marijuana

The 5-Minute Rule for Marijuana

The 5-Minute Rule for Marijuana

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Marijuana – the Story

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Análise Econômica – 06/23

PAINEL MENSAL

Julho de 2023

Por André Galhardo, economista-chefe da AE

SUMÁRIO EXECUTIVO 
Atividade econômica 
Indústria 
Serviços 
Varejo 
Agropecuária 
Mercado de trabalho 
Perspectivas 
Índice de preços 
Perspectivas 
Câmbio 
Perspectivas 
Contas públicas
Perspectivas
Política monetária
Perspectivas
Contas externas 
Perspectivas 
PONTOS DE ATENÇÃO E ALERTAS


SUMÁRIO EXECUTIVO 

  1. A China registrou 0% de inflação anualizada e dá indícios de uma desaceleração econômica à frente, com queda do consumo das famílias e perda de tração no mercado imobiliário.
  2. A inflação dos EUA desacelerou de 4% para 3% e o mercado de trabalho permanece resiliente em 3,6% de desocupados – aproximadamente 6 milhões de pessoas. Ainda há duas altas de juros no radar em 2023. 
  3. A atividade econômica brasileira se encontra em uma situação ambígua. Por um lado, temos setores como serviços e o agro registrando ótimos resultados. Por outro, vemos a indústria com menos pujança e o varejo com resultados negativos. 
  4. A décima estimativa da Conab para a safra de grãos 2022/23 repetiu o desempenho das últimas estimativas e mostrou uma safra recorde com mais de 40 milhões de toneladas acima da safra anterior. Isso deve garantir preços menores dos alimentos.
  5. Nessa linha, a primeira deflação de 2023 colocou o índice de preços ao consumidor em 12 meses em 3,16%, abaixo da meta de inflação. Com a safra recorde e a queda nos preços das commodities, a inflação de 2023 pode surpreender positivamente para baixo. 
  6. O mercado de trabalho encontrou um patamar confortável em torno dos 8% de pessoas desocupadas (8,9 milhões de pessoas). Ainda é um contingente elevado, mas já mostra que há espaço para gerar mais empregos com chance de não pressionar a inflação. 
  7. O câmbio parece ter encontrado um patamar confortável em torno de R$4,80. Há espaço para valorização do real, mas o ambiente externo ainda pode condicionar este movimento. 
  8. A maior parte do mercado espera com alguma apreensão que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza a Selic já na próxima reunião, nos dias 1 e 2 de agosto. Com a inflação claramente em trajetória de queda, há poucos argumentos para não começar o processo de flexibilização monetária. 
  9. O desempenho positivo da balança comercial brasileira, com um saldo forte, contribuiu para mudar a direção das contas externas brasileiras, que registraram superávit no mês de maio, após forte déficit em abril.

CONJUNTURA INTERNACIONAL

Vimos nessa virada de semestre a continuidade da emissão de sinais ambíguos com a perda de ritmo da China e a resiliência da economia norte-americana. Do lado da China, inclusive, o país já vive com inflação em 0%. 

O gigante asiático passará por novas reuniões de política monetária nas próximas semanas, e acreditamos que haverá novos estímulos adotados pelo Banco Popular da China para dinamizar a economia local. 

Enquanto isso, a economia norte-americana permanece resiliente. O payroll registrou aproximadamente 6 milhões de pessoas desocupadas no país. Com isso, o resultado oficial passou de 3,7% para 3,6%. 

Com isso e com a inflação ainda com alguma resiliência, podemos ver uma nova alta de juros nos EUA já na próxima reunião do Fomc, nos dias 25-26 de junho. E ainda há no radar o risco de mais um capítulo da crise no sistema bancário. 

O Bank of America teve cerca de US$100 bilhões em perdas não realizadas em títulos no final do primeiro trimestre deste ano. O mercado “puniu” o BofA se desfazendo de suas ações e reduzindo os preços – o que pode levar a um risco de liquidez de um dos maiores bancos do país. 

E do outro lado do Atlântico também há pontos de atenção importantes.

Os governos da zona euro têm de reforçar mais as medidas de contenção dos preços deste ano e do próximo de maneira a domar definitivamente a inflação, mesmo num quadro de recessão (que já se verifica ao nível da zona euro e de alguns países da região monetária, como a Alemanha, com tendência para piorar).

Por falar na Alemanha, a situação ainda não está tranquila por lá. O índice de preços ao consumidor alemão subiu 6,4% em junho. O núcleo da inflação, que exclui as variações de energia e alimentos, mostrou alta de 5,8% em junho, ante 5,4% em maio.

Na Inglaterra, a decisão do Banco da Inglaterra de aumentar sua taxa de juros em 0,5% na última reunião ainda não produziu os efeitos desejados na economia. 

Pronunciamentos como a recente declaração de Andrew Bailey, presidente do BoE, que jurou “ver o trabalho terminado” ao se referir ao combate à inflação, apenas contribuem para as expectativas de uma política monetária ainda mais restritiva e, por consequência, uma futura  valorização da libra esterlina. 

A determinação do Banco da Inglaterra em combater as pressões inflacionárias é ainda mais relevante quando se observa os novos dados da economia inglesa. O PIB do Reino Unido apresentou contração de 0,1% no mês de maio, o que posiciona o BoE em uma situação similar, se não pior, à do Banco Central Europeu.

ECONOMIA BRASILEIRA

Atividade econômica

A atividade econômica brasileira se encontra em uma situação ambígua. Por um lado, temos setores como serviços e o agro registrando ótimos resultados. Por outro, vemos a indústria com menos pujança e o varejo com resultados negativos.
Apesar de certa ambiguidade, acreditamos que a atividade econômica deve registrar desaceleração ou decrescer no mês de maio – o que veremos mais atentamente quando o IBC-Br for divulgado.

Atividade econômica

A produção industrial brasileira avançou 0,3% no em maio, de acordo com dados da  Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF). O resultado representa uma evolução de 1,9% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. 

Apesar da variação positiva, o setor acumula uma queda de -0,4% ao longo de 2023. Ao comparar com os níveis pré-pandemia (fevereiro de 2020), a indústria amarga uma queda ainda mais intensa, de 1,5%.

As atividades que possuíam o maior impacto no resultado geral da indústria em maio foram o coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (7,4%), máquinas e equipamentos (12,3%) e equipamentos de transporte (10,2%). Dentre as que tiveram um desempenho negativo no mês, pode-se citar principalmente produtos alimentícios (-2,6%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%).

Mesmo com a evolução dos níveis de atividade em maio, o PMI industrial apresentou um valor de 46,6 pontos em junho, uma queda 0,5 ponto em relação ao  mês anterior. O valor, porém, veio acima das expectativas do mercado, que projetava uma queda em torno de 1,5 ponto no período. Vale ressaltar que o patamar de 50,0 delimita os níveis de expansão e retração do setor. 

Os níveis de confiança da indústria (ICI), publicados pela FGV, por sua vez, subiram 1,1 ponto em junho, alcançando o valor de 94. De forma similar ao PMI, a confiança é considerada alta no setor quando ultrapassa os 100 pontos, o que não acontece desde agosto de 2022.

Apesar do resultado positivo em maio, demonstrado pela PIM-PF, outros indicadores, em especial o PMI, parecem indicar para uma redução da atividade industrial no próximo mês, enquanto os níveis de confiança demonstraram um pequeno progresso.

De maneira geral, a indústria vem demonstrando uma relativa estagnação ao longo do ano, sem apresentar quedas muito bruscas ou grandes explosões de crescimento. Os indicadores recentes do setor externo, que cada vez mais apontam para um cenário recessivo na economia internacional, devem apresentar mais desafios para uma retomada da atividade industrial, apesar das novas expectativas de redução das taxas de juros brasileiras nos próximos meses.

Serviços

Após a forte queda no mês anterior, o setor de serviços apresentou uma recuperação acima do esperado em maio, com crescimento de 0,9%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor real surpreende mais uma vez, agora de maneira positiva, uma vez que as projeções do mercado indicavam variação nula no setor.

Com o novo resultado, os serviços operam 11,5% acima do patamar pré-pandemia, cujo marco refere-se a fevereiro de 2020, e 2,0% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em dezembro do ano passado. No acumulado do ano, houve expansão de 4,8%, enquanto em 12 meses o avanço foi de 6,4%.

Das cinco atividades avaliadas pela pesquisa, quatro apresentaram crescimento durante o mês. O principal impacto veio do setor de transportes, que cresceu 2,2%, recuperando parte da perda de 4,3% registrada em abril. Outra atividade relevante foi a de serviços prestados às famílias, que havia crescido 1,0% no mês anterior, único setor que havia apresentado crescimento no período, e avançou mais 1,1% em maio.

Dentre os resultados regionais, houve expansão no volume de serviços em 24 unidades da Federação. Mato Grosso (22,5%),  Goiás (5,0%), Rio de Janeiro (3,4%), Minas Gerais (2,6%) e Rio Grande do Sul (2,0%) produziram os maiores impactos no setor.

Apesar do crescimento em maio, o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) aponta para outra retração no mês de junho. O indicador, produzido pela S&P Global, apresentou uma queda na última divulgação, variando de 54,1 para 53,3.

Varejo

A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) referente ao mês de maio trouxe resultados negativos e frustrou as expectativas de muitos analistas. O volume de vendas do comércio varejista em maio recuou 1,0%, frente a abril, na série com ajuste sazonal.

Quatro atividades recuaram e contribuíram mais fortemente para o desempenho de maio: Tecidos, vestuário e calçados (-3,3%), Hiper, supermercados, produtos  alimentícios, bebidas e fumo (-3,2%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,7%).  

Outras quatro atividades tiveram crescimento, mas não o suficiente para reverter  o desempenho do comércio varejista: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (1,7%), Combustíveis e lubrificantes (1,4%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,1%).

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas caiu 1,1% na série com ajuste sazonal. 

Foram responsáveis pelo resultado do varejo ampliado a queda da atividade de Material de Construção (-0,9%). Veículos e motos, partes e peças tiveram vendas 2,1% maiores que no mês de abril, mas ainda insuficiente para elevar o resultado.

Apesar do resultado de maio do comércio varejista, a confiança do setor segue melhorando. O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) subiu 6,9 pontos em junho para 94,2 pontos, registrando o maior valor desde outubro de 2022 (98,0 pontos). 

A alta do índice de confiança no mês de junho foi disseminada em todos os 6 segmentos mapeados e nos dois horizontes temporais. O Índice de Situação Atual, que mede a percepção dos varejistas com a situação atual da economia,subiu 8,8 pontos para 98,9 pontos.

O Índice de Expectativas, por sua vez, avançou 4,6 pontos, para 89,7 pontos. Tanto a avaliação da situação atual quanto das expectativas ambos registram o maior nível desde outubro de 2022 (102,3 e 93,8 pontos, respectivamente).

Agropecuária

Após a safra recorde divulgada pelo 9º Levantamento da Conab, o agronegócio brasileiro recebeu mais uma notícia favorável na forma do anúncio do novo Plano Safra 23/24, que também atingiu uma nova máxima histórica ao destinar R$364,2 bilhões para o financiamento da agricultura e pecuária empresarial no Brasil. O valor representa um aumento de 27% em relação ao Plano anterior, e é visto como uma tentativa de melhorar as relações do Governo Federal com o setor.

Seguindo o ritmo de novos recordes, também podem ser citadas as exportações do agronegócio que, com um valor de US$16,8 bilhões no mês de maio, superaram em 11,2% o valor do mesmo período no ano anterior. Este foi o maior valor registrado desde o início da série histórica em 1997, tanto para o mês individual quanto para o acumulado dos primeiros cinco meses do ano. Com os novos números, o setor exportador do agronegócio avança na economia brasileira, passando a representar 50,8% de todas as exportações nacionais.

Por último, vale mencionar os impactos do El Niño, que deve elevar as temperaturas médias no Brasil e no resto do continente já a partir do mês de julho. O fenômeno é conhecido por reduzir a produtividade da agricultura e causar aumentos nos preços das principais commodities, o que pode até mesmo causar impactos na inflação e as subsequentes políticas monetárias dos bancos centrais. Cientistas estimam que o El Niño de 2023 deve ser um dos mais intensos nos últimos 70 anos.

Mercado de trabalho

No mês de maio, o novo Caged indicou a criação de 155 mil novos postos de trabalho. Apesar do valor positivo, o número representa uma redução considerável quando comparado a maio de 2022, de 44,1%. O desempenho também indica um recuo em relação a abril, de 14,4%. No acumulado de 2023, foram criadas 855 mil vagas em empregos formais.

Ainda em contraste com o mês de abril, quando o salário médio de contratação aumentou, desta vez foi observado uma redução de R$18,26 nos valores pagos pelas novas vagas, que em média ofereceram R$2.004,57.

Mesmo com resultados inferiores ao mês anterior, a taxa de desocupação trimestral apresentou mais redução, de 0,2 p.p., para o nível de 8,3%. Em comparação a maio de 2022, a atual taxa representa uma queda de 1,5%.


Perspectivas

A divulgação dos dados do Caged e da PNAD de maio reforçaram um mercado de trabalho ainda aquecido no país. Contudo, apesar do aquecimento, o mercado já aponta para os primeiros sinais de desaceleração.

O combate à inflação promovido pelo Banco Central no país passa pela redução da demanda agregada através do aumento da taxa de juros. Contudo,  a queda nos juros pode voltar a estimular a atividade econômica.

Em alguma medida, o mercado de trabalho deve ser positivamente impactado pelo desempenho de setores mais tradicionais da economia brasileira, como o agronegócio, haja vista a supersafra no radar.

Índice de preços

Em junho de 2023, o Índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) registrou uma variação de -0,08%. O resultado veio um pouco abaixo das expectativas, que se mantinham em torno de -0,12%.

Com o novo número, o IPCA acumulado de doze meses sofreu mais uma queda, reduzindo de 3,94% para 3,16%, o menor número desde setembro de 2020. Este resultado também é particularmente relevante pois significa a primeira vez, desde o início da expansão inflacionária durante a pandemia, que o acumulado de doze meses ficou abaixo da meta de inflação do Banco Central, que atualmente situa-se em 3,25%.

O índice de difusão, por sua vez, que mede o volume de bens e serviços cujos preços apresentaram avanço no mês caiu para 50% no mês, reduzindo de 56% registrados no período anterior, para o menor valor desde maio de 2020. A nova queda demonstra que apenas metade dos bens e serviços pesquisados apresentou um aumento de preços.

Os núcleos do IPCA, que monitoram partes específicas das cestas de bens, também apresentaram queda em relação ao mês anterior. Dos nove grupos medidos, quatro indicaram redução de preços ao longo do mês.

Além do IPCA do mês anterior, os primeiros indicadores de junho começam a demonstrar uma manutenção da redução de preços também neste mês. A primeira prévia do IGP-M aponta para queda de -1,29%, enquanto o IPC-S da FIPE apresentou variação de -0,02% na primeira semana.


Perspectivas

Os principais componentes que contribuíram para a queda do IPCA em junho foram Alimentação e bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%), que contribuíram com -0,14 p.p. e -0,08 p.p, respectivamente.

Tais itens são impactados diretamente por preços das commodities e de combustíveis, além do dólar. Nesse sentido, observamos que a inflação deve continuar em trajetória de queda, em função desses itens, cuja participação é a maior no índice. 

Conforme apontamos no mês anterior, o movimento de valorização da moeda brasileira associado a uma queda contínua dos preços das commodities no mercado global, devem colaborar para distender o processo de desinflação pelo qual o país está atravessando.

Câmbio

O dólar à vista encerrou o mês de junho em baixa, cotado a R$4,7896 no mercado doméstico. O movimento reflete a tendência predominante de baixa da moeda americana no exterior e a repercussão positiva da decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de manter a meta de inflação em 3% para 2024, 2025 e 2026. 

A moeda americana encerrou o mês de junho com desvalorização de 5,59% – a maior queda mensal desde março de 2022. No primeiro semestre, o dólar recuou 9,29%, a maior baixa semestral em sete anos, desde o primeiro semestre de 2016 (-18,93%). 

Embora tenha liderado os ganhos entre os pares latino-americanos no mês, o real ainda apresenta desempenho inferior ao dos pesos colombiano e mexicano em 2023. 

A mudança da nota de crédito do Brasil de estável para positiva pela agência de classificação de risco S&P Global também contribuiu para a melhora na percepção de risco com o Brasil e no fortalecimento do Real.


Perspectivas

O índice DXY fechou o mês de junho abaixo dos 103 pontos. Após a surpresa com o resultado acima do esperado do PIB americano do primeiro trimestre, as apostas com a alta de juros por parte do Fed ainda no segundo semestre foram reforçadas.

Com o desempenho da economia americana até o momento, o diretor do Federal Reserve , Christopher Waller declarou que vê mais dois aumentos de 25 pontos-base na taxa de juros básica americana até o fim do ano como necessários para levar inflação à meta de 2%. 

Na atual conjuntura, o movimento deve contribuir para um dólar ainda mais fraco e, consequentemente, fortalecer a moeda brasileira – o que deve continuar favorecendo as importações. 

Contas públicas

Segundo as estatísticas do Banco Central, o setor público  consolidado, composto pelo governo federal, estaduais, e empresas públicas, apresentou um déficit primário de R$50,2 bilhões em maio de 2023. O valor é superior aos R$33 bilhões negativos observados no mesmo período de 2022, e vem após um superávit de R$20,3 bilhões em abril.

Neste mês, todos os grupos que compõem o consolidado apresentaram resultados negativos, com o governo central sendo responsável por um déficit de R$43,2 bilhões, seguido por R$6,8 bilhões dos governos estaduais. As empresas estatais, por sua vez, ficaram negativas em R$168 milhões.

Os juros nominais, somaram um gasto de R$69,1 bilhões no período, mais do dobro dos R$33,0 bilhões vistos em maio de 2022. Somando-se ao déficit primário, tem-se que o resultado nominal do setor público consolidado foi deficitário em R$119,2 bilhões.

Como consequência, a dívida líquida do setor público (DLSP) observou uma pequena elevação, atingindo o patamar de 57,8% do PIB, enquanto a dívida bruta do governo geral (DBGG) também apresentou evolução, passando de 73,5% para 73,6%.


Perspectivas

A continuidade da redução do processo inflacionário, caminhando para novas deflações, deve contribuir ainda mais com uma nova dinâmica para as contas públicas. Apesar da queda no volume de arrecadação provocado pela estabilidade nos preços, as contas públicas podem beneficiar-se de um crescimento mais agudo da economia brasileira em 2023, especialmente a partir do último trimestre.

Política monetária

O estoque das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) somou R$5,4 trilhões no mês de maio, o que representa um crescimento mensal de 0,3%. Tal resultado foi consequência principalmente do aumento de 0,5% no estoque de crédito para pessoas físicas, enquanto aquele destinado à pessoas jurídicas se manteve estável no período.

Quando comparado a maio de 2022, observa-se um aumento de 10,4%, apesar do valor representar uma desaceleração, uma vez que o aumento de doze meses anterior (leia-se abril de 2022 para 2023) havia sido de 11,3%.

As concessões nominais de crédito, por sua vez, foram de R$503,3 bilhões. Nas séries sazonalmente ajustadas, o valor representa um aumento de 1,5% no mês, resultado do aumento de 4,2% nas operações pactuadas com empresas, enquanto as com famílias caíram em 0,5%. No agregado de doze meses, as concessões nominais aumentaram 10,5%, com elevações de 14,0% e 6,3% nas contratações com pessoas físicas e jurídicas, respectivamente.

A taxa de juros para novas contratações atingiu um valor de 32,5% em maio, o que representa um aumento de 0,4 p.p. no mês e de 4,7 p.p. em doze meses. O spread bancário, por sua vez, atingiu 22,3 p.p., com alta mensal de 0,5 p.p. e de 4,8 p.p. comparativamente a maio de 2022.


Perspectivas

Chegamos em um momento em que é inconcebível manter a taxa básica de juros no atual patamar. A inflação já desacelerou de tal modo que já dá indícios de que está controlada. Os juros altos podem reduzir a demanda agregada, mas isso também tem reflexo sobre a atividade econômica. Nesse sentido, esperamos por uma queda da Selic ainda em agosto.

Contas externas

Após um déficit de US$1,7 bilhão em abril, o mês de maio entregou um superávit de US$649 milhões. O valor se destaca por divergir consideravelmente do resultado de 2022, quando as contas externas do Brasil mostraram-se negativas em US$4,6 bilhões. 

No resultado do mês, pode ser destacado a elevação de US$6,4 bilhões no superávit comercial, apesar de o déficit em renda primária também ter aumentado em US$1,1 bilhão. A balança comercial de bens, em particular, registrou o maior superávit da série histórica, US$9,7 bilhões, ante saldo positivo de US$3,4 bilhões em maio de 2022. As exportações de bens também obtiveram um valor recorde, somando US$33,3 bilhões, incremento de 11,2% na comparação entre anos.

No período, o volume de investimento produtivo no país (IDP) foi de US$5,4 bilhões, ante US$4,0 bilhões em maio de 2022, com entrada de US$4,9 bilhões em participação no capital e de US$438 milhões em operações intercompanhia. 

No acumulado de doze meses, o IDP totalizou US$83,4 bilhões (4,21% do PIB). As reservas internacionais, por sua vez, recuaram para US$343,5 bilhões, uma redução de US$2,2 bilhões em relação a abril.


Perspectivas

A desaceleração da economia chinesa continua no radar e deve ser associada a uma redução do ritmo de atividade na Europa e nos Estados Unidos. Esse movimento pode trazer uma queda mais acentuada das exportações brasileiras no segundo semestre.

Por ora, esse movimento ainda parece longe de se materializar, mas deve se concretizar. O atual desempenho do balanço de pagamentos deve permanecer até que mudanças mais expressivas sejam vistas. 

O Brasil tem batido sucessivos recordes de superávit comercial com aumento das exportações de produtos agrícolas e petróleo, mas essa dinâmica pode estar em risco com uma crise global em potencial.

PONTOS DE ATENÇÃO E ALERTAS

  1. A inflação vinda da Zona do Euro ainda não aliviou. Alemanha e outras potências regionais também estão mal. Recessão está cada vez mais próxima. 
  2. A China permanece em tendência de desaceleração, deve reduzir seus juros para estimular a economia.
  3. No Brasil, os dados são ambíguos mas, no geral, a atividade econômica parece apontar para crescimento.
  4. Com a deflação de junho, não há outra possibilidade, senão a redução dos juros.

T A B E L A D E P R O J E Ç Õ E S

2019

2020

2021

2022

2023*

2024*

ATIVIDADE, INFLAÇÃO E JUROS

PIB (%)

1,2

-4,1

4,6

2,9

3,0

1,9

Produção industrial IBGE (%)

-0,7

-3,5

3,9

1,0

0,0

1,9

Venda do comércio varejista restrito (%)

1,9

1,2

1,4

1,0

2,3

1,3

Taxa de desemprego – fim do período (%)

11,1

14,2

12,0

7,9

8,0

7,2

IPCA (%)

4,3

4,5

10,1

5,8

4,95

3,89

IGP-M (%)

7,3

23,1

17,8

5,5

-3,6

7,8

Taxa Selic – fim do período (%)

4,5

2,0

9,3

13,8

12,3

9,5

SETOR EXTERNO E CÂMBIO

Balança comercial (US$ bilhões) Bacen

26,5

32,4

36,2

61,5

77,3

55,0

Exportações (US$ bilhões)

226

211

284

334

362

350

Importações (US$ bilhões)

199

178

248

273

285

295

Corrente de comércio – (% PIB)

22,7

26,3

32,2

33,2

20

25

Saldo da conta corrente (US$ bilhões)

-65,0

-24,0

-28,1

-56,0

-49,9

-42,0

Saldo da conta corrente (% PIB)

-3,5

-1,7

-1,7

-2,9

-2,2

-2,0

Investimento direto no país (US$ bilhões)

69,0

38,0

46,0

90,6

89,4

102,0

Taxa de câmbio – fim do período (BRL/USD)

4,0

5,2

5,6

5,3

4,80

4,50

Taxa de câmbio – média anual (BRL/USD)

3,9

5,2

5,4

5,1

4,90

4,70

Taxa de câmbio – fim do período (BRL/EUR)

4,5

6,3

6,3

5,7

5,20

5,00

Reservas internacionais (US$ bilhões)

357

336

362

325

360

380

Rating soberano Moody’s

Ba2

Ba2

Ba2

Ba2

Rating soberano S&P

BB-

BB-

BB-

BB-

BB+

BB+

FISCAL

Resultado primário do setor público consolidado (R$ bilhões)

-61,9

-703

64,7

126,0

-50,0

0,0

Resultado primário do setor público consolidado (% PIB)

-0,8

-9,4

0,7

1,3

-0,5

0,0

Resultado nominal do setor público consolidado (% PIB)

-5,8

-13,6

-4,4

-4,6

-5,4

-3,7

Dívida bruta do governo geral (% PIB)

74,4

88,6

80,3

72,9

76,2

78,7

Dívida líquida do setor público (% PIB)

54,7

62,6

57,3

57,1

57,2

59,4

CRÉDITO

Crédito geral (cresc. % a.a.)

6,5

15,6

16,5

14,0

9,3

12,0

Crédito livre total (cresc. % a.a.)

14,0

15,0

20,7

14,1

6,5

14,0

*Projeção da Análise Econômica.

Equipe Análise Econômica

Economista-chefe

André Galhardo Fernandes (galhardo@analiseeconomica.com.br)

Equipe técnica

Franklin Lacerda (lacerda@anaiseeconomica.com.br)

André Prado (prado@analiseeconomica.com.br)

Disclaimer

O Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Análise Econômica é o responsável pela elaboração deste Painel Mensal. Todos os dados ou as análises aqui presentes são rigorosamente apurados e refletem nossa posição no momento da publicação deste relatório. O objetivo de nossas análises é informar aos nossos clientes acerca dos acontecimentos e movimentos na economia brasileira ao longo da semana que impactem no cenário de médio e longo prazo. A Análise Econômica não se responsabiliza por quaisquer atos ou decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por nossas publicações e projeções. Assim, reforçamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo a Análise Econômica de todas as ações decorrentes do uso desse material. Este Painel não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º da Instrução CVM n.º 598, de 3 de maio de 2018. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização da Análise Econômica com a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e da Análise Econômica).

RAY MARKET SOUND

Equipe Ray Market Sound
rms@rayconsulting.com.br

Café – Q2/23

ANÁLISE SETORIAL

PANORAMA MUNDO

A produção mundial de café da safra 2021/22 foi de 167,1 milhões de sacas de 60kg, com o Brasil liderando com 34,8%, seguido pelo Vietnã (18,9%), Colômbia (7,8%) e Indonésia (6,3%). A previsão é de que a safra 2022/23 alcance 175,0 milhões de sacas, um aumento de 4,7%, impulsionado principalmente pelo Brasil, que deverá produzir 6,2 milhões de sacas a mais devido à bienalidade positiva do arábica e às condições climáticas favoráveis nas regiões do conilon.

O Vietnã é o segundo maior produtor de café e projeta uma queda na produção da safra 2022/23. A Colômbia aparece em terceiro lugar na produção, mas espera-se uma redução de 11,9% devido ao excesso de chuvas, segundo a Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o consumo global está previsto em 167,9 milhões de sacas de 60 kg, um aumento de 0,5% em relação à safra anterior. Embora esteja estabelecendo um novo recorde, existe a preocupação de que a inflação elevada possa afetar o consumo de café em importantes polos consumidores.

Estima-se que o estoque global de café seja de 34,1 milhões de sacas de 60 kg no final da safra 2022/23, um aumento de 4,8% em relação à safra anterior, mas ainda 3% abaixo da média das cinco temporadas anteriores. A restrição no estoque global de café, após duas safras limitadas por adversidades climáticas em países como Brasil, Colômbia e Vietnã, ainda é uma preocupação para o mercado em relação à oferta e influencia a sustentação dos preços.

No mês de dezembro de 2022, na Bolsa de Nova Iorque, o valor médio do café arábica atingiu 165,45 centavos de dólar por libra-peso, representando uma queda de 25,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o café robusta apresentou um valor médio de US$87,11 centavos de dólar por libra-peso, correspondendo a uma queda de 20,2% quando comparado a dezembro de 2021. O enfraquecimento dos preços do café ganhou maior força a partir de outubro de 2022, impulsionado pela preocupação com o consumo, ampliação sazonal da colheita no Vietnã e Colômbia, além das perspectivas mais favoráveis para a safra de 2023 no Brasil devido às condições climáticas.

Preço do Café nas Bolsas de Nova Iorque (Arábica) e Londres (Robusta)

Considerando o cenário apresentado, espera-se que haja uma recuperação nos estoques em 2023, mas em um ritmo insuficiente para uma queda significativa nos preços do café.

Fonte: Conab e BNB

INDICE

1. ANÁLISE SETORIAL

Panorama Mundo

Panorama Brasil
Produção por Estado
Fusões e Aquisições
Análises dos Players
Perfil de Consumo
Subnichos
Covid X Setor
Importação e Exportação
Empresas por Região e Faturamento
2. ANÁLISE INTERNA DO SETOR
5 Forças de Porter
Oportunidades
Ameaças
3. TENDÊNCIAS

PANORAMA BRASIL

No Brasil, existem mais de 264 mil fazendas de cultivo de café, além de 1.050 instalações de processamento e 826 empresas especializadas na distribuição do produto. Essa indústria é fundamental para a geração de empregos e renda, empregando por volta de 585 mil pessoas em todo o Brasil. O Sudeste, com 89,6%, é a região que mais gera emprego na atividade agrícola do café, liderada pelo estado de Minas Gerais, com quase 388 mil trabalhadores. São Paulo, em terceiro lugar, ocupa 39,4 mil pessoas. Pequenas propriedades (agricultura familiar) são as que mais empregam, com 56% do total.

O faturamento desse setor em 2022 é estimado em R$23,5 bilhões, representando um aumento de 54,6% em relação ao ano anterior, que foi de R$15,2 bilhões. Esse crescimento pode ser atribuído à valorização do preço da matéria-prima em mais de 120%, o que afetou significativamente o custo da indústria e resultou no repasse de parte desse aumento ao varejo.

De acordo com o 4º Levantamento da Safra de Café 2022, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção cafeeira do Brasil encerrou a safra de 2022, ano de bienalidade positiva, com um total de 50,92 milhões de sacas de café beneficiado, apresentando um aumento de 6,7% em relação à safra de 2021. No entanto, em comparação com a safra de 2020, que também teve bienalidade positiva, houve uma redução de 19,3% ou 12,1 milhões de toneladas, justificada por condições climáticas desfavoráveis, como déficit hídrico e geadas durante o ciclo da cultura no país.

Conforme o 1º Levantamento da Safra de Café 2023, a primeira estimativa para a produção de café no próximo ano é de 54,94 milhões de sacas de café beneficiado. Apesar da bienalidade negativa, a previsão inicial indica um aumento de 7,9% em relação à colheita de 2022.

Em 2022, a área destinada à cafeicultura no Brasil foi de 2,2 milhões de hectares, sendo 1,8 milhão para lavouras em produção e 400,6 mil em formação. Houve um aumento de 1,8% na área de produção em comparação com a safra de 2021 e um aumento de 0,6% na área total cultivada. Já em 2023, a área destinada à cafeicultura no país aumentou para 2,26 milhões de hectares, um crescimento de 0,8% em relação ao ano anterior. Dessa área, 1,9 milhão de hectares são destinados a lavouras em produção, e 355,5 mil estão em formação.

Durante os ciclos de bienalidade negativa, os produtores costumam realizar tratos culturais mais intensos nas lavouras, que só entrarão em produção nos próximos anos. Nas últimas safras, a estabilidade do setor no Brasil tem sido equilibrada pelo aumento da produtividade, evidenciado pela mudança tecnológica verificada na produção cafeeira do país.

PRODUÇÃO POR ESTADO

MINAS GERAIS – A produção estimada é de 27.491,9 mil sacas, representando um aumento de 25,2% em relação à safra anterior. O crescimento é explicado pelo aumento da área e pelas condições climáticas mais favoráveis.

ESPÍRITO SANTO – A produção estimada é de 14.553 mil sacas, com uma expectativa de redução de 13% causada pelo longo período de estiagem, baixas temperaturas e ano de baixa bienalidade, principalmente para o arábica. A produção de conilon está estimada em 11.460 mil sacas, com uma redução de 7,3%, enquanto a produção de arábica deverá ser de 3.093 mil sacas, 29,1% abaixo do volume colhido na última safra.

SÃO PAULO – A produção esperada de arábica é de 4.723 mil sacas, um crescimento de 7,7% em relação ao resultado obtido em 2022. Esse aumento se deve à recuperação da produtividade após as condições climáticas adversas das últimas safras.

BAHIA – A produção total esperada é de 3.624 mil sacas, com um crescimento previsto em 0,6%. A produção de arábica é de 1.231 mil sacas, enquanto a produção de conilon é de 2.393 mil sacas.
RONDÔNIA – A produção de café conilon é de 2.943,5 mil sacas, um acréscimo de 5,1% em comparação à safra passada. Esse resultado se deve à expectativa de aumento na produtividade, à entrada de novas áreas em produção e ao melhor manejo das culturas.

Comparativo de Área em Produção, Produtividade e Produção de Café Total no Brasil

Fonte: Conab, ABIC e FIESP

Fusões e Aquisições

A Nestlé adquiriu a marca Seattle’s Best Coffee da Starbucks, como parte de sua estratégia para impulsionar o crescimento sustentado na categoria de café. Além dos cafés Starbucks distribuídos pela Nestlé sob a Global Coffee Alliance, o Seattle’s Best Coffee se junta à lista de marcas de café amadas da Nestlé nos EUA, incluindo Nescafé, Napresso e Blue Bottle.

“Nossa parceria com a Starbucks confirmou a posição de liderança da Nestlé no dinâmico e crescente mercado global de café”, disse David Rennie, chefe da Nestlé Coffee Brands. “Com a conhecida marca Best Coffee de Seattle, continuaremos a construir nossa liderança no café, oferecendo aos consumidores mais opções para o café do dia a dia.”

Desde que formaram a Global Coffee Alliance em 2018, a Nestlé e a Starbucks trouxeram uma ampla gama de produtos de café premium para novos mercados em um ritmo acelerado. Hoje, a Nestlé distribui produtos de consumo da Starbucks e bebidas de serviço de alimentação em mais de 80 mercados fora das lojas de varejo da Starbucks sob a Global Coffee Alliance. As vendas globais totais de produtos Starbucks distribuídos pela Nestlé em 2021 atingiram CHF 3,1 bilhões.

Outro destaque para o setor é o caso da Camil. Ela entrou no mercado de café em 2021, realizando um investimento de R$63 milhões na Café Bom Dia e Agrocoffee e adquirindo a marca Seleto, que pertencia à JDE Brasil. Essa operação faz parte da estratégia de diversificação do portfólio de produtos da Camil, que até então era composto por marcas de grãos, pescados e açúcar. Em 2022, a empresa relançou o Café União, consolidando sua entrada no segmento de cafés.

Fonte: Fusões&Aquisições

Top Players do Setor

  • TRES CORAÇÕES ALIMENTOS S.A.

O Grupo 3Corações é líder nacional no segmento de café torrado e moído, pioneiro e líder de mercado há mais de 20 anos, com o Cappuccino 3 Corações, e líder nas Regiões Norte e Nordeste com o café Santa Clara.

Faturamento: R$3,9B

 

  • JACOBS DOUWE EGBERTS BR COMERCIALIZAÇÃO DE CAFÉS LTDA.

É a maior empresa especializada em cafés e chás do mundo. Seus produtos estão presentes em mais de 100 países ao redor do mundo, por meio de marcas como Jacobs, Tassimo, Moccona, Senseo, L’OR, Douwe Egberts, Super, Kenco, Pilão e Gevalia.

Faturamento: R$412,6M

 

  • MELITTA DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA

Atualmente está presente em diversos países, com grande variedade de produtos e atuando em segmentos residenciais e corporativos.

Faturamento: R$632,9M

 

  • SAO BRAZ S/A INDUSTRIA E COMERCIO DE ALIMENTOS

Uma das principais indústrias de alimentos da região Nordeste do Brasil, a São Braz está entre as seis maiores torrefações de café do País.

Faturamento:R$ 632,9M

 

  • COOPERATIVA REGIONAL DE CAFEICULTORES EM GUAXUPE LTDA COOXUPE

É o maior produtor de café do País, sendo que cerca de 20% de sua safra vem dos mais de 15 mil produtores da cooperativa, distribuídos em mais de 200 municípios.

Faturamento: R$2,5B

PERFIL DE CONSUMO

O consumo aparente estimado de café no Brasil avançou 13% entre a média de 2008-2011 e 2018-2021, de 18,7 milhões de sacas de 60 kg para 21,2 milhões de sacas. Nesse mesmo período, os dados do IBGE demonstram que o crescimento da população brasileira foi de 9,8%, ou seja, o consumo de produtos do café cresceu acima da taxa da população do país. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018 (IBGE-POF), o café é o item com maior frequência de consumo no País, com 78,1%, seguido por arroz (76,1%), feijão (60,0%) e pão de sal (50,9%). É um item essencial da mesa do brasileiro.

O consumo diário de café no Brasil é, em média, de 3,8 xícaras, mas há variações regionais significativas. Mato Grosso é o estado com maior consumo, com uma média de 7,1 xícaras por dia, seguido por São Paulo com 4,4 xícaras. Santa Catarina e Espírito Santo estão em terceiro lugar, com uma média de 4,3 xícaras diárias. Sergipe é o estado com menor consumo, com média de 2,7 xícaras por dia.
Os maiores consumidores de café também são os que mais gastam com a bebida. Moradores do Mato Grosso são os que mais gastam com uma média de R$93,7 por mês, seguidos pelos os do Mato Grosso do Sul (R$88,1), Paraná (R$85,9) e Rio de Janeiro (R$82,4). Os estados que menos gastam com café mensalmente são Pará (R$52,7), Sergipe (R$50,4) e Distrito Federal (R$32,4).

Além disso, o consumo de café no Brasil pode ser analisado de acordo com o estado civil e o número de filhos. Os consumidores casados são os que mais bebem café, com média de 2,6 xícaras por dia, seguidos pelos viúvos com 2,4 xícaras. Divorciados e solteiros são os que menos consomem, com uma média de 1,6 xícaras diárias. Em relação ao número de filhos, pais com um filho tendem a consumir menos (2 xícaras), enquanto aqueles com três ou mais filhos consomem mais (3 xícaras). Homens têm uma tendência maior de aumentar o consumo conforme o número de filhos aumenta (4,3 xícaras por dia para três filhos). Já para mães solteiras, a média é de 2,3 xícaras por dia, e para pais solteiros, é de 1,75 xícaras.

Quanto aos locais de compra, a maioria dos consumidores adquire café no supermercado e em relação ao tipo de café, o moído é o tipo mais consumido.

Fonte: ABIC e FIESP

SUBNICHOS

Arábica X Robusta (Conilon)
Comparativo da safra de 2022 com a anterior:

Conilon:

Arábica:

Em 2022, das lavouras em produção, estima-se que 1,5 milhão de hectares foram dedicados ao café arábica e 389 mil hectares ao café conilon.

Para o café arábica, as estimativas iniciais da Conab apontam para uma retomada de produção em Minas Gerais, principal estado cafeicultor do país, o que impacta positivamente sobre a perspectiva nacional, mesmo com os efeitos da bienalidade negativa sobre muitas das regiões produtoras. De maneira geral, há um aumento na área total do país em produção em relação ao ciclo passado, bem como uma estimativa de incremento na produtividade média, impulsionado, particularmente, pelos rendimentos médios esperados em Minas Gerais, São Paulo e Paraná, assim, a expectativa de produção neste primeiro levantamento é de 37,43 milhões de sacas de café arábica beneficiado, sendo 14,4% superior ao volume obtido em 2022.

Quanto ao café conilon, depois de uma safra recorde em 2022, a perspectiva para a temporada atual sinaliza uma certa redução no potencial produtivo, particularmente em razão de intercorrências climáticas registradas no Espírito Santo, principal estado produtor da espécie, o que impactou fortemente as lavouras em fases iniciais do ciclo. Mesmo com o aumento na área em produção, a estimativa para o rendimento médio deve sofrer um decréscimo em relação à safra anterior. Isso impacta, consequentemente, na perspectiva de produção total, que está avaliada, nesse primeiro levantamento, em 17,51 milhões de sacas de café conilon beneficiado, 3,8% menor que o volume nacional obtido na safra passada.

Em outros estados, o Boletim anuncia uma produção esperada em São Paulo de 4,72 milhões de sacas da espécie arábica, representando crescimento de 7,7% em comparação ao resultado obtido em 2022. Na Bahia, o crescimento previsto é de 0,6% na produção total, com 3,62 milhões de sacas em todo o estado, sendo 1,23 milhão de sacas de arábica e 2,39 milhões de sacas de conilon. Em Rondônia, a produção deve chegar em 2,94 milhões de sacas de conilon, acréscimo de 5,1% em comparação à safra passada. No Paraná, onde o cultivo é unicamente de café arábica, há previsão de crescimento de 47,2% na produtividade, com produção chegando a 733 mil sacas. No Rio de Janeiro, a produção estimada em 259,6 mil sacas de café arábica reflete redução de 11,8% em relação à safra passada.

Fonte: Conab

COVID X SETOR

Apesar da pandemia da Covid-19 ter afetado as vendas de café em cafeterias e restaurantes, o consumo de café em casa aumentou significativamente no Brasil. De acordo com a ABIC, o mercado de café no país continua a crescer acima da média mundial e, em 2021, 45,3% das 21,5 milhões de sacas produzidas foram consumidas no mercado interno. Esse movimento foi benéfico para as redes de varejo, responsáveis por 84% das vendas.

No entanto, as mudanças no comportamento do consumo de café também foram observadas em outros países, como nos Estados Unidos, onde há uma maior demanda pelo produto, especialmente quando as pessoas estão em casa. Segundo o National Coffee Data Trends Report 2022, 419 milhões de norte-americanos consomem café diariamente, com preferência pelo tradicional coado (40%) e cápsulas (24%).

Apesar dos desafios causados pela pandemia, o consumo de café continua a crescer e evoluir, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, com novos perfis de consumo surgindo e ampliando as possibilidades de mercado para os produtores e varejistas.

IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO

O Brasil exportou, em 2022, 39,8 milhões de sacas de 60 quilos de café, representando uma queda de 6,3% em relação ao ano anterior. Essa queda na exportação, de acordo com o Boletim, resulta do declínio da taxa de câmbio no Brasil e da redução da oferta interna no período. Com o real mais forte em relação ao dólar em 2022, o interesse pela exportação de café perdeu força na comparação com o ano anterior.
A produção de café no Brasil foi prejudicada pelos efeitos climáticos, como o tempo seco sob influência do fenômeno La Niña e as geadas ocorridas no inverno de 2021, que impactaram negativamente na produção de 2022. A restrição dos estoques, influenciada pelas adversidades climáticas que limitaram a produção do café arábica em 2021 e 2022, inibiu a exportação de café em 2022.

Apesar da queda na quantidade exportada, o preço elevado do café no exterior permitiu que a exportação do produto alcançasse US$9,2 bilhões em 2022, correspondendo a um aumento de 45% em comparação com o valor observado em 2021. O café brasileiro foi comercializado em 145 países, sendo os principais destinos os Estados Unidos e Alemanha, com 20,2% e 18,2%, respectivamente, seguidos por Itália, Bélgica e Japão. Em termos de valores, a exportação de café atingiu em 2022 o maior valor já registrado na série histórica do produto.

Dois portos concentraram 93,2% dos embarques do café brasileiro para o exterior em 2022, com participação de 80,5% do porto de Santos e 12,7% do porto do Rio de Janeiro.

Exportação Brasileira de Café – em quantidade

Exportação Brasileira de Café – em valor

Quanto à importação, em 2021 o Brasil adquiriu US$70 milhões em café do exterior, se tornando o 56º maior importador de café do mundo. No mesmo ano, o café foi o 359º produto mais importado do país. Ele importa principalmente da Suíça (US$46,6 milhões), Reino Unido (US$4,01 milhões), Itália (US$3,73 milhões), França (US$3,43 milhões) e Alemanha (US$2,28 milhões). Os mercados de importação de café que mais cresceram para o Brasil entre 2020 e 2021 foram Suíça (US$11,9 milhões), Uruguai (US$1,87 milhões) e Reino Unido (US$1,15 milhões).

O Brasil importa café para abastecer o mercado interno e atender à demanda por tipos específicos que não são produzidos no país ou que não são produzidos em quantidades suficientes.

Fonte: Conab, OEC

EMPRESAS POR REGIÃO E FATURAMENTO

Valor bruto de empresas: 26.840
Empresas na região Norte: 135
Empresas na região Nordeste: 415 (sendo 325 na Bahia)
Empresas na região Centro-Oeste: 209
Empresas na região Sudeste: 25.808 (sendo 23.898 em São Paulo e 1.631 em Minas Gerais)
Empresas na região Sul: 273
Microempresas: 25.409
Pequenas empresas: 1.251
Médias empresas: 164
Grandes empresas: 14

ANÁLISE INTERNA DO SETOR

5 FORÇAS DE PORTER

ALTA

O mercado de café é altamente competitivo, com várias empresas atuando em diferentes segmentos do mercado competindo pela atenção dos consumidores. Desde as grandes marcas de café até as empresas menores, a concorrência é intensa. O produto tende a apresentar uma baixa margem, e os players de mercado por consequência disputam desde o espaço nas prateleiras de mercado até as melhores oportunidades de divulgação e propaganda da marca.

BAIXA

A entrada no mercado de café exige um investimento significativo em equipamentos, espaço e pessoal. Além disso, as empresas estabelecidas têm vantagens em termos de economias de escala e marcas consolidadas, tornando difícil a entrada de novos concorrentes. É um setor que demanda um alto capital investido, desde o que tange tamanho do terreno, até por menores relacionados a pesticidas, irrigação e controle de qualidade.

MÉDIA

Embora o café seja uma bebida única, existem muitas alternativas, como chá, refrigerantes e outras bebidas quentes e frias. Isso significa que os consumidores têm opções, o que aumenta a ameaça de produtos substitutos. Mesmo assim, o café tem um sabor e aroma muito específicos, o que o torna único e dificulta a substituição completa.

BAIXO

Os principais fornecedores de café são os produtores, que têm um papel fundamental no abastecimento do mercado. No entanto, no que tange fornecimento para esse setor, em geral, os principais insumos são tabelados à um valor definido pelo mercado, impossibilitando assim o poder de barganha dos fornecedores, entretanto, esse poder de barganha sobe na proporção inversa do porte do cliente, quanto maior o cliente menor o poder de barganha.

BAIXA

Os compradores de café são variados, desde os consumidores finais até empresas que compram grandes quantidades de café. No entanto, o café é considerado um item alimentício básico, o que impede uma variação grande de preço, além de ser um produto relativamente barato, o que limita o poder de barganha dos compradores, tanto para o lojista quanto para o consumidor de ponta.

OPORTUNIDADES

Diversificação de produtos:

A diversificação de produtos pode oferecer novas oportunidades de crescimento, como a produção de cafés especiais, cafés orgânicos e cafés de origem única.

Adoção de práticas sustentáveis

Os consumidores estão cada vez mais preocupados com o impacto ambiental e social dos produtos que consomem, então, o café produzido de forma sustentável e com práticas agrícolas responsáveis pode ser uma oportunidade para produtores que buscam diferenciação e valorização do produto no mercado.

Exportação

O mercado de café brasileiro, traz ao empreendedor a possibilidade de expandir o seu mercado para além do mercado nacional.

Produtos gourmet

É uma forma de diferenciar sua marca das demais do mercado, traz um viés mais premium. Esse novo nicho de mercado traz consigo melhores margens, em contrapartida uma menor escala.

AMEAÇAS

Problemas inerentes à plantação e Mudanças climáticas

A produção de café pode ser afetada por eventos climáticos extremos, como secas e tempestades, o que pode afetar a oferta e os preços do produto. Além disso, problemas como pragas e irrigação são inerentes à produção de café. Por isso, crises hídricas ou problemas relacionados ao uso de pesticidas podem ser eventuais dificuldades enfrentadas pelo gestor na plantação do produto.

Concorrência acirrada

A concorrência é intensa no mercado de café, o que pode afetar a rentabilidade das empresas e a fidelidade dos consumidores.

Diferenciação do produto frente ao mercado

Uma das principais dificuldades enfrentadas pelo gestor na produção de café é trazer a percepção de diferenciação do produto ao público de ponta. O preço e a qualidade do produto são os principais indicadores que podem fazer com que ele seja preterido em relação a um concorrente.

Estocagem de produtos

No setor de produção de café, a estocagem dos produtos é uma questão dolorosa devido tanto ao capital imobilizado quanto ao risco de perda da mercadoria.

Oscilações no mercado internacional

A oscilação no mercado internacional pode trazer grandes problemas para a gestão do negócio do café, que é atualmente vendido como commodity e é um dos principais itens de exportação do Brasil.

Como contornar as ameaças

Problemas inerentes à plantação e Mudanças climáticas:
Para contornar essas ameaças, as empresas de café podem investir em tecnologias avançadas para assegurar a produção de café e controlar pragas e doenças; adotar práticas agrícolas sustentáveis, como o uso de técnicas de irrigação eficientes e a conservação do solo; e/ou desenvolver variedades híbridas de café que sejam mais resistentes.

Concorrência acirrada:
Para contornar essa ameaça, as empresas de café podem investir em ideias inovadoras e equipamentos modernos para atrair novos consumidores; desenvolver estratégias de marketing que ressaltam suas vantagens em relação aos concorrentes, a fim de se destacar no mercado; acompanhar as mudanças no perfil do consumidor e se reinventar constantemente para atender às suas necessidades.

Diferenciação do produto frente ao mercado:

Para contornar essa ameaça, as empresas de café podem adotar estratégias de diferenciação para tornar o produto único no mercado e produzir café diferenciado e especial para atender aos consumidores mais exigentes.

Estocagem de produtos:
Para contornar essa ameaça, as empresas de café podem armazenar adequadamente o café, monitorando constantemente as condições de armazenamento, como temperatura e umidade, para garantir a qualidade do produto.

Oscilações no mercado internacional:

Para contornar essa ameaça, as empresas de café podem diversificar a produção de café, com a introdução de produtos diferenciados e especiais que possam ser valorizados no mercado; monitorar constantemente o mercado internacional e se adaptar rapidamente às mudanças no ambiente competitivo.

TENDÊNCIAS

  • A Selic tem impacto direto no mercado de café, já que afeta o custo de financiamento dos produtores e pode influenciar a oferta e a demanda pelo produto. Em 2023 está em 13,75% ao ano;
  • A inflação também é um fator importante para o mercado de café, já que pode afetar tanto o poder de compra dos consumidores quanto os custos de produção dos produtores. Ela fechou 2022 em 5,79%;
  • É previsto que o mercado global de café cresça a uma CAGR de 4,28% durante o período de previsão (2022-2027);
  • Pelo Google Trends, o estado brasileiro que mais pesquisa sobre café é o Espírito Santo, seguido por: Rondônia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná;
  • O interesse pelo café ao longo dos últimos 5 anos está evidenciado pelo gráfico abaixo, que mostra uma linha de tendência crescente.

Fonte: IBGE, Mordor Intelligence


Quando feita a pesquisa de frequência de pesquisas de Café de maneira geral.

Quando feita a comparação de frequência de pesquisas entre o Café Arábica e o Café Robusta, fica evidente a preferência pelo Arábica.

ESTUDO DE TENDÊNCIAS

Acompanhando tendências internacionais: o Brasil entra em uma nova fase de consumo de café. Estudos realizados pela Euromonitor International apontam as principais características desse momento do consumo de café.

  • Pronto para beber: A tendência de bebidas de café prontas para consumo é uma das principais inovações no setor cafeeiro. De acordo com a pesquisa, essa novidade tem potencial para crescer rapidamente no setor de alimentos e bebidas, impulsionada por tendências como café frio, praticidade, saúde e bem-estar. Essencialmente, o mercado de bebidas prontas consiste em cafés vendidos em latas ou garrafas, prontos para consumo imediato. 
  • Consumo em crescente: Embora seja uma bebida popular no Brasil, o consumo de café no país diminuiu em 2022 devido ao aumento nos preços do grão. No entanto, espera-se que a situação mude em breve, com uma previsão de crescimento de 1,94% em 2023 e um aumento ainda maior de 4,10% em 2024. Durante a pandemia de Covid-19, houve um aumento no consumo de café em casa, enquanto a demanda em cafés e restaurantes diminuiu. Apesar disso, é esperado que os volumes gerais de vendas e consumo permaneçam estáveis.
  • Troca de cafeterias pelo café em casa: Cada vez mais consumidores estão optando por tomar café em casa em vez de frequentar cafeterias. Um dos motivos para essa mudança é a oferta internacional limitada de café, que não tem sido capaz de atender à demanda, especialmente em momentos de baixos estoques. Embora os brasileiros consumam em média de 3 a 4 xícaras de café por dia, de acordo com a Organização Internacional do Café – OIC, a maior parte desse consumo, que era feito em cafeterias, nos últimos tempos está ocorrendo em casa. A pesquisa indica que a inflação em alta e o risco de recessão nos próximos meses são alguns dos motivos por trás dessa mudança comportamental.
  • Reconhecimento dos cafés especiais: Com consumidores cada vez mais apreciando cafés de alta qualidade. Esse hábito também tem se fortalecido no Brasil, onde representa segmentos de consumo em forte crescimento, principalmente entre o público jovem. Hoje, a faixa etária entre 16 e 25 anos é a que mais se interessa pela bebida, especialmente nas grandes metrópoles.
  • Apreço por cafés de alta qualidade: De acordo com o estudo, os consumidores estão cada vez mais valorizando a qualidade do café que consomem. Segundo dados divulgados, 44% dos consumidores estariam dispostos a pagar um preço mais elevado por um café de excelente qualidade. Essa tendência de valorização da qualidade está impulsionando ainda mais o mercado de cafés especiais.

HIGHLIGHTS

“O setor aponta uma perspectiva de crescimento positiva embora se encontre em ano de bienalidade negativa. Os números de consumidores e o faturamento vem em uma crescente pós-pandemia, o que gera oportunidades no mercado. 

O investimento atual deve ser focado no café para varejo, considerando que a maior parte do consumo atual do produto se encontra dentro da casa dos consumidores. Tal aspecto é evidente para a realidade internacional e nacional.

Com base no cenário atual, espera-se que em 2023 ocorra uma recuperação nos estoques de café, porém, em um ritmo insuficiente para provocar uma queda significativa nos preços. Embora uma safra maior no Brasil possa favorecer o aumento das exportações de café este ano, muitos produtores ainda estão afastados das negociações e esperam o início da colheita da safra 2023 para uma participação mais ativa no mercado.”

Eduarda Gomes
Business Analytcs I


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Equipe Ray Market Sound
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Mercado fitness Q2/2023

ANÁLISE SETORIAL

PANORAMA BRASIL X MUNDO

Os Estados Unidos são líderes mundiais no mercado fitness, com um faturamento anual de aproximadamente US$ 30 bilhões em negócios na área até 2019. De acordo com a International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA), os EUA, juntamente com outros nove principais mercados do setor, representam 71% da receita total, que chega a US$ 64,9 bilhões.

Países mais relevantes para a realidade do mercado fitness

Fonte: IHRSA e Acad Brasil

Destaque para os EUA

Para o contexto dos estadunidenses, é perceptível que um ponto de destaque para o setor é a colocação de país com a maior quantidade de academias do mundo, indicando a presença superior a 40 mil academias.

Quando tal número é correlacionado com o contexto dos clientes, ainda é perceptível o destaque dos EUA, assim se portando como o país com o maior número de clientes com 62 Milhões, seguido da Alemanha com 11 milhões e Reino Unido com 9,9 Milhões.

Fonte: FIA Business School

INDICE

1. ANÁLISE SETORIAL

Panorama Brasil x Mundo

Número de Academias
Motivos de Maior Adesão
Fusões e Aquisições
Players
Subnichos
Covid x Setor
Importação x Exportação
Big Picture
2. ANÁLISE DO SETOR
Oportunidades
Ameaças
3. TENDÊNCIAS
Highlights

Taxa de Penetração dos Países Destaque no Mercado Fitness

Percentual de Crescimento do Mercado Global de Academias

O mercado de academias e centros esportivos foi avaliado em US$ 81 bilhões em 2020 e espera-se que cresça a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 7,21% no período de previsão de 2021 a 2026.

Fonte: Mordor Intelligence

Razões da Maior Adesão a Nível Mundial

A crescente conscientização sobre a saúde tem levado os consumidores a gastar mais em clubes de saúde e fitness em todo o mundo. O aumento no número de centros esportivos e academias, que oferecem treinamento pessoal e equipamentos de última geração, tem atraído mais pessoas para aderir a esses estabelecimentos. Essa tendência deve impulsionar o crescimento do mercado nos próximos anos.

Além disso, as academias estão expandindo sua oferta de equipamentos e espaços, incluindo estúdios de hot yoga, salas de treinamento em alta altitude, equipamentos de teste metabólico, áreas de exercícios médicos e spas. Essas opções estão se tornando populares entre os consumidores e impulsionando o crescimento do mercado. Ademais, taxas de associação atrativas e investimentos em marketing e propaganda estão ajudando as academias a aumentar sua receita.

Fonte: Mordor Intelligence

Fonte: VIGITEL

Mercado Fitness na América Latina

Fit 3

Fonte: IHRSA

Taxa de Penetração dos Países Latinos no Mercado Fitness

Fonte: Fitness Brasil

Expansão no Brasil

Nos últimos dez anos, o setor fitness se destacou como um dos que mais cresceram no país. Esse resultado se deve ao aumento da preocupação com a saúde e o bem-estar, que levam as pessoas a adotarem estilos de vida mais saudáveis para prevenir doenças e melhorar sua qualidade de vida.

Mesmo em cenários de instabilidade econômica, o setor mostrou sua força e capacidade de se adaptar. Ele se tornou uma oportunidade interessante para quem quer investir ou empreender.

Seja no formato convencional ou no sistema de franquias, existem muitas alternativas no mercado, que abarcam diferentes segmentos voltados para o cuidado com o corpo.

Fonte: FIA Business School

Números do Mercado Brasileiro

Considerando o faturamento global do setor para a realidade brasileira, é perceptível que o mercado fitness nacional alcançou o faturamento de US$ 2,1 bilhões em 2019 e para o contexto da pandemia e pós evoluiu ainda mais. Isso devido ao foco na saúde evidenciado no período em questão.

Quanto ao número de academias, o Brasil apresenta um número bem significativo, indicando a presença de 35 mil unidades espalhadas por todo o país e assim conquistando a posição de segundo país com maior número de academias.

Considerando tal quantitativo de academias, o Brasil apesar de ser o segundo maior em quantidade de academias, se encontra com seis vezes menos consumidores do que os Estados Unidos, com cerca de 9,6 milhões de consumidores. Embora seja significativa, a parcela da população brasileira que frequenta academias e centros esportivos não ultrapassa os 5%, o que revela o potencial de crescimento do mercado fitness no Brasil.

Fonte: FIA Business School

Exponencial do Setor

Em anos anteriores, o Brasil fazia parte dos maiores países no setor fitness mundial, ficando em 10° lugar em 2016, arrecadando no mesmo ano US$ 2,4 bilhões. Nessa época, o setor estava se consolidando no país, movido pela crescente demanda por locais onde fazer exercícios físicos, alcançar objetivos de saúde e obter a estética desejada.

No entanto, desde o final da década de 2010, o mercado fitness brasileiro já estava em crescimento, com a entrada de grandes players como as academias Bodytech e SmartFit – esta última atraindo milhares de clientes com planos a partir de R$ 50. Além de adotar estratégias de preços competitivos, o setor evoluiu em termos de diversidade de serviços oferecidos. Inicialmente, as opções se restringiam às modalidades tradicionais, como musculação, aulas de aeróbica e funcionais, realizadas em grupos nas academias. Os negócios buscavam uma abordagem em escala, visando captar o maior número possível de clientes para garantir lucros.

Nos últimos anos, uma tendência originada nos Estados Unidos chegou ao Brasil, estimulando o surgimento de empresas menores e especializadas, como a Spin n’Soul (focada em aulas de spinning) e a Action 360, que oferece aulas de ginástica funcional e pilates. Outro movimento interessante foi o lançamento de uma inovação pela rede Gympass em 2012: planos que, por meio de uma mensalidade única, permitem acesso a uma rede de academias parceiras.

Conforme a prática de exercícios físicos ganhava popularidade, também crescia o interesse por produtos e serviços relacionados ao setor, como restaurantes, suplementos, cosméticos, moda e nutrição. Essa variedade de soluções resultou na modernização dos modelos de negócios, com destaque para o crescimento das franquias voltadas para um estilo de vida saudável.

Fonte: FIA Business School

Quantidade de Academias e Centros Esportivos por Estado

São Paulo é o estado brasileiro com a maior concentração de centros de atividades físicas, representando 28% do total no país. Em seguida, temos Minas Gerais com 12%, Rio de Janeiro com 8%, Paraná com 8% e Rio Grande do Sul com 7%.

Fit 5

Em 2019, cerca de 12% dos mais de 36 mil centros de atividades físicas eram voltados para o ensino de esportes, como natação, escolinhas de futebol e ginásios esportivos, enquanto os outros 88% eram destinados a atividades físicas em geral, como academias, Crossfit e pilates. Ainda em 2019, a distribuição dos centros de atividades físicas foi a seguinte: 51% no Sudeste, 21% no Sul, 16% no Nordeste, 9% no Centro-Oeste e 3% no Norte. É importante ressaltar que esses centros se concentram nas regiões e estados mais urbanizados e populosos, devido à alta demanda por esses serviços nessas localidades.

Fonte: Fitness Brasil

Fit 6

Fonte: Fitness Brasil & Mordor Intelligence

Motivos da Maior Adesão

A conscientização crescente sobre saúde e os custos em ascensão na área de saúde estão levando os clientes a adotarem hábitos alimentares saudáveis e a se exercitarem regularmente para manterem a forma. Como resultado, o número de academias de ginástica está aumentando na região, à medida que os clientes se envolvem cada vez mais em práticas de saúde preventiva. Além disso, o crescimento do mercado é impulsionado por iniciativas governamentais para promover o condicionamento físico. Para se manterem competitivos, os principais players estão constantemente atualizando seus estabelecimentos com equipamentos de ginástica inovadores e avançados.

Fonte: Mordor Intelligence

Fusões e Aquisições

O Grupo Multi, anteriormente conhecido como Multilaser, investiu R$ 20 milhões na plataforma ZiYou, uma startup criada por Marcio Kumruian, co-fundador e ex-CEO da Netshoes. O investimento, promovido pela Bertha Capital e com assessoria financeira da Setter, tem como objetivo impulsionar o crescimento da ZiYou, que atualmente possui 14 mil assinantes. Os recursos serão direcionados para melhorias na infraestrutura tecnológica da plataforma, lançamento de novos produtos e contratação de mais funcionários nas áreas de vendas e marketing.

Outro destaque para o setor, mas não sendo diretamente uma fusão ou aquisição é o caso da Total Pass. Com isso, Diogo Corona, filho do fundador da Smart Fit, assumiu a liderança da TotalPass em 2019 para competir com a Gympass no mercado de plataformas de acesso a academias. A TotalPass ganhou destaque e se tornou um concorrente sério após a abertura de capital do grupo, avaliado em R$ 9,8 bilhões. Com mudanças regulatórias e uma estratégia de expansão agressiva, a TotalPass busca desafiar a dominância da Gympass, que detém cerca de 80% do mercado, enquanto a TotalPass possui 20%. A empresa está determinada a buscar a liderança e se tornar o principal player do setor.

Fonte: Fusões e Aquisições

Top Players do Setor

SmartFit
Faturamento: 251B
Funcionários: 319.601

Gympass
Faturamento: 161,31K
Funcionários: 672

Bodytech
Faturamento: 52,07M
Funcionários: 2.327

Centauro
Faturamento: 1.14B
Funcionários: 7.405

Subnichos

Academias

Dentre os principais nichos de mercado presentes no setor, um dos que mais o representam como um todo é o das academias. Elas continuam sendo uma escolha popular para treinamentos regulares, especialmente em áreas urbanas onde espaços ao ar livre são limitados.

Atualmente, muitas redes estão implementando mudanças para atrair mais clientes, oferecendo aulas inovadoras, preços acessíveis e maior orientação por parte de instrutores de educação física. Além disso, há negócios altamente especializados que se concentram em tipos específicos de treinamento para otimizar resultados e atender a um público específico.

Aqueles que possuem rotinas intensas e desejam atenção personalizada podem optar por contratar um personal trainer ou até mesmo um consultor, caso necessitem de um atendimento especializado. O personal trainer é um profissional versátil que atende em diversos locais, desde a residência do cliente até parques ou academias, com o objetivo de motivar e acompanhar de perto os treinamentos.

Moda

O setor abrange marcas e lojas especializadas na produção e venda de roupas e acessórios específicos para atividades físicas. Cada aspecto desses produtos é cuidadosamente projetado para proporcionar conforto, minimizar a transpiração e permitir movimentos livres, ao mesmo tempo em que reflete um estilo de vida saudável. Essas marcas e lojas buscam atender às necessidades dos praticantes de exercícios, oferecendo peças funcionais e estilosas que se adequam perfeitamente às demandas do treinamento físico.

Com o avanço da tecnologia têxtil, materiais de alta performance são utilizados na fabricação desses itens, visando proporcionar maior respirabilidade, controle de umidade e liberdade de movimento durante as atividades físicas. Além disso, a estética também é valorizada, com designs modernos e cores vibrantes, permitindo que os praticantes de exercícios se sintam confiantes e motivados ao se vestirem adequadamente para suas atividades físicas.

 

Nutrição

Considerando o contexto da nutrição, uma empresa paulistana chamada Integralmédica tem se destacado no mercado, sendo reconhecida como uma referência na produção de produtos como creatina e glutamina. Com uma estratégia digital bem definida e um crescimento acelerado, a Integralmédica tem conquistado a confiança dos consumidores, oferecendo produtos de alta qualidade e eficácia comprovada.

Essas soluções nutricionais desempenham um papel fundamental no suporte aos praticantes de exercícios, fornecendo os nutrientes necessários para a recuperação muscular, a melhoria do desempenho e o alcance dos objetivos individuais. Ao investir em produtos de qualidade e contar com a orientação adequada, os indivíduos podem otimizar seus resultados e obter os benefícios máximos de seus esforços físicos.

O mercado de alimentos saudáveis está crescendo a uma taxa média anual de 12,3%, de acordo com a Brasil Food Trends 2020. No mesmo ano, o mercado de alimentos saudáveis registrou um crescimento significativo em valor faturado bem expressivo, alcançando a impressionante marca de R$ 100 bilhões em vendas, de acordo com informações do Euromonitor International.

Fonte: FIA Business School

Covid x Setor

É importante ressaltar que o setor fitness foi impactado pela crise sanitária e econômica desencadeada pela pandemia de Covid-19, o que resultou em uma expectativa de queda nos números para o ano de 2020. De acordo com uma estimativa inicial da startup de gestão de fitness Technofit, 65% dos alunos interromperam seus treinos nos primeiros meses da pandemia no país.

No entanto, o mercado fitness demonstra uma recuperação rápida, uma vez que 88% das assinaturas dos alunos que haviam interrompido foram reativadas logo após a reabertura das academias, em agosto de 2020. Isso sugere que a demanda por serviços de fitness continua forte, e as pessoas retomaram suas rotinas de exercícios à medida que as restrições são flexibilizadas.

Fonte: FIA Business School

Crescimento em Tempos de Pandemia

Durante a pandemia, houve um aumento significativo nas vendas de equipamentos de exercícios para uso doméstico, impulsionando o setor de varejo ligado às atividades físicas. No entanto, a desvalorização do real em relação ao dólar tornou o fornecimento de certos equipamentos mais caro, afetando tanto os centros de atividades físicas quanto os consumidores em geral. Por outro lado, essa desvalorização da moeda brasileira tem atraído fundos de investimento especializados no setor fitness, que estão encontrando oportunidades para entrar no mercado brasileiro e impulsioná-lo.

Além disso, a pandemia não apenas impactou o mercado fitness, mas também acelerou a transformação digital nesse setor. Antes, a digitalização não era vista como uma ameaça ou uma forma de agregar valor ao negócio. A pandemia mostrou que o setor fitness pode ser disruptivo no contexto da tecnologia e da digitalização das atividades físicas e das modalidades aplicadas.

Fonte: Fitness Brasil

Importação x Exportação

A Konnen Fitness, líder no mercado de equipamentos fitness e é especialista em fornecer produtos de alta qualidade com melhor custo-benefício em relação aos nacionais. A empresa no momento traz novidades, incluindo uma parceria exclusiva com um exportador de alta qualidade da China, um aplicativo inovador com experiência em realidade virtual, o lançamento de um e-commerce e a abertura de lojas em shoppings luxuosos em São Paulo. Trazendo assim bastante impacto tendo em vista o comércio exterior.

Fonte: IHRSA

Big Picture

O ticket médio das academias no Brasil é de R$ 70,00
O Brasil conta com aproximadamente 35 mil academias e centros esportivos
O país apresenta cerca de 9,6 milhões de consumidores
Cerca de 5% da população frequenta academias e centros esportivos
O faturamento do setor no Brasil foi de US$ 2,1 bilhões em 2019
O setor de fitness no Brasil soma cerca de 0,13% do PIB.

Fonte: FIA Business School, Acad Brasil e ESBRASIL

ANÁLISE INTERNA DO SETOR

Oportunidades e Ameaças

No mercado fitness, existem diversas ameaças que podem impactar as academias e lojas de vestuário esportivo. Sendo as principais:

Competição acirrada: O mercado fitness é altamente competitivo, com várias academias e lojas de vestuário esportivo disputando a atenção e o dinheiro dos consumidores. A presença de concorrentes fortes pode dificultar o crescimento e a lucratividade das empresas do setor.

Mudanças nas preferências do consumidor: As preferências dos consumidores em relação a tipos de exercício, programas de treinamento e moda esportiva podem mudar rapidamente. As academias e lojas de vestuário esportivo precisam estar atentas a essas mudanças e adaptar seus produtos e serviços para atender às demandas em constante evolução.

Aumento do comércio online: O comércio eletrônico tem ganhado cada vez mais espaço no mercado fitness. As lojas de vestuário esportivo precisam competir com a conveniência e variedade oferecidas pelas compras online, enquanto as academias enfrentam a concorrência de plataformas de treinamento online, que proporcionam exercícios e aulas virtuais acessíveis de qualquer lugar.

Mudanças no estilo de vida e nas preferências de exercício: À medida que as pessoas adotam estilos de vida mais sedentários ou optam por atividades físicas alternativas, como treinamentos em casa, a frequência de idas às academias pode diminuir. Isso representa um desafio para as academias, que precisam encontrar maneiras de atrair e reter clientes em um ambiente competitivo.

Desafios econômicos: Instabilidade econômica, recessões e flutuações nos gastos dos consumidores podem afetar negativamente as academias e lojas de vestuário esportivo. Em tempos de incerteza financeira, os consumidores podem reduzir seus gastos em atividades fitness ou optar por opções mais acessíveis.

Mudanças regulatórias: Alterações nas regulamentações governamentais relacionadas à saúde, segurança, impostos ou licenciamento podem criar desafios adicionais para as empresas do setor fitness. Cumprir com as novas exigências pode demandar tempo, recursos e custos adicionais.

Com a existência de tais ameaças, se faz fundamental ministrar estratégias para contorná-las. Dentre elas:

Diferenciação de produtos e serviços: Oferecer programas de treinamento exclusivos, aulas especializadas e serviços personalizados que se destaquem da concorrência.
Fidelização de clientes: Criar programas de fidelidade, recompensas e descontos exclusivos para incentivar a permanência dos clientes e aumentar sua satisfação.

Mudanças nas preferências do consumidor:
Pesquisa de mercado: Realizar pesquisas frequentes para entender as tendências e as preferências dos consumidores, ajustando os produtos e serviços de acordo.
Flexibilidade e diversificação: Oferecer uma variedade de opções de treinamento e moda esportiva para atender às diferentes demandas dos consumidores.

Aumento do comércio online:
Presença online forte: Investir em uma plataforma de comércio eletrônico própria, oferecendo uma experiência de compra online conveniente e atraente.
Integração online e offline: Implementar estratégias omnichannel, como a possibilidade de comprar online e retirar na loja física, proporcionando uma experiência integrada aos clientes.

Mudanças no estilo de vida e nas preferências de exercício:
Diversificação de serviços: Oferecer uma ampla gama de atividades físicas e programas de treinamento, incluindo opções de exercícios em casa e treinamentos virtuais.
Foco na experiência do cliente: Criar um ambiente acolhedor e socialmente envolvente nas academias, proporcionando um senso de comunidade e motivação para os membros.

Desafios econômicos:
Preços acessíveis e pacotes flexíveis: Oferecer opções de adesão flexíveis, descontos especiais e pacotes personalizados para atender às diferentes necessidades financeiras dos clientes.
Investimento em marketing estratégico: Aumentar os esforços de marketing para atrair novos clientes e promover o valor agregado dos produtos e serviços oferecidos.

Mudanças regulatórias:
Acompanhamento das regulamentações: Manter-se atualizado sobre as mudanças regulatórias e garantir a conformidade com as exigências governamentais.
Parcerias e consultorias especializadas: Buscar parcerias com profissionais especializados em regulamentações para ajudar na conformidade e fornecer orientações adequadas.

Além das ameaças contatadas existem também muitas oportunidades, sendo elas:

Crescente demanda por um estilo de vida saudável:
Expansão da conscientização sobre os benefícios da atividade física e da saúde mental, levando a um aumento na procura por academias e produtos esportivos.
Oportunidade para oferecer programas de treinamento especializados, orientação nutricional e produtos relacionados à saúde e bem-estar.

Tendências de moda fitness:
A popularidade da moda fitness continua crescendo, com cada vez mais pessoas adotando roupas esportivas no dia a dia.
Oportunidade para lojas de vestuário esportivo expandirem suas linhas de produtos, oferecendo variedade, estilo e funcionalidade para atender às demandas dos clientes.

Tecnologia e inovação:
O avanço da tecnologia wearable e dos aplicativos de fitness cria oportunidades para academias e lojas esportivas se envolverem nesse mercado em crescimento.
Possibilidade de fornecer produtos e serviços relacionados à tecnologia wearable, como rastreadores de atividade, dispositivos de monitoramento e aplicativos de treinamento personalizado.

Envelhecimento da população:
O aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população abrem espaço para academias e lojas esportivas oferecerem programas de exercícios voltados para idosos.
Oportunidade para criar programas de treinamento adaptados às necessidades específicas dos idosos, incluindo atividades de baixo impacto, exercícios de fortalecimento muscular e treinamento de equilíbrio.

Fitness online:
A popularidade dos treinamentos online e programas de exercícios virtuais tem crescido significativamente.
Oportunidade para academias oferecerem aulas online ao vivo ou gravadas, proporcionando flexibilidade e alcance para um público mais amplo.
Lojas esportivas podem aproveitar esse mercado expandindo suas plataformas de comércio eletrônico e oferecendo acessórios e equipamentos para exercícios em casa.

Wellness corporativo:
Empresas estão cada vez mais investindo em programas de bem-estar para seus funcionários, incluindo incentivos para atividade física e fitness.
Oportunidade para academias e lojas esportivas estabelecerem parcerias corporativas, oferecendo descontos ou benefícios exclusivos para funcionários de empresas locais.

Expansão global:
O mercado fitness está crescendo globalmente, com novas oportunidades de expansão em mercados emergentes e regiões com menor penetração.
Possibilidade de expansão de academias e lojas de vestuário esportivo para novos territórios, aproveitando o interesse crescente por fitness e estilo de vida saudável em diferentes partes do mundo.

5 Forças de Porter

Média a Alta
O mercado fitness é altamente competitivo, com várias academias e lojas de vestuário esportivo competindo pelo mesmo grupo de consumidores.
A rivalidade é impulsionada pela busca por participação de mercado, preços competitivos, qualidade dos produtos/serviços, variedade de ofertas e experiência do cliente.
A concorrência acirrada pode levar a margens de lucro menores e esforços constantes para diferenciar-se dos concorrentes.

Média
O setor de academias e vestuário esportivo apresenta algumas barreiras à entrada, como necessidade de capital inicial, necessidade de estabelecer uma marca forte e concorrência consolidada.
No entanto, ainda existem oportunidades para novos entrantes, especialmente em nichos de mercado específicos ou com abordagens inovadoras.
Ameaças podem surgir de startups digitais, marcas de moda estabelecidas que expandem para o segmento fitness, ou empresas de tecnologia que entram no mercado de dispositivos vestíveis.

Média
O mercado fitness enfrenta a ameaça de produtos ou serviços substitutos que podem atender às necessidades de exercício e bem-estar dos consumidores.
Isso inclui alternativas como exercícios em casa, aplicativos de treinamento, plataformas online de fitness e outros tipos de atividades físicas.
No entanto, as academias e lojas de vestuário esportivo têm a oportunidade de diferenciar-se por meio de ofertas exclusivas, experiências personalizadas e produtos de alta qualidade.

Média a Alta
As academias e lojas de vestuário esportivo dependem de fornecedores de equipamentos, roupas esportivas, acessórios e outros produtos relacionados.
Se houver poucos fornecedores dominantes ou se a demanda superar a oferta, os fornecedores podem ter maior poder de negociação em termos de preço, prazo de entrega e condições contratuais.
No entanto, com uma ampla gama de fornecedores disponíveis, as empresas têm a oportunidade de diversificar suas parcerias e buscar melhores acordos comerciais.

Média a Alta
Os clientes do mercado fitness têm um nível razoável de poder de barganha, devido à disponibilidade de opções e à capacidade de comparar preços e ofertas.
Os consumidores podem buscar academias com preços competitivos, promoções especiais, pacotes de benefícios e uma ampla seleção de produtos esportivos.
As empresas precisam se concentrar na criação de valor, oferecendo serviços diferenciados, atendimento ao cliente de qualidade, programas de fidelidade e produtos exclusivos para atrair e reter os clientes.

TENDÊNCIAS

Percentual de Crescimento do Mercado Nacional de Academias

O mercado de clubes de saúde e fitness na América do Sul está projetado para crescer a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 6,49% durante o período de previsão de 2020 a 2025.

Panorama dos Próximos Anos
A “Worldwide Survey of Fitness Trends” fornece informações essenciais para o setor global de saúde e fitness, auxiliando nas decisões de programação e negócios que impactam os consumidores. As principais tendências identificadas são:

  1. Tecnologia Vestível: Uso de dispositivos como relógios inteligentes e monitores de frequência cardíaca para rastrear atividades físicas e dados de saúde.
  2. Treinamento de Força com Pesos Livres: Incorporação de barras, halteres e kettlebells em exercícios para fortalecimento muscular.
  3. Treinamento com Pesos Corporais: Foco no uso do próprio peso corporal como resistência, oferecendo exercícios eficazes e acessíveis.
  4. Programas de Fitness para Idosos: Atividades direcionadas às necessidades únicas da população idosa.
  5. Treinamento Físico Funcional: Ênfase no desenvolvimento de habilidades funcionais, como equilíbrio, coordenação e força, para melhorar as atividades do dia a dia.
  6. Atividades ao ar livre: Participação em caminhadas em grupo, passeios de bicicleta e treinos ao ar livre conduzidos por profissionais de saúde e fitness.
  7. Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT): Programas que alternam exercícios de alta intensidade com períodos de descanso, proporcionando resultados eficientes em curto tempo.
  8. Exercício para perda de peso: Combinação de programas de perda de peso com rotinas de exercícios e orientações nutricionais.
  9. Profissionais de Fitness Certificados: Contratação de profissionais de saúde e fitness com certificações reconhecidas para garantir qualidade e segurança nos treinamentos.
  10. Treinamento Pessoal: Planos personalizados que incluem definição de metas, avaliação de condicionamento físico e exercícios supervisionados por um treinador em ambiente individual.

    Essas tendências refletem a busca por tecnologia, eficácia, flexibilidade, envelhecimento saudável e acompanhamento profissional no setor de saúde e fitness. 

Fonte: Acad Brasil

Gamificação

Outra tendência de bastante relevância que merece atenção especial, é a gamificação. Corroborando com tal fator, o setor de saúde da Universidade de Sunshine Coast, na Austrália, explorou os benefícios da gamificação com pacientes jovens com lesões na medula espinhal. Ao utilizar jogos para a prática de exercícios, os pacientes encontraram motivação e conseguiram realizar os exercícios repetitivos com mais facilidade. A iniciativa foi bem-sucedida, proporcionando resultados positivos. Tal estímulo é observado em diversas situações considerando o mundo fitness e tende a ser cada vez mais frequente.

Fonte: Acad Brasil

Novos Apps

Kiko Bonventi, fundador da Kikos Fitness, está impulsionando o Kikos Fit, um aplicativo de conteúdos fitness em expansão, aproveitando o aumento da demanda por atividades esportivas. A plataforma registrou um crescimento de mais de 200% em usuários cadastrados no último ano, com mais de 500 vídeos publicados sobre treinos e dicas esportivas. O app oferece um catálogo gratuito de conteúdo e inclui opções como ciclismo, yoga, meditação, corrida e dança. Desde a ideação do aplicativo houve um investimento de 10 milhões de reais, para assim a Kikos Fitness estar focada em acelerar suas estratégias para atingir o ponto de equilíbrio financeiro nos próximos dois anos.

Fonte: Exame

Inovações Tecnológicas

As academias estão em expansão e as empresas de equipamentos de ginástica acompanham esse crescimento, investindo em inovações para se destacarem no mercado. Segundo a consultoria GfK, cerca de 29% das pessoas que se exercitam utilizam aplicativos móveis e dispositivos vestíveis para monitorar sua saúde. Uma pesquisa realizada em 16 países revelou que o Brasil está no mesmo nível que os Estados Unidos na adoção desses recursos. Como líder mundial nesse setor, a Life Fitness sempre busca oferecer produtos com funcionalidades inovadoras para incentivar e promover a atividade física.

A empresa distribui seus equipamentos para mais de 166 países e lançou a esteira Elevation, que possui o aplicativo da Netflix integrado, estimulando os entusiastas de séries a adotarem uma vida mais ativa. No segmento de bicicletas de treinamento indoor, eles criaram bikes compatíveis com o Zwift, uma plataforma global de ciclismo virtual, que oferece percursos variados, programas de treinamento e atividades em grupo em tempo real, envolvendo pessoas de todo o mundo. Além disso, seus equipamentos podem ser sincronizados com o aplicativo LF Connect, permitindo interação entre esteiras, cross trainers elípticos e bikes. A empresa tem como objetivo democratizar o acesso ao fitness de alta qualidade, proporcionando não apenas infraestrutura de qualidade, mas também treinos eficazes que geram resultados.

Fonte: ESBRASIL

Highlights

O setor aponta uma perspectiva de crescimento bem positiva, indicando assim altos números relativos ao mercado como um todo, mas principalmente no que tange diretamente às academias e centros esportivos. Tal aspecto é perceptível para a realidade internacional e nacional, principalmente com os níveis de percentual interessantes considerando o crescimento composto ao ano dos setores atrelados a academias. Além disso, setores com correlatos que são incluídos no mercado como a realidade das roupas esportivas também se encontram em alta no mercado, tanto é que algumas das maiores empresas estão enquadradas como players destaque considerando o cenário geral.

Tiago Garcea
Business Analyst II

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RAY MARKET SOUND

Equipe Ray Market Sound
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Saúde Q2/2023

ANÁLISE MACROECONÔMICA

PANORAMA MUNDO

Os gastos GLOBAIS com saúde, públicos e privados combinados, aumentarão apenas 4,9% em 2023 – não o suficiente para um aumento real, dada a alta inflação e o lento crescimento econômico, de acordo com uma previsão da Economist Intelligence Unit (EIU). 

 

“Com o aumento do custo da equipe e dos tratamentos, os gastos com saúde cairão em termos reais, tornando mais difícil para os provedores lidar com o acúmulo de cuidados não relacionados ao COVID”, disse o analista de saúde da EIU Aakash Babu em um comunicado. “Os fabricantes de medicamentos também terão custos mais altos com funcionários, bem como ingredientes farmacêuticos ativos (APIs) e outros suprimentos”. 

 

Segundo relatório da Healthcare in 2023 , a divisão de pesquisa e análise do The Economist Group disse que os governos enfrentarão novos desafios à medida que a pandemia desacelera e o foco se afasta da doença de coronavírus (COVID-19). 

 

Apesar do aumento sem precedentes nos gastos com saúde observado durante a crise do COVID, é improvável que os países de renda baixa e média-baixa sustentem níveis mais altos de gastos nos próximos anos. Isso se deve a vários fatores interligados : redução das receitas do governo devido aos impactos econômicos prolongados da pandemia, bem como quedas projetadas na produção econômica relacionadas às ramificações da invasão da Ucrânia pela Rússia, aumento da inflação e uma recessão iminente.

 

O FMI está aconselhando a responsabilidade fiscal e a consolidação como principal instrumento de política para controlar a inflação alta e persistente, inclusive em países de baixa renda . Em 16 de dezembro de 2022, havia 3 acordos de stand-by do FMI (incluindo com o Senegal) e 16 programas de facilidades de fundos estendidos denotando uma necessidade prolongada de financiamento do balanço de pagamentos e reformas estruturais, incluindo medidas para reduzir gastos. 

 

À medida que os níveis da dívida global disparam e as taxas de juros sobem devido às pressões inflacionárias, os encargos do serviço da dívida, principalmente dos países de baixa renda, atingem níveis sem precedentes. Os países qualificados para a AID podem ver seus pagamentos do serviço da dívida em dívidas públicas e com garantia pública aumentarem até 35% em 2022, um dos maiores aumentos anuais nos últimos 20 anos . O número de países – principalmente os da África e das nações insulares do Pacífico – em sobre endividamento está crescendo (ver Figura 2). 60% dos países africanos (22 países) já estão em risco de superendividamento . Muitos desses países estão enfrentando simultaneamente pressões climáticas intensificadas e níveis muito altos de fatores de risco à saúde. O caso de Gana é ilustrativo de uma crise cada vez mais profunda. Até o final de 2022,o serviço da dívida estava consumindo até 70-100 por cento das receitas nacionais , forçando o governo a suspender o pagamento da dívida e efetivamente inadimplir sua dívida externa.

 

Estima-se que os gastos globais com saúde cheguem a US$ 1.700 em 2026 – um aumento de 1,7% em relação ao ano anterior em relação ao valor de 2021 de US$ 1.530 per capita em paridade de poder de compra (PPP). Desde 2005, a demanda por gastos com saúde cresceu em média 3,3% ano a ano. Os Estados Unidos ficaram no topo da lista com $ 11.380 PPC per capita em 2021. Suíça, Noruega e Alemanha seguiram em 2º, 3º e 4º lugares, respectivamente. A República Centro-Africana experimentou o maior crescimento ano a ano em 14,8%, enquanto Serra Leoa registrou a maior queda em 11,4% ano a ano desde 2005.

Fontes: Precedence Research; Center For Global Development

INDICE

1. ANÁLISE MACROECONÔMICA

Panorama Mundo e Brasil

Hospitais
Expansão do Setor
Número de Médicos
Mercado de Saúde Digital
Fusões e Aquisições
Players
Perfil do Consumidor
Plano de Saúde Próprio
Pandemia
Investimento no Setor
2. ANÁLISE INTERNA DO SETOR
5 Forças de Porter
Análise S.W.O.T
3. TENDÊNCIAS

PANORAMA BRASIL

O ano de 2022 foi marcado por incertezas e desafios, contudo, trouxe também diversos aprendizados com relação à flexibilização da COVID-19. Além disso, a saúde suplementar alcançou marcos importantes e atingiu o mesmo patamar de 2014, ao encerrar o ano com mais de 50,2 milhões de beneficiários de planos de saúde, conforme dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), demonstrando resiliência em todo o Brasil e mantendo um nível de alta, mesmo com todos os percalços da economia.

 

 O mercado de saúde teve, ainda, um ano de intensas mudanças regulatórias, movimentações, pressão inflacionária, crise de desabastecimento de alguns insumos, avanços na medicina, surgimento de novos surtos de doenças e muitos outros desafios e oportunidades, conforme elencados abaixo.

 

 Mais de 500 mil atendimentos de beneficiários no Sistema Único de Saúde (SUS) foram notificados às operadoras, totalização cerca de R$ 945 milhões que foram repassados ao Fundo Nacional de Saúde, no âmbito do processo de Ressarcimento ao SUS, mantendo o patamar dos últimos anos de aproximadamente R$ 1 bilhão/ano repassado aos cofres públicos.

 

 A inclusão de 49 itens também foi um dos principais destaques de 2022 no setor de planos de saúde. Ano passado, foram feitas 15 atualizações, através das quais foram incluídos procedimentos, medicamentos, indicações ou ampliações de uso.

 

Entre eles, o rol recebeu importantes atualizações como o teste rápido para diagnóstico da COVID-19; teste para a doença Monkeypox; transplante de fígado; quimioterápicos orais; métodos para tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA); e fim do limite para número de consultas com terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos.

 

Considerando o resultado operacional, a perda no acumulado do ano chega a R$ 10,9 bilhões, sendo que, entre janeiro e setembro de 2021, o setor havia apurado um resultado operacional positivo de R$ 600 milhões. Para efeitos de comparação, antes da pandemia, no acumulado dos nove primeiros meses de 2019, o resultado líquido do setor de planos de saúde somou R$ 8,5 bilhões e a taxa de sinistralidade no setor atingiu 93,2% no terceiro trimestre deste ano, um incremento de 3,55 pontos percentuais. Assim, considerando a média acumulada no ano, o indicador ficou em 90,3%. Em 2019, antes da pandemia, a sinistralidade foi de 86,77%.

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que foram repassados ao Fundo Nacional de Saúde

O ano de 2022 impôs diversos alertas e ao mesmo tempo lições ao setor de saúde como um todo. As operadoras registraram, no acumulado dos nove primeiros meses do ano passado, um prejuízo de R$ 3,4 bilhões contra um lucro de R$ 2 bilhões no mesmo período de 2021, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

 

A combinação desses números, associada a uma pressão inflacionária e a mudança de alguns marcos regulatórios, como por exemplo, a questão do rol taxativo/exemplificativo e o aumento do piso salarial da enfermagem, irão impor um cenário extremamente desafiador para o setor em 2023.

 

A perspectiva para o setor de saúde no Brasil é neutra em 2023, de acordo com relatório da Fitch Ratings publicado. O volume de exames e procedimentos deve crescer a taxas mais moderadas do que as observadas no biênio 2021-2022, quando a demanda ainda estava aquecida em decorrência do represamento provocado pela pandemia de Covid-19 e da variante Ômicron.

 

A recuperação das margens operacionais das companhias do setor de saúde deve ocorrer de forma mais lenta que o inicialmente esperado, devido a um ambiente de negociações de preços ainda duro e a uma base de custos acima dos níveis pré-pandemia. Os movimentos de fusões e aquisições também devem desacelerar, uma vez que as empresas tendem a buscar equilibrar seus balanços e a recuperar suas margens.

 

A longo prazo, os fundamentos de demanda se mantêm sólidos, apoiados no envelhecimento da população, no elevado mercado endereçável de beneficiários (apenas 25% da população possuem planos de saúde privados) e nos contínuos avanços na descoberta de novos tratamentos.

 

“O setor de saúde passou por grandes transformações nos últimos dois anos, e o retorno aos níveis pré-pandemia deve ser mais lento que o inicialmente esperado. A demanda deve se manter aquecida em 2023, porém o ambiente de negociação de preços entre prestadores de serviços e operadoras de saúde se mantém pressionado, podendo ter reflexos no capital de giro das empresas, além de limitar maiores avanços em sua rentabilidade.”, afirma Tatiana Thomaz, analista sênior da Fitch.

 

Ao final de novembro de 2022, das 12 empresas do setor de saúde analisadas com rating público, 67% estavam em Perspectiva Estável; 17%, em Negativa; 8%, em Positiva; e outros 8% em Observação Positiva.

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da população possuem planos de saúde privados

Fonte: Saúde Business; Fitch Ratings; CENÁRIO DOS HOSPITAIS NO BRASIL

CARACTERÍSTICAS E DISTRIVUIÇÃO DOS HOSPITAIS PRIVADOS DO BRASIL (2022)

Em 2022,1 o Brasil conta com 4.466 hospitais privados, a maioria distribuída na região Sudeste (1.837), seguida pela região Nordeste (1.007) e pela região Sul (858). A distribuição dos hospitais privados nas cinco regiões geográficas, em geral, parece não acompanhar a concentração de beneficiários de planos de saúde privados. Na região Sudeste, por exemplo, a proporção de hospitais privados é bastante inferior à de beneficiários, enquanto nas demais regiões a proporção de hospitais privados é maior do que a de beneficiários.

Em relação à distribuição de hospitais privados por UF, observa-se uma concentração de estabelecimentos nos estados das regiões Sudeste e Sul. Os cinco estados com maior número absoluto de hospitais privados incluem São Paulo (872), Minas Gerais (565), Bahia (361), Paraná (325) e Rio de Janeiro (316).

LEITOS PRIVADOS POR REGIÃO

Em 2022, o Brasil conta com 263.793 leitos em hospitais privados, a maior parte distribuída na região Sudeste (120.668), seguida pela região Sul (58.403) e pela região Nordeste (50.030). Novamente, a distribuição dos leitos em hospitais privados parece não acompanhar a concentração de beneficiários dos planos de saúde privados nas cinco regiões. Na região Sudeste, a proporção de leitos em hospitais privados é bastante inferior à de beneficiários, mas a situação é oposta nas demais regiões. 

Semelhante à distribuição dos hospitais privados, a distribuição dos leitos de acordo com o tipo de hospital privado (com fins lucrativos ou sem fins lucrativos) apresenta algumas diferenças relevantes nas regiões. Há mais leitos em hospitais privados com fins lucrativos na região Norte (65%) e mais leitos em hospitais privados sem fins lucrativos na região Sul (78%).

 

Enquanto as regiões Centro-Oeste e Norte apresentam maioria dos leitos em hospitais privados com fins lucrativos, as regiões Sudeste e Sul têm a maior parcela dos leitos em hospitais privados sem fins lucrativos, e a região Nordeste conta com aproximadamente metade dos leitos em cada tipo de hospital privado.

HOAPITAIS PRIVADOS vs HOSPITAIS PÚBLICOS

Em uma análise mais minuciosa da variação no número de hospitais de acordo com a natureza jurídica do hospital (privado ou público), entre os anos de 2010 e 2022, observa-se que houve queda exclusivamente no número de hospitais privados, não havendo nenhuma redução no número de hospitais públicos em todo o período.

 

Entre 2010 e 2022, contudo, houve a redução de 361 hospitais privados (-11%), enquanto se identificou aumento de 645 hospitais públicos (+31%). Mesmo entre os hospitais privados, a variação no número de hospitais oscilou ao longo dos anos analisados. Nos períodos de 2011 a 2015 e de 2019 a 2020, houve queda no número de hospitais privados, enquanto se registrou um pequeno aumento no período entre 2016 a 2018 e entre 2021 e 2022.


Expansão do setor

O mercado da saúde estará em constante evolução nos próximos anos, de acordo com um recente estudo realizado pela Deloitte.

A pesquisa apontou que o setor de saúde deverá crescer aproximadamente 5% ao ano até 2023, totalizando um faturamento anual de R$ 1,5 trilhão. Apesar do cenário promissor, o estudo também apontou alguns desafios que o mercado da saúde terá que enfrentar nos próximos anos.

O primeiro deles é a falta de mão-de-obra qualificada. Segundo a pesquisa, até 2023 haverá uma demanda por mais 1,8 milhão de profissionais da saúde no Brasil. Outro desafio é a ineficiência do sistema público de saúde.

A pesquisa mostrou que as principais queixas dos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) são a demora na marcação de consultas e exames e a falta de medicamentos nas farmácias. Para superar esses desafios, o mercado da saúde terá que investir em tecnologia e inovação.

A pesquisa mostrou que as empresas do setor já estão se adaptando às novas tendências e investindo cada vez mais em soluções tecnológicas. Por exemplo, cada vez mais clínicas e hospitais estão oferecendo consultas online e exames por imagem via internet.

Além disso, a pesquisa apontou para algumas tendências que serão relevantes nos próximos anos: o crescimento do mercado da saúde digital, o surgimento de novos modelos assistenciais (com foco em prevenção e promoção da saúde) e o aumento da demanda por produtos e serviços especializados (como cuidados paliativos).

Fonte: Deloitte

O AUMENTO DO NÚMERO DE MÉDICOS NO BRASIL

Em janeiro de 2023, o Brasil contava com 562.229 médicos inscritos nos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), o que correspondia à taxa nacional de 2,60 médicos por 1.000 habitantes. Na mesma data, os registros de médicos chegavam a 618.593. A diferença entre o quantitativo de indivíduos e o de registros refere-se aos profissionais que têm inscrições secundárias, em mais de um CRM. Ou seja, 56.364 médicos estavam registrados em mais de uma unidade da Federação, o que é regular, seja porque trabalham em cidades de diferentes estados ou porque se deslocam temporariamente a outro estado.

QUANTIDADE DE MÉDICOS DOBROU DESDE 2000

Em pouco mais de duas décadas, desde 2000, quando o Brasil contava com 219.896 médicos, o número de profissionais mais do que dobrou. No mesmo período, a população geral do país cresceu cerca de 27%.

CONCENTRAÇÃO E DISPERSÃO GEOGRÁFICA

Este tópico trata da distribuição dos médicos no Brasil segundo unidades da Federação, grandes regiões e agrupamentos de municípios por tipos e faixas populacionais. O levantamento considera localização geográfica, número de médicos, população e razão de médicos por 1.000 habitantes.

Para esta análise foi considerado o corte temporal em junho de 2022, quando o Brasil contava com 514.215 médicos (584.121 registros). A razão de médicos por 1.000 habitantes no país como um todo era de 2,41, com grande variação regional

O Norte, com 1,45 médicos por 1.000 habitantes, e o Nordeste, com 1,93, têm taxas abaixo da nacional. Com exceção da Paraíba, os demais 15 estados que compõem essas duas regiões têm menos de 2,4 médicos por 1.000 habitantes. A região Sudeste, por sua vez, apresenta 3,39 médicos por 1.000 habitantes, seguida do Centro-Oeste (3,10) e Sul (2,95). A região Norte registra menos da metade da densidade de médicos do Sudeste

O Distrito Federal, com 5,53 médicos por 1.000 habitantes, tem a maior taxa do país, seguido de Rio de Janeiro (3,77), São Paulo (3,50) e Santa Catarina (3,05). Por outro lado, dez unidades da Federação contam com menos de dois médicos por 1.000 habitantes, entre elas Acre (1,41), Amazonas (1,36), Maranhão (1,22) e Pará (1,18), que registram as menores densidades.

Um paralelo entre o Pará, estado com a menor razão médico por habitantes do país, e o Distrito Federal, com a maior concentração, ilustra bem as desigualdades de distribuição. O Pará tem 1,8% dos médicos do Brasil, enquanto sua população equivale a 4,1% do total de habitantes do país. Já o Distrito Federal, com 2,9% dos médicos, conta com 1,5% da população nacional.

BRASIL ALCANÇOU 2,6 MÉDICOS POR 1.0000 HABITANTES EM 2023

A evolução do número de médicos no Brasil ao longo do tempo pode ser medida por meio de três indicadores: taxa de crescimento de médicos, taxa de crescimento da população geral (Figura 2) e razão de médicos por 1.000 habitantes. Foram considerados dados da série histórica entre 1980 e 2022, assim como a estimativa do IBGE referente ao ano.

Entre 2005 e 2010, o crescimento do número de médicos foi de 15,2%. Já o aumento da população geral nesses mesmos anos foi de 5,9%. A partir desse período, nos demais quinquênios, a taxa de crescimento do número de médicos foi, no mínimo, duas vezes maior que a da população.

MERCADO DE SAÚDE DIGITAL

O tamanho do mercado global de saúde digital foi estimado em US$ 332,53 bilhões em 2022 e espera-se que atinja cerca de US$ 1.694,21 bilhões até 2032, crescendo a uma CAGR de 19,4% durante o período de previsão de 2023 a 2032.

Espera-se que o aumento da penetração de smartphones, juntamente com vários aplicativos de smartphone relacionados à saúde e ao condicionamento físico em todo o mundo, seja um fator-chave que impulsione o crescimento do mercado de saúde digital. Estima-se que o rápido investimento na infraestrutura de TI de saúde, especialmente nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, seja propício ao crescimento do mercado. Por exemplo, em abril de 2020, o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB) concedeu seu primeiro investimento em infraestrutura de saúde para recuperar a crise de US$ 5 bilhões devido ao COVID-19. sofrendo com a situação de pandemia.

Além disso, o surto de COVID-19 impôs normas estritas de distanciamento social e bloqueios pelos governos de todo o mundo. Nessa situação, as tecnologias digitais de saúde, por exemplo, a telessaúde, oferecem enormes oportunidades para os prestadores de serviços de saúde tratarem os pacientes seguindo as medidas de bloqueio. Espera-se que isso, por sua vez, impulsione a adoção do produto, além de favorecer positivamente o crescimento do mercado nos próximos anos.

A saúde digital é descrita como a integração da tecnologia da informação e das comunicações eletrônicas usadas para diferentes processos de saúde para a saúde geral das pessoas e seu bem-estar. O desenvolvimento revolucionário no setor de saúde com a rápida adoção de tecnologias emergentes, como dispositivos vestíveis, mHealth Apps , sensores ingeríveis e inteligência artificial, entre outros, impulsionaram o crescimento do mercado.

A saúde digital incorpora a transformação digital no campo da saúde, em que software, hardware e serviços estão profundamente envolvidos. Sob esse conceito de fronteira de saúde digital, diferentes tecnologias são empregadas, como aplicativos móveis de saúde (mHealth), dispositivos vestíveis, registros eletrônicos de saúde (EHRs), registros médicos eletrônicos (EMRs), telemedicina, telessaúde juntamente com medicina personalizada entre outros. A necessidade de transformação médica deveu-se especialmente ao crescimento da população idosa, doenças infantis e sua mortalidade, alto custo e problemas relacionados à pobreza, juntamente com a discriminação racial associada ao acesso aos cuidados de saúde, que exigiam os avanços tecnológicos. Além disso, epidemias e pandemias criaram alto nível de importância para a saúde digital, que ainda continua a evoluir, alimentando assim o crescimento do mercado no período de previsão.

Os fatores que impulsionam o mercado global de saúde digital são a crescente demanda por aplicativos móveis de saúde, o aumento da demanda por serviços de monitoramento remoto de pacientes, a crescente adoção de smartphones e tablets aumentaram ainda mais o crescimento do mercado. No entanto, preocupações de segurança, como ataques cibernéticos e restrições financeiras para manter os serviços digitais relacionados à saúde, são os principais fatores que restringem o crescimento do mercado até certo ponto. No entanto, a pandemia de COVID 19 adicionou combustível aos desenvolvimentos em andamento na saúde digital com a transformação nos cuidados de saúde por meio de verificadores de sintomas on-line, ferramentas voltadas para pacientes, ferramentas de monitoramento remoto de pacientes, telessaúde e portais de pacientes, entre outros. saúde digital são projetados para criar oportunidades lucrativas no mercado.

Além disso, o financiamento de capital de risco em saúde digital, composto por capital de risco corporativo e private equity, já atingiu US$ 14,8 bilhões em 2020, em comparação com US$ 8,9 bilhões em 2019, mostrando um aumento total de 66%, o que é uma atividade de financiamento notável em saúde digital. em um ano. Isso é impulsionado principalmente pelo impacto da pandemia de COVID 19, que integrou as tecnologias digitais de saúde baseadas no consumidor em um ano.

FUSÕES E AQUISIÇÕES

O setor de saúde vem de um grande apetite por fusões e aquisições nos últimos anos, mas deverá viver um 2023 mais comedido, seguindo a desaceleração iniciada em meados de 2022. Além de um cenário menos atrativo para investimentos, a necessidade de consolidação do que foi comprado, com a captura sinergias, estará no centro das atenções para o setor nos próximos meses.

No ano passado, as empresas do setor de saúde, que engloba hospitais, laboratórios de análises clínicas e as companhias de produtos químicos e farmacêuticos, realizaram 53 operações de M&A (fusões e aquisições, em inglês) em todo o país, de acordo com dados da KPMG.

Apesar de um desempenho 36% inferior ao observado em 2021, foi do setor de saúde uma das principais transações do Brasil em 2022. A fusão da Rede D’Or (RDOR3) e SulAmérica Seguros gerou um negócio avaliado em US$ 3,1 bilhões (ou cerca de R$ 16 bilhões na cotação atual).

De 2003 para cá foram 817 negócios, colocando o segmento entre um dos dez que mais transacionou no período. Nesse intervalo, o segmento acelerou as compras entre 2016 e 2021, retornando às médias a partir do ano passado.

“O setor de saúde passou por um forte processo de consolidação. Agora, é momento de organizar a casa, então é natural que exista uma menor disposição para compras”, lembra Marcus Mazetto, sócio do banco de investimentos do Fator.

A Viveo ( VVEO3), empresa que atua na distribuição de medicamentos e serviços hospitalares, é um exemplo deste novo momento. Com 19 aquisições nos últimos dois anos, sendo 12 apenas no ano passado, afirma que vai diminuir seu ritmo por aquisições.

“É difícil imaginar um grande movimento de aquisição do setor neste ano, creio que veremos maior apetite no setor de infraestrutura, por exemplo. Mas o momento no segmento de saúde é de ‘digerir’ o que foi investimento”, analisa Levindo Santos, sócio da G5 Partners.

A G5 atua na assessoria financeira de M&As, inclusive do segmento, e tem R$ 25 bilhões sob gestão em seu multi family office. “O melhor movimento depois de comprar, é o de consolidar”, completa Santos.

 

Fonte: Infomoney

MOMENTO DE DIGESTÃO

Fundada em 1996 em São Paulo, a Viveo fez sua estreia na Bolsa em agosto de 2021, quando levantou cerca de R$ 2 bilhões em uma oferta pública inicial (IPO, em inglês).

“A nossa tese de IPO ao mercado é a de consolidação do segmento, então ela exigia que nós acelerássemos nossas aquisições”, lembra Flávia Carvalho, diretora de relações com os investidores e M&A da companhia, que atualmente é controlada pelo fundo DNA Capital. Mafra Hospitalar, Cremer e MedCare são algumas das marcas do grupo.

Embora alguma transação pontual – ou “oportunidade de mercado” – possa surgir, a meta agora, reforça Carvalho, é capturar sinergias.
No último guidance (projeção de resultados) da empresa para o mercado, a meta da Viveo era capturar R$ 110 milhões de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) até 2024. Uma parcela importante da meta já foi realizada no último ano. “Nenhuma empresa que nós adquirimos tinha um Ebitda desse, então nós conseguimos alavancar o potencial delas”, destaca Carvalho.

A despeito do menor apetite por aquisições, a força do mercado de saúde não deve ser desprezada, lembra Mazetto, do Fator. “É uma tendência as transações seguirem um contexto mais estratégico neste momento. E o mercado de saúde tem muito poder de caixa, poderá haver uma nova janela para acelerar. É um mercado endereçável alto”.

Mesma avaliação faz o diretor executivo da Viveo, Flávio Leal. Ele afirma que as aquisições ampliaram o potencial de faturamento da empresa. “Nós ganhamos marketshare, mas também aumentamos nosso mercado endereçável de R$ 84 bilhões para R$ 250 bilhões. Não há como um crescimento orgânico entregar isso tão rápido”, aponta Leal.

TOP 5 PLAYERS E DESCRIÇÕES

HAPVIDA: Considerada a maior operadora de planos de saúde, o Sistema Hapvida conta com mais de 7,3 milhões de beneficiários atualmente.

A operadora oferece planos de saúde exclusivamente nas regiões norte e nordeste do Brasil, contando 32 hospitais próprios, 20 prontos atendimentos, 105 clínicas de 109 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial.

Classificada com 0,76 no IDSS (Índice de Desempenho de Saúde Suplementar) da ANS – que vai de 0 a 1 -, a Hapvida é considerada um bom plano de saúde. No entanto, apresenta dificuldades em oferecer melhor garantia de acesso aos beneficiários.

Faturamento 2021: 1.39B (USD)

GNDI: A GNDI ou Grupo Notredame Intermédica foi fundado em 1968 e há mais de 50 anos preza pelo atendimento preventivo e terapêutico.

Com cerca de 7,2 milhões de beneficiários e nota 0,94 no IDSS, a operadora oferece planos de saúde empresariais e planos de saúde por adesão com cobertura nacional.

Faturamento 2021: 1.79B (USD)

AMIL SAÚDE: Fechando o pódio das maiores operadoras de saúde do Brasil, o plano de saúde Amil é uma das alternativas que proporcionam mais flexibilidade de escolha aos futuros clientes. Tudo isso justifica a nota 0,92 no IDSS.

Com 5,1 milhões de beneficiários, as opções vão desde as categorias mais básicas, como nos planos Amil Fácil, até os planos de saúde premium, na Amil One Health.

Além de oferecer uma ampla rede credenciada e o Hospital Amil, o convênio garante diversos benefícios extras aos seus clientes, incluindo o seguro viagem.

Faturamento 2021: 3.64B (USD)

SULAMÉRICA SAÚDE: Há mais de 120 anos, o plano de saúde SulAmérica oferece serviços de saúde suplementar aos brasileiros. Com uma das coberturas mais completas, conta com 4,2 milhões de beneficiários em sua carteira de clientes.

Com 0,80 no IDSS, um dos destaques da operadora é sua estabilidade financeira no mercado, mantendo-se como referência no segmento. Confira alguns planos de saúde da operadora:

Faturamento 2021: 243,65M (USD)

BRADESCO SAÚDE: Para completar a lista, a Bradesco Saúde é destaque quando o assunto é rede credenciada. Através do plano, é possível ter acesso a unidades de atendimento em grandes hospitais, como o Hospital Albert Einstein e o Hospital Sírio-Libanês.

Com cerca de 3,4 milhões de beneficiários, seus planos são completos e contam com cobertura nacional em sua maioria, justificando a nota 0,96 e os diversos anos consecutivos na primeira posição do ranking da ANS.
Faturamento 2021: 28,34M (USD)

PERFIL DO CONSUMIDOR

A pandemia de Covid-19 revelou a preocupação dos brasileiros com a saúde. É o que aponta a Pesquisa ANAB de Planos de Saúde, encomendada pela Associação Nacional das Administradoras de Benefício ao instituto Bateiah Estratégia e Reputação. Para 81% das pessoas, a crise fez aumentar o receio do acesso a tratamentos médicos. Entre os que possuem menor poder aquisitivo, com renda de até cinco salários mínimos, a preocupação aumentou muito. A pesquisa traça um panorama dos planos de saúde no Brasil e traz um perfil de seus beneficiários.

Para levantar os dados, as entidades fizeram contato com mais de 1 mil usuários de planos de saúde a partir de 16 anos em todo o país, com amostras em capitais, regiões metropolitanas e cidades do interior. Também consideraram fatores como gênero, idade, escolaridade, renda familiar e ocupação.

Quando observados os dados de gênero, 52,5% das mulheres sentiram que a preocupação com a saúde aumentou muito com a pandemia. Entre os mais velhos, 54% dos que possuem 50 anos ou mais também indicaram que a preocupação aumentou muito.

Em relação à renda familiar, o maior percentual de desconforto é entre aqueles que ganham de 2 a 5 salários mínimos (84,1%). Entre os brasileiros que ganham até 2 salários, 50,3% indicaram que a preocupação aumentou muito.

Fonte: Pesquisa ANAB de planos de saúde

PLANO DE SAÚDE PRÓPRIO

A pesquisa mostra que os consumidores enxergam o plano de saúde como uma conquista, tal qual ter um imóvel, um veículo, realizar uma viagem ou ter investimentos. O plano é a terceira maior conquista do brasileiro em 2021. Na faixa etária acima de 50 anos, o benefício só perde para a casa própria em importância.

Quanto menor a renda familiar e o grau de escolaridade, maior é o reconhecimento do plano. Ao menos 18,7% dos respondentes que ganham até dois salários mínimos indicam o benefício como conquista, da mesma forma que 21,8% dos entrevistados com o Ensino Médio também reconhecem.

Em relação a idade, essa percepção é ainda maior entre os entrevistados com 50 anos ou mais, que representam 25,5%. Mas é na parcela da população aposentada que o plano assume papel principal e toma a frente no ranking das conquistas dos brasileiros, deixando casa própria e automóvel para trás. Ao menos 50,6% dos entrevistados aposentados indicam o plano como conquista.

AVALIAÇÃO DO BENEFICIÁRIO

Na percepção dos beneficiários, a agilidade no atendimento é o fator mais importante em um plano de saúde, indicado por 24,2% dos respondentes. A facilidade de autorização de procedimentos aparece em segundo lugar com 15,4%, seguida pela rede médica contemplada no contrato, com 14,4%. No top cinco aparecem ainda serviços oferecidos (11,1%) e rede de profissionais (10,9%).

QUEM UTILIZA PLANO DE SAÚDE?

A pesquisa da ANAB também mapeou o perfil dos usuários de plano de saúde e constatou que o tipo de plano de saúde mais comum no Brasil é o plano coletivo empresarial, que representa ao menos 76% do total de beneficiários.

Os planos individuais correspondem a 18% enquanto os planos do tipo coletivo por adesão, normalmente vinculados a uma categoria profissional ou área de atuação, representam 6% do universo de contratos.

Quando observado o fator idade, o plano coletivo empresarial é o tipo mais comum em todas as faixas etárias, mas possui ainda mais representatividade entre a população de 30 a 39 anos, cujo percentual corresponde a 82,6%.

Já os planos individuais e coletivos por adesão também possuem certo percentual entre os mais velhos, com 50 anos ou mais. Correspondem, respectivamente, a 23,6% e 12,2% do total dos beneficiários.

A pesquisa ANAB sobre percepção dos planos de saúde no Brasil foi realizada entre os dias 16 e 28 de setembro de 2021 (pesquisa mais recente) por meio de entrevistas telefônicas com 1006 respondentes em 420 municípios do país. De acordo com o instituto Bateiah Estratégia e Reputação, a margem de erro é de 3%.

PANDEMIA

A vida de quem trabalha com produtos para a saúde não foi nada fácil durante a pandemia, como grande parte da população imagina. Apenas para fazer um comparativo, o setor de turismo, que toda a sociedade enxerga como tendo sido brutalmente afetado pelas restrições impostas pela Covid, e foi, caiu 36,7% em suas atividades em 2020, em relação ao ano anterior.
O setor de saúde enfrentou baixa de 50,8% no faturamento das empresas, em paralelo semelhante. Os procedimentos cirúrgicos programados foram cancelados ou adiados e, em 2020, tiveram uma redução média de 59,8%, nos sistemas público e privado. Em algumas regiões do país, essa baixa nas operações chegou a 90%, com 1,3 milhão de cirurgias que foram suspensas somente no SUS

Hospitais e operadoras impuseram postergação de pagamentos, ou seja, exigiram a retenção de faturamento de cirurgias realizadas e o volume de recursos contingenciados chegou a R$ 793,4 milhões. Em média levaram 118 dias para quitar débitos, mas há relatos de dívidas ainda em aberto do ano passado. O segundo item das distorções praticadas foi a inadimplência, que chegou a R$ 714 milhões, quando o fornecedor não é remunerado após 180 dias, a partir da realização do procedimento cirúrgico.

As glosas injustificadas, quando uma cirurgia é previamente autorizada, ficaram, em terceiro lugar, com um volume financeiro paralisado de R$ 118,6 milhões. As três distorções somadas representam um valor de R$ 1,626 bilhão não pago por hospitais públicos e privados, por convênios, planos de saúde e seguradoras. Um valor que afeta principalmente pequenas e médias empresas que não conseguem se manter com valores tão elevados sem as devidas quitações

INVESTIMENTO NO SETOR

Um levantamento do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps) aponta para um corte de aproximadamente 50% em diversas áreas da saúde com o Orçamento enviado pelo governo do mandato (2018-2022). O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) prevê para todos os gastos do governo, não só com saúde, um montante de R$ 149,9 bilhões para 2023, o menor valor desde 2014.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Economia da Saúde (ABrES), Francisco Funcia, afirma que os cortes foram motivados pelo desvio de cerca de R$ 20 bilhões dos R$ 149,9 bilhões para emendas parlamentares. Para fazer isso, foi necessário fazer cortes de programações que já vinham sendo financiadas pelo governo federal, como recursos da Farmácia Popular, Saúde Indígena, formação de profissionais da saúde e da Atenção Primária de Saúde.

Funcia lembra que o Teto de Gastos permite esse remanejamento, mas isso significa “cortar programações de despesas que já eram realizadas inclusive, como dois terços do orçamento do Ministério da Saúde. Isso penaliza severamente o financiamento de estados e municípios para 2023”, afirma.

Soma-se a isso a defasagem já embutida nos R$ 149,9 bilhões devido ao Teto de Gastos. O valor deveria ser de R$ 172 bilhões, ou seja, “teria que ter R$ 23 bilhões a mais nesses 149,9 bilhões. Esses cortes foram sobre um valor já deprimido, depreciado, desfinanciando o SUS pela emenda 95”.

Enquanto aumentam as verbas para emendas parlamentares, os recursos para os programas diminuem, segundo dados da ABrES. Houve uma diminuição de 31% no orçamento previsto para o Programa Médicos pelo Brasil; 65,7% a menos para o programa Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Saúde; 63% a menos para a Alimentação e Nutrição para a Saúde; 53,5% a menos para Educação e Formação em Saúde, 60% a menos para a Saúde Indígena e 55% a menos para Atenção à Saúde de Populações Ribeirinhas e de Áreas Remotas da Região Amazônica, entre outras quedas.

PEC EMERGENCIAL

O cenário constitui um dos principais desafios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A discussão sobre o orçamento estava incluída nos trabalhos da equipe de transição, e o assunto foi levado para o Congresso Nacional mesmo antes da posse.

Francisco Funcia afirma que o novo governo deve discutir uma PEC emergencial para a recomposição do piso orçamentário da Saúde.

“Há uma necessidade de aumentar a participação federal no financiamento do SUS, dado que estados e municípios já não têm mais capacidade de alocar recursos adicionais. Essa é uma questão fundamental e, para isso, precisa ter esse esforço que a equipe de transição está fazendo, que é uma negociação política desde já com o Congresso atual para que aprove mudanças no orçamento”, afirma Funcia.

Um exemplo do que pode ser proposto dentro de uma PEC é um crescimento gradual do percentual do Produto Interno Bruto (PIB) investido na saúde ao longo dos anos. Um estudo do Ieps propõe que o governo federal chegue a investir 3% do PIB em até 10 anos. “O gasto público em saúde em países como o Reino Unido, que tem um sistema de saúde parecido com o do Brasil, corresponde a 7,8% do PIB. O governo federal também tem instrumentos para isso”, afirma.

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% do PIB
corresponde ao gasto do governo federal com a saúde

SAÚDE EM 2023

O Sistema Único de Saúde (SUS) atua na atenção básica principalmente através da Estratégia Saúde da Família, que conta com 48.330 equipes e alcança 99% dos municípios brasileiros. As equipes são formadas por médicos, enfermeiros, auxiliares ou técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Juntos, eles são responsáveis por atuar na manutenção da saúde e na prevenção de doenças.

Para a atenção básica, serão alocados R$ 28,5 bilhões contra R$ 34,4 bilhões em 2022. Adicionalmente, será investido R$ 1,5 bilhão na formação e provisão de profissionais para a atenção primária à saúde (Programa Médicos pelo Brasil). Já os recursos da União para a assistência hospitalar e ambulatorial do SUS deverão somar R$ 61,4 bilhões contra R$ 68,5 bilhões de 2022.

Fonte: Brasil de Fato; Agência Câmara de Notícias

BIG PICTURE

  1. Entre os anos de 2010 e 2022, o número total de hospitais no Brasil sofreu um pequeno acréscimo, passando de 6.907 para 7.191.
  2. Os gastos GLOBAIS com saúde, públicos e privados combinados, aumentarão apenas 4,9% em 2023.
  3. O setor de saúde deverá crescer aproximadamente 5% ao ano até 2023, totalizando um faturamento anual de R$ 1,5 trilhão.
  4. Em janeiro de 2023, o Brasil contava com 562.229 médicos inscritos nos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs).
  5. O tamanho do mercado global de saúde digital foi estimado em US$ 332,53 bilhões em 2022 e espera-se que atinja cerca de US$ 1.694,21 bilhões até 2032.
  6. Para 2023, os recursos da União para a assistência hospitalar e ambulatorial do SUS deverão somar R$ 61,4 bilhões.

ANÁLISES INTERNAS DO SETOR

5 FORÇAS DE PORTER

O que é?

É um modelo criado por Michael Porter, professor prestigiado da Harvard Business School, que estuda os fatores que influenciam o potencial de lucro das empresas, bem como sua capacidade de servir seus clientes, levando em consideração forças competitivas que moldam um planejamento estratégico

5 FORÇAS DE PORTER

MÉDIA

O mercado de saúde brasileiro é altamente regulado, o que torna difícil para novos entrantes entrarem no mercado.

BAIXO

A saúde é um setor especializado e, como tal, não existem produtos substitutos diretos, como em outros setores.

MÉDIA

Os fornecedores de serviços de saúde têm um grande controle sobre os preços dos serviços, pois são poucos e concentrados.

BAIXO

Aumento dos custos de serviços de saúde pode levar a um aumento da demanda por serviços mais baratos, forçando as empresas de saúde a oferecer preços mais baixos para atender às necessidades dos compradores.

ALTA

O mercado de saúde brasileiro é extremamente competitivo, com vários concorrentes buscando aumentar sua fatia de mercado.

ANÁLISE S.W.O.T

Oportunidades

O mercado de saúde  é marcado por grandes oportunidades, ele se encontra em constante expansão e inovação, e vem nos últimos anos ajudando a economia como um todo a crescer num ritmo extremamente acelerado, diversas healthtechs vem surgindo e trazendo soluções para mercados extremamente sólidos e robustos. No Brasil esse mercado é carregado de grandes oportunidades, dentre elas.

Aumento da demanda por serviços de saúde

A população brasileira tem aumentado gradualmente nos últimos anos, e com isso a demanda por serviços de saúde também tem aumentado. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população brasileira estimada para 2022 é de 214 milhões de pessoas. Com esse número, as oportunidades no mercado de saúde aumentam substancialmente.

Crescimento das tecnologias de saúde

O setor de saúde brasileiro tem investido cada vez mais em tecnologia, o que tem proporcionado melhorias significativas no acesso aos serviços de saúde. As tecnologias como o uso de inteligência artificial, robótica, bem como a adoção de sistemas de informação de saúde, permitem um melhor acesso aos serviços de saúde, tornando o mercado de saúde mais competitivo e abrindo novas oportunidades para as empresas.

 

Desenvolvimento de novos medicamentos

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a indústria farmacêutica brasileira tem investido cada vez mais em pesquisas e desenvolvimento de novos medicamentos para o tratamento de doenças crônicas, o que representa uma significativa oportunidade para o mercado de saúde.


Ameaças

Como todo mercado em constante o setor de Saúde também enfrenta diversas ameaças. Sempre é importante estar atento a possíveis oscilações e mudanças bruscas de mercado, principalmente para que seja possível se antecipar a eventualidades e seguir firme em sua caminhada.

Custos Elevados

O custo dos serviços de saúde no Brasil é muito alto e tem dificultado o acesso de pacientes às melhores formas de tratamento. Os altos custos dos serviços de saúde representam uma ameaça significativa para o mercado de saúde.

Escassez de profissionais de saúde

O Brasil tem sofrido com a falta de profissionais de saúde qualificados, o que tem dificultado o acesso de pacientes à assistência médica. De acordo com o Ministério da Saúde, a proporção de profissionais de saúde no Brasil é de 1 profissional para cada 1.500 habitantes, sendo esse nível considerado muito baixo.

Falta de infraestrutura

A infraestrutura de saúde no Brasil ainda é considerada deficiente, com alguns hospitais e clínicas que não oferecem os melhores serviços de saúde. A falta de infraestrutura adequada representa uma grande ameaça para o mercado de saúde.

TENDÊNCIAS

O mercado da saúde no Brasil tem ganho destaque cada vez maior – seja pelo seu tamanho ou pelas inovações propostas. Para se ter uma ideia, só nos últimos dois anos, o setor de saúde liderou o ranking de fusões e aquisições.

Além disso, vale salientar que a maior parte das operações de compra de empresas no mundo todo tem se dado nesse setor. Startups e empresas de grande porte tem olhado para as tendências e deixado de lado muitas perspectivas do mercado tradicional, agregando valor de mercado não só às suas soluções, mas ao setor como um todo.

Com grande participação do governo e alto investimento privado, esse setor movimenta muito dinheiro. Para se ter uma ideia, de acordo com dados da pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros, o faturamento em 2021 do setor de saúde no país chegou a cerca de 315 bilhões de reais.

Metade desse valor se deu por parte do investimento público e metade por parte da saúde suplementar (hospitais e planos de saúde particulares).

Além do aumento, mas ainda insuficiente, dos gastos com saúde e dos custos mais altos dos fabricantes de medicamentos, as principais tendências a serem observadas em 2023 incluem a digitalização contínua dos cuidados de saúde, quedas de patentes de medicamentos e medidas para controlar os preços farmacêuticos. Esses padrões são uma continuação estimada de 2022, com 2023 sendo o segundo ano consecutivo de declínios de financiamento em termos reais.

O mercado da saúde, portanto, é uma excelente oportunidade de investimento. Através do investimento em empresas do setor, por exemplo, pode-se buscar crescimentos anuais acima de 14% (como registrado nos últimos anos, quando falamos apenas do mercado completo em si).

Inteligência Artificial (IA)

A introdução de tecnologias que contam com a inteligência artificial dentro da saúde já é uma realidade em quase todo o mundo. Com novos investimentos surgindo, as empresas que já estão nesse setor devem se consolidar ainda mais.

Dessa forma, a tendência é que além dos modelos de inteligência artificial na saúde que já existem, novos recursos poderão aparecer para o atendimento, consulta e até mesmo para os procedimentos.

Entre os pontos em que a inteligência artificial aplicada à saúde pode ser benéfica, podemos destacar as pesquisas, o desenvolvimento de diagnósticos e descobertas de informações genéticas e biológicas que sejam relevantes no tratamento de doenças.

Healthtech

O mercado de healthtechs é um dos mais promissores do ecossistema de inovação: segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os gastos no setor da saúde já representam 10% do Produto Interno Bruto do mundo e, no Brasil, suas despesas representam 9,2% da soma de todos os bens e serviços produzidos, ou R$ 608 bilhões em 2017, de acordo com a Agência IBGE de Notícias.

Durante a pandemia, o segmento disparou, com um salto de 118% no número de healthtechs no Brasil na comparação de 2020 e 2018, passando de 248 para 542 empresas do setor, conforme o relatório “Distrito HealthTech Report 2020”. Essas empresas tornaram-se protagonistas na luta contra a Covid-19, por meio de soluções inovadoras de assistência à distância, realização de exames, compra de medicamentos online e até exercícios a distância.

A tendência é de crescimento contínuo. De acordo com a Abstartups (Associação Brasileira de Startups), os usos da inovação no setor de saúde são, aparentemente, intermináveis. “A tecnologia está sendo implementada em tudo, desde os processos administrativos do hospital até a pesquisa e a cirurgia do câncer, a fim de melhorar a eficiência em todo o setor e tornar a experiência do paciente o mais indolor possível”, diz Ana Flávia Carrilo, parte da equipe de comunicação no blog da instituição.

Telemedicina

Um dos pontos-chave para o desenvolvimento do mercado de healthcare nos últimos anos foi a popularização da telemedicina. Serviços como a teleconsulta já estão hoje consolidados e isso se deve principalmente à pandemia de COVID-19, que acelerou esse processo – tanto por parte dos médicos quanto pelos pacientes.

Embora a aplicação de vacinas e medidas de prevenção tenham tido sucesso para reduzir o contágio da doença, diversas clínicas, profissionais e pacientes já se acostumaram com esse método de atendimento e é pouco provável que o modelo tradicional volte.

De acordo com um relatório divulgado pela CB Insights, cerca de 40% das consultas realizadas no segundo trimestre de 2021 aconteceram de maneira remota. Essas atividades ocorreram através de inovações que permitiram a conectividade entre pacientes e profissionais nas plataformas de saúde.

Por isso, empresas de telemedicina ainda tem bastante fôlego para crescer nos próximos anos, sendo uma das grandes oportunidades de investimento no setor de saúde.

Podem surgir empresas que prestem serviços como planos de saúde de forma exclusiva para o atendimento por telemedicina ou que ofereçam serviços híbridos a um preço muito mais reduzido, fortalecendo a concorrência.

Laudos médicos à distância

Outro ramo de inovação é a implementação de plataformas mais elaboradas, que permitem a criação de laudos digitais remotos.

Através de certificados digitais e até mesmo o blockchain, estes laudos contam com a mesma segurança e credibilidade do que os laudos emitidos presencialmente.

Isso fará com que, além das teleconsultas, diagnósticos mais simples possam ser possíveis por meio da telemedicina.

Outro fator importante nesse sentido é que os laudos médicos poderão estar armazenados em sistemas em nuvem, aumentando assim a segurança e ao mesmo tempo a acessibilidade aos documentos.

Já há uma série de empresas que estão se especializando e permitindo soluções cada vez melhores para esse tipo de documento. Casos como os prontuários eletrônicos também facilitam a vida de pacientes e médicos, que poderão acessar o histórico de atendimento em qualquer lugar do mundo, a qualquer hora.

Gestão médica computadorizada

Ferramentas de gestão dos negócios estão cada vez mais completas e automatizadas. O uso dos softwares que funcionam como ERP’s (programas de computador que fazem a gestão dos recursos da empresa) tem sido cada vez mais requerido.

No entanto, é quase inconcebível pensar em softwares de gestão que não estejam completamente alinhados e pensados para a realidade do estabelecimento em questão.

Dessa forma, empresas que atuam de forma específica para um setor, tem desenvolvido softwares que são capazes de realizar as atividades de cada área. No caso dos softwares médicos, por exemplo, a sua gestão se concentra na organização da agenda dos médicos, dos prontuários eletrônicos e também da gestão financeira do negócio.

Embora seja muito útil, nem todas as clínicas, consultórios ou hospitais já adotaram esse tipo de ferramenta ou ainda não estão 100% satisfeitas com as que eles têm. Assim, esse é um segmento da saúde que ainda tem muitas oportunidades de expansão, com novas e melhores soluções do que as que já estão disponíveis.

periodicamente pelo DataSUS.

Plataformas de medicina em nuvem

Como já adiantamos em outro tópico, o armazenamento em nuvem já é uma realidade para muitas pessoas, mas com relação às documentações médicas isso também é uma tendência.

Cada vez mais há uma preocupação com a segurança dos dados médicos – o sigilo médico é uma prerrogativa fundamental na relação médico paciente. Quando isso é quebrado, além da perda de confiança, há também dispositivos legais que podem ser acionados, trazendo dor de cabeça e prejuízo às empresas.

Um dos dispositivos legais nesse sentido é a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que aponta que o vazamento intencional ou não intencional de dados sigilosos é de responsabilidade de quem os coleta e armazena. Caso isso ocorra, multas altas podem ser aplicadas e por isso, todos estão se adaptando de forma a mitigar os riscos.

Empresas que trabalham com o armazenamento seguro destas informações o fazem por meio de sistemas em nuvem. Dessa forma, as informações não ficam centralizadas em apenas um lugar físico e independem dos servidores internos.

Dessa forma, o investimento em plataformas que possibilitam conectividade na rede de comunicação de maneira mais assertiva entre a clínica e o profissional, e os pacientes poderão contar com um serviço mais completo e eficaz.

Empresas que já prestam esse serviço em outras áreas saem na frente por já terem suas tecnologias, mas deixá-las ainda mais prontas para as especificidades da área da saúde pode ser uma oportunidade e tanto.

Fonte: Strati

Highlights

“O setor de saúde é essencial para o bem-estar e sucesso de uma nação e, devido à crescente preocupação da população com a saúde, está sendo cada vez mais observado pelos holofotes. Empresas e players do setor estão aproveitando a oportunidade para oferecer serviços mais avançados e inovadores. Por conta disso, o setor está andando lado a lado com a tecnologia, contribuindo para um crescimento exponencial e desenvolvimento acelerado. Estudos apontam que o setor de saúde deverá crescer aproximadamente 5% ao ano até 2023, totalizando um faturamento anual de R$ 1,5 trilhão. Esse desenvolvimento só será possível com a colaboração de diferentes órgãos, tanto públicos quanto privados, que estejam engajados em melhorar o cenário da saúde atual.”

Gabriel Macedo
Business Analyst III

Sigilo e disclaimer

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RAY MARKET SOUND

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Database Management Basics

Database management is the system to manage information that is essential to the company’s business operations. It involves storing data and distribution to users and applications, modifying it as necessary as well as monitoring changes to the data and preventing the data from becoming damaged by unexpected failure easingcrypto.com. It is an integral part of the entire informational infrastructure of a company that assists in decision making in corporate growth, as well as compliance with laws such as the GDPR and California Consumer Privacy Act.

In the 1960s, Charles Bachman and IBM among others developed the first database systems. They evolved into information management systems (IMS) that allowed the storage and retrieve large amounts data for a broad range of applications, from the calculation of inventory to supporting complicated financial accounting and human resources functions.

A database consists of a set of tables that are organized in accordance with a specific arrangement, like one-to-many relationships. It utilizes primary keys to identify records and permit cross-references between tables. Each table contains a number of fields, also known as attributes, that represent facts about the data entities. Relational models, developed by E. F. “TedCodd Codd in the 1970s at IBM and IBM, are the most well-known database type today. This design is based upon normalizing data to make it more user-friendly. It is also easier to update data because it does not require the changing of certain sections of the database.

The majority of DBMSs support a variety of databases and offer different internal and external levels of organization. The internal level addresses cost, scalability and other operational concerns like the layout of the database’s physical storage. The external level is the representation of the database on user interfaces and applications. It may include a mix of different external views based on different models of data and may also include virtual tables that are calculated using generic data to improve the performance.

Bares-e-restaurantes Q2-23

ANÁLISE MACROECONÔMICA

VISÃO GERAL

Depois de tanto tempo com restrições, retomar as atividades fora de casa é um desejo de muitas pessoas para começar a retornar à realidade. Por isso, comer fora de casa acaba sendo um dos programas sociais mais buscados e o setor de food service comemora. Este claramente não é um hábito que surgiu com a flexibilização da pandemia: segundo uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), as vendas da indústria alimentícia para o setor de refeições fora do lar cresceram 184,2% entre os anos de 2009 e 2019, em uma média de 11% ao ano, registrando em 2019 um valor acumulado de R$ 184,7 bilhões.

Depois do baque sofrido em 2020, em que o share da alimentação caiu dos 33% de 2019 para 24% (os 76% restantes foram direcionados ao varejo alimentício), o esperado era que 2021 fosse um ano decisivo para a retomada do setor, e os números não decepcionaram. A ABIA estimou o fechamento do ano em 27% de participação nas vendas totais da indústria de alimentos no mercado interno (R$ 173,3 bilhões) em 2021. O aumento representa 23,9% a mais que o registrado no ano anterior, precedendo a recuperação completa do food service em 2022.

INDICE

Introdução

Visão Geral

Prejuízos da Pandemia
Sazonalidade
Comportamento do Público
Preferências
Ticket Médio
Emprego
Big Picture
Análise Interna do Setor
Oportunidade
Ameaças
Tendências
Softwares
Tecnologia
Highlights

PREJUÍZOS DA PANDEMIA

  • O setor de bares e restaurantes no Brasil foi um dos muitos setores impactados diretamente pela pandemia da Covid-19. De março do ano passado até julho de 2021, estima-se que 335 mil empresas fecharam em definitivo e 1,3 milhão de trabalhadores foram demitidos no país. Até março de 2020, eram 1 milhão de negócios do setor e 6 milhões de empregados diretos. Sendo assim, 30% das empresas de bares e restaurantes encerraram suas atividades no país por conta da pandemia, e 20% dos trabalhadores deste setor perderam seus empregos. 

    Só nos primeiros quatro meses de 2021, mais 100 mil empregos foram perdidos e mais 35 mil empresas fecharam as portas. O faturamento do setor em 2020 foi de R$ 175 bilhões, frente a R$ 235 bilhões em 2019. Um prejuízo de arrecadação de R$ 60 bilhões.

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% Dos B&R encerraram atividade
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Milhões de trabalhadores foram demitidos

 

Após longos meses de prejuízos, consequência direta da pandemia da Covid-19, o setor de bares e restaurantes tem se aproximado dos patamares pré-pandêmicos, e já sinaliza crescimento no país. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a expectativa de faturamento para este ano é de R$ 215 bilhões.

Em julho de 2021, segundo a Abrasel, o setor está faturando, em nível nominal (ou seja, sem correção da inflação), semelhante a julho de 2019. Em termos reais, considerada a correção da inflação, o mês está 15% abaixo comparando esses dois períodos. A expectativa da Abrasel, no entanto, é de que no segundo semestre o faturamento cresça, uma vez que o setor está acelerando, devendo fechar os últimos seis meses deste ano no mesmo patamar do segundo semestre de 2019, já considerando a inflação. 

Apesar da perspectiva de crescimento, especialistas apontam um cenário de super endividamento das empresas. O setor está superendividado, com mais de 64% com dívidas em atraso, e a normalização do faturamento não será suficiente para equacionar o problema tão grande que foi gerado. Além disso, muitos empresários do ramo estão enfrentando dividas em bancos e dívidas de impostos e aluguel.

E o que mudou em relação ao período pré-pandêmico?

Com as adaptações para seguir em funcionamento mesmo durante a pandemia, algumas características das operações no mercado de bares e restaurantes já não são mais as mesmas. Como exemplo, se antes os estabelecimentos optavam por operar apenas presencialmente, ou seja, recebendo pessoas no salão, hoje há mais flexibilidade. Os sistemas de retirada e de entrega ganharam muitos adeptos nesse período e tendem a continuar sendo uma alternativa lucrativa.

Nesse sentido, as tecnologias de conectividade e cloud ajudaram consideravelmente a expandir o negócio para o ambiente digital, facilitando, assim, o relacionamento com o consumidor, ao oferecer o que ele precisa ou deseja.  Além disso, o levantamento da Abrasel mostra que 72% do setor opera com menos funcionários hoje do que antes da Covid-19. Embora 31% dos estabelecimentos tenham a intenção de investir em novas contratações, 58% vão ajustar o quadro de funcionários e 27% ainda terão que recorrer a demissões.

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% Do setor opera com menos funcionários
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% Do setor pretende contratar novos funcionários
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% Do setor ainda terão que recorrer a demissões

Entre as que estão contratando, uma em cada cinco afirmam estar com dificuldades em encontrar mão de obra. Os cargos mais qualificados são os que têm menos oferta de profissionais, segundo a pesquisa. Profissionais como chefs de cozinha, gerentes e cozinheiros são os mais difíceis de encontrar vaga, depois vêm os especialistas, como sushimans.

Sazonalidade movimenta o mercado

Com a chegada do verão, o setor de bares e restaurantes, em especial nas regiões litorâneas do país, projeta bons números para o período. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a área deve movimentar cerca de R$ 80 bilhões e gerar mais de 60 mil vagas de emprego entre os meses de janeiro e março de 2022.

A expectativa é de que, no verão, nas regiões litorâneas, o aumento nas vendas nos bares e restaurantes possa chegar a 30%. Uma das explicações para as perspectivas positivas do setor se dá ao fato de que muitas pessoas deixaram de viajar para o exterior. Sendo assim, o consumo interno tem sido alavancado de forma inédita, especialmente nos pontos turísticos nacionais.

COMPORTAMENTO DO PÚBLICO

Inegavelmente, a conduta do consumidor mudou bastante. Embora esses novos hábitos tenham sido adquiridos pelas necessidades impostas, alguns podem ter vindo para ficar. A consultoria Dunnhumby divulgou um relatório em abril de 2021 sobre o comportamento do consumidor brasileiro após a chegada da Covid-19 ao País. Entre os resultados, destaca-se que 4 a cada 10 pessoas continuam comendo mais em casa, em comparação ao período anterior.

De olho nessa tendência, o mercado de bares e restaurantes começaram a investir em sistemas de entrega e retirada, programas de fidelidade ou em kits personalizados. Estes levam uma experiência para a casa da pessoa, que pode montar, por exemplo, seu lanche preferido de uma hamburgueria.

Ainda na reportagem baseada em pesquisa da Dunnhumby, os entrevistados responderam sobre fatores que pesam na hora da compra. Nesse sentido, o preço é o grande decisor para 80% das pessoas, enquanto 21% priorizam a qualidade. Em paralelo, a pesquisa antes de comprar também se tornou um hábito para 47% dos brasileiros. Aliás, na pesquisa, o Brasil é o quinto país com maior preferência em manter este hábito de comer em casa, perdendo apenas para a Coreia, Malásia, Tailândia e China.

Preferências Preço x Qualidade

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% Preço
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Outros pontos importantes da mudança do hábito do consumidor são a preocupação com os impactos da alimentação em diferentes setores. Segundo o estudo da EY Parthenon, publicado pela Veja Insights, em setembro de 2020, no pós-pandemia, haverá um novo estilo de vida para os brasileiros. Sendo assim, 75% dos entrevistados pretendem priorizar decisões de compra mais saudáveis, enquanto 70% deles  se atentarão mais aos impactos ambientais e sociais de seus gastos. Além disso:

  • 89% aumentarão ou manterão seus gastos atuais em alimentos frescos;
  • 64% buscarão o serviço de kits de comida;
  • 62% comprarão refeições preparadas em estabelecimentos para consumo posterior;
  • 72% vão continuar ou aumentar a compra de alimentos congelados;
  • 33% optarão por novas marcas para apoiar negócios locais.
  •  

Ou seja, há uma busca por alimentos mais nutritivos e cuja produção cause menor impacto ambiental, como as proteínas vegetais. Dependendo do público-alvo do negócio, o mercado de bares e restaurantes precisa responder a essas novas demandas e se ajustar.

Restaurantes de comida a quilo

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) estima que 40% dos restaurantes especializados em comida a quilo fecharam no país devido à crise econômica causada pela pandemia de covid-19. O Brasil tinha cerca de 200 mil estabelecimentos desse tipo, e a estimativa atual é de que esse número tenha caído para 120 mil.

Nas regiões com grande concentração de escritórios, as medidas de restrição e o grande número de pessoas em trabalho remoto reduziram o movimento nos estabelecimentos de refeição rápida. Segundo a Abrasel, os restaurantes por quilo ou self-service, que tinham grande procura antes da crise, atualmente têm menos de 10% do movimento pré-pandemia.

Saúde financeira dos restaurantes

Muitos bares e restaurantes tiveram que operar de portas fechadas e apenas por delivery, o que impactou diretamente o faturamento e fez com que vários deles precisassem recorrer a linhas de crédito para manter seus negócios abertos e com saúde financeira. De acordo com uma pesquisa feita pela Abrasel, em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas, quase 4 em cada 5 bares e restaurantes tiveram que captar recursos durante a crise.

O estudo, realizado com 875 estabelecimentos comerciais de todo Brasil durante o mês de junho, mostra que aqueles que procuraram por empréstimo optaram, em sua maioria, por bancos privados (43,7%), seguido das cooperativas de crédito (16,6%) e aplicativos de delivery (9,42%).

Outras opções como amigos ou agentes privados, adquirentes, bancos digitais e aplicativos de pagamento também foram mencionadas. A pesquisa revela ainda que dos bares e restaurantes que tentaram um empréstimo durante a pandemia, apenas 50% conseguiram. Entre as principais razões para a não liberação dos recursos foram citadas: restrições com o nome da empresa (39,3%) ou com o nome do proprietário/sócio (23,2%) e não conseguir apresentar garantias e/ou faturamento suficientes (33,6%).

O crédito é uma realidade para os estabelecimentos comerciais mesmo antes da crise ocasionada pela Covid-19. Dos entrevistados, 74,9% afirmaram já terem solicitado um empréstimo desde que começaram os negócios, tendo como principais motivos garantir fluxo de caixa (26,6%), pagar dívidas (25,0%), realizar reformas no espaço físico e/ou ampliar o estabelecimento (10,7%). No mais, nota-se que para 8,6%, o valor do empréstimo também foi direcionado para implantar e/ou ampliar o modelo de delivery.

Delivery

O serviço de delivery passou de um diferencial para uma necessidade do mercado, em diferentes áreas. Com a chegada da pandemia, esse mercado se tornou ainda mais fundamental, estimulando o maior consumo e influenciando hábitos da população, tanto com relação ao aumento da frequência de pedidos por um mesmo usuário de apps de entrega, como com a chegada de novos consumidores. De acordo com dados do site Statista, o Brasil foi destaque no segmento de delivery na América Latina em 2020. Sozinho, o país foi responsável por quase metade do mercado, chegando a 48,77%. Em seguida, México e a Argentina, com cerca de 27,07% e 11,85%, respectivamente.

Atualmente, o país conta com grandes players de atuação nacional e outras empresas do segmento com abrangência unicamente regional. Entretanto, nos três Estados do sul do Brasil o mercado é explorado pelos grandes apps, como iFood, Rappi, com margem de negócio para players regionais compreenderem com maior propriedade o perfil e as necessidades dos consumidores locais.

A importância das parcerias com marketplaces de delivery

Segundo a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), por causa da piora da pandemia que enfrentamos no começo de 2022, a projeção de faturamento do setor neste ano, prevista inicialmente para R$ 235 bilhões, deve cair para R$ 215 bilhões. Ele deve ser, porém, superior ao do ano passado, R$ 175 bilhões. De acordo com a associação, das cerca de um milhão de empresas do setor de bares e restaurantes no início do ano passado, 300 mil fecharam as portas por causa da pandemia do coronavírus.

Mas o que fazer nesses momentos de crise? Como aumentar o faturamento? Muitos donos de bares e restaurantes tiveram que apostar no ambiente digital numa velocidade em que não esperavam. Além disso, empresas de vale refeição como a sodexo fizeram parcerias com os principais marketplaces de alimentação do mercado, para que todos passassem a aceitar o cartão-refeição da empresa.

Saída do Uber eats

O anúncio de encerramento das operações de entrega de refeições no Brasil feito pela Uber Eats foi recebido com pesar e muita apreensão pelo setor de bares e restaurantes. Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), é sintomático que cerca de um mês após a Delivery Center anunciar o fim de suas atividades no país, outra gigante do delivery faça o mesmo.

Na visão de especialistas, isso representa uma significativa perda de competitividade no mercado de delivery. Segundo ele, uma possível solução para a crise possa ser a implementação do padrão Open Delivery, iniciativa liderada pela Abrasel e que disponibiliza um código aberto para padronização de cardápios e pedidos, tornando o mercado de delivery mais transparente, ágil, acessível e competitivo, já que a tendência é que os restaurantes passem a trabalhar com mais marketplaces, estimulando melhores práticas, preços e prestação de serviço..

Recuperação do setor

Embora a pandemia do coronavírus tenha afetado em cheio o setor de alimentação fora do lar, o número de novos negócios abertos apenas no primeiro semestre de 2021 já é maior do que no mesmo período de 2019, antes do aparecimento da doença que paralisou o mundo. Dados divulgados na última semana pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Tributária (IBPT) apontam a abertura de 16.659 restaurantes, lanchonetes, casas de suco e similares em todo o Brasil de janeiro a junho de 2021.

É um número maior do que no mesmo período de 2019, quando 13.326 novos negócios foram criados, e de 2020, com 10.939 sendo que a pandemia no Brasil começou a afetar o comércio a partir do final do mês de março. A pesquisa leva em consideração os dados públicos da Receita Federal do Brasil, e estima que 85% deles são de negócios independentes e 15% de franquias. Esse bom desempenho contrasta com o número de fechamento de empresas ao longo da pandemia que, segundo entidades representativas do setor, ficou entre três a quatro em cada 10 estabelecimentos.

Alimentação fora de casa cresce e indústria vê volta a normalidade

Após cair mais de 24% em 2020, a participação do food service nas vendas da indústria de alimentos e bebidas apresentou retomada em 2021, ano em que foi iniciada a campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil. As vendas para bares e restaurantes somaram R$ 176,3 bilhões, crescimento de 26% ante o registrado no primeiro ano de pandemia, segundo números divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). Descontada a inflação, as vendas reais da indústria de alimentos e bebidas cresceram 3,2% no último ano, resultado semelhante ao observado em 2020.

Ticket Médio

Em relação ao tíquete médio despendido nos estabelecimentos de foodservice, uma pesquisa do IDF mostra o crescimento de quase 13% em outubro de 2021, quando comparado ao mesmo mês do ano anterior, passando de R$ 31,50 para R$ 35,60.

Esse aumento poderia ser comemorado se não corroborasse a subida da inflação no setor, que foi de 3,2 pontos percentuais no período, saindo de 5,5% em outubro de 2020 para 8,7% no mesmo mês de 2021.

Fonte: IFB

Emprego

A oferta de empregos em bares e restaurantes vem em um bom momento para a retomada da economia no setor. Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, Abrasel, mostra que quase metade das empresas desse segmento estão com as finanças ajustadas e prontas para recuperar o tempo perdido, em função da pandemia.

Uma estimativa feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) prevê que o setor deve movimentar cerca de R$ 80 bilhões e gerar mais de 60 mil vagas de emprego entre janeiro e março do ano que vem. Nas regiões litorâneas, o aumento nas vendas em bares e restaurantes pode chegar a 30% em virtude do verão.

Formas de pagamento

Uma pesquisa, realizada através da internet, pela ABRASEL em que  obteve mais de 1.200 respostas de todos os estados do país metrificou padrões de consumo por parte dos clientes. O levantamento mediu como anda a aceitação do Pix em bares e restaurantes. Nada menos do que 93% disseram já ter adotado o sistema para receber dos clientes. No entanto, o Pix ainda está longe de se transformar no meio preferencial de pagamento: apenas 3% disseram ser este o principal método usado pelos clientes no salão ou balcão, índice que melhora ligeiramente no delivery: 7%.

O cartão de crédito continua sendo o mais usado –  tanto no salão (65%) quanto no delivery (73%). Em ambos os casos, o pagamento com dinheiro em espécie foi apontado como meio preferencial por apenas 1% dos estabelecimentos entrevistados.


Big Picture

R$ 173,3 bi
Vendas totais da indústria de alimentos em 2021

40%
dos restaurantes a quilo no Brasil fecharam as portas

48,77%
Participação do Brasil no Share Latino Americano
de delivery

31%
Do setor pretende contratar novos funcionários

64%
Dos empreendimentos possuem dívidas atrasadas

80%
Do público leva em consideração o preço ao escolher um restaurante

ANÁLISE INTERNA DO SETOR

5 FORÇAS DE PORTER

O QUE É?

É um modelo criado por Michael Porter, professor prestigiado da Harvard Business School, que estuda os fatores que influenciam o potencial de lucro das empresas, bem como sua capacidade de servir seus clientes, levando em consideração forças competitivas que moldam um planejamento estratégico

Entrantes Potenciais – Alta

O segmento de bares e restaurantes apresenta um alto risco de entrantes potenciais devido a sua baixa barreira de entrada, o segmento não exige certificações específicas, o que vai definir a barreira será o porte e proposta do empreendimento.

Produtos Substitutos – Alta

O segmento apresenta um alto índice de produtos substitutos devido a sua extensa quantidade de player e diferentes forma de atuação.

Poder dos Fornecedores- Baixa

Devido a alta concentração de players no mercado os players acabam perdendo poder de barganha.

Poder dos Compradores – Alta

Devido a alta concentração de player e diferentes produtos e experiências ofertadas nos empreendimentos do setor, os compradores acabam possuindo um alto poder de compra.

Rivalidade entre players – Muito Alta

O setor apresenta uma alta rivalidade entre os players, muito por conta da alta variedade de empresas e produtos ofertados. Além disso, com o boom do delivery, as empresas estão enfrentando uma corrida de eficiência na modalide.

OPORTUNIDADES

O mercado de Bares & Restaurantes, apesar da baixa causada pela pandemia, é marcado por grandes oportunidades ao longo dos últimos anos, ele se encontra em constante expansão e inovação, e vem ajudando a economia como um todo. No Brasil esse mercado é carregado de grandes oportunidades, dentre elas:

Setor ligado ao cotidiano do Brasileiro

Apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor ao longo dos últimos anos de pandemia, o segmento está ligado ao cotidiano do brasileiro, sendo assim, a medida que trabalhos, faculdades e escolas voltam a normalidade, o movimento do ramo tende a aumentar e consequentemente os gastos.

Novas formas de atuação

Devido ao boom da modalidade de delivery e take Away, novas oportunidades de mercado surgiram, ajudando o empreendimento a ampliar seu raio de atuação sem a necessidade de investir grande quantias de dinheiro, um exemplo disso são as Dark Kitchens.

Pontos físicos mais baratos

A crise provocada pela pandemia irá tirar muitos empresários do mercado por conta das dificuldades de manter o negócio em pé. Ao mesmo tempo, isso iria criar oportunidades para outros ingressarem no mercado, com um aumento da vacância de espaços em shoppings centers e nas ruas consequentemente, com melhores negociações de aluguéis.

AMEAÇAS

Como todo mercado em constante recuperação pós pandemia, o setor de Bares & Restaurantes também enfrenta diversas ameaças. Sempre é importante estar atento a possíveis oscilações e mudanças bruscas de mercado, principalmente para que seja possível se antecipar a eventualidades e seguir firme em sua caminhada.

Inflação

Ainda que já seja possível encontrar bares e restaurantes lotados novamente, 2022 dificilmente será um ano brilhante para o setor. Primeiro, pela dificuldade de cravar a recuperação com uma inflação acumulada acima dos 10% e diante de uma economia incerta, o que abala a confiança do consumidor brasileiro.

Variantes e contaminação local

Segundo, pelas ondas da Ômicron e de influenza, que estão dificultando a operação e provocando novos fechamentos desta vez, em decorrência do alto índice de contaminações entre os trabalhadores, afastando cerca de 20% dos funcionários dos salões toda semana, segundo a Abrasel.

Mudança do padrão de consumo

Este será um dos maiores desafios do setor: convencer as pessoas a voltarem a comer fora de casa. Muitos dos que precisaram voltar às atividades presenciais criaram estratégias alternativas para fazer suas refeições nesses últimos dois anos, com novos hábitos de consumir comida caseira ou adequados ao delivery de marmitas. Mais do que isso, os 71% de brasileiros que perderam renda nesse período, seja pelo desemprego, pressão inflacionária ou achatamento salarial, devem rever essa frequência de alimentação na rua.

TENDÊNCIAS

Segundo a ABIA, o share de mercado do food service deve ter uma melhora este ano, alcançando os patamares de 28% de crescimento. Como o cenário para este ano é de aumento da taxa de juros, endividamento, inadimplência e encarecimento do crédito, os negócios do setor de food service devem estar atentos e preparados para aproveitarem o crescimento estimado para o ano.

Cardápios informativos

Com a sociedade cada vez mais consciente sobre a origem do que consome cotidianamente, é natural que isto seja refletido na forma como as pessoas esperam transparência e produção justa dos alimentos, alinhados com a redução do impacto no meio ambiente.

Para isso, a disponibilização de cardápios que contenham não apenas a composição dos pratos, mas que tragam também a origem dos ingredientes e seus diferenciais, pode ser um grande diferencial na experiência destes consumidores.

Carnes veganas

Alimentação vegana e vegetariana já é uma realidade difundida e “posta à mesa” há alguns anos. Para transformar e integrar ainda mais esta cultura ao meio gastronômico, a inserção de, pelo menos, uma opção vegana no cardápio está se tornando um diferencial para restaurantes na atração de um público que ainda pode estar muito segmentado.

Além disso, apostar nesses pratos pode ser importante para oferecer mais uma opção para clientes que estão habituados com sabor, cheiro e textura da carne, mas que ainda não sabem que é possível atingir a mesma experiência com produtos que possuem ingredientes 100% de origem vegetal.

Ghost restaurants/Dark Kitchens

Em linha com o crescimento exponencial do delivery nos últimos meses, estes estabelecimentos vêm se consolidando como modelo de negócio, uma vez que funcionam exclusivamente para entregas a domicílio e dispensam a necessidade de um salão.

As vantagens desta estratégia estão no baixo custo e no direcionamento de um serviço que tende a permanecer em alta, mesmo com a reabertura do atendimento presencial e a perspectiva de um abrandamento da pandemia.

Análise de dados

Em sintonia com o boom do delivery, alguns restaurantes têm investido também na análise de dados gerados pelos sistemas de gestão e entrega, como a localização dos pedidos, ticket médio e quais pratos possuem mais sucesso dentro do estabelecimento.

Este recurso já é realidade em grandes redes de alimentação e vem crescendo cada vez mais em restaurantes de pequeno e médio porte, uma vez que auxiliam os empreendedores no controle de estoque, na composição de seus cardápios e no desenvolvimento de estratégias de venda, promoções, planos de fidelização ou descontos.

Parcerias entre restaurantes e supermercados

As redes supermercadistas estão aproveitando o cenário de retorno da alimentação fora do lar para apostar em serviços integrados de alimentação, com parcerias com restaurantes e opções de pratos prontos a baixo custo. Crescem também os corredores de congelados e as ofertas nas categorias de pratos semiprontos, cujo preço consegue se manter ainda abaixo dos restaurantes.

A rede Bob’s, por exemplo, lançou em novembro sua linha de produtos congelados, distribuída em supermercados pelo País. Antes, o Grupo Big já tinha fechado parceria com a Swift, da JBS, para instalação de geladeiras com itens para o dia a dia, implementando um espaço da marca dentro das lojas do hipermercado.

SOFTWARES

Goomer

A Goomer possui soluções digitais para os restaurantes, podendo ficar disponível nas mesas ou ser levado pelo garçom. Um das grandes vantagens é que existe solução do pedido até o momento do pagamento. O gestor pode detalhar as informações, colocar fotos dos pratos, além de sugerir harmonizações na tela para o cliente. Com a solução da Goomer para bares e restaurantes, a cozinha recebe automaticamente o pedido com as especificações e personalizações do cliente em tempo real. Dessa maneira, os garçons podem atender cada cliente de forma personalizada.

Bematech Mister Chef

Desenvolvido para aumentar o desempenho e a eficiência do seu restaurante, o Bematech Mister Chef é um sistema que ajuda a controlar toda a gestão financeira, de estoque e análise de indicadores via web, otimizando as receitas e reduzindo custos originados pela falta de controle.

Tecknisa

A Teknisa traz inovação para automação comercial para food service. As soluções e aplicativos integrados ao ERP geram uma gestão unificada de todas as áreas da empresa. Com sistemas POS e PDV para restaurantes, pizzarias, hamburguerias, sushis e temakerias, a empresa gera ainda economia na aquisição de softwares e nos valores das entregas fiscais.

MarketUP

O ERP MarketUP é um sistema de gestão que será a ferramenta auxiliar na administração do negócio. Desenvolvida especialmente para bares, cafés e restaurantes, a aplicação conta com recursos exclusivos para gerenciamento de estoque, emissão de documentos fiscais, controle em tempo real de fluxo de caixa, além da ferramenta “comanda”, que funciona organizando o atendimento às mesas.




TECNOLOGIA

IoT é poderosa aliada do setor

Para isso, a Internet das Coisas (IoT) é uma das tecnologias em destaque. Com a ajuda de dispositivos conectados, como sensores e câmeras, é possível monitorar todos os ambientes em tempo real.

Na prática, a IoT implementada no mercado de bares e restaurantes auxilia, por exemplo, a gerir o fluxo de pessoas no salão e a manter o padrão de higiene na cozinha. O gerenciamento do estoque também pode ser realizado por meio de recursos inteligentes, evitando-se o desperdício de alimentos e o abastecimento desnecessário.

Conectividade e cloud: uma parceria de sucesso

Trazer a digitalização para dentro dos restaurantes aumenta as chances de uma operação eficiente. Hoje, para garantir um ambiente seguro, algumas práticas, como a reserva online de mesas, já são bastante utilizadas.  Sobretudo, a conectividade e a cloud são elementos-chave para que esses sistemas de gerenciamento das reservas, o delivery e a retirada de produtos funcionem da melhor forma.  Os serviços em nuvem trazem o melhor custo-benefício para manter softwares atualizados, bem como para armazenamento.

Como exemplo, o cardápio digital via tablets disponibilizados no estabelecimento ou por QR Code é uma tendência que depende da conexão de internet. Aliás, o QR Code pode ser usado não só para acessar o menu, mas para pagamento pelo Pix ou, ainda, para que o cliente possa se logar à rede Wi-Fi do estabelecimento.  Isso está bastante alinhado ao aumento do uso do celular para compras. Segundo estudo da MeSeems/MindMiners, 62% dos brasileiros consomem exclusivamente pelos smartphones. Nesse sentido, torna-se cada vez mais importante disponibilizar esses novos meios de pagamento, como o por aproximação, Pix ou pelo WhatsApp.

HIGHLIGHTS

“Apesar do setor ter sido bastante afetado pela pandemia e ainda apresentar reflexos desses prejuízos, o segmento apresenta boas perspectivas de retomada, principalmente pelas novas formas de atuação que estão surgindo e as inúmeras inovações tanto no âmbito tecnológico como também de consumo por parte da população. O setor apresenta boas oportunidades para empresas que já atuavam no ramo, como também para novos empresários que queiram adentrar no mercado de forma inovadora e diferente. É válido pontuar também que o setor está muito ligado tanto a rotina do dia a dia da população que muitas vezes realizam refeições fora do lar por motivos de trabalho e estudo, como também é um setor ligado ao lazer e a sazonalidade, apresentando assim boas oportunidade de atuação.”

Vinícius Ribeiro – Business Analyst

Sigilo e disclaimer

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RAY MARKET SOUND

Equipe Ray Market Sound
rms@rayconsulting.com.br

Country Farm and Business Management

Farm and business management (FBM) is the practice of coordinating all aspects of your agricultural operation in order to produce income and make best use of your profit potential. This process requires a broad range of skills, including management, economic analysis, and marketing.

Key practices for managing a country farm or business include:

Marketing – the sale of goods or services to consumers. Financing – loans that finance your operations. Risk management – making sure your operation is protected from disasters.

Financial – Creating pro-forma and real enterprise budgets that help forecast incomes and expenses. Calculating ratios.

Write down your plan for achieving your goals. This will enable you to identify your weaknesses and think through all the functions that are involved in your company.

You will also need to check if the land you own is zoned for production, or if there are any zoning regulations which limit the type production you can do. Check with the township or county to determine if there is any restriction and how it might affect your plan.

Your business may also require public facilities like parking areas, signs, and customer service. These facilities are required to accommodate visitors and customers to your farm/ranch.

In the end, your business needs www.mountaincountryfarm.com/best-data-room-providers-for-ma-services-for-private-equity-investors/ to be self-sustaining. It also needs to be a source of income. This means earning enough money to cover your daily expenses and save up for the future.

Travel Management Agencies

Travel management agencies provide a range of services which can help businesses save money when traveling for business. They have access exclusive discounts and can negotiate favorable hotel rates, car rental and airfares for their clients.

These companies offer travel technology that allows employees to track their trip details and expenses and ensures that accounting is up to date with any changes made on the road. Choosing a TMC can be difficult, however, as they may offer many different policies and benefits, so it’s important to find one that is a good fit for your company culture.

TMCs must have an online travel planning portal that allows travelers the freedom to plan their own trips use this link. This allows them to check the availability of flights and hotel rooms, book them in a convenient way and avoid missed deadlines and extra charges.

TMCs must also have a comprehensive list of travellers, including their spending history. This allows them to quickly identify trends and fix any problems before they impact the travel spend for your business. This can be helpful for companies which need to track travel costs.

In order to reduce costs, businesses often turn to travel management firms. They can negotiate lower hotel and airfare rates for their customers, and provide software to manage and automate expense reporting.

Startups Q1 2023

ANÁLISE MACROECONÔMICA

PANORAMA MUNDIAL

O GSER2022 classifica os ecossistemas de startups segundo sete fatores de sucesso, como desempenho e talento. Desde 2017, observamos os mesmos  no topo da classificação: Silicon Valley, Nova York, Londres, Boston e Pequim, apesar de uma inversão, em 2021, entre os dois últimos listados.

INDICE

Panorama Mundial

Panorama Brasil

Expansão do Setor
Fusões e Aquisições
Perfil do Consumidor
Subnichos
Covid x Setor
Investimentos no Setor
Big Picture
5 Forças de Porter
Oportunidades
Ameaças
Tendências
Highlights
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PANORAMA DO BRASIL

Segundo dados do Distrito, entre os meses de janeiro a setembro de 2020, período auge da pandemia no país, mais de 100 aquisições de startups foram realizadas no Brasil. E, neste mesmo período, o volume total de aportes realizados em novas empresas foi de US$2,2 bilhões, e registrou um recorde histórico de 322 cheques.

Este modelo de negócio tem chamado cada vez mais a atenção de investidores de capital externo no país, visto que o Brasil apresentou uma queda da taxa de juros que ocasionou a saída dos bancos e de investimentos mais conservadores, para investimentos que apresentam um pouco mais de riscos. Como resultado, as startups vêm ganhando espaço na economia brasileira por meio da inovação.

Ainda de acordo com a pesquisa apontada pelo Distrito, em 2021 foram investidos mais de US$3,5 bilhões, através de 470 rodadas de investimentos. Essa realidade demonstra que o ecossistema de startups no Brasil vive um período de maturidade e, mesmo com as incertezas econômicas, reflete um segmento bem-sucedido.

Além do crescimento do número de startups no Brasil, e da quantidade de investimentos nos projetos brasileiros, o ano de 2021 foi marcado pelo país ganhar quatro novos unicórnios (empresas que atingiram o valuation de US$ 1 bilhão). 

Já em 2022, a startup de Curitiba, capital do Paraná, MadeiraMadeira tornou-se o mais novo unicórnio brasileiro, quando recebeu o aporte de US$ 190 milhões em uma rodada de investimentos e passou a ser avaliada em mais de US$ 1 bilhão. Além de entrar para a lista de unicórnios brasileiros, a empresa tornou-se o maior e-commerce de produtos para casa do país. 

E a Hotmart, plataforma online para distribuição e vendas de produtos, foi anunciada como o segundo unicórnio daquele ano. A empresa recebeu em março um aporte de R$735 milhões, o que representa US$ 130 milhões, numa rodada de investimentos série C, liderada pela TVC e com participação da Alkeon Capital. Entrando ao seleto grupo, dos agora 15, unicórnios brasileiros.

No entanto, devido ao atual cenário econômico negativo, foi constatado o pior ano em relação à abertura de startups desde 2007, com 176 aberturas, sensivelmente menos em comparação a 2017 (recorde histórico de 1781) e 2021 (631). Ao considerar os investimentos, as principais áreas contempladas foram as retailtechs (US$ 519 milhões), energytechs (US$ 290 milhões) e startups de real state (US$ 202 milhões). O banco digital Neon foi o que recebeu o maior aporte em 2022, somando US$ 300 milhões, seguido pela Creditas (direcionada à área de crédito) com US$ 260 milhões.

Além do número expressivo de negócios no país, o mercado de startups também é muito promissor. Tanto é que nos primeiros quatro meses de 2022, o segmento apresentou um crescimento de 187%, em relação ao mesmo período de 2021, de acordo com relatório apresentado pela Distrito, empresa de inovação.

Atualmente, o Brasil é o país da América Latina que mais apresenta crescimento de startups ativas. De acordo com a Abstartups – Associação Brasileira de Startups, há cerca de 13 mil estabelecimentos abertos, aumento de 27% desde 2018 (quando eram 10 mil). 12,7% destes são fintechs, sendo esse o segmento com maior parcela, seguido pelas martechs (área de marketing, 10,16%), retailtechs (varejo, 10,04%) e healthtechs (saúde, 10,03%). 

EXPANSÃO DO SETOR

Os anos de 2020 e 2021 se tornaram provas especialmente desafiadoras para a economia brasileira devido aos efeitos da pandemia do COVID-19 e da recessão econômica. No entanto, assistimos a um enorme aumento no uso da abordagem Open Innovation entre empresas e startups nesse período: Os números anuais cresceram cinco vezes em comparação com 2019 – passando de 8.050 relacionamentos em 2019 para 13.433 em 2020, 26.348 em 2021 e 42.588 em 2022.

Além disso, o número de pontos do ranking da Open Startups se multiplicaram por sete no mesmo período, sendo que desde 2016 a taxa média de crescimento tem sido de 113% ao ano. Esse extraordinário aumento na pontuação é resultado não somente da elevação na quantidade de contratos firmados, mas também do fato de que estes contratos tem se mostrado cada vez mais intensos e com maior significância, uma vez que o montante médio de pontos por contrato quase dobrou desde 2016, com uma taxa de crescimento anual de 11%.

Mesmo com todo esse crescimento, o ritmo segue acelerado, cada vez mais empresas vão entrando no mercado, ainda assim, sem nenhum sinal de saturação, e à medida que as startups vão adquirindo mais maturidade e se profissionalizando, essas relações apenas se intensificam.

FUSÕES E AQUISIÇÕES

Considerando as fusões e aquisições de startups, 2022 foi também um ano extremamente fértil, tendo registrado 187 aquisições e 13 fusões, ainda que tenha ficado atrás do recorde de 2021, que alcançou 233 aquisições e 17 fusões. Destacam-se as operações realizadas por empresas do segmento fintech, que representaram 45% das aquisições, seguidas pelas healthtechs (20%), edtechs (17%) e martechs (16%), com destaque para as aquisições feitas pelo Magazine Luiza (20), Link (19) e Locaweb (19).

A previsão é que para 2023 os valuations estejam mais ajustados, o que irá permitir melhores análises dos fundos de investimento. Para o futuro próximo (um a dois anos) também se espera que algumas políticas populares permitam o financiamento de um maior número de usuários, gerando um mercado com abundância.

No início de 2022, as startups foram responsáveis por 50% das aquisições de empresas por meio de M&A, representando um aumento de +6,5% em relação ao mesmo período em 2021. No entanto, as corporações ainda continuaram ocupando uma fatia importante desse mercado, com 22,7%.

Enquanto durante o primeiro semestre de 2022 observamos uma queda de -7% em relação ao 1° semestre de 2021, o número de fusões e aquisições aumentou positivamente em comparação ao mesmo semestre de 2020, representando um acréscimo de +120%. 

O setor de Fintech liderou as aquisições com 22 M&As, seguido por Edtech (16), HealthTech (14), MarTech (8) e Supply Chain (7). O Sudeste e Sul do país foram os principais responsáveis pela tendência crescente, abarcando 92,8% dos negócios.

Principais fusões e aquisições

Em fevereiro, a Kenoby foi adquirida pela sua principal concorrente, a Gupy, que aportou R$ 500 milhões na transação. Com isso, a HRtech Gupy consolidou-se ainda mais no mercado, tornando-se proprietária de 2.300 clientes, 36 milhões de usuários e 80 mil vagas mensais publicadas.

Em março, a TOTVS, importante fornecedora de tecnologia, realizou mais duas aquisições: a VADU (fintech que oferece serviços de crédito) e a Gesplan (software de planejamento financeiro). No total, o investimento foi de R$ 40 milhões.

Por fim, em maio, a JSL, líder do setor logístico brasileiro, adquiriu a Truckpad, companhia que funciona como “uma espécie de Uber dos caminhões” e conecta motoristas às transportadoras e indústrias. A empresa contava com 800 mil motoristas cadastrados e 70 mil ativos em seu aplicativo. Além disso, tinha mais de 30 mil transportadoras cadastradas, das quais 3 mil eram ativas todos os meses. Esse acordo teve o valor de R$ 10 milhões.

PERFIL DO CONSUMIDOR

Por startups serem algo tão amplo, e com empresas em diversos segmentos, definir um perfil de consumo é quase impossível, dependendo principalmente do tipo de serviço oferecido e do setor o qual a startup atua, entretanto a maior parte (52%) atua no B2B, servindo diretamente outras instituições, enquanto cerca de 30% possui como público alvo empresas e o consumidor final (B2B2C). Se considerarmos essas duas modalidades e também o B2S (startups para startups), percebe-se uma incidência de cerca de 83,3% das empresas atuando diretamente com outras empresas. Entrementes, seguindo a mesma lógica, 43,1% têm como público o consumidor final (B2C e B2B2C).

Além disso, o perfil dos fundadores e CEOs das startups é mais fácil de ser definido:


SUBNICHOS

Existem diversos tipos de startups no Brasil,voltadas a praticamente qualquer setor da economia, trazendo tecnologias e soluções inovadoras, revolucionando desde os meios de produção até o produto final. Por isso, trouxemos apenas alguns dos tipos que possuem maior protagonismo no ramo.

Fintechs

A necessidade de digitalização promovida pela pandemia da COVID-19 aumentou drasticamente a necessidade de fontes de recursos tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, o que levou a uma busca por empréstimos com meios digitais – como fintechs de crédito e bancos digitais – e incentivou a criação de projetos inovadores no setor financeiro, começando pelo open banking e seu sistema de pagamento, o Pix. 

De acordo com um levantamento do Distrito, as fintechs brasileiras foram responsáveis por aportes na ordem de US$ 1,74 bilhão (R$ 9,05 bilhões) no ano, o que contabilizou quase 40% do total investido em startups brasileiras em 2022. Dessas 755 rodadas de investimento, 148 foram direcionadas às startups ligadas ao mercado financeiro.

O Distrito argumenta que o excelente desempenho das fintechs e startups no ano indica que o setor esteve aquecido durante todo esse período, apesar do quadro econômico nacional desfavorável com alta dos juros e cenário mundial turbulento.

Retailtechs

Decorrente do crescimento do setor de varejo, a expressão “RetailTech” é empregada para referenciar startups e desenvolvimento de soluções inovadoras para o varejo. Conhecidas também como “VarejoTech”, essas comunidades de empresas realizam desde a automação da loja, passando por implementações de inteligência artificial e internet das coisas, até soluções especializadas como ponto de venda inteligente, integração de canais e software de gerenciamento de lojas. Além disso, são responsáveis por projetos que visam à modernização por meio de soluções de marketplace, logística e ambientes virtuais.

De acordo com a Statista, provedora de dados de mercado de confiança, em 2020, 38% dos investimentos globais de RetailTechs foram provenientes da Ásia, seguidos pelos Estados Unidos com 34%, a Europa com 22%, enquanto os demais países ao redor do mundo representaram 6%. Ela também observou que de 2020 até agora, de acordo com a Finaria.it, a consultoria italiana, as vendas no comércio eletrônico aumentaram globalmente em aproximadamente 30%. As estatísticas demonstram que essas receitas continuarão crescendo e podem chegar a um total de US$ 3,4 trilhões em 2025.

Martechs

As Martechs são ecossistemas extremamente avançados de ferramentas de vendas e marketing, cuja principal função é a de rastrear e abranger o cliente em toda a sua jornada por meio dos mais variados canais, desde sites, aplicativos e e-mails, até visitas presenciais, chamadas telefônicas e muito mais. O termo Martech significa todas as soluções e tecnologias que permitem aos profissionais de marketing comunicar-se com clientes e prospectos de maneira consistente, a fim de oferecer experiências destinadas a cada estágio da jornada de compras.

De acordo com estimativas, a indústria de martech na América do Norte e no Reino Unido terá um valor de US$ 149,7 bilhões em 2021. Acreditamos que esses resultados são um forte indicador dos mercados globais, reforçando o prognóstico de que a indústria terá um valor total de mercado mundial de US$ 344,8 bilhões.

A atividade no setor martech experimentou um crescimento vertiginoso nos últimos 12 meses, com destaque para aquisições notáveis, incluindo a da Mailchimp pela Intuit por US$ 12 bilhões, Wrike pela Citrix em US$ 2,2 bilhões e o acordo da Salesforce de US$ 27,7 bilhões para adquirir a Slack. O relatório do segundo trimestre de 2021 da Luma destacou que houve um crescimento de 214% na atividade de fusões e aquisições do setor martech ano a ano, sendo que durante esse período as aquisições de plataformas de mensagem foram marcantes, com destaque para Twilio comprando ZipWhip por US$ 850 milhões. A aquisição da Segment por US$ 3,2 bilhões também consagrou o aumento significativo nas plataformas de dados do consumidor.

Healthtechs

As HealthTechs têm conquistado um papel de destaque no mercado de saúde e, nesses últimos anos, têm obtido um expressivo crescimento, o que inclui investimentos internacionais em soluções tecnológicas cada vez mais inovadoras. Desde iniciativas como tratamentos preventivos mais eficientes, serviços personalizados, profissionalização e digitalização de hospitais e instituições, acompanhamentos mais diretos e diagnósticos mais precisos, a área de saúde tem passado por uma febre tecnológica que tem se expandido ainda mais pela pandemia.

Em segundo lugar na lista das startups que mais crescem. Foram US$430 milhões investidos de 2014 a 2021 e uma movimentação que se aproxima aos 10% do PIB em quase uma década.

A partir disso, os produtos desenvolvidos para atender às necessidades apresentadas pelos pacientes são replicáveis e escaláveis, o que permite que possam ser utilizados para integrar o cuidado da saúde ao dia a dia das pessoas, através de dispositivos que monitoram seus parâmetros clínicos, e ao mesmo tempo trazem informações essenciais à comunidade onde se insere. Assim, soluções tecnológicas que auxiliem o cuidado com a saúde e não apenas com a doença estão cada vez mais sendo adotadas.

Agtechs

O agronegócio é um dos principais setores da economia brasileira, porém, grande parte dos produtores rurais ainda não tem acesso às novas tecnologias devido à pouca escolaridade, falta de informação e alto custo de implementação. Para diminuir essa distância entre pequenos e grandes produtores, as agtechs têm ampliado seu papel oferecendo soluções que tornam as produções agrícolas escaláveis e promissoras. Desse modo, é preciso investir em redução de custos de implantação para garantir que sejam adequados à realidade do produtor e sua família, assim como facilitar a comunicação entre eles e o acompanhamento das atividades.


Logtechs

Os investimentos no segmento de logtechs têm aumentando significativamente ao longo dos últimos anos. Desde 2011, mais de US$1,3 bilhão foram destinados para setor, sendo US$187,6 milhões somente em 2020. O crescimento do comércio eletrônico também tem impulsionado as logtechs, conforme demonstrado pelas duas recém-lançadas pesquisas realizadas pela Distrito em parceria com a KPMG e pelo T.group. O levantamento da Neotrust, responsável por monitorar 85% do e-commerce brasileiro, mostrou que o segmento registrou um recorde de faturamento de R$ 161 bilhões em 2021 e um aumento no ticket médio de 8,6%, chegando à média de R$ 455 por compra. Estes dados confirmam a relevância e evolução das logtechs para o mercado brasileiro.

Logtechs que oferecem soluções para a gestão da cadeia de suprimentos representam, aproximadamente, metade do grupo total (46,3%). Soluções de entrega caracterizam 20% das logtechs. Na sequência, estão startups que oferecem soluções para logística reversa (12%), estoque e armazenagem de insumos e produtos (11,3%) e intermediação entre fornecedores/embarcadores e transportadores (11%)

As soluções têm buscado, majoritariamente, melhorar processos e etapas na gestão integrada da entrega de produtos e insumos (23,7%), modernizar a gestão de frota (17,3%) e inovar na modalidade de entrega última milha (15,2%).

Entre as logtechs que apresentam soluções para logística reversa (12,1%), as aplicações podem variar da gestão de resíduos sólidos comuns (plástico, vidro, alumínio, orgânico) e de embalagens ao reaproveitamento de resíduos da indústria têxtil e de alimentos fora do prazo de validade. 

Ainda que proeminentes players internacionais, como a Amazon e o Walmart, tenham o conceito de micro-fulfillment* como padrão de entrega, no Brasil, é tecnologia a ser explorada. Logtechs que oferecem tal solução ao mercado representam apenas 1,4% do total de startups.

Indtechs

As Indtechs, startups que desenvolvem soluções tecnológicas para aplicações industriais, aumentaram significativamente os relacionamentos com a indústria e aprataram um total de 8.627 pontos no ranking 2021, de acordo com o levantamento da 100 Open Startups. Desde 2016, quando começou a avaliação deste ranking, houve um aumento exponencial de 63 vezes na intensidade dessa prática de Open Innovation. Esta tecnologia tem o potencial de mudar totalmente as fábricas tradicionais, tornando-as mais inteligentes, conectadas e eficientes.

COVID X SETOR

A pandemia tem afetado a economia global de maneiras significativas, mas o mercado de startups ainda continua em constante crescimento. Em 2021, o aporte de capitais em investimentos já registrou recordes, o que reforça a tendência de mudança nos padrões de avaliação desses tipos de investimentos. Além disso, temos que considerar as altas taxas de juros mundiais e a instabilidade econômica e política atual. Apesar disso, as startups estão revelando soluções inovadoras para aproveitar as oportunidades para aproveitar os desafios atuais. De acordo com o último levantamento da Abstartups, 41,4% das startups mantiveram os seus ganhos durante o ano passado e 10,4% dele elevaram seus lucros em cerca de 50%, sendo que 60% das retailtechs foram criadas nos últimos dois anos. Essas estimativas nos mostram que a pandemia não foi tão nociva para alguns mercados, trazendo novos avanços.

INVESTIMENTOS NO SETOR

O número de startups criadas nos últimos anos tem colocado o Brasil como destaque mundial em projetos inovadores e chamado a atenção de investidores locais e internacionais. Prova disso é que, mesmo durante a pandemia, os investimentos no setor ultrapassaram o número de R$ 9 bilhões em 2020, e grande parte desse valor veio de investimentos externos.

Embora 2020 tenha sido marcado por um cenário de insegurança causada pela pandemia, o Venture Capital no Brasil não parou. Em 2021 o período entre Janeiro e Junho registrou um recorde nacional, chegando a US$ 5.26 bilhões em investimentos feitos em 416 acordos.

No 1° semestre de 2022, as Fintechs se consolidaram como líderes do investimento de venture capital, demonstrando que subiram cerca de 47%, recebendo um volume de US$ 1,36 bilhões. Em segundo lugar estava o setor RetailTech, com um montante ainda muito significativo de US$ 370 milhões, 20% a mais em comparação ao 1° semestre de 2021. Por outro lado, o HRtech arrecadou US$ 250 milhões, o equivalente a um aumento de 28% em relação a 2021. As Fintechs continuaram detendo a liderança no período mencionado, representando 46% dos investimentos.

Ainda sobre o primeiro semestre de 2022, o mesmo mostrou um crescimento notável no setor de Venture Capital, mesmo diante da incerteza no cenário macroeconômico. Quando comparado ao 1° semestre de 2021, foi captado 44% a menos em investimento, mas ainda assim isso representou um aumento de 138% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, tendo sido realizados US$ 2.92 bilhões em 327 negócios – um crescimento de 24% no número de acordos.

Big Picture

Setor atingiu US$ 6,4 trilhões de faturamento em 2022

Existem cerca de 13 mil startups no Brasil

Só em 2021 foram investidos cerca de US$ 3,5 bilhões em startups brasileiras

O Brasil possui 16 Unicórnios no total

Segundo a Investopedia, 90% das startups falham

O ramo possui inúmeros subnichos, mas destaque para as fintechs que concentram cerca de 40% dos investimentos

ANÁLISE INTERNA DO SETOR

5 FORÇAS DE PORTER

Entrantes Potenciais – Alta

Sempre que uma startup consolida seu mercado, ela pode esperar por mais concorrentes que terão motivação para atacar o mercado com preços mais baixos e melhores serviços para ganhar fatias de mercado, devido a baixa barreira de entrada, a aparição de novos concorrentes acaba sendo mais fácil.

Produtos Substitutos – Alta

Com a alta concorrência e o avanço cada vez maior da tecnologia, várias das soluções oferecidas pelas startups podem ser facilmente replicadas ou substituídas, tornando-as obsoletas ao longo do tempo, por isso nesse mercado é imprescindível a renovação constante e atenção às novas tendências.

Poder dos Fornecedores- Alta

Os provedores de serviços e produtos para as startups são geralmente de grandes empresas ou especialistas em certas áreas. Isso significa que existe um alto poder de barganha dos fornecedores para obter condições especiais.

Poder dos Compradores – Média

Cada startup vai precisar encontrar um nicho específico para oferecer seus produtos e serviços aos compradores. Isso significa que grandes empresas vão poder exercer grande poder de barganha sobre as startups visando melhores condições contratuais, entretanto este nível de força pode variar a depender do nicho da startup.

Rivalidade entre players – Alta

A indústria de startups oferece um grande número de competidores, pois muitas inovações surgem a cada dia. Dependendo do mercado, pode haver um grande número de concorrentes e isso aumenta a concorrência.

OPORTUNIDADES

O mercado de startups no Brasil tem visto um crescimento constante nos últimos anos, com um aumento na demanda por produtos e serviços para os mais diversos setores. Aqui estão algumas das principais oportunidades deste mercado:

Crescimento de novos produtos e serviços

A criação de novos produtos e serviços, combinada com o aumento do número de startups sendo lançadas, abre oportunidades para o crescimento desta área. Além disso, esta área oferece inúmeras oportunidades para novos empreendedores e está se tornando cada vez mais popular entre os investidores, entretanto, isso pode ser considerado uma faca de dois gumes, já que o crescimento do mercado, além das possibilidades, aumenta também a concorrência.

 

Captura de recursos para financiamento

Existem muitas fontes potenciais de financiamento para startups – desde empréstimos bancários tradicionais até financiamento na ponta da linha no mercado alternativo. As startups têm a chance de captar os recursos necessários para suas operações a partir dessas fontes. O financiamento está se tornando cada vez mais acessível, especialmente com investidores-anjo mais dispostos a investir em negócios em seus estágios iniciais.

Ambientes de trabalho colaborativos

Novos ambientes de trabalho colaborativos, como coworking e espaços compartilhados, estão se tornando cada vez mais comuns no mercado de startups. Estas oficinas permitem às pequenas empresas economizar dinheiro em custos operacionais ao usar o equipamento e o espaço básico compartilhado entre várias organizações.

 

Capital social

Os principais consumidores estão rapidamente mudando sua atenção das marcas grandes para produtos locais economicamente sustentáveis ou preocupações sociais incentivando os investimentos em startups locais. Este movimento está impulsionando as startups incubadas, pois as pessoas optam por fazer compras prevendo um retorno social para a comunidade local juntamente com um risco potencialmente limitado para aqueles que apostam nelas financeiramente por meio de financiamento coletivo.

AMEAÇAS

Competição acirrada

Os baixos custos de inicialização podem levar a um número crescente de startups lutando sobre os mesmos produtos e serviços, que gera uma forte competição, atualmente há uma quantidade enorme de players competindo em todos os setores do mercado, tornando a concorrência entre os mesmos cada vez mais forte. Os investidores também estão observando cada uma das novas startups com maior cautela.

Novas regulamentações

Embora possam ser benéficas para alguns setores do mercado, as novas regulamentações podem causar um grande impacto nas startups que operam nesses campos específicos, pois pode ser difícil se adaptar rapidamente às mudanças nas leis e regulamentos aplicáveis.

Questões relacionadas à gestão

A falta de experiência da equipe na gestão do negócio pode tornar difícil cumprir as metas estabelecidas para a startup e levar à falha da mesma. Além disso, muitas vezes existem lacunas entre o aplicativo idealizado e o realmente disponível, o que pode traumatizar a startup ou levá-la a não alcançar suas metas iniciais.

Incerteza política

Golpes fracassados, guerras comerciais e mudanças nas leis têm potencial para afetar drasticamente o mercado de startups. Por exemplo, qualquer sinal de uma “micro crise” pode frear os investimentos dirigidos às startups e pressionar as condições do mercado de forma significativa.

Falta de Experiência

A falta de experiência pode ser um obstáculo ainda maior do que algumas credenciais educacionais para as startups competirem com outras grandes organizações estabelecidas. Ter pouca experiência dificulta o estabelecimento da marca e a construção da confiança com os clientes potenciais até provar que o produto tem credibilidade nos mercados atuais. Além disso, não possuir muita experiência na equipe da gestão do negócio pode tornar difícil cumprir as metas estabelecidas para a startup e levar à falha da mesma. Além disso, muitas vezes existem lacunas entre o aplicativo ou produto idealizado e o realmente disponível, o que pode traumatizar a startup ou levá-la a não alcançar suas metas iniciais.

 

TENDÊNCIAS

Novas Tecnologias

A tecnologia está avançando a passos largos e isso significa que as startups têm a chance de entrar rapidamente na curva de fornecimento da indústria por meio, por exemplo, dos principais desenvolvedores de software. Esta é uma forma simples de ganhar vantagem competitiva sobre seus concorrentes.

Novas tecnologias são lançadas todos os dias e isso oferece inúmeras opções para as startups criarem soluções inovadoras para os problemas dos consumidores. A Inteligência Artificial (AI), por exemplo, tem se tornado popular entre as startups nos últimos anos, tendo aparecido em muitas indústrias diferentes, desde varejo até saúde. 

As plataformas baseadas na Internet das Coisas (IoT) podem simplificar significativamente o processo para coletar dados em tempo real dos dispositivos conectados à internet, permitindo assim que as organizações usem esse conhecimento para reduzir custos operacionais e aumentar a produtividade.

Por fim, outra das principais novas tecnologias sendo utilizadas atualmente no mercado de startups, que vem abrindo grandes possibilidades de explorar as possibilidades da tecnologia Blockchain para criar um mundo mais transparente e seguro para as transações financeiras, assim como para compartilhar informações confiáveis entre partes interessadas.

Tudo como serviço (XaaS)

Everything as a Service (XaaS) é um termo importante da computação em nuvem que é usado para se referir a produtos, tecnologias e ferramentas que são oferecidos como serviços. Geralmente, o XaaS é dividido em três partes: Software como Serviço (SaaS), Plataforma como Serviço (PaaS) e Infraestrutura como Serviço (IaaS).

Embora ainda haja um nível de resistência à adoção desse tipo de serviço que vem continuamente crescendo, também abre-se uma janela para novas oportunidades para aqueles que estão atentos. É importante lembrar que os usuários podem criar camadas adicionais e não necessariamente limitar-se a um único serviço.

A evolução da computação em nuvem e a mudança nos hábitos de consumo trouxeram novos modelos de negócios como o Everything as a Service. A partir disso, espera-se que haja um aumento da disponibilidade de serviços que permita maior otimização de tempo para as pessoas de modo a abrirem espaço para outras atividades. Além disso, o XaaS é vantajoso por democratizar o acesso a produtos que antes eram restritos a uma pequena porção da população.

Sustentabilidade

Finalmente, a sustentabilidade tornou-se um fator importante na forma como as empresas operam hoje e esta tendência não mostra sinais de desaceleração.

Os consumidores esperam agora que as empresas com as quais se comprometem priorizem a responsabilidade ambiental através de iniciativas como a redução de resíduos ou a utilização de fontes renováveis de energia sempre que possível.

Portanto, é algo que as empresas iniciantes devem levar em consideração se quiserem que seus produtos e serviços permaneçam competitivos ao longo do tempo.

Ao investir em práticas sustentáveis desde cedo, as startups podem não apenas criar mudanças significativas, mas também ganhar uma vantagem sobre os concorrentes que não priorizam estas questões.

Trabalho Remoto

Após a pandemia da COVID-19, onde muitas empresas não viram outra alternativa para manter o trabalho, além do formato remoto, não podemos negar que esse modelo se manteve e se manterá em alta. 

Por muito tempo nem se falava sobre trabalho remoto e muitos gestores e colaboradores sequer imaginavam trabalhar dessa forma. 

Porém, depois de viver a experiência, podemos comprovar que quando feito da maneira correta, o trabalho remoto funciona e muito bem. 

Com mais empresas abraçando equipes distribuídas, há uma demanda crescente por ferramentas de colaboração baseadas em nuvem como Slack ou Zoom que permitem que funcionários de diferentes locais ao redor do mundo permaneçam conectados enquanto trabalham. 

Esta mudança também abre oportunidades para startups especializadas em soluções de infra-estrutura remota. Bem como para aqueles que desenvolvem formas inovadoras de rastrear métricas de produtividade,  quando os membros da equipe estão geograficamente dispersos, por exemplo.

HIGHLIGHTS

“O setor vem se mostrando continuamente como um expoente de inovação no Brasil e no mundo, trazendo inovações em cada vez mais mercados, e a partir das novas tecnologias que continuamente vêm surgindo, as startups se vêem cada vez mais impulsionadas, já que por meio delas, inúmeras soluções podem surgir, revolucionando seus determinados ramos.

Atualmente, os olhos dos investidores de todo mundo estão voltados principalmente para as startups mais promissoras e inovadoras, fintechs recebem aportes milionários e empresas com menos de um ano de vida já atingem valuations na casa dos bilhões, o setor sem dúvidas representa o futuro.

 

Entretanto, é extremamente complicada a entrada no setor pela necessidade de diferenciação da imensa concorrência, por ser um modelo de negócio com baixa barreira de entrada e normalmente não exigir tanta formação acadêmica dos membros, existem muitas espalhadas pelo país, e muitas surgindo diariamente, mas da mesma forma que várias surgem, elas também desaparecem justamente pela intensa rivalidade e competitividade do mercado, essa instabilidade pode ser considerada um entrave para investimentos, mas com um plano bem fundado e baseado em dados importantes, eles podem ser muito bem justificados.”

Robson Duarte – Product Analyst I

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