ANÁLISE MACROECONÔMICA
VISÃO GERAL
O ensino superior brasileiro se desenvolveu, quando comparado aos ensinos europeus e da América Latina, de forma lenta. Enquanto na América as primeiras universidades foram criadas nos séculos XVI e XVII, no Brasil, apenas em 1808 (século XIX), com a transferência da corte portuguesa para a colônia.
Apesar de terem começado tardiamente, a formação de IES (instituições de ensino superior) cresceram exponencialmente. Enquanto em 1889, apenas 3 escolas formavam juristas, engenheiros e médicos, em 1900 já existiam 24 instituições. O número cresceu ainda mais com a iniciativa confessional católica, que deu início à várias escolas privadas em 1930, absorvendo mais de 30 mil estudantes. Atualmente, o Brasil conta com 2.608 IES.
Podemos segmentar as IES em públicas (federais, estaduais e municipais) e privadas (comunitárias, confessionais, filantrópicas e particulares), a depender da forma de financiamento.
As universidades classificadas como públicas são financiadas pelo Governo, seja ele federal, estadual ou municipal, uma vez que o ensino delas é gratuito. Essa modalidade está mais concentrada no Sudeste do Brasil e não está presente em todos os estados do país.
No ensino superior privado, o financiamento provém da mensalidade de seus estudantes (tanto para graduação como para pós-graduação). As instituições podem, também, ter o apoio de mantenedores da comunidade/ordens religiosas, à exemplo das PUCs (Pontifícias Universidades Católicas).
Podemos classificar as Instituições de ensino superior, também, como:
- Faculdades: são instituições pluridisciplinares, que formam quadros profissionais de nível superior, e desenvolvem atividades de ensino, pesquisa e extensão.
- Centros universitários: são pluricurriculares e oferecem ensino de excelência, além de oportunidades de qualificação ao corpo docente e condições de trabalho à comunidade escolar.
- Universidades: Compreendem vários cursos, mas não necessariamente desenvolvem pesquisa e extensão.
- Institutos federais de educação e Centros federais de educação tecnológica: Ministram cursos de graduação, especialização, extensão e programas de pós graduação (mestrado e doutorado).
INDICE
Plano de saúde
Pandemia
Emprego
Consumidor
Fusões e Aquisições
Imp x Exp
Investimentos no setor
Expansão
Top 5 empresas
Número de empresas
Tendências
Aplicativos
Highlights
Fim
O MEC (Ministério da Educação) avalia as IES em dois índices: o CPC (Conceito preliminar dos cursos) e IGC (Índice geral dos cursos) que classificam a qualidade dos cursos ofertados no Brasil em notas variando de 1 a 5, sendo 1 e 2 consideradas notas insuficientes.
Atualmente, apenas 2% das IES e 1,7% dos cursos apresenta nota máxima no IGC (tanto em instituições públicas como em privadas). Das que obtiveram nota máxima, se destacam 27 instituições privadas contra 15 públicas.
O crescimento fica evidente quando comparamos com a porcentagem de IES com nota máxima que, de 2005-2012, era de 1,1%. As instituições com notas insuficientes (1 e 2) também diminuíram, uma vez que girava em torno de 17,2% e, atualmente, representa 12,9% das instituições.
De acordo com o MEC, as IES brasileiras estão em constante expansão desde os anos 90, encontrando no setor privado o seu principal motor. Em 2019, das 8.604.526 matrículas no ensino superior, 6.524.108 estavam na rede privada (75,8%), havendo um crescimento de 0,1% na quantidade de matrículas na rede pública e 2,4% na rede privada.
Atualmente:
- 66% cursam bacharelado;
- 19,7% cursam licenciatura;
- 14,3% fazem curso tecnológico.
Em relação ao corpo docente, as instituições de ensino superior do Brasil contam com 386.073 profissionais, desses, 37,5% possuem mestrado e 45,9% doutorado.
Os dados representam uma maior qualificação dos profissionais, uma vez que alcançaram a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que propõe ampliar a proporção de mestres e doutores para 75% (com 35% de doutores).
PESQUISAS
Historicamente, as IES privadas não institucionalizaram a pesquisa devido ao seu não rendimento, frente às mensalidades pagas dos estudantes, diferentemente das públicas, que incentivam constantemente as pesquisas e extensões.
Recentemente, a realidade se transformou com as universidades particulares, que passaram a criar núcleos de pesquisa, competindo então com as universidades públicas na captação dos recursos e investimentos públicos. Pois, o acréscimo dos custos de pesquisa, refletem diretamente nas mensalidades, encarecendo assim o ensino.
BOLSAS E FINANCIAMENTOS
Dos alunos matriculados em instituições privadas, aproximadamente metade (45,6%) contam com financiamento ou bolsa, à exemplo do FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior) e ProUni (Programa Universidade Para Todos).
O ProUni concede bolsas de estudo integrais e
Parciais, de 50% para estudantes brasileiros de cursos de graduação, em instituições privadas
de ensino superior com avaliações positivas, e, em contrapartida, as IES ficam isentas de alguns impostos.
O FIES, por sua vez, segmenta as condições de pagamento em:
- Fase de utilização;
- Fase de carência;
- Fase de amortização.
COVID X SETOR
Com a chegada da pandemia do Covid-19, o ensino, como um todo, teve que se reestruturar para o ensino totalmente remoto.
No que tange a educação continuada, os impactos foram menores quando comparado aos da educação básica e superior, devido à adequação ao modelo híbrido e a distância previamente à pandemia. Por isso, as empresas e instituições que já possuíam estas modalidades conseguiram se adaptar melhor à nova situação.
A adaptação ao ensino EAD trouxe uma maior facilidade e flexibilidade no que tange o acesso aos materiais de pesquisa e economia de tempo de deslocamento e combustível, mas, por outro lado, a falta de acesso à internet de qualidade, a falta de habilidades para manusear as tecnologias, e a mínima interatividade das aulas dificulta a qualidade de ensino e deixa mais evidente a desigualdade entre os alunos.
Distinção entre EAD e Ensino Remoto Emergencial
A oferta de cursos lecionados por Ensino à Distância vêm aumentando cada vez mais, sendo mediada por tecnologias em que discentes e docentes estão separados fisicamente. Nessa modalidade, é necessário um planejamento e uso de estratégias de forma a possibilitar uma estrutura informacional adequada, suporte técnico aos professores e estudantes e a alocação desses no ambiente virtual, e o treinamento contínuo em tecnologia aos professores.
Diferentemente do EAD, o ensino remoto emergencial, que vêm sendo realizado no contexto da pandemia do Covid-19, é ofertado sem planejamento, treinamento e com limitações de tempo, ocasionando o baixo desempenho acadêmico e o aumento da evasão dos estudantes.
Entrantes Potenciais – Baixo
Pelo fato de os custos de entrada no setor de IES serem muito altos, a barreira de entrada é alta, dificultando a entrada de novos players.
Produtos Substitutos – Médio
Apesar de os produtos substitutos serem limitados por conta da alta barreira de entrada, ainda há uma possibilidade de substituição pela IES já existentes.
Poder dos Fornecedores – Alto
Devido à necessidade de os docentes necessitarem um maior grau de graduação, o poder de fornecedores se torna alto pois a oferta é menor.
Poder dos Compradores – Alto
Os compradores podem exigir melhor qualidade e cobrar maior prestação de serviços uma vez que existe concorrência.
Rivalidade entre players – Médio
Apesar da alta barreira de entrada, há uma certa rivalidade no que tange ofertas de mesmos cursos em Instituições distintas.
OPORTUNIDADES
O mercado de instituições de educação superior, traz consigo uma grande taxa de crescimento em toda parte do globo. Com isso, conseguimos observar diversas oportunidades no setor, que podem por vezes serem utilizadas como estratégias de penetração no mercado.
Ferramentas tecnológicas educacionais
Atualmente foram desenvolvidas várias ferramentas tecnológicas educacionais a preço acessível que facilitam e tornam o aprendizado mais dinâmico.
Plano de expansão
Ao longo do século XX e XXI, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento do país, iniciou-se um processo de expansão do ensino secundário, que, consequentemente, aumenta a oferta para entradas nas IES.
AMEAÇAS
Ainda que existam diversas oportunidades, como em todos os setores, ameaças que podem comprometer a evolução da área também existem. Sendo assim, é importante estar atento às possíveis mudanças relacionadas a estes tópicos para manter o sucesso na área.
Inadimplências
Muito pelas condições econômicas causadas pela pandemia do Covid-19, em 2020, houve um grande crescimento da taxa de inadimplência nas IES. Atualmente, a taxa se encontra em 11%, representando 565 mil estudantes.
Educação continuada
Com a ascensão da educação continuada (cursos de curta duração, que costumam substituir os cursos de graduação para profissões do futuro, ligadas à tecnologia) cada vez menos pessoas têm interesse em se matricular em Instituições de ensino superior.
TENDÊNCIAS
Soft Skills
Atualmente, segundo a EXAME, o mercado de trabalho exige novas habilidades no perfil profissional, à exemplo de:
- Criatividade;
- Capacidade de liderança;
- Bom relacionamento interpessoal;
- Rápida adaptação à mudanças;
- Visão estratégica;
-
Todos os pontos citados acima são considerados “soft skills”, ou seja, habilidades comportamentais. Por conta disso, é o papel das Instituições de Ensino Superior ensinar e impulsionar essas habilidades nos profissionais do futuro.
Empowerment
O empoderamento do ensino é uma tendência que visa instruir o aluno a liderar seu próprio aprendizado, provendo mais autonomia.
Nanodegrees
As conhecidas “pílulas do conhecimento”, que evidencia uma perspectiva de inclusão de conteúdos (que não são o padrão nacional da base curricular) e permitem que o estudante trilhe a sua formação e conhecimento de forma personalizada.
Ensino à distância
O EAD têm se consolidado cada vez mais no mercado e, em 2020, por conta da pandemia do Covid-19, teve ainda maior crescimento e alcance no cenário da população mundial.
Seu desenvolvimento se torna ainda mais evidente quando analisamos os números. No censo de 2009, os estudantes do EAD correspondiam a 16,1% dos calouros, enquanto que, em 2019, o número cresceu para 43,8%. Nos últimos 5 anos, a quantidade de alunos em cursos presenciais de graduação diminuiu em 14,3%.
RAY MARKET SOUND
Equipe Ray Market Sound
rms@rayconsulting.com.br