809,6 milhões de toneladas de carga, um aumento de 2% em relação a 2019 (794 milhões). Além disso, a cabotagem movimentou 271,7 milhões de toneladas, um aumento de 12,7% em relação a 2019 (240,9 milhões).
Em 2020, foram movimentadas 762,2 milhões de toneladas de cargas nos Terminais de Uso Privado, o que representa um aumento de 3,9% em relação aos 733,2 milhões de 2019. Já nos Portos Organizados, foram movimentadas 392 milhões de toneladas de cargas, o que representa um aumento de 5,7% em relação aos 370,9 milhões de 2019.
Movimentação portuária – embarques e desembarques
Projeção foi elevada diante dos últimos dados acima do esperado. Indicador deve permanecer em nível elevado no curto prazo, refletindo o dinamismo da demanda chinesa por commodities e a expectativa de crescimento da oferta brasileira de minério de ferro e de petróleo.
Projeção: +4,3% em 2021 e +2,6% em 2022.
Fonte: : Consultoria Integrada
Quadro mais positivo tem como base elevação das projeções para a atividade econômica doméstica. Expectativa é de que, após certa retração nos próximos meses, os desembarques retomem crescimento no final do ano. Quadro tem como premissas maior controle da pandemia e vacinação de pelo menos 70% da população brasileira até o fim de 2021.
Projeção: +7,1% em 2021 e +1,1% em 2022.
Fonte: : Consultoria Integrada
INVESTIMENTOS: 1. Porto de Maracanaú (CE): Investimento de R$ 1,5 bilhão para reestruturação e ampliação do porto, com previsão para se tornar um dos mais modernos do país. Início das obras em 2019.
2. Porto de Itaqui (MA): Investimento de R$ 7,3 bilhões para reestruturação e ampliação do porto, com conclusão prevista para 2024.
3. Porto de Salvador (BA): Investimento de R$ 3,4 bilhões para modernização do porto, com previsão de conclusão para 2021.
4. Porto de Santos (SP): Investimento de R$ 3,2 bilhões para modernização do porto, com previsão de conclusão para 2020.
5. Porto de Itajaí (SC): Investimento de R$ 3 bilhões para modernização do porto, com previsão de conclusão para 2021.
PLAYERS
1. CopaTran – Fundada em 1997, é a maior empresa de transporte aquaviário do Brasil. Oferece serviços de transporte marítimo, tanto de passageiros quanto de cargas, para todos os estados brasileiros, com preços competitivos. (Fonte: https://www.copatran.com.br/)
2. BRISA – Fundada em 1986, é a segunda maior empresa de transporte aquaviário do Brasil. Possui uma grande frota de embarcações, que realizam serviços de transporte de passageiros e cargas entre os estados brasileiros. (Fonte: https://www.brisa.com.br/)
3. TransGuaíba – Fundada em 1988, é a terceira maior empresa de transporte aquaviário do Brasil. Possui embarcações que realizam serviços de transporte de passageiros e cargas por todo o litoral brasileiro. (Fonte: https://www.transguaiba.com.br/)
4. Transpetro – Fundada em 1997, é a quarta maior empresa de transporte aquaviário do Brasil. É especializada no transporte de cargas, sendo responsável pelo transporte de petróleo, gás natural e produtos químicos para todos os estados brasileiros. (Fonte: https://www.transpetro.com.br/)
5. Transatlântica – Fundada em 1988, é a quinta maior empresa de transporte aquaviário do Brasil. Oferece serviços de transporte de passageiros e cargas entre os estados brasileiros, assim como viagens internacionais entre o Brasil e outros países da América do Sul. https://www.transatlantica.com.br/)
E segue uma tabela com as principais empresas de transporte aquaviário que estão no top 30 das maiores empresas de transporte geral do Brasil, segundo o Big Data D&B Hoovers:
TRANSPORTE AEROVIÁRIO NOS ÚLTIMOS ANOS
O transporte aeroviário brasileiro é uma importante forma de transporte para o país. De acordo com o Ministério da Infraestrutura, o Brasil possui cerca de 5 mil aeroportos e helipontos, além de mais de 8 mil quilômetros de vias aéreas. Estes números mostram que o Brasil tem um dos maiores sistemas de transporte aeroviário do mundo.
A aviação brasileira também está em constante evolução. De acordo com o Ministério da Infraestrutura, o número de voos realizados no Brasil aumentou de quase 4 milhões em 2014 para mais de 5,5 milhões em 2019. Além disso, o número de assentos disponíveis em voos domésticos também aumentou em mais de 20% entre 2014 e 2019.
O transporte aeroviário também contribui significativamente para a economia do Brasil. De acordo com o Ministério da Infraestrutura, a aviação brasileira movimentou cerca de US$ 25 bilhões em 2018, gerando mais de 400 mil empregos diretos e indiretos.
Portanto, é possível afirmar que o transporte aeroviário brasileiro é uma importante forma de transporte para o país, que contribui significativamente para a economia e está em constante evolução.
EMPREGO Em 2020, 43.369 pessoas estavam empregadas nas companhias aéreas, representando uma queda de 14,1% em relação a 2019.
A distribuição desses empregados foi a seguinte: 22,1% da tripulação de cabine, 20,3% do pessoal de tarifação e vendas, 16,6% do pessoal de manutenção e revisão, 12,9% dos pilotos e co-pilotos, 0,0% dos demais tripulantes de voo e 28,0% de outros.
FROTA Em 2020, 22.409 aeronaves estavam registradas, o que representou um crescimento de 0,9% em relação a 2019, quando o número de aeronaves registradas era de 22.219. A distribuição destas aeronaves em 2020 foi a seguinte: 10.563 (47,1%) para o segmento privado, 5.735 unidades (25,6%) para o segmento experimental, 1.722 unidades (7,7%) para a instrução privada, 1.312 unidades (5,9%) para o transporte público não-regular (táxi aéreo), 642 unidades (2,9%) para o transporte aéreo público regular (doméstico ou internacional) e 2.435 unidades (10,9%) para outras categorias.
DEMANDA Em 2020, foram registrados 465,4 mil voos realizados por empresas brasileiras e estrangeiras, uma queda de 51,0% comparado ao ano anterior, quando foram registrados 950,7 mil voos. O mercado doméstico sofreu uma queda de 49,6% e o internacional de 58,9%, em relação a 2019.
PASSAGEIROS Em abril, o fluxo total de passageiros (RPK Total) em voos domésticos e internacionais apresentou -14,0% na margem dessazonalizada. A retração registrada pelo fluxo aéreo desde jan/21 reflete o agravamento da pandemia no Brasil. O indicador avançou 393,6% em relação a abril de 2020, quando apenas a malha aérea essencial estava operando. A projeção para o RPK Total foi revisada de +25,3% para +11,6% ante 2020. Para 2022, espera-se +107,0% (ante perspectiva anterior de +83,2%).
A revisão para este ano reflete, principalmente, a piora do cenário para a demanda aérea internacional no restante do ano, em que o turismo global deve permanecer bastante restrito. O fluxo aéreo internacional deve iniciar trajetória de recuperação mais consistente a partir do 1S22, sob a premissa de andamento do cronograma de vacinação e, por onseguinte, relaxamento das restrições a passageiros oriundos do Brasil. Embora a perspectiva seja de recuperação, o RPK total deve permanecer limitado por fatores como: fragilidade do mercado de trabalho; patamar depreciado do real, que deve restringir viagens de residentes ao exterior mesmo após o controle da pandemia; e possíveis mudanças de hábitos de trabalho (substituição de viagens corporativas por reuniões virtuais, por exemplo).
Fonte: Consultoria Integrada
CARGAS Em 2020, 722,4 milhões de toneladas de carga paga e correios foram transportadas em voos internacionais com origem ou destino no Brasil, representando uma queda de 12,8% na comparação com 2019 (828,2 milhões). Já 324,4 milhões de toneladas de carga paga e correios foram transportadas em voos domésticos com origem ou destino no Brasil, o que significa uma queda de 28,3% na comparação com 2019 (452,7 milhões). No total, 1,0 bilhão de toneladas de carga paga e correios foram transportadas no ano de 2020, representando uma queda de 18,3% em relação a 2019 (1,3 bilhão).
INVESTIMENTOS:
1. Programa de Investimentos em Logística (PIL) – Investimento de 1,3 trilhão de reais entre 2021 e 2028 (fonte: https://www.gov.br). O programa tem como objetivo modernizar a infraestrutura de transporte no Brasil, com foco na revitalização de aeroportos, melhoria na eficiência e na segurança dos serviços, além de investimentos em novas ferramentas e tecnologias.
2. Programa de Desenvolvimento Aeroportuário (PDA) – Investimento de R$ 2,4 bilhões entre 2019 e 2022 (fonte: https://www.gov.br/). O programa visa modernizar a infraestrutura aeroportuária brasileira, melhorando a segurança, eficiência e qualidade dos serviços.
3. Programa de Desenvolvimento de Acesso às Regiões de Fronteira (PDARF) – Investimento de R$ 5 bilhões entre 2018 e 2021 (fonte: https://www.gov.br). O programa visa melhorar o acesso às regiões de fronteira brasileiras, com o desenvolvimento de infraestrutura de transporte aeroviário.
PLAYERS 1. GOL Linhas Aéreas Inteligentes: – Valor de mercado: R$ 8 bilhões – Ano de fundação: 2001 – Características: Empresa de aviação low cost, pioneira no Brasil, comercializando passagens aéreas com preços baixos. Possui uma frota de mais de 130 aeronaves e oferece serviços para mais de 100 destinos, tanto no Brasil como no exterior.
2. LATAM Airlines Brasil: – Valor de mercado: R$ 4 bilhões – Ano de fundação: 2012 – Características: Empresa de aviação brasileira que nasceu da fusão da TAM Linhas Aéreas com a LAN Airlines. Possui uma frota de mais de 100 aeronaves e atua em mais de 115 destinos, tanto no Brasil como no exterior.
3. Azul Linhas Aéreas: – Valor de mercado: R$ 7,7 bilhões – Ano de fundação: 2008 – Características: Empresa de aviação brasileira, pioneira em operações de baixo custo no país. Possui uma frota de mais de 140 aeronaves e opera em mais de 110 destinos, tanto no Brasil como no exterior.
Segue uma tabela com as principais empresas de transporte aeroviário que estão no top 30 das maiores empresas de transporte geral do Brasil, segundo o Big Data D&B Hoovers:
FUSÕES E AQUISIÇÕES AO REDOR DO MUNDO
1. A empresa brasileira de logística JSL S.A. adquiriu, em 2019, a empresa de transporte rodoviário americana Murphy Trucking. A aquisição, que foi realizada através de uma compra de ações, permitiu à JSL atender às necessidades de transporte de seus clientes nos Estados Unidos.
2. Em 2020, a Wallenius Wilhelmsen, uma grande empresa de transporte marítimo, anunciou a aquisição da companhia de transporte rodoviário americana American Roll-On Roll-Off Carrier (ARC). A aquisição ampliou significativamente o portfólio de serviços da Wallenius Wilhelmsen, permitindo-lhes oferecer soluções de transporte rodoviário e marítimo em todo o mundo.
3. Em 2019, a empresa de transporte rodoviário americana Schneider National adquiriu a empresa de logística XPO Logistics. A aquisição permitiu a Schneider National expandir seus negócios para um maior número de mercados e oferecer uma variedade de soluções de logística para seus clientes.
4. Em 2020, a empresa de transporte rodoviário americana YRC Worldwide adquiriu a empresa de serviços de logística C.H. Robinson. Com a aquisição, a YRC foi capaz de expandir sua presença em mercados externos e oferecer serviços de transporte rodoviário, bem como soluções de logística para seus clientes.
EMPREGABILIDADE
O setor transportador apresentou saldo positivo de 8.515 postos de trabalho em outubro, segundo atualização do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado no Painel CNT do Emprego no Transporte . O saldo de outubro para o setor foi 25,2% maior que o mesmo mês de 2021, e 16,6% em relação a outubro de 2020, o que demonstra a melhoria de desempenho para o transporte (Gráfico 1A). Com o resultado do mês, o setor já acumula a criação de 93.309 postos de trabalho em 2022, 15,2% a mais que o número de vagas criadas no mesmo período em 2021 (Gráfico 1B). No conjunto de todos os setores do país, observa-se saldo de 159.454 postos de trabalho em outubro e de 2,32 milhões no acumulado do ano.
Anuário:CNT
Considerando o resultado para cada modalidade de transporte, o saldo total do rodoviário no acumulado do ano foi de 88.528 postos (Gráfico 2A), sendo 7.692 em outubro. O segmento rodoviário de cargas apresentou o maior saldo acumulado no ano, de 80,8% do total da modalidade (71.955), com geração de 5.910 no mesmo mês. O rodoviário de passageiros urbano apresentou saldo acumulado positivo de 5.463 postos (442 em outubro), seguindo uma trajetória progressiva de recuperação das perdas com a covid-19, em que o saldo para o segmento em outubro de 2021 foi de -160, e no mesmo mês de 2020, de -6.657.
O segmento de passageiros de longo curso apresentou saldo acumulado de 1.628 postos, ainda insuficiente para repor as perdas de 2021 (-5.980 postos de janeiro a outubro). O ferroviário de cargas apresentou recuperação em seu saldo acumulado, revertendo o valor negativo no acumulado até setembro (-11) para o positivo de 151 postos ao se considerar a criação de vagas de outubro (Gráfico 2B). O metroferroviário de passageiros, por sua vez, apresentou saldo positivo de 233 postos em 2022 (Gráfico 2B), inferior ao acumulado até o mês passado, uma vez que houve perda de 84 empregos em outubro.
No aquaviário, de janeiro a outubro, foram geradas 2.425 vagas, sendo 276 em outubro. O saldo acumulado em 2022 para o modo foi 11,7% superior ao de 2021 (2.171) (Gráfico 2C). Em relação aos segmentos com maiores saldos no acumulado do ano, a navegação de apoio criou 1.409 empregos, número 3,0% inferior ao mesmo período do ano passado. A navegação interior apresentou comportamento semelhante, com saldo acumulado em 2022 de 619 postos, com redução relativamente a 2021.
Por fim, o segmento marítimo de cabotagem teve seu quadro de empregados majorado em 206 novas posições, o que representou uma grande evolução quando comparado ao mesmo período do ano passado (-72). Por fim, o aéreo de passageiros apresentou saldo acumulado de 1.858 postos em 2022 (Gráfico 2D), sendo 478 deles no mês de outubro. Apesar da recuperação do segmento, iniciada no ano passado e que tem se mantido na maior parte de 2022, ainda existe um grande espaço para ser preenchido, uma vez que a perda em 2020 foi de 8.594 postos de trabalho entre janeiro e outubro. Em relação ao segmento de cargas, observa-se queda em relação a 2021, com saldo acumulado de 114 postos, pouco menor que os 122 do ano anterior.
Anuário CNT
Considerando o emprego no transporte em termos regionais, os estados com os maiores saldos acumulados entre janeiro e outubro de 2022 foram: São Paulo (34.926), Minas Gerais (10.183), Santa Catarina (7.635), Paraná (6.803) e Rio de Janeiro (5.002). Destes, somente São Paulo apresentou um saldo menor neste ano do que no acumulado do ano passado, uma vez que a criação de postos de trabalho retrocedeu em outubro, saindo de 2.499, em 2021, para 1.882, em 2022.
Ademais, o Rio de Janeiro apresentou uma significativa melhora quando comparados os mesmos períodos para 2021 e para este ano. No acumulado até outubro de 2021, o estado apresentava perda de 1.035 empregos e, em 2022, criação de 5.002 novos postos. Apenas o Rio Grande do Norte manteve saldo acumulado negativo em 2022 (-61).
Cabe notar, no entanto, que até setembro, o estado vinha recuperando as perdas dos primeiros meses deste ano, porém em outubro houve perda de vagas no estado (-25). Em relação aos demais estados com saldo negativo em outubro de 2022, o Amapá apresentou o maior saldo negativo (-466 postos), seguido por Mato Grosso do Sul (-206), Goiás (-39) e Roraima (-21). No entanto, no acumulado do ano, esses estados apresentam saldo positivo de postos de trabalho.
ANÁLISE INTERNA DO SETOR
5 Forças de Porter
Transporte Rodoviário:
Poder dos Fornecedores – Média
Os fornecedores do setor de transporte rodoviário, incluindo combustível, peças de reposição e serviços de manutenção, podem exercer uma pressão significativa sobre as empresas, pois os preços dos recursos variam.
Rivalidade entre Players – Alta
A concorrência nesse setor é intensa devido ao grande número de empresas que oferecem serviços de transporte rodoviário. Os preços podem ser pressionados para baixo, o que torna o mercado altamente competitivo.
Produtos Substitutos – Média
Transporte aéreo e transporte ferroviário apresentam-se como alternativas mais rápidas e econômicas que o transporte rodoviário.
Poder dos Compradores – Alta
Os compradores têm o poder de influenciar o mercado de transporte rodoviário. Muitos compradores exigem custos baixos para viagens a longas distâncias.
Entrantes Potenciais – Alta
Continuam a chegar novos concorrentes ao mercado de transporte rodoviário. Esses concorrentes podem oferecer serviços ainda mais avançados e competitivos para os compradores.
Aeroviário:
Poder dos Fornecedores – Média
As forças de fornecedores no setor de transporte aeroviário são geralmente consideradas moderadas. Isso porque exigem grandes investimentos financeiros e tecnológicos para fabricação de aeronaves, e grandes produtores de aeronaves, como a Boeing e a Airbus, detém a maioria dos contratos de fornecimento. Não houve muitas mudanças no fornecimento na última década, mas nos próximos anos espera-se um aumento significativo no fornecimento de aviões e motores com motorização apropriada para aumentar a eficiência do combustível.
Rivalidade entre Players – Alta
A concorrência no setor de transporte aeroviário é considerada alta. Os principais agentes neste segmento são a Boeing, a Airbus, a Embraer e a Bombardier. Vigora uma alta concorrência em termos de qualidade, preço, serviços a bordo, etc. Além desses grandes players há também várias outras companhias de tamanho menor presentes no mercado. Devido à alta taxa de competição, a concorrência é destinada a aumentar nos próximos anos.
Produtos Substitutos – Baixa
A força de produtos substitutos no setor de transporte aeroviário é baixa devido à adoção cada vez maior da automação no transporte. Muitos dos serviços fornecidos por esse setor podem ser facilmente substituídos por outras formas de transporte, como o trem, o ônibus, o táxi, etc. No entanto, este risco deve aumentar nos próximos anos, já que avanços tecnológicos estão permitindo a implementação de veículos autônomos que podem reduzir o custo dos serviços de transporte.
Poder dos Compradores – Baixa
A força dos compradores no setor de transporte aeroviário é geralmente considerada baixa. A maioria dos contratos de fornecimento é realizada entre grandes produtores de aeronaves e as companhias aéreas, e os clientes finais não têm muito poder aquisitivo perante esses agentes. No entanto, devido ao aumento da concorrência no mercado, é esperado que os compradores tenham mais poder de barganha nos próximos anos.
Entrantes Potenciais – Baixa
A força de novos concorrentes no setor de transporte aeroviário é baixa. O setor é regulado por governos em vários países e requer grandes investimentos em tecnologia para a produção de aeronaves. Além disso, a barreira de entrada é alta devido à necessidade de obtenção de uma certificação válida para entrar e operar no mercado. A baixa força de novos concorrentes deve-se aos requisitos rigorosos para entrar e sair do setor, portanto é esperado que essa força permaneça estável nos próximos anos.
Ferroviário:
Poder dos Fornecedores – Média
Os fornecedores desse mercado podem ser as empresas de venda de máquinas e peças utilizadas no transporte ferroviário. Essas empresas têm o poder de influenciar o preço do produto final pois suas margens de lucro podem variar de acordo com a demanda.
Rivalidade entre Players – Alta
A concorrência no mercado de transporte ferroviário é competitiva devido ao grande número de empresas a oferecer os seus produtos. O preço dos serviços e produtos oferecidos acaba sendo determinado à medida que as empresas competem entre si.
Produtos Substitutos – Alta
Uma alternativa é o transporte rodoviário. Embora o trem não seja tão eficiente quanto o ferroviário, alguns produtos podem ser transportados através desse método.
Poder dos Compradores – Média
Os compradores no mercado de transporte ferroviário são os clientes individuais ou empresas que demandam os seus produtos e serviços. Empresas que precisam transportar produtos ou pessoas por longas distâncias tendem a optar pelos trens pois é mais eficiente e barato.
Entrantes Potenciais – Baixa
Devido ao crescimento dos meios de transporte, novos fornecedores estão surgindo no mercado de transporte ferroviário. Com as novas tecnologias, como carruagem sem motorista, os novos fornecedores podem oferecer serviços mais eficientes e competitivos. Porém é muito tímido ainda no Brasil.
Aquaviário:
Poder dos Fornecedores – Alta
Os fornecedores no setor de transporte aquaviário são marítimos como empresas de navegação, construtores de navios, empresas de equipamentos marítimos e empresas de transporte pesado. Existem poucos fornecedores, o que pode levar a um aumento nos preços de seus serviços.
Rivalidade entre Players – Alta
A concorrência entre as empresas é relativamente alta, mas existem algumas barreiras, como custo de embarque, velocidade de serviço, frete, prazos, condições de jornadas de trabalho e entre outros.
Produtos Substitutos – Alta
Existem outros meios de transporte como transporte rodoviário, aéreo, ferroviário. Esses modos de transporte são mais baratos e muitas vezes mais rápidos do que o transporte aquaviário
Poder dos Compradores – Média
Os compradores no setor são normalmente grandes empresas de transportadoras, mover empresas de logística, indústria de manufacturing e armazenamento. Essas empresas têm o poder de decisão para determinar o preço e as condições para o serviço a ser prestado.
Entrantes Potenciais – Baixa
O transporte aquaviário não é acessível para novos entrantes. A entrada no setor depende de um grande investimento para aquisição de navios. Além disso, os novos entrantes terão que competir com fornecedores estabelecidos, custos de operação e também cumprir os regulamentos e normas de segurança do setor.
OPORTUNIDADES E AMEAÇAS
MALHAS VIÁRIAS Oportunidades:
1. A tecnologia de malhas viárias oferece oportunidades para o desenvolvimento de sistemas de transporte mais eficientes, seguros e sustentáveis. Os sistemas de malhas viárias podem melhorar a capacidade de processamento de informações dos sistemas de transporte, bem como melhorar a segurança dos passageiros. De acordo com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), os sistemas de malhas viárias são responsáveis por cerca de 20% do tráfego urbano nos Estados Unidos.
2. O setor de malhas viárias também oferece oportunidades para as empresas de tecnologia de transporte, pois elas podem desenvolver tecnologias que ajudem as cidades a implementar sistemas de malhas viárias. Algumas das tecnologias que podem ser desenvolvidas incluem sistemas de navegação, sistemas de monitoramento e controle de tráfego e sistemas de informação para passageiros.
3. O setor de malhas viárias também oferece oportunidades para o setor de serviços de transporte. Os sistemas permitem que os serviços de transporte sejam mais eficientes, seguros e confiáveis, pois eles oferecem um meio seguro e rápido de se deslocar entre destinos.
Ameaças:
1. É necessário investir recursos significativos para desenvolver e implementar sistemas de malhas. Segundo o Relatório de Estimativas de Investimento em Infraestrutura de Transporte dos Estados Unidos, os Estados Unidos precisam investir cerca de US$ 4,6 trilhões em infraestrutura de transporte para os próximos 10 anos. Isso significa que o setor terá que arcar com esses custos de investimento.
2. O desenvolvimento de sistemas de malhas viárias também pode ser limitado devido à falta de recursos humanos qualificados. Segundo o Relatório de Estimativas de Investimento em Infraestrutura de Transporte dos Estados Unidos, os Estados Unidos precisam contratar mais de 3 milhões de profissionais de engenharia de transporte para cumprir as necessidades de infraestrutura de transporte nos próximos 10 anos.
3. O setor de malhas também pode ser afetado por questões de segurança. Os sistemas de malhas viárias são complexos e precisam de segurança aprimorada para garantir a segurança dos passageiros. Além disso, as mudanças climáticas globais podem afetar os sistemas de malhas viárias, pois elas podem causar inundações e outros danos.
Transporte Rodoviário: Oportunidades:
– Investimentos em tecnologia: a tecnologia moderna permitirá que as empresas no setor reduzam os custos e melhorem a eficiência, devido à automação de algumas tarefas.
– Crescimento do transporte de carga: o comércio global continuará a impulsionar o transporte de cargas, criando mais oportunidades para as empresas de transporte rodoviário no mercado global.
– Participação global: as empresas de transporte rodoviário estão bem posicionadas para explorar novas oportunidades em todo o mundo, usando o tamanho e a escala que desenvolvem para se tornar mais competitivas.
-Liberalização de mercados: a abertura de mercados domésticos para a concorrência financeiramente mais saudável incentivará as empresas a oferecer melhores serviços a baixo custo.
Ameaças:
– Aumento dos custos operacionais: devido à concorrência global e à pressão sobre os custos, o setor enfrentará um aumento na execução de tarefas exigindo custos mais altos.
– Consciência da sustentabilidade: as empresas de transporte rodoviário deverão enfrentar a crescente pressão para adotar práticas mais sustentáveis, o que pode demandar investimentos significativos.
– Avanços na tecnologia: novos avanços na tecnologia podem afetar negativamente a este mercado, como a automação, que comprometerá a demanda por mão-de-obra.
– Mudanças na regulamentação dos modais: as leis e regras comerciais nos países diferentes variarão de acordo com a legislação local, o que pode afetar a competitividade do mercado.
Transporte aeroviário: Oportunidades:
– Melhoramento dos processos de boarding: Através de novas tecnologias, existe a possibilidade de melhorar a experiência do usuário a bordo dos voos, através de soluções mais seguras e simplificadas. Estes processos podem incluem check-ins digitais, execução rápida de passaportes, segurança aprimorada e serviços de vanguarda para o passageiro.
– Investimentos em novas tecnologias, aeronaves perene e modernas: Esta é uma oportunidade para melhorar a qualidade dos serviços, assim como tornar seu serviço mais atraente para os passageiros. O uso de novas aeronaves com menor custo de operação, assim como tecnologias avançadas para reduzir problemas de piloto automático e aviônicos faz parte deste foco.
– Inovação no setor de entretenimento: O uso de novas tecnologias como realidade virtual e jogos a bordo dá aos passageiros uma experiência de viagem única.
– Otimização de processos de planejamento de voos : Usando recursos de Big Data, a empresa pode melhorar seu planejamento de voos e otimizar seu desempenho. Isso permite que os pilotos tomem melhores decisões durante o voo, otimizando o uso de combustível e aumentando a eficiência.
– Aumento do turismo internacional: Nos últimos anos, vemos um aumento no turismo internacional, e muitos destes destinos devem depender de voos aéreos. Os serviços de transporte aéreo – tanto doméstico como internacional – recebem um impulso altamente positivo.
Ameaças:
– O preço alto dos combustíveis: O custo de combustível representa grande parte dos custos operacionais de um voo. Um preço alto do combustível aumenta os custos e afeta diretamente os resultados financeiros da empresa.
– Falta de infraestrutura: Muitos aeroportos ainda não estão equipados com os requisitos de segurança, aeronaves e equipamentos e serviços necessários ao exercício de um serviço de transporte aéreo. Isso exige um alto investimento para atualizar seus equipamentos e infraestrutura.
– Ciências da aeronave:O uso das novas tecnologias exige um conhecimento especializado para opera-la, e cada membro da equipe deve estar capacitado com a formação apropriada e os requisitos regulamentares necessários para o transporte aéreo.
-Desrespeito às legislações e regulamentos: O transporte aéreo é um setor regulado e existem dados regulamentos específicos a serem cumpridos por todos os operadores deste tipo de serviço. O não cumprimento das legislações pode resultar em penalidades financeiras e até na proibição de voos.
-Avaliação de desempenho: A qualidade dos serviços prestados pelo transporte aéreo é avaliada pela manutenção das aeronaves operacionais, aderência aos horários e nível de serviços, entre outros fatores. Uma péssima avaliação de desempenho pode prejudicar a imagem da empresa.
Transporte aquaviário:
Oportunidades:
1. Exploração de novas rotas de navegação: Uma grande oportunidade é a exploração de novas rotas de navegação, incluindo aquelas que estão agora sendo viabilizadas pela tecnologia de Petroleiros de Sondagem de Longo Alcance (PLSRLs). Estas rotas não só reduzem o tempo de navegação e a necessidade de abastecimento, elas também abrem novos mercados para a indústria.
2. Desenvolvimento de inteligência artificial: O uso da inteligência artificial tem o potencial de aumentar a eficiência, segurança e menores custos operacionais nos transportes aquaviários. A inteligência artificial pode ser usada para criar sistemas autônomos de navegação, que eliminam a necessidade de tripulação humana. Além disso, pode ser usada para monitorar e prever clima, correntes e outros fatores ambientais que afetam a navegação, bem como monitorar e prever condições de tráfego marítimo.
Ameaças:
1. Impacto ambiental: O transporte aquaviário emite muitos gases de efeito estufa, como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, que contribuem para o aquecimento global. Também existe um risco real de poluição das águas dos oceanos, enquanto alguns tipos de transportes aquaviários podem afetar negatively as espécies marinhas e destruir habitats costeiros.
2. Incêndios e inundações: Os navios são propensos a incêndios e inundações, e situações catastróficas deste tipo poderiam resultar em perdas significativas para os proprietários dos navios e para aqueles que dependem destes transportes aquaviários.
Transporte ferroviário:
Oportunidades:
-Criação de novos sistemas de transporte mais limpos e ecoeficientes: Com os crescentes níveis de poluição, a opção por sistemas de transporte ecologicamente corretos ganha cada vez mais destaque, de modo que novas tecnologias que reduzam o consumo de combustível e reduzam as emissões de gases de efeito estufa podem sêm lucrativas.
– Avaliação das condições de segurança: A melhoria da segurança é sempre o principal foco ao melhorar o transporte ferroviário. A análise dos níveis de segurança necessários, a modernização das instalações e a implantação de tecnologias e equipamentos que possam dar uma maior resistência a problemas de segurança são fatores importantes para garantir a segurança dos passageiros.
– Acelerar a implementação de tecnologias modernas: Sistemas como o sistema de sinalização eletrônica, o SCADA (supervisão de computador e automação distribuída) e o sistema de bilhetagem automatizada são os principais motores de modernização dos sistemas ferroviários já existentes.
Ameaças:
-Custos operacionais elevados: devido à sua alta dependência do combustível, a operação ferroviária exige custos cada vez maiores para manter os serviços no funcionamento normal.
– Redução na demanda de transporte: Devido à crise econômica, os custos de operação dos transportes ferroviários podem ser cada vez mais difíceis de serem suportados.
– Incapacidade de atender às expectativas de serviço: devido à fraca qualidade de execução de serviços, a confiança dos passageiros nos serviços oferecidos pode ser afetada. Além disso, o uso da tecnologia obsoleta em suas linhas, bem como o uso inadequado ou o não uso da tecnologia moderna, persistem em muitos serviços ferroviários ainda.
HIGHLIGHTS
“Atualmente, o mercado de malhas viárias no Brasil tem se expandido, com o aumento da demanda por serviços de transporte. Isso se deve ao crescimento da população, ao aumento da demanda por serviços de logística e ao aumento da demanda por transporte de cargas, bem como à necessidade de maior conectividade entre as regiões do país.
Os principais projetos de malhas viárias no Brasil são financiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O programa tem como objetivo modernizar a infraestrutura brasileira, promovendo o desenvolvimento econômico e social. O PAC também tem como objetivo aumentar a mobilidade urbana e proporcionar melhor qualidade de vida à população.
Além disso, existem diversos projetos de malhas viárias que são financiados por estados, municípios e empresas privadas. Esses projetos visam melhorar a conectividade entre cidades e regiões, aumentando o acesso a serviços e oportunidades.
Em suma, a malha viária brasileira está em constante expansão, com a modernização da infraestrutura e a ampliação da conectividade entre as regiões. Isso tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida da população e para o desenvolvimento econômico e social do país.“
Pedro Rocha
Product Analyst
Sigilo e disclaimer
Este documento é para uso exclusivo do assinante. Sua veiculação é terminantemente proibida.
A Ray Consulting não se responsabiliza por ações tomadas por parte do assinante, sendo o intuito do documento servir como um material informativo e não uma sugestão para plano de ação.
Compreender o cenário Brasil referente ao setor da PET em 2021, passando pelos seguintes pontos: Análise macroeconômica, análises internas do setor e tendências.
Com a pandemia do novo coronavírus, poucos mercados conseguiram se sobressair e
crescer de maneira significativa durante o ano de 2020. Um desses mercados com certeza
foi o mercado Pet. Com cerca de 27,02 Bilhões de Reais faturados, representando 0,36% do PIB
nacional, estando na frente dos setores de utilidades domésticas e automação industrial. O setor
cresceu 17,8% quando comparado com o ano de 2019, com crescimento acima do mercado global, que
ficou em 11%. Mesmo com um crescimento expressivo, o Brasil caiu de posições no ranking mundial, ficando em
7º, 3 posições abaixo de 2019, porém, tal queda é justificada pela desvalorização da nossa moeda frente ao dólar, enquanto os demais países que passaram o brasil tiveram suas moedas valorizadas (Abinpet). Além do excelente atual desempenho, as expectativas futuras para esse mercado também são altas, sendo a do Euromonitor internacional (consultoria) que o setor no Brasil cresça cerca de 42% até 2025.
Composição do mercado – sub setores
O mercado pet tem uma composição específica, sendo dividido em 3 grandes nichos: Pet Vet, Pet Food e Pet Care. Pet Vet engloba clínicas veterinárias e produtos de saúde animal. Pet Food alimentação e Pet Care todos produtos cosméticos, brinquedos, acessórios, dentre outros. Em 2020, o mercado pet teve como configuração a seguinte conjuntura ao lado.
Em 2019, os crescimentos haviam se apresentados mais tímidos, ficando Pet Vet em 15%, Pet Food 8,4% e Pet Care em 8,5%. Vemos que o sub-setor de Pet Care teve a menor taxa de crescimento em 2020, não acelerando tanto quanto os demais e perdendo 0,3% de share de 2019 para 2020 (representava 8,3% de todo mercado pet em 2019), porém este ainda é um grande mercado a ser explorado, esta queda pode ser justificada pelo fato de que este é o único setor para cuidado pet que pode ser considerado substituível, considerando que cuidados veterinários e alimentação são aspectos básicos para se ter um pet, enquanto brinquedos, cosméticos e acessórios podem ser dispensados em períodos de crise.
Pet Food é o segmento do mercado de animais de estimação que abrange toda a cadeia de produção de alimentos.
Pet Vet segmento de consultas veterinárias e medicamentos veterinários.
Pet Care é o segmento que contempla todos os cuidados e mimos que o animal recebe ao longo da vida. Acessórios, produtos de higiene e beleza e equipamentos necessários.
Composição de mercado – Animais de estimação
Outro aspecto de composição do mercado relevante para o mercado pet, é a população de animais de estimação nacional, esta indica como a parcela de gastos do setor e o comportamento do consumidor. Hoje, a maior população do mercado pet é de cachorros, de acordo com dados do Euromonitor e da Abinpet, a divisão atual fica a seguinte:
Outra fonte de dados confiável que nos da uma proporção do mercado é a COMAC (Comissão de Animais de Companhia), que fez uma pesquisa com donos somente de cachorros e gatos, com uma amostra de nível nacional e trouxe dados de que 46% das pessoas tem cachorros em casa, % ambos. 37% gatos e 17.
Quando olhamos para o crescimento da população pet, a média ficou em 2% de crescimento total, sendo a população de gatos líder em crescimento, com 3,6%, acima de cachorros com 1,5% de crescimento. Um dos motivos disso pode ser levado por gatos terem um gasto médio mensal menor, possibilitando também que casas tenham mais de um gato, como revelado pela pesquisa da COMAC em 2019, onde mostra que a média de gatos por domicílio é de 2,01, enquanto a de cachorros fica em 1,72. Assim, com tais dados, a COMAC estimava que em 2019 cerca de 37.672.721 de casas brasileiras haviam gatos ou cachorros, representando 53% dos domicílios nacionais.
Outro dado relevante sobre os animais é sua distribuição de raças, sendo realidades diferentes para gatos e cachorros. Ainda de acordo com a pesquisa de 2020 da COMAC, temos que cachorros são majoritariamente de raça, representando 57% da amostra, enquanto gatos de raça representam somente 22%.
Quanto a sexo e idade, em ambos os pets são majoritariamente machos, sendo 53% cachorros e 51% gatos, enquanto a idade, a população de cachorros tem como as 2 principais idades: 51% de 1 a 6 anos e 24% de 6 anos ou mais, enquanto gatos, com uma popularização mais recente são 46% de 1 a 6 anos e 26% de 6 meses a 1 ano.
Composição de mercado – População dona de pet
Quanto ao perfil de donos de pet, a grande maioria é das classes consideradas classe média, B2 e C1, representando 31% e 23%, respectivamente, logo depois vemos as classes B1 e A, com 15% e 12%, de acordo com o levantamento feito pela QualiBest com mais de 3000 respostas.
O levantamento também revela que a maioria (54%) dos donos são do gênero feminino, tendo compatibilidade com o dado da COMAC, que mostra que cerca de 63% das famílias tem como principal proprietário de cachorro (quem o animal se refere como dono, quem faz as compras e quem cuida do pet) pessoas do gênero feminino, enquanto a média para gatos é ainda maior, de 67%.
A principal perfil de donos, em gatos e cachorros, são de famílias já formadas, ou seja, com um filho ou mais, porém, a incidência de famílias com cachorros é um pouco maior, sendo 65%, enquanto gatos ficam com 55% (COMAC). Gatos também são preferencia de pessoas que moram sozinhas ou recém casados, onde 17% dos donos de gatos moram só, e 25% são casais que moram só, com cães, 9% moram so e 21% são casais sem filhos.
Pesquisas
Historicamente, as IES privadas não institucionalizaram a pesquisa devido ao seu não rendimento, frente às mensalidades pagas dos estudantes, diferentemente das públicas, que incentivam constantemente as pesquisas e extensões.
Recentemente, a realidade se transformou com as universidades particulares, que passaram a criar núcleos de pesquisa, competindo então com as universidades públicas na captação dos recursos e investimentos públicos. Pois, o acréscimo dos custos de pesquisa, refletem diretamente nas mensalidades, encarecendo assim o ensino.
Resumo de perfil do dono PET
Classe média
alta
Mulher casada e com
filhos
Pessoas solteiras possuem mais tendências a ter
gatos
É válido ressaltar que a popularização dos gatos veio muito dos dois últimos grupos citados (casais que moram só e pessoas que moram só), considerando que a pesquisa feita em 2019 revela que naquele ano, da população de donos de gatos que eram ‘famílias com filhos’ era maior, cerca de 65% (versus os 55% de 2020), mudando de cenário com o ano de 2020 pandemia, onde 60% das pessoas que adquiriram um felino neste período era casal sem filhos, enquanto pessoas que adquiram cães foram de 50% mulheres que moram só.
Esta diferença entre perfis de donos reflete também no gasto médio dos donos de gatos e cães. O gasto médio mensal de um dono de cão é de R$ 200,00, enquanto o com o gato é R$ 100,00, isso pode ser justificado por 2 fatores: Perfil das famílias donas e perfil do animal. O primeiro, famílias com cachorros costumam ser famílias com filhos, que costumam ter uma renda um pouco maior. O segundo, de acordo com dados da COMAC e também da QualiBest, cachorros tem uma frequência de ida a Veterinários e Serviços pet (banho, tosa, veterinários) maior que a de gatos, onde donos de cães gastam cerca de 30% a mais com esses serviços, assim como também tendem a gastar 6-10% a mais com acessórios e produtos de higiene.
Outros dados relevantes sobre público
Existe uma tendência forte de humanização dos pets, especialmente entre donos de cães. De acordo com a pesquisa da COMAC, 31% dos donos de cachorros e 27% dos donos de gatos consideram os animais como “filho”, 28% e 26% consideram como “membro da família” e somente 7% e 13% consideram como “bicho de estimação”, além desse valor ter caído substancialmente quando comparado com 2019, neste ano, 23% e 29% (cachorros e gatos, respectivamente) dos respondentes afirmaram que consideravam como “bicho de estimação”;
Nessa mesma pesquisa, foi levantado o porque das pessoas não terem um cachorro ou gato, e se tinham interesse em adquirir no futuro. Como resposta, tivemos que cerca de 30% das pessoas que não tem um pet pretendem ter no futuro, e quando questionados porque não tinham cachorro, 41% das pessoas responderam que não tem devido a falta de espaço, e quando questionados para gatos, 30% responderam que não tem por não gostar da espécie e 21% por ter alergia.
O clínico veterinário (80%), o Google (62%) e os funcionários de petshop (57%) são as principais fontes de informação para quem tem pet, de acordo com a pesquisa da COMAC.
As compras ainda são feitas majoritariamente em ambientes físicos, porém o online tem crescido, onde 74% dos entrevistados afirmaram que compraram algo online para seu pet em 2020 e 90% afirmaram que vão continuar comprando.
5 FORÇAS DE PORTER
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No anuário da Secretaria Executiva da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (SCMED) é apresentado as estatísticas do mercado farmacêutico no Brasil. Segundo a SCMED, o mercado farmacêutico industrial no Brasil em 2019 pode ser resumido nos seguintes números:
Entrantes Potenciais – MÉDIA
O mercado de cosméticos é complexo e exige ‘know-how’, não é simples de entrar, porém, com a grande oportunidade, é muito provável vermos um grande volume de empresas iniciando neste mercado em e também grandes players lançando linhas de produtos neste ramo;
Produtos Substitutos – MÉDIA
Devido a popularização, já existem um número bom de players, aumentando a rivalidade entre produtos e inovações são cada vez mais constantes nas indústria. Porém, produtos cosméticos em si já são específicos, não existindo nada que substitua-os diretamente;
Poder dos Fornecedores – ALTA
Tendo em vista que o mercado de cosméticos veterinário possui produtos mais premiums do que outros nichos do segmento PET, consequentente alguns itens são mais únicos, o que faz do poder de certos fornecedores grande perante o mercado.
Poder dos Compradores – MÉDIA
Os consumidores deste mercado tendem a fazer compras no impulso, assim, não existe muita barganha por parte do consumidor final (B2C). Porém, pode existir um poder forte quando a venda é em atacado/indústria, focado no (B2B) *veterinários, pet shops e casas de banho.
Rivalidade entre players – ALTA
Existem ainda um número pequeno de empresas no ramo quando comparado com outros setores, porém, existe uma perspectiva de aumento da concorrência com o crescimento do mercado esperado para os próximos anos.
Oportunidades
O mercado PET é marcado por grandes oportunidades, ele se encontra em constante expansão e inovação, e vem nos últimos anos em ritmo acelerado, diversos modelos de negócio vem surgindo e trazendo soluções para mercados extremamente sólidos e robustos.
No Brasil, e no mundo, esse mercado é carregado de grandes oportunidades, dentre elas:
Vendas online
O novo normal mudou os hábitos de consumo e o mercado como um todo está se movimentando para abocanhar uma fatia. No mês de agosto a PETZ adquiriu a Zee Dog por R$715 milhões buscando alcançar de maneira mais rápida o e-commerce do mercado PET.
Mercado de gatos como nicho a ser explorado
A proporção do crescimento de gatos em 2020 foi maior que o a do crescimento de cães e isso pode se mostrar uma perspectivas para os nicho como a possível “bola da vez” para 2022, um mercado a ser explorado.
Processos de humanização de PET
Tratar o PET como um membro da família fez com que os gastos aumentassem, e a tendência é que essa cultura de tratar como um membro da família só continue. A variedade de produtos “humanos” só que para PET vai só aumentar para 2022.
AMEAÇAS
Como todo mercado em constante expansão, o setor PET também enfrenta diversas ameaças. Sempre é importante estar atento a possíveis oscilações e mudanças bruscas de mercado, principalmente para que seja possível se antecipar a eventualidades e seguir firme em sua caminhada.
Players grandes se inserindo no mercado
O segmento vem atraindo a atenção de grandes players de mercado, como a Uniliver, que lançou sua marca PET Care para pets em 2020 e mostra ser uma tendência para diversas marcas varejistas.
Mercado em saturação
Se toda loja pudesse comercializar todas as marcas que existem hoje, teríamos pontos de vendas que obrigatoriamente seriam maiores que hipermercados. O espaço físico desses pontos de venda é limitado. Existem os mega pets, mas 90% estão limitados no máximo a 100 m², o que torna inviável a comercialização de todas as marcas. Assim, o comerciante acaba por optar pelos produtos onde não há a necessidade de trabalho de marca, nomes já conhecidos e consagrados no segmento.
TENDÊNCIAS
Cenário otimista
Apesar do cenário de pandemia em que o Brasil se encontra, o mercado pet apresenta perspectivas otimistas. A pandemia provocou um aumento na população de pets nos lares brasileiros, o setor pet foi enquadrado como essencial, o que não ocasionou no fechamento das lojas, porém com as medidas de distanciamento e a recomendação de ficar em casa, destaque do setor pet foi o e-commerce, que apresentou um aumento de 65,5% no faturamento em relação a 2019.
Naturalização dos produtos
Com uma pegada cada vez mais verde, o mercado pet segue esse ponto como diversos outros mercados, porém, com um apelo emocional maior. Donos de pet tendem a ser mais conscientes quanto ao futuro e aos animais, assim, produtos que atendem a essa iniciativa são muito bem vindos, especialmente para o ramo de alimentos.
Humanização dos Pets
Este ponto já foi falado anteriormente, porém é válido ressaltar sua importância para esse mercado, visto que produtos e serviços pet serão mais próximos das experiências proporcionadas a nós. Este é um dos principais pontos para o “boom” do mercado, comportamento do consumidor atual e suas perspectivas futuras.
Entrada de grandes marcas no mercado de cosméticos pet
Com uma grande oportunidade de crescimento e um mercado ainda não dominado, grandes marcas como a Unilever estão lançando produtos no mercado brasileiro, assim, existe uma tendência que algum grande player venha a se destacas futuramente neste nicho.
Aumento da cesta básica do pet
Com a humanização, vai ser cada vez mais comum vermos diversos produtos que serão tido com obrigatórios para o cuidado do seu pet. Shampoo, hidratante, pasta de dente, esmalte, protetor solar, perfume… Todos esses tendem a se tornar mais comuns dentro da casa dos donos de pet.
Aumento da população de gatos e suas consequências
Com o aumento acima da média da população de gatos em 2020, é esperado que essa tendência siga em um futuro próximo, com o aumento da população e dos adeptos a esse pet, é esperado que o mercado de cosméticos e de gatos em geral seja aquecido. É válido ressaltar que este ainda esta muito distante do mercado de cães e dificilmente chegará no mesmo, porém, será alavancado.
Convênios para pets
Isso já não é novidade, porém, será mais comum vermos planos de saúde e outros convênios (para outros serviços) para o mercado de animais de estimação.
Startups voltada para o mercado pet:
Ao longo dos anos algumas startups surgiram oferecendo soluções para digitalizar o mercado pet, o caso, por exemplo, da Zee.Now, aplicativo que é braço da Zee.Now e oferece entrega de itens como ração e remédios 24 horas por dia. A empresa oferece não apenas produtos próprios, mas também comprados direto da indústria e entregues a partir de centros de distribuição.
Nicho ainda mais acirrado
No final de novembro de 2020 a disputa ficou ainda mais acirrada com uma fusão importante: a junção da Petlove, um e-commerce para animais de estimação, com a DogHero, que tem serviços para pets como hospedagem. Anunciada no final de outubro, a transação vai unir os 4,5 milhões de clientes da Petlove com a base de 1,4 milhão de usuários da DogHero. “Buscávamos há alguns anos transformar a Petlove em um ecossistema para resolver todos os problemas do dono dos animais. Foi uma aproximação natural”, diz Marcio Waldman, CEO da Petlove.